... afinal, as organizações internacionais ainda conseguem ter uma palavra a dizer... e se tal palavra não for eficaz, com consequências reais no plano das decisões concretas, fica, pelo menos!, o registo da sua pronúncia simbólica que, (in)felizmente?!, nos tempos que correm, não é de minimizar... refiro-me à ONU que se pronunciou em defesa de Baltasar Garzón, o Juiz que a Espanha levou à fogueira inquisitorial contemporânea... LER AQUI!
Ganhem 30 m de vida e vejam, com atenção!, os 2 vídeos que ilustram Quemé o Juiz Baltasar Garzón:o Homem que prendeu Augusto Pinochet, ditador do Chile, que quis julgar os assassinos a soldo de Franco e do Fascismo espanhol, que condenou os GAL contra os interesses (ditos "de Estado" mas, seguramente, corporativos!) e que defendeu e ajudou, como ninguém!, os indígenas na Colômbia...
Tenham a coragem de saber e de conhecer, com objectividade, as razões que assistem às obscuras motivações em que assenta a condenação de Garzón, o Juiz que ilustra o modelo de democracia pelo qual, todos, mas, mesmo todos!, aspiramos !... e sim, VIVA GARZÓN !
O regime judicial espanhol perdeu a credibilidade ao condenar o Juiz Baltasar Garzón com uma sentença que pode ser lida AQUI... Condenado a não poder exercer durante 11 anos por, alegadamente, ter autorizado escutas a corruptos em cumprimento de regime prisional, a partir de uma argumentação que faz jus à retórica distante da verdade e da justiça, o Juiz exemplar que todos gostariamos que fosse o modelo do exercício de uma profissão de que pode depender, tantas e tantas vezes, a vida e o futuro das pessoas, viu interrompida uma carreira cheia de dignidade a partir de uma ordem medíocre e indigna. A Espanha está mais pobre e mais sózinha, assumindo tempos de má-memória, particularmente assustadores nos tempos que correm! Entretanto, o mundo está com Baltasar Garzón ! Viva Baltazar Garzón ! (LER MAIS AQUI)
A actriz e cantora (e deputada) Maria de Medeiros defendeu hoje a união de Portugal e Espanha num estado ibérico, porque "a união faz a força".
Maria de Medeiros, de 45 anos, falava numa conferência de imprensa para anunciar o recital que vai dar na sexta-feira na ilha de La Palma (Canárias) e sublinhou que "está na hora" de fazer a união dos dois países num único estado (federado), visto que "as identidades culturais e linguísticas estão muito definidas e, além disso, a união faz a força".
Na opinião da actriz, os dois países "têm tantas coisas que os unem e tanta riqueza cultural em cada uma das suas regiões que devemos tentar a união". Sou um entusiasta da União Ibérica porque limitados a esta quintarola de meia dúzia não passamos de "caseiros" de uns quantos terratenentes e usurários cuja pátria é o dinheiro ganho à custa da pobreza, (aqui, com estas oligarquias...) não temos horizontes para fugir desta vil tristeza... (e somos obrigados a continuar a emigrar).
VIVA A UNIÃO IBÉRICA !!!! ABAIXO OS RANHOSOS DO 1º. DE DEZEMBRO
O despertar dos ódios antiespanhóis por Manuela Ferreira Leite é apenas lamentável. A catástrofe está em ela poder ganhar votos com isso.
Em França chamam-lhe TGV, em Espanha é AVE e em Portugal não tem sigla porque pode nem existir. Mas a decisão de construir ou engavetar a alta velocidade ferroviária só é bem tomada se o for em função de uma análise de custo/benefício descontaminada.
Quanto custa, quem paga, como se financia, o que se importa, que emprego cria, impacto na rede de transportes, etc. Construí-la é, e foi, uma opção política, contratualizada com o governo espanhol.
As razões pelas quais o PSD vinha questionando o TGV eram fundadas. O projecto é economicamente inviável, o investimento jamais será recuperado com "cash flows" futuros. Mesmo esquecendo o investimento, que é, em parte, subsidiado por Bruxelas, os estudos oficiais do Governo admitem que as receitas de exploração podem não ser suficientes para suportar os custos de operação. Só as (subjectivas) externalidades ambientais e de desenvolvimento económico nas zonas adjacentes fazem os planos do Governo cubicar. E se é verdade que em Espanha o AVE é um enorme sucesso que superou todas as estimativas de tráfego, comparar a eficiência das empresas ferroviárias de Espanha com as de Portugal é como colocar mulas em corridas de cavalos: o descalabro nos investimentos recentes da ferrovia e os buracos negros nas contas da Refer e na CP mostram a qualidade da gestão da ferrovia em Portugal.
Até aqui, o PSD vinha enfatizando estas razões e argumentando com o "timing": não é o melhor. Pois não, mas como o grande filósofo Cristiano Ronaldo citou aquando de um convite de Madrid, "o comboio não passa duas vezes". Queiramos ou não, é agora que a União Europeia subsidia, é agora que Espanha está a construir. E é agora a data com que nos comprometemos, por contrato, com gente que nos julga séria. É possível renegociar condições de um contrato, não é desejável rasgá-lo. Não é uma questão de imagem, é uma questão de lei.
O lóbi da construção tem má fama, mas neste assunto tem razão: Portugal não pode ser um país que não se respeita, em que os contratos são para rasgar e a palavra de estadista é adereço. Não se pode num dia prometer tudo aos estrangeiros para que cá invistam e no dia seguinte dizer que não os gramamos, que nos querem explorar e que afinal o prometido não é devido, é de vidro - quebrável.
Manuela Ferreira Leite invocou o pior dos argumentos para se opor ao TGV. O que os espanhóis perdem com o fim do TGV é o mesmo que perdem os portugueses: apoios comunitários. Pior: Ferreira Leite usou o argumento de "Portugal, província espanhola" como um charlatão invoca fantasmas numa sessão mediúnica: para fazer medo.
Andamos nisto há décadas. A economia já venceu os mitos, com trocas comerciais em larga escala; os negócios já passaram da fase em que os espanhóis não eram (oficialmente) idóneos para gerir bancos; a sociedade já atravessa a fronteira sem dar conta. Só os políticos mantêm activo este preconceito que há século e meio nos fez ter uma distância entre carris de comboio diferente: para que não nos invadissem.
Os espanhóis são um mau exemplo de proteccionismo empresarial. Mas com tantas coisas boas que têm, escusamos de imitá-los no que têm de mau. [Jornal de Negócios, Pedro Santos Guerreiro]
Manuela Ferreira Leite pegou nas relações Portugal-Espanha para fazer campanha eleitoral. A coberto do tema TGV referiu-se a Espanha num tom a que o país já não estava habituado, nomeadamente quando disse que Portugal "não é uma província de Espanha".
Que comentário merecem as suas palavras? Não foi uma declaração em falso, resultado de um empolgamento fortuito no debate com Sócrates. Foi um "statement" planeado (só não se percebe o impacte que as suas declarações tiveram em Espanha - talvez a Imprensa espanhola ainda estivesse a viver a sua "silly season")… E, por isso, a atitude de Ferreira Leite merece uma reflexão. Porque ao desenterrar uma velha questão das relações Portugal-Espanha (quem manda em quem), a líder do PSD pôs-se a jeito. Das críticas de quem a vai acusar de estar virada para o passado (como fez Sócrates ontem), repescando velhos mitos que nos faziam olhar para Espanha como um "papão"; e das críticas de quem olhar para a atitude da líder do PSD como a manifestação de um complexo de inferioridade face ao país vizinho. Algo como: "Se os espanhóis já não olham para nós como o território que falta conquistar, mas como uma oportunidade de negócio, o que leva uma candidata a primeiro-ministro a desenterrar velhos demónios?".
É a esta imagem que Ferreira Leite ameaça ficar ligada. O que, convenhamos, não é um bom cartão-de-visita para um país que em vez de reviver os maus exemplos do passado com Espanha devia estar a ouvir Ferreira Leite propor medidas para… passarmos à frente dos espanhóis nos próximos anos. [Jornal de Negócios, Camilo Lourenço]
O presidente do Governo espanhol, José Luís Rodriguez Zapatero, anunciou hoje uma redução de cinco por cento do imposto de sociedades para as pequenas e médias empresas e no imposto dos trabalhadores por conta própria. No seu discurso inicial de cerca de uma hora no primeiro dia do debate sobre o Estado da Nação, Zapatero defendeu um novo modelo de desenvolvimento económico para o país, apontando sectores e indicando algumas medidas.
A redução de cinco pontos do imposto sobre as empresas afectará as que têm menos de 25 trabalhadores, cuja facturação não ultrapasse os cinco milhões de euros anuais e que mantenham ou aumentem os seus quadros de pessoal. Idêntica redução de cinco por cento, desta vez no imposto sobre os rendimentos, afectará os trabalhadores autónomos, por conta própria, que mantenham o emprego dos seus assalariados. Por outro lado, todas as entidades que aumentem os seus quadros de pessoal em 2010 podem, igualmente, beneficiar da redução de cinco pontos do imposto de sociedades.
As PME e os postos de trabalho afectos aos autónomos são os maiores criadores de emprego em Espanha, e os mais fustigados pela actual crise. Estes sectores não podem recorrer aos processos de regulação de emprego, utilizados pelas grandes empresas na sua reestruturação, razão pela qual eram as mais afectadas pelo desemprego que, em Espanha, já supera os quatro milhões de trabalhadores.
Zapatero anunciou, ainda, a redução de gasto público para este ano em mais mil milhões de euros que, somados aos 1,5 mil milhões de euros de cortes anunciados em Fevereiro, atinge o valor de 2,5 mil milhões.
Como forma de escoar o stock de novas casas sem venda no mercado, um parque calculado entre as 700 mil e um milhão de novas residências, o Governo vai manter até 2011 a actual dedução nos impostos de 9015 euros pela compra de casa. A partir de então, esta dedução só será aplicada a pessoas com rendimentos anuais inferiores a 17 mil euros. As deduções fiscais por aluguer serão iguais à da compra, quando o arrendatário tenha menos de 30 anos.
Para a dinamização do sector automóvel, o 3º maior da Europa, Rodriguez Zapatero anunciou um plano de apoio directo à compra de novos veículos de dois mil euros. Deste montante, 500 euros são subsidiados pela administração central, outros 500 pelos governos regionais e mil euros do sector. Vai ser lançado um plano de renovação de autocarros com mais de 10 anos e os passes sociais do transporte público descontarão nos impostos. Recentemente, o Executivo já investiu 800 milhões de euros em apoios à indústria automóvel, o que já permitiu a adjudicação de novos modelos a fábricas de Espanha. Como é o caso do Audi Q3 que será produzido nas instalações de Martorell, nos arredores de Barcelona, da SEAT, a marca espanhola do grupo Volkswagen.
Um computador para cada aluno
No campo da educação, Zapatero anunciou que a partir de Setembro, ou seja, no início do próximo ano lectivo, os alunos do 5º ano da primária, nas escolas públicas e concertadas, passam a dispor de um computador portátil. Uma medida que afectará 420 mil alunos, ao abrigo do projecto de inovação e modernização do ensino primário, pelo qual nas aulas serão instalados quadros digitais e ligações a Internet.
O presidente do Governo indicou quais os sectores em que se deve basear o futuro da economia do país. Uma alteração do modelo do desenvolvimento espanhol, assente na última década na construção, e que Zapatero pretende corrigir. Os novos sectores são os das tecnologias de comunicação e informação (TIC), que têm crescido ao ritmo anual de dez por cento, as denominadas ciências da saúde, da biomedecina à farmácia, a economia social, baseada nas cooperativas e fundações, e o ambiente e poupança energética que, segundo Zapatero, pode absorver parte do desemprego da construção nas obras de melhoria energética dos edifícios públicos e privados.
Foi também destacada a continuação da aposta no apoio a idosos, pelo seu alargamento a mais 150 mil famílias. Este apoio já criou 65 mil postos de trabalho directos e afecta actualmente a 650 mil famílias.
Entre os sectores tradicionais da economia, Rodriguez Zapatero revelou que no turismo, que representa 11 por cento do PIB, a aposta deverá ser de mais qualidade. Referiu, também, a engenharia e gestão de infra-estruturas, sector em que seis das dez maiores empresas do mundo são espanholas, a indústria agro-alimentar, o têxtil e a moda, e o sector cultural. [Público]