Os portugueses quiseram abanar o sistema político. Vamos a ver se isso foi entendido.
...
1. Os partidos ditos do arco da governabilidade (PS, PSD e CDS) tiveram em conjunto um péssimo resultado, que obriga a reequacionar as condições de governabilidade do país e abre a porta à fragmentação do sistema político.
Se a lógica de resultados de domingo se transferisse para legislativas, PS, PSD e CDS, por exemplo, não teriam poder para fazer uma revisão constitucional sem um outro aliado, que poderia ter que ser Marinho Pinto, fazendo desse aliado o novo guardião da adaptação do regime a novos circunstancialismos.
2. A crise do sistema político que se veio juntar à crise económica e social e que varreu a Europa não provocou nenhum sismo em Portugal, mas gerou ventos fortes, criando duas novas forças políticas, ainda que ambas atravessadas por sérios problemas por resolver.
Como irá Marinho Pinto gerir a sua entrada na política pela via da mais desprestigiada das instituições parlamentares e da mais conotada com a inutilidade dos políticos contra a qual fez discurso?
Como irá o MPT gerir a sua transformação de partido ecologista em barriga de aluger de um Marinho Pinto tão nutrido de votos?
Como irá o Livre digerir a sua derrota, ainda que dando-lhe a possibilidade de aspirar a eleger deputados nas eleições legislativas?
Caminhará para o desaparecimento e reabsorção (como aconteceu recentemente com o MEP) ou encontrará um discurso que lhe permita solidificar-se e crescer?
3. O PSD e o CDS parecem estar a caminho de uma derrota anunciada que os apeará pelo menos da liderança do país.
Mas é patético que o PS pense que pode, a partir desta base e neste contexto, fazer uma campanha assente na reivindicação de uma maioria absoluta para a qual os portugueses definitivamente o não quiseram lançar.
Que plataforma oferecerá agora o PS aos portugueses?
O discurso moderado que todos percebem que antecipa o Bloco Central?
A tentativa de um governo solitário e fraco?
A ultrapassagem do Rubicão que implicaria uma parceria táctica com o PCP?
A reabsorção amigável ou hostil de Marinho Pinto?
(O Livre, para já, não tem força para ser variável significativa nesta questão).
4. Na minha leitura, os portugueses rejeitaram no domingo não apenas o PSD e o CDS mas também o governo de bloco central
que se afigura ainda o cenário mais provável (que não o que eu desejo) para manter o país governável.
Pode agora defender-se "outro" bloco central (dos '70'), mais alargado, como aquele movimento que uniu Bagão Félix, Ferreira Leite e João Cravinho no manifesto pela restruturação da dívida.
Ou pode ignorar-se que o PS perdeu no domingo o referendo ao seu rumo táctico na gestão da crise e seguir em frente.
5. Se o PS mantiver o rumo, parece-me que nasceu no domingo para Marinho Pinto e o Livre a oportunidade para se afirmarem
que o PCP e o BE desperdiçaram na gestão da crise, atirando o país para os braços de Passos Coelho.
Basta-lhes afirmar-se europeístas, mas contra a terapia da troika e o Pacto Orçamental
e posicionarem-se para querer ajudar um governo liderado pelo PS,
mas contra o bloco central e os vícios aparelhistas do partido que o conduziram a este imbatível poder interno sem força exterior.
Ou não foi isto que os portugueses disseram no domingo aos actores fundamentais do seu sistema político?
(- por Paulo Pedroso , 26/5/2014, http://bancocorrido.blogspot.pt/ )
--------- COMEÇOU
[« Capacitar Portugal», António Costa 2015, primeiro-ministro. «Plataforma Independente de Apoio»]
Plataforma Independente de Apoio já existe.
Agora só falta o PS honrar os seus pergaminhos democráticos convocando um congresso extraordinário para mudar a direcção do partido.
------- Grandes males, grandes remédios
O PS anda em reboliço. Mas o reboliço não chega.
Para isso temos as Marchas de Lisboa.
Os holofotes viram-se para António Costa, Carlos César e Ferro Rodrigues.
Na Fundação Mário Soares tenta-se, em vão, ressuscitar Mirabeau.
António José Seguro dá de barato que o PS tenha perdido 800 mil votos entre as autárquicas de Setembro de 2013 e as Europeias de anteontem.
Em oito meses, o PS alienou quase um milhão de votos. Porquê?
A distrital do Porto mexe-se.
No grupo parlamentar do PS parece haver muitos descontentes.
Porém...
Vem a talhe de foice lembrar um precedente.
Em Abril de 1979, com o país em transe, 37 dos 73 deputados do PSD desvincularam-se do partido, permanecendo no Parlamento como independentes. Tinham guts.
Ficaram conhecidos como Inadiáveis e mais tarde fundaram a ASDI — Acção Social Democrata Independente, que durou até 1985.
Os ilustres deputados do PS vão assobiar para o lado?
João Galamba já se pronunciou, publicando no Expresso Diário um artigo eloquente:
«O pais rejeita o governo e deseja uma alternativa.
Mas ainda não acredita que essa alternativa exista.»
Claro como água.
Mas não chega.
(-por Eduardo Pitta , http://daliteratura.blogspot.pt/
---------- ARRUMAR AS BOTAS
Quando, no lapso de oito meses, o maior partido da oposição perde 800 mil votos, isso significa que a sua liderança não convence um caracol.
Argumentar com a fuga de votos para Marinho Pinto, que representou o MPT, e para Rui Tavares, que fundou o LIVRE, diz muito de quem manda no Rato.
Então se foi assim, significa que 306 mil votantes PS — os 235 mil que elegeram dois deputados do MPT, mais os 71 mil do LIVRE — não se revêm na política da actual direcção do partido.
E ainda sobra meio milhão de votos.
Não estamos a falar de um deslize conjuntural, mas de uma derrocada fragorosa.
Não perceber isto é não perceber nada.
Convoquem lá o congresso
(27 de Maio de 2014Júlio, AspirinaB)
Finalmente, Manuel Alegre falou qualquer coisa e falou bem. Disse aquilo que Mário Soares talvez não queira dizer, nem se ousaria exigir-lhe que dissesse, porque se respeita a sua idade e o seu passado. Simplesmente isto: António José Seguro deve convocar o congresso extraordinário, para “clarificar posições” dentro do PS. Mário Soares subescreveria. E até Assis, se não tivesse sido escolhido por Seguro para encabeçar a lista socialista nas eleições europeias. Tudo normal. Mas convoquem lá o congresso, porque ou é agora ou poderá ser tarde demais.
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Da lealdade
(por Nuno Oliveira, 28/5/2014, 365Forte)
Se há coisa que parece por vezes perturbar a mensagem do Partido Socialista é a insistência em características pessoais que distraem da mensagem política.
Tivemos já a política dos afectos e temos amiúde a seriedade e a moral como argumentos centrais do discurso político.
E temos agora, de algumas figuras próximas do secretário-geral, a lealdade ensaiada num combate que se pretende político.
Ninguém questiona que as qualidades pessoais são importantes particularmente quando se discutem perfis de liderança.
Mas centrar uma mensagem política em mensagens de conteúdo essencialmente moral é errado até numa teocracia.
Os partidos políticos devem focar a sua mensagem em soluções dos problemas das pessoas, tem de ser esse o seu compromisso, sendo isto tanto mais relevante quanto mais precária for a situação socio-económica no país.
Quando o compromisso de um partido político é com propostas e soluções políticas, a lealdade que se impõe, ou melhor, a única lealdade é com o país.
A lealdade de apresentar as melhores propostas e os melhores protagonistas.
A única e verdadeira lealdade em apreciação é a lealdade, para com o país, de apresentar o melhor programa político e o melhor candidato a Primeiro-Ministro.
É isso que o país espera do Partido Socialista.
É isso que o país exige do Partido Socialista.
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suspender a democracia ?
(http://maquinaespeculativa.blogspot.pt/ 28/5/2014)
As autárquicas foram um argumento da direcção de António José Seguro contra uma disputa interna pela liderança. "Deslealdade, esta coisa de quererem disputar a liderança; temos de nos concentrar nas batalhas eleitorais externas, não podemos distrair os socialistas com batalhas internas", diziam.
Os descontentes calaram e esperaram duas eleições: as autárquicas e as europeias. Esperaram, quer dizer: meteram-se nas batalhas, junto com os outros. No caso de António Costa, brilhantemente: foi sua a fatia de leão dos resultados do PS nas últimas autárquicas. ...Mesmo quando um mínimo de comparação dos números mostrava que as vitórias não eram tão estrondosas quanto apregoado.
Agora, mais uma vez, a ideia de voltar a discutir a liderança é representada como uma deslealdade, ...
. Caramba, mas será que é preciso suspender a democracia no país para os socialistas poderem fazer escolhas internas?
...
É tempo de os partidos compreenderem que a democracia se reforça praticando-se.
Que a democracia precisa de partidos vivamente democráticos, que não fogem aos seus próprios problemas, que não tentam resolver burocraticamente as diferenças internas.
A democracia não se renova com exércitos de leais seguidores.
A democracia no país precisa de democracia nos partidos, não de arregimentação.
Os portugueses percebem isto. Tentar enganar os portugueses, contando-lhes histórias cor de rosa para os entreter, não resultará.
Não será preciso suspender a democracia no país para que os socialistas possam fazer, maduramente, as suas escolhas internas. Aquelas escolhas internas de que o país precisa. Sim, porque não se pode continuar a falar contra "o populismo" e continuar a dar-lhe argumentos (como escrevi aqui).
A abstenção como sucesso
João Galamba, 26 Mai 2014.
Mesmo tendo escrito este artigo antes de saber o resultado final das eleições, há algo que se pode dizer sem grande margem de erro:
o entusiasmo e a participação dos eleitores nas eleições para o parlamento europeu, que nunca foram famosos, não estão a aumentar, antes pelo contrário.
Quando as eleições de pouco ou nada servem para alterar o rumo da política europeia, este resultado torna-se inevitável.
Mas nem todos vêem o desinteresse e a desmobilização dos cidadãos como algo necessariamente negativo.
No seu artigo "The Economic Conditions of Interstate Federalism", publicado em 1939, Friedrich Hayek defende que uma ordem internacional pacífica e estável tem de ser uma união entre Estados que limite ao máximo a capacidade de intervenção de cada estado no funcionamento do mercado, anulando a maioria dos instrumentos nacionais de política económica, sem no entanto criar a nível supra-estadual quaisquer mecanismos de intervenção substitutivos.
Hayek defendia aquilo que na gíria ficou conhecido por processo de integração negativa, que, na prática, corresponde à
criação de uma ordem liberal federal que neutraliza a capacidade das instituições democráticas de interferirem no funcionamento dos mercados.
O famoso défice democrático não seria, para Hayek, uma degenerescência, mas sim um dos objectivos estratégicos de todo este processo.
Para Hayek, o consenso keynesiano e social-democrata que marcou a política europeia do pós-guerra, e que esteve na base da construção e aprofundamento do chamado modelo social europeu, tinha de ser desmantelado e substituído por um outro, de cariz essencialmente liberal.
Olhando para os desenvolvimentos da União Europeia desde finais dos anos 80, sobretudo desde Maastricht, é difícil não concluir que Hayek ganhou em toda a linha e que
o projecto europeu é hoje, na sua essência, uma máquina de liberalização das economias e das sociedades europeias.
O manietamento (crescente) dos Estados nacionais, o esvaziamento dos poderes económicos e orçamentais dos parlamentos,
o príncipio da concorrência (sobretudo fiscal) entre Estados, um banco central independente e sem qualquer mecanismo de escrutínio democrático,
a ideia de que o Estado Social e os direitos dos trabalhadores são um entrave ao desenvolvimento e crescimento económico;
enfim, tudo isto corresponde a uma utopia liberal que, tragicamente, tem vindo a ser institucionalizada na Europa e que se impõe sob o signo da necessidade.
Numa entrevista recente à jornalista Teresa de Sousa, Vítor Gaspar - que sabe do que fala - reconheceu a influência das ideias de Hayek no processo de construção da UEM e diz mesmo que
esse caminho, o defendido por um dos pais da contra-revolução neoliberal, "é precisamente o caminho que estamos a seguir na Europa".
Quando o objectivo é esvaziar a democracia, o desencanto e a alienação dos cidadãos não são defeito, são feitio.
Bem vindos ao deserto da pós-democracia.
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A ditadura do mesmo
(21 de Maio de 2014, http://ruitavares.net/textos/a-ditadura-do-mesmo/#more-4098 )
Portugal, hoje, é a ditadura do mesmo:
os mesmos debates, os mesmos círculos, as mesmas opiniões e os mesmos partidos, fazendo as coisas sempre da mesma maneira, e coreografando as mesmas controvérsias com as mesmas palavras e o mesmo vazio de significado.
Escrevo minutos depois de ter visto o primeiro debate entre os candidatos a presidente da Comissão Europeia. Um debate histórico.
Falou-se de tudo o que é essencial para o nosso futuro:
desemprego, eurobonds, troika, juventude, energia, Ucrânia, imigração, envelhecimento, pensões e salários.
Pela primeira vez desde que o mundo é mundo, quatro candidatos ao executivo de uma União de países explicaram como pretendem governar se forem eleitos.
E, no entanto, escrevo estas linhas com raiva.
Porquê? Porque em Portugal ninguém quis organizar este debate.
Há anos que venho alertando para ele. Propu-lo à Assembleia da República. Desafiei fundações. Mencionei o assunto a jornais, rádios e televisões.
Encolheram os ombros e passaram à frente — à próxima polémica insignificante ocupando quatro canais de notícias e quatro generalistas.
Portugal tem interesse — porventura mais interesse do que a média dos outros países — em saber o que se prepara para o futuro da União Europeia.
Fomos as primeiras vítimas das políticas erradas da Comissão.
Seremos os primeiros interessados em políticas novas, e corretas.
Mas quando um destes candidatos for presidente da Comissão, vai lembrar-se talvez das promessas que fez a alemães, franceses e holandeses.
A portugueses, não, porque nenhuma instituição portuguesa esteve interessada.
Hoje terça-feira, os nossos jornais quase não se referem a este debate.
Entenderão que um daqueles candidatos vai ser o único detentor do poder de
iniciar legislação para 500 milhões de pessoas, o autor de todas as propostas de orçamento comunitário até 2019, e o principal interlocutor de Portugal após a saída da troika?
(A propósito: outra razão de frustração é que entre os candidatos — o democrata-cristão luxemburguês Juncker, o socialista alemão Schulz, o liberal belga Verhofstadt e a verde alemã Keller, — o único que decidiu recusar o convite foi o grego Alexis Tsipras, da esquerda unitária.
Como é possível que neste debate não tenha estado o único candidato que poderia ter apresentado uma perspectiva dos países vítimas da troika?
É difícil de entender e aceitar.)
Claro, as instituições e órgãos de comunicação social que não quiseram dar atenção a este debate justificaram-se com a falta de interesse dos portugueses por temas europeus.
Mas querem saber a melhor? Durante o debate de ontem, foi batido um recorde de dez mil tweets por minuto comentando as propostas dos candidatos.
Sabem de onde vinha a grande maioria?
Dos países do Sul da Europa.
Nesses países, como em Portugal,
há um futuro querendo nascer,
e uma super-estrutura de instituições e opiniões estabelecidas fazendo tudo para que esse futuro não nasça, pela razão mais mesquinha de todas:
porque dá trabalho a acompanhar.
Portugal, hoje, é a ditadura do mesmo:
os mesmos debates, os mesmos círculos, as mesmas opiniões e os mesmos partidos,
fazendo as coisas sempre da mesma maneira, e coreografando as mesmas controvérsias com as mesmas palavras e omesmo vazio de significado.
Quando há quarenta anos Salgueiro Maia quis acabar com a ditadura, nem precisou de a descrever:
bastou dizer “o estado a que chegámos” e toda a gente entendeu.
O mesmo se passa hoje.
Há regimes que são oligarquias, burocracias, tecnocracias ou bancocracias.
O nosso regime é a mesmocracia.
Alguém quer vir ajudar a acabar com isto?
Já basta.
(Crónica publicada no jornal Público em 30 de Abril de 2014)
Europeísmo
«O grande problema da União Europeia é que andou depressa de mais do ponto de vista burocrático e da "governança", e devagar de mais do ponto de vista democrático e da legitimidade política. Cavou-se deste modo um abismo entre, por um lado, os seus burocratas e os seus líderes e, por outro lado, os seus povos.
O europeísmo procurou ser a ideologia optimista deste abismo, mas o seu colapso está hoje bem à vista. Trata-se de uma espécie de ideologia sem política, tão vaga como ilusória, mas que foi distraindo os europeus das transformações de fundo que ocorriam no mundo e punham cada vez mais em causa o seu status. (...)
A ideologia europeísta acabou deste modo por conduzir ao facto de, quanto mais Bruxelas pesa na Europa, menos a Europa pesa no mundo. (...) Depois das eleições de domingo passado, o risco desta inércia mantém-se – mas o mundo vai continuar a mudar, com todos os seus naturais imprevistos.»
Manuel Maria Carrilho , via http://entreasbrumasdamemoria.blogspot.pt/ , 29/5/2014
Acabei de ler e assinar a petição: «REQUERIMENTO ABERTO DIRIGIDO A TODOS OS ÓRGÃOS DIRIGENTES DO PS» (para reunir Assembleias de militantes e Congressos (federativos e Nacional)**
no endereço http://peticaopublica.com/pview.aspx?pi=PT73632
Pessoalmente concordo com esta petição e cumpro com o dever de a fazer chegar ao maior número de pessoas, que certamente saberão avaliar da sua pertinência e actualidade.
Agradeço que subscrevam a petição e que ajudem na sua divulgação através de um email para os vossos contactos.
Esta mensagem foi-lhe enviada ...através do serviço http://peticaopublica.com em relação à Petição http://peticaopublica.com/?pi=PT73632
**: «
- Requerer aos órgãos competentes de âmbito local e concelhio que representem a vontade dos militantes e tomem em consideração o recado deixado pelos portugueses em geral, no sentido de reunirem as respectivas Assembleias Gerais e Plenários de Militantes a fim de se analisar a situação política nacional e europeia actual e proceder à convocatória dos Congressos Extraordinários Federativos e Nacionais;
- Requerer à Comissão Política Nacional, às Comissões Políticas das Federações e às Comissões Políticas Concelhias que representem a vontade da maioria dos militantes e procedam à marcação do Congresso Federativo Extraordinário, o mais breve possível, no sentido de se analisar a situação política nacional e europeia e debater programas e moções de orientação política nacional, com vista a desenvolver um processo eleitoral responsável, com vista a eleição do Secretário-Geral e dos respetivos Órgãos do Partido;
- Requerer à Comissão Política nacional, ao Secretário-Geral e às Comissões Políticas Federativas que representem a vontade da maioria dos militantes inscritos no partido e procedam à marcação do Congresso nacional, com vista a apreciar e definir as linhas da política nacional do Partido e à sucessiva eleição do Secretário-Geral e restantes Órgãos Nacionais do Partido, tomando por base um quadro de exercício do poder governativo nacional num futuro próximo e aprovar, no momento próprio, o programa para a próxima legislatura;
- Requerer ainda, como forma de abertura e democratização do Partido Socialista à sociedade, que os órgãos do Partido, de âmbito local, concelhio, federativo e nacional, promovam um encontro aberto, ao seu nível, envolvendo os cidadãos independentes identificados com as opções programáticas do Partido, destinado a debater a situação política e a reforçar a interligação entre o Partido, os simpatizantes e a população em geral.
...»
Cenas da crise da democracia burguesa
(por Miguel Madeira, 22/5/2014, http://viasfacto.blogspot.pt/2014/05/cenas-da-crise-da-democracia-burguesa.html )
Neste momento, estão a decorrer golpes militares na Tailândia e na Líbia.
Se na Líbia, a "democracia parlamentar" nunca foi para levar a sério (o "parlamento" eleito há uns tempos nunca mandou nada), já o caso tailandês demonstra que o "dinheiro velho" nem sequer admite perder eleições para o "dinheiro novo" (como seria se alguma vez ganhasse um partido de esquerda?).
Mas mais que um golpe aqui ou ali, parece-me haver sinais que uma ideologia anti-democrática parece estar a levantar cabeça - na Tailândia, a oposição (bem, a partir de hoje se calhar já não é oposição) diz abertamente que é a favor de um governo não-eleito; a "comunidade internacional", perante golpes de estado, já não parece emitir aquelas condenações verbais que fazia há uns anos (parece estar a voltar-se aos tempos da Guerra Fria e à linha de que não há problema em apoiar ditadores, desde que sejam "nossos"); e mesmo entre as elites intelectuais dos países ricos ideias anti-democráticas estão a entrar na moda.
----- gozar com a inteligência dos portugueses para esconderem o seu fracasso e não terem de assumir as responsabilidades. Quem depois de anos a fazer oposição silenciosa ao seu próprio partido para chegar à liderança do PS não vai querer morrer na praia e quem acabou de ter todo o protagonismo nas europeias não vai deixar de apoiar o chefe.
Compreendo todos os que negociaram o seu apoio ao líder com a promessa de em troca receberem mordomias governamentais quando este chegar ao poder, é natural que não estejam muito preocupados se Seguro vai ser primeiro-ministro ou vice-primeiro ministro, Passos Coelho também é líder de um partido e certamente não se oporá a que os que apoiaram Seguro seja remunerados de forma justa, repartindo o bolo das mordomias do poder.
Compreendo que os que há anos que dedicam o seu tempo às tarefas partidárias se sinta no direito de serem recompensados e que a recompensa que cada um deles vai ter é superior aos prejuízos que estes políticos estão infligindo à generalidade dos portugueses. Não sou ingénuo ao ponto de acreditar que os chamados aparelhos do PSD ou do PS estão muito preocupados com o sofrimento dos portugueses.
Eu compreendo isso e muito mais, mas quero que os senhores também compreendam que eu não sou nenhum borrego preso no redil do PS e que os senhores só são alguém na vida porque muitos como eu têm votado no vosso partido ou noutros como o vosso. Mas isso acabou, não estou disposto a ser gozado e humilhado com festejos de uma derrota que me humilhou. Depois de três anos a ser humilhado por um governo, depois de perder um quarto da minha remuneração assistir aos vossos festejos por uma derrota milimétrica foi humilhante. Os senhores não estavam a festejar o fim daquilo que faz tantos portugueses sofrer, estavam festejando a expectativa de virem a partilhar o poder e esta política.
Portanto, podem continuar a festejar nas aviso-vos de que não será com o meu voto que voltam a ter farras, desta vez ainda resisti a votar em Marinho Pinto ou no PCP, mas garanto-vos que se os senhores ainda estiverem à frente do PS nas próximas eleições não hesitarei e se for necessário tapo os olhos e voto no PCP ou tapo o nariz e voto no partido do Marinho, em vocês e no PS é que não voto nem tenciono voltar a votar.
Estou farto do espectáculo triste que têm dado, é ridículo ver um Seguro responder com a Europa quando questionado sobre a solução para os problemas nacionais e quando chega as eleições europeias sai-se com um programa de 60 medidas pensadas à pressa como pré-programa para as legislativas, por este andar nas próximas presidenciais ainda se lembra de apresentar um candidato à Junta de Freguesia de Belém. Foi ridículo demais para ser verdade e este país merece muito mais do que um programa de 60 medidas pensadas à pressa pelos assessores 3B (Betinhos, Belezas e Brilhantes) do Tozé. Por enquanto isto ainda é um país e não é uma associação de estudantes do ensino básico.
Portanto meus senhores, lutem por se manter no poder porque o mais certo é conseguirem mais uma grandiosa vitória eleitoral e talvez consigam substituir o Paulo Portas no cargo de vice-primeiro-ministro. Como não tenciono voltar a votar em partidos onde o poder se alcança com truques mafiosos aqui ficam os meus parabéns antecipados. As eleições legislativas talvez consigam o que não conseguiram muitas eleições de associações de estudantes, juntar Passos Coelho e Seguro no mesmo projecto político.
-----Seguro perdeu a oportunidade de evitar a sua transformação num cadáver político em putrefacção, devia ter tido a coragem de assumir os resultados eleitorais como uma derrota pois foi isso oq ue ele sofreu numa eleição em que se joga a feijões e tudo tinha para atingir resultados históricos. Um quase empate nas eleições europeias é sinal de que muitos eleitores confiam mais no gato da casa do que em Seguro e na sua equipa dos 3B, Betinhos, Belezas e Brilhantes.
Os eleitores não gostam nem confiam em Seguro e tudo o que ele tem feito só lhes dá razão, chega-se mesmo ao ponto de ter feito muito mais oposição ao governo de José Sócrates do que a que faz ao do seu amigo de sempre Passos Coelho.
Ao não sair da liderança do PS com dignidade ou sai de empurr
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