Sexta-feira, 01.04.16
- Nunca lhe encheram a caixa de correio ou a caixa de comentários com "sortudas" ofertas de 'amigos' ou convites para 'clicar' ou responder a 'e-mail' porque foi "premiado", por ser o visitante nº mil ou milhão' ?!!!
- Ainda não recebeu 'Ofertas' de Empréstimo de Dinheiro ou de Abertura de Conta bancária para alguém que lhe dá metade (ou 10%...) do dinheiro a depositar; ou 'prémios' e 'oportunidade única' ... ou conseguir 'bom emprego' no estrangeiro ?
São "esquemas para sacar-lhe dinheiro", rápida e facilmente ... mas que, para si, só vai ter Prejuízos !! (e cadeia ou hospital ...) sim, porque aquilo que lhe oferecem e parece ser 'Sorte' (na vida ou no JOGO a dinheiro/ apostas via 'net' e 'bet'...) é na verdade 'Azar' + azar e desgraça ...
São esquemas para lhe Furtaram dados pessoais* (para venderem os seus dados na net, o/a 'massacrarem' com publicidade e ... para fazer cartões de crédito e documentos falsos ... ficando depois você com as contas, dívidas e responsabilidades)!
São esquemas de BURLA, ameaça/ chantagem, ROUBO, agressão ou forçar a trabalho escravo, a prostituição , 'passar' droga ... venda de orgãos !!) destruindo as suas finanças e vida profissional, familiar e pessoal !
CUIDADO: não siga essas "cantigas"... pois «Não há "ajudas" de desconhecidos», nem «almoços grátis» e «quando é "oferta" ou "premiado" sem ter jogado», "a esmola é grande" ... Deve Desconfiar mesmo!! e RECUSAR, sem querer saber mais ou "apenas" experimentar (ou ver/ 'clicar' na 'janela' ou 'link') !! e NUNCA enviar Dinheiro ("para papelada, entrada ... ou o IVA"), NEM os seus DADOS PESSOAIS, nem os Contactar. ... às vezes é só em 2ºcontacto ou directamente que o/a 'convencem' «a assinar/ a dar-lhe dados pessoais * valiosos ou mesmo dinheiro... e depois vem a desgraça.
* Dados pessoais (geralmente não pedem tantos dados, para não afuguentar a presa, até porque mais tarde ou através de alguns conseguem outros) :
Seu nome completo: ...........................
Seu endereço de email : ...........................
O seu número de telefone completo: ...........................
Morada (ou Empresa/ local de trabalho): ..........................
Sua cidade: ...........................
Estado / Província: ...........................
Seu país: ...........................
Fax: ...........................
Data de nascimento: ...........................
Renda mensal: ...........................
Estado civil : ...........................
Sexo: ...........................
Fonte de reembolso: ...........................
Valor do Empréstimo Necessário: ...........................
Sua senha: ...........................
Prazo do empréstimo: ...........................
A finalidade do empréstimo: ...........................
O seu NIB / IBAN/ nº de conta bancária: ......................
Nº fiscal/ contribuinte: ...............................
Nº BI / C.Cidadão: .............................
. Nunca enviar estes dados pessoais para desconhecidos ... são 'uma mina' para burlões e criminosos !! ...e questione-se sempre: porquê para mim?, para quê isso?, ... e o que não dizem ou escondem? o que é que ele quer (mesmo)? o que ele vai ganhar (para além do que diz)?!!. E não deve acreditar nos 'nomes', títulos, fins caridosos, ... provavelmente é tudo FALSO !! ... aliás tentam ter boa apresentação mas são rede mafiosa com empresa de fachada.
. Exemplos de «perigosos iscos» de algumas 'ofertas' de 'pessoas amigas' a querer 'apanhar' incautos ou pessoas desesperadas, mais crédulas e menos cuidadosas (às vezes notam-se erros de tradução automátic? ou de expressão estrangeira):
---« Dia bom
Eu sou o Sr. James Walters um tipo e um bem conhecido, legítimo e um credenciada Prestamista, I emprestar dinheiro para empresas que necessitam de apoio financeiro e as pessoas, Se você tem mau crédito ou você precisa de dinheiro para pagar as contas? Não tenha medo, Somos licenciados agiotas e fornecer empréstimos de curto / longo prazo. aprovação rápida, 100% garantida contacte-nos através mrjameswalters90@... . Ficha de pedido de empréstimo.
Estou ansioso para ouvir de você
Cumprimentos
Sr. James mrjameswalters90@... »
---«...Somos licenciados emprestadores de dinheiro, oferecemos empréstimo rápido e aprovação rápida em uma baixa taxa de juros de 2% (ou 3%) (ao ano? ao mês?! ao dia?!!). Nós fornecemos soluções de empréstimo jurídica aos particulares e donos de empresas que estão precisando de dinheiro. Entendemos o estresse emocional e mental de ter que lidar com problemas financeiros ao lidar com a vida cotidiana . Com uma gama flexível de serviços de empréstimo (?!), estamos empenhados em ajudá-lo com um reembolso do empréstimo em sua confortável melhor. Não hesite em contactar-nos, os nossos clientes "satisfatório é a nossa primeira prioridade. Como nós valorizamos todos os nossos clientes, ouvir suas necessidades, proporcionando-lhe o nosso apoio financeiro. Para mais informações, contacte-nos através do email: Davisloanfirm10@... »
---«...Você está na necessidade de um empréstimo? Você quer ser financeiramente estável? Ou você quer expandir seu negócio? Oferecemos empréstimo empresa, auto empréstimo, empréstimo de negócio, e empréstimo pessoal, empréstimo christmass a uma taxa de juro muito reduzida de 2%(...?!), com duração (sem fim?!) confortável, que é negociável. Esta oferta está aberta a tudo o que será capaz de pagar de volta no tempo devido. Por favor, volte para nós se interessado com este e-mail (mauricefinance@...) »
---«...Esta mensagem atende aos indivíduos, os pobres, ou para todos aqueles que estão em necessidade de um empréstimo particular para reconstruir suas vidas. Eu sou um particular que oferece empréstimos que variam de 2.000€ euro a pessoas de € 2.000.000 capazes de satisfazer as condições (...?!). Você deve ser uma pessoa justa, honesta, sábia e confiável. Eu concede empréstimos a pessoas vivas em toda a Europa e ao redor do mundo (França, Bélgica, Suíça, Brasil, Roménia, Itália, Espanha, Canadá, Portugal, Índia, Ilhas Maurício,...). Minha taxa de juros é 3% ano.Não hesite em contactar-me para obter mais informações. Estou disponível para conhecer meus clientes em uma duração máxima de 3 dias após a recepção do seu formulário de candidatura. Entre em contato comigo para obter mais informações. annatanja21@...»
---«...Bom dia, eu sou Martinez e eu sou do Chile, eu estou aqui para ajudar a todos aqueles que necessitam de um empréstimo a ser menos livre para ser enganado porque eu arrancou 4.000 usd durante a minha busca por um empréstimo, você vai encontrá-lo muitos credores que dizem que querem dar-lhe um empréstimo e que vai certamente pedir com antecedência e, eventualmente, ir embora, ou melhor pedir mais dinheiro, eu estava realmente em dívida por um tempo e eu quase morreu de um ataque cardíaco, i foi rejeitado pelos bancos e empresas de todos os legítima, mas como Deus ele poderia fugir com ele, fui apresentado a um empréstimo de assinatura, eu ainda pensei que era outra farsa, eu decidi dar-lhe uma tentativa, me pediram para pagar IVA cobra apenas I fez, para minha grande surpresa, recebi o empréstimo para a minha conta no prazo de 3 horas de serviço do banco, por isso quero aproveitar esta oportunidade para dizer a todos vocês lá fora procurando um pré! empréstimos, por favor não deixe entrar em contato com outras empresas de empréstimo, porque eles vão acabar destruindo você e até mesmo torná-lo sem-teto, se possível, por favor contacte o acesso SINAIS DE CRÉDITO AO VIVO imediatamente via e-mail: [jorgegraceloanfirm@...] dirá Martinez de Chile indicado, ser avisado. ...»
---«...meu nome é Viviane, estou em busca de emprestar dinheiro por vários meses, eu fui 5 vezes vítimas de fraude, com a falsa credores que me arruinou,fiz uma tentativa de suicídio por causa deles.Porque eu tinha dívidas e contas para pagar. Eu pensei que estava acabado para mim, não tenho mais o sentido de viver. Mas, felizmente, eu vi o testemunho feito por muitas pessoas no Ms. Rose DUBOI, é assim que entrei em contato com ele para obter um empréstimo para liquidar minhas dívidas e cumprir o meu projeto. É com a Senhora Rosa DUBOI vida me sorrir novamente, esta é uma Senhora de coração simples e muito entendimento. Cuidado com os magistrados provenientes de África, porque, de fato, há indivíduos credor aqui na França.
Se você precisa de financiamento; de empréstimos de dinheiro ou de qualquer projeto para a realização deste Ms vai ajudar você a atingir e sustentar financeiramente
Contato : roseduboi33@... Conta : 100010...905911@facebook.com ...» --- ... ... ...
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Domingo, 28.02.16
"TTIP quer baixar padrões e aumentar lucros de multinacionais" (7/3/2016)
Um novo tratado internacional impulsionado pelos governos dos Estados Unidos e da União Europeia, o TiSA (Trade in Services Agreement 'Acordo sobre o Comércio de Serviços'), está a ser negociado secretamente entre 50 governos do planeta. Se for aprovado, vai impor a continuidade e intensificação do modelo financeiro desregulado que foi responsável pela crise financeira global de 2007-2008 que arrastou as economias ocidentais, crise que estamos a pagar após quase uma década de austeridade empobrecedora, cortes sociais e resgates bancários. Quem ganha com o novo tratado são as grandes companhias privadas multinacionais, ao mesmo tempo que governos e instituições públicas ficam de pés e mãos atados. 'acordo' que ficará acima de todas as regulações e normas estatais e parlamentares, em benefício das empresas.
... “é patente a intenção fraudulenta dessa negociação clandestina pela sua descarada violação da Convenção de Viena sobre a Lei de Tratados, que requer trabalhos preparatórios e debates prévios entre especialistas e académicos, agências não governamentais, partidos políticos e outros agentes, algo a todos os títulos impossível quando a elaboração de um acordo é feita em estrito segredo e às escondidas da luz pública".
... Os acordos do TiSA levam em conta todas e a cada uma das exigências da indústria financeira de Wall Street e a City londrina, (e outras 'offshores', grandes bancos, fundos de investimento/ especulação, seguradoras, consultoras de economia e finanças, bolsas, agências de 'rating',... KPMG, FedEx, ...), bem como os interesses das grandes empresas multinacionais/ transnacionais, para as quais o tratado não é secreto. Como alertou há meses... Jane Kelsey "o maior perigo é que o TiSA impeça que os governos fortaleçam a regulação do setor financeiro".
TISA procura limitar a capacidade reguladora dos países (-por T. Molina Ramirez, La Jornada)
As negociações são de tal forma secretas que nos anexos dos rascunhos obtidos pela WikiLeaks especifica-se que devem ser tratados como documentos classificados até cinco anos após a entrada em vigor do TiSA ou, se a negociação fracassar, até cinco anos após o fim das negociações.
. Na sua etapa mais recente, o rascunho do TISA que está a ser negociado em segredo por 50 governos, e que pretende regular de maneira supranacional serviços de saúde, de água, financeiros, telecomunicações, transparência e transporte, entre outros, propõe que os países signatários deem às instituições de serviços financeiros estrangeiros o mesmo tratamento que às nacionais. O instrumento passaria por cima de regulamentações estabelecidas por diversas nações por razões culturais, sociais, ambientais (como para enfrentar as alterações climáticas) ou de desenvolvimento e estabeleceria, caso venha a ser assinado, a faculdade de “tribunais 'comerciais' privados de decidir a forma como os países regulam atividades que são fundamentais para o bem-estar social”, assegura uma análise publicada pela Wikileaks sobre o TiSA.
... O acordo tem uma cláusula que não permitiria que alguns serviços voltassem ao controlo público depois de terem sido privatizados, mesmo que o serviço privado tenha fracassado ...
O TiSA inclui uma rubrica em matéria de transparência (há duas versões, uma datada de 16 de abril de 2014, a outra de 23 de janeiro de 2015 ). O acordo estabeleceria que os governos informassem a respeito de regulamentações antes de entrarem em vigor, para que as empresas tenham conhecimento delas. Segundo a análise da Wikileaks, o objetivo seria dar aos interesses comerciais a oportunidade de fazer lóbi a favor ou contra as propostas”.
Outro anexo revelado diz respeito ao transporte aéreo. A esse respeito, a secção da Aviação Civil, da Federação Internacional de Trabalhadores do Transporte (ITF, da sigla em inglês) afirmou: “O TiSA transformará o sistema de aviação num modelo multilateral completamente liberalizado e isto poderia ser muito perturbador para muitos países e para a força laboral desse sector. O TiSA levaria a uma indústria da aviação completamente dominada pelos gigantes globais, ou seja, por uma estrutura marcadamente oligopólica e não por uma concorrência de livre mercado. Isto afeta a distribuição global dos direitos económicos e laborais dos trabalhadores”. “A indústria da aviação não deveria ser colocada num ambiente de livre comércio, o qual enfraquece os controlos governamentais nacionais sobre uma indústria que depende da supervisão governamental para garantir a sua segurança operacional”, disse Gabriel Mocho, secretário de Aviação da ITF.
O TiSA inclui um anexo sobre o movimento de pessoas que oferecem de maneira temporária um serviço (o documento está datado de 13 de fevereiro de 2015). Para solicitar empregados do estrangeiro, o empregador não estaria obrigado a mostrar a falta de disponibilidade de pessoal local para fazer o trabalho desejado. Nessa modalidade, além disso, o empregado dependeria por completo do empregador, que em qualquer momento poderia prescindir do trabalho deste e mandá-lo de volta ao seu país de origem. O anexo não menciona direitos laborais.
O TiSA também inclui um anexo sobre o fluxo transfronteiriço de dados (a data do documento é 16 de setembro de 2013) e o direito à privacidade. “Se os Estados Unidos conseguirem o que querem, o TISA reduzirá a privacidade do utente (da Internet) ao permitir a compilação e a transferência sem limites de dados pessoais”, adverte a respeito um relatório da PSI.
-- TTIP: Governo português quer pôr multinacionais acima da lei
-- Acordo de comércio UE-EUA: As transnacionais contra a democracia
----- A 12a TTIP: «Deadend Trade Deal» (A.Moreno, 27/2/2016, Aventar)
A 12ª ronda das negociações secretas do TTIP, que ontem terminou em Bruxelas, teve dois animados pontos altos: No início do encontro, trinta activistas do Greenpeace acorrentaram-se à porta do centro de conferências onde o encontro se realizou, bloqueando a entrada e obrigando uma parte dos negociadores a entrar pela porta das traseiras… E na quinta-feira registou-se um momento de verdadeira emoção quando, perante a estupefacção dos lobbyistas e participantes presentes, o discurso de Dan Mullaney – chefe das negociações pelo lado norte-americano – foi repentinamente interrompido por um grupo do público que começou a cantar “The Song of Angry Men”, erguendo panfletos contra o TTIP e CETA e acabando por invadir o palco. Gloriosa consternação em volta.
Quanto aos resultados…. bom, tanto quanto se sabe (é tudo secreto, não é verdade?), falou-se, entre outros temas, sobre a cooperação regulatória (yes, a UE quer comprometer-se a, de futuro, informar previamente os EUA, quando estiver a planear nova legislação, para poder ter em conta as propostas de “melhoria” do outro lado do oceano); sobre a protecção aos investimentos (com a supersónica versão maquilhada do ISDS -tenebrosa cláusula de arbitragem/ tribunal privado-, proposta pela UE); e sobre a abertura dos mercados de concursos públicos.
Na conferência de imprensa no final da semana de negociação, os negociadores-chefes, Dan Mullaney pelos Estados Unidos e Ignacio Garcia Bercero pela UE, anunciaram que foram alcançados progressos nas equipes de negociação, entre outras, na questão da cooperação regulamentar. E com a maior das ênfases foi anunciado que há muita, mas mesmo muita, muita pressa de ambas as partes, em terminar o conteúdo substancial do primeiro esboço até o final de 2016 – antes de Barack Obama terminar o seu mandato como presidente dos EUA e o próximo presidente assumir o cargo. Democracia para quê ? São (lobistas e) burocratas europeus e estão obstinados em servir o “big business”!
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Domingo, 03.01.16
Na Net (e na realidade) há FALSOS perfis e identidades, pseudónimos, aliás, máscaras, sombras, 'burkas', ... e anonimato. Geralmente usados para preservar a liberdade (de expressão, criatividade, independência) e segurança para a sua vida pessoal e familiar ou profissional pública, separando-as das suas ideias, gostos, filiações e opções privadas ... podem ser usadas com responsabilidade, como brincadeira, como alter-ego ... para se defender de ser atacado por forças com maior poder, mas também podem ser usados com maldosa intencionalidade para atacar, desacreditar ou destruir reputações, trabalhos, ideias e adversários...
----- O salto evolucional dos perfis falsos do PSD (30/12/2015 por João Mendes, Aventar)
(Cindy Joseph, uma das muitas caras do perfil falso que administra o maior grupo de apoio ao PSD no Facebook)
Há perfis falsos e perfis falsos. Clones como eu gosto de lhes chamar. Uns são efémeros, como a saudosa Maria Luz, outros andam por aí, como se nada fosse, caso da actriz e conferencista Sasha Grey (Laura Campos por terras lusas). Mas o universo de clones laranjas já não é o que era. Longe vão os tempos das trincheiras.
Trago-vos hoje essa versão optimizada de perfil falso, a face visível do salto evolucional destas coisas. Um perfil falso que, mais do que debitar propaganda do defunto PàF, administra o maior grupo de apoio ao PSD que existe no Facebook. Dá pelo nome de Diana Sousa, usa fotos de modelos russas e da conhecida modelo “sénior” Cindy Joseph, defende a corrida aos levantamentos bancários em massa como forma de protesto contra o actual governo, articulada com uma página de Facebook com origens óbvias que dá pelo nome de “Salva o teu dinheiro da 4ª bancarrota socialista” e trabalha em articulação com outros clones e destacados 'trols'/ soldadinhos de chumbo da polícia de choque do PS(D e respectiva 'jota') nas redes sociais.
O registo é o habitual: fotos de mulheres atraentes, o isco dos imbecis para cativar amizades virtuais dos ainda mais imbecis, disseminação de propaganda em moldes primários e registo tão infantilizado quanto possível, bajulação da elite dirigente do partido e discurso do mais rasca e medíocre que existe e que estes embustes exigem.
Curiosamente, esta personagem surge identificada em múltiplas publicações da página oficial da coligação Portugal à Frente Europa, algo que por si só é revelador. (ver exemplos no post de J.M. e as inquinadas 'fontes/mídia' PàFiosas como o blog «Insurgente», o jornal «Observador», «grupo PSD no Facebook», ... ).
----R.Moringa: Sombras, o verdadeiro demo dos tempos.
Aprecio o trabalho de colocar luz sobre estas sombras.
Não tenho feicebuque, acabei com o Linkdin. Fujo destas redes que se converteram em pragas.
Não leio jornais há mais de 15 anos porque cheguei à conclusão que as notícias são frequentemente plantadas. O resto é pescado nas agencias noticiosas.
Leio alguns chamados blogues (!) porque são mais autênticos.
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Terça-feira, 24.11.15
Peticionemos (-por David Crisóstomo, 19/11/2015, 365forte)
Os emigrantes enfrentam vários problemas:
- Recenseamento opcional: os emigrantes são riscados das listas e têm de se recensear de novo quando mudam de morada para o estrangeiro, como se deixassem de ser portugueses. Em Portugal o recenseamento é automático.
- Recenseamento presencial: os emigrantes têm de perder dias de trabalho e fazer deslocações por vezes extremamente longas para se recensearem.
- Cartão de Cidadão: os emigrantes são obrigados a ir duas vezes aos consulados para terem um novo cartão de cidadão, e os consulados podem estar bem longe.
- Voto postal: o voto postal dificultou ou impediu o voto no Brasil, Timor-Leste, Macau e Emiratos Árabes Unidos. Votos foram para ao lixo por chegarem depois dos prazos!
Estamos no século XXI, os portugueses tratam de todos os seus assuntos pela Internet. Portugal vangloria-se de ser um dos países da Europa com o maior número de serviços disponíveis online.
Porque teremos ainda leis do século passado para o recenseamento e voto dos emigrantes?
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Sexta-feira, 03.07.15
Os invisíveis (jornalistas precários, freelancers, estagiários e desempregados)
(PS. Luz, Aventar, 3/7/2015)
Somos tantos, senhores. Tantos que não contam para as estatísticas, porque não há estatísticas. Na onda deste retrocesso civilizacional que nos apanhou nos últimos anos, há milhares de jornalistas que vivem e trabalham fora de uma Redacção, em regime freelancer, que tantas vezes se mistura com a precariedade. Em casa, na sua esmagadora maioria.
Uma grande parte chegou a esta condição pela via do desemprego, nos últimos anos, depois de levar aquele “coice de mula” de que falava Óscar Mascarenhas. É a geração dos ’40 que predomina, mas o fenómeno está a ganhar dimensões gigantescas: a maioria dos jovens que agora chega à profissão nunca vai conhecer qualquer vínculo laboral, depois do estágio.
Na quarta-feira, quando este Julho começou, a sede do Sindicato dos Jornalistas encheu-se. Integro há seis meses a nova direcção do SJ. E nunca tinha visto aquela sala assim, com tanta gente, depois da tomada de posse, quando a curiosidade levou tantos ao velho edifício. Gente que não existe, aos olhos da lei laboral. Gente que escreve e fotografa tão bem, tantas vezes melhor do que qualquer um dos que ainda vivem nas Redacções. Gente que se tornou “cara” – como o nosso João Mesquita, até nisto à frente do seu tempo – e por isso dispensável. Ou como David Clifford, que morreu há dias, sozinho, ao lado da máquina fotográfica.
(Sobre)vivem agora da boa-vontade dos editores, lidam todos os dias com o estigma que os enfraquece aos olhos da sociedade e (até) dos camaradas, lutam todas as horas pela normalidade da vida.
Num inquérito que serviu de ponto de partida para a discussão, o Sindicato encontrou respostas preocupantes: quase metade dos que responderam – que serão apenas uma pequena parte dos que existem – aufere o equivalente a menos que o salário mínimo nacional. Daí há-de pagar segurança social e demais impostos.
Uma semana antes, na mesma sala, o ministro da tutela tinha dito que os jornalistas são “os editores da democracia”. E que democracia será esta, perante um cenário destes, com um jornalismo sem poder e enfraquecido? (... comprado e ameaçado)
Da tarde deste primeiro dia do resto das nossas vidas de Julho, guardo os testemunhos duros que ali ficaram. Guardo as palavras de António Marujo, que é só o nosso melhor especialista em assuntos religiosos, e que o Público dispensou; da Vera Galamba, do Samuel Alemão, do Pratas, do Lorvão, do Steven, do João, do Bruno. E deixo-vos, para reflexão, as da Filipa Mendes, jovem estagiária, ainda na idade dos sonhos – como deveriam estar todos os da sua idade, com direito a um futuro – “não conheço nenhum estagiário que tenha ficado a trabalhar, terminado o estágio financiado pelo IEFP”.
O princípio do fim da privacidade dos portugueses (-J.Mendes, Aventar, 2/7/2015)
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Quando valores mais altos se levantam, o bloco central diz presente e coloca de lado as suas diferenças de fachada, à semelhança daquilo que aconteceu há uns meses quando se juntaram para tentar controlar o trabalho da comunicação social durante as campanhas eleitorais através de uma espécie de visto prévio estilo lápis azul. (censura prévia). Como se o “ascendente” que têm sobre a imprensa não fosse já suficiente. (precariedade, ameaça, medo, auto-censura e despedimento). Foi ontem levada ao Parlamento uma proposta da maioria para reforçar o poder das secretas portuguesas cuja aprovação, segundo me foi possível apurar (não encontro informação que me esclareça para além da notícia do Expresso Diário de Terça-feira), terá contado com o apoio do PS. A proposta permitirá, entre outras coisas, que os espiões acedam às listas de chamadas de qualquer cidadão (Jorge Silva Carvalho, antigo chefe do SIED que trabalhou para a Ongoing mas que afirma nunca ter disponibilizado informações à empresa, começará a ser julgado dentro de dois meses por aceder ilegalmente à lista de chamadas do jornalista Nuno Simas), dados de comunicações online, informação bancária e dados fiscais, bastando para isso uma aprovação de uma comissão composta por três magistrados do Supremo Tribunal de Justiça. Contudo, a proposta do bloco central é vaga sobre os critérios subjacentes à tal aprovação, não implicando sequer a existência de indícios fortes do investigado ter cometido qualquer crime.
Sobre o último ponto, a Comissão Nacional de Protecção de Dados (CNPD) emitiu um parecer que critica violentamente a proposta, afirmando que representa “uma agressão grosseira aos direitos à privacidade e à protecção de dados pessoais e, em consequência, ao direito à liberdade“. Um Patriot Act ao virar da esquina. Sejam bem-vindos ao princípio do fim da vossa privacidade e Liberdade.
Neste fim de semana um grupo de pessoas, de vários países estiveram debruçadas sobre a questão da vigilância de massas, a convite do Lisbon & Estoril Film Festival. É que estamos confrontados com a violação massiva dos direitos das pessoas. Podemos distinguir entre a vigilância exercida sobre alguém que é considerado um “alvo”, pelas mais diversas razões e a vigilância de massas. A primeira poderá, hipoteticamente, ser controlada em determinados aspectos, através de mecanismos de cidadãos e pode ser compatível com mecanismos democráticos. A segunda não, contra ela é difícil termos poder como cidadãos.
Qual a nossa relação com a tecnologia? As máquinas nossas amigas tornaram-se nossas inimigas. Através dos telefones, da nossa utilização da internet, dos cartões multibanco, da via verde, dos movimentos bancários, temos a nossa vida a nu, facilmente observada pelas grandes empresas. Esta vigilância passa não pelos órgãos do estado mas também pelas grandes organizações internacionais (/multinacionais) que acabam por ter poder sobre todos os estados.
Por exemplo, o que fazemos quando a rede SWIFT na Europa fornece aos EUA a informação de 90.000 milhões de transferências bancárias por dia? Para que irá servir esta informação que fica armazenada? Para que serve a compilação de informação de quem viaja de avião com peso superior ao estipulado? Ou de quem não tem no cartão de crédito o nome igualzinho ao que tem no bilhete de avião? Ou de quem esteve, pelas mais diversas razões, em países que as altas potências passaram a considerar problemáticos?
Servirá para nos proteger de algumas pessoas? Ou servirá para proteger interesses e “lixar” quem com eles não concorda?
Há uns tempos atrás dizíamos “Informação é poder”. Será que hoje continuamos nesse nível? Será que hoje, que temos mais informação temos mais poder? Ou será que informação não chega, também precisaremos de ter conhecimento e reflexão? E terão as pessoas um espírito crítico? Ou precisarão de o desenvolver?
Não somos exibicionistas nas redes sociais? Não expomos tudo? Os fotos de família, onde vamos, de que gostamos? A questão da vigilância de massas está relacionada com a violência económica e social. Sabe-se que quanto mais as pessoas têm estudos, mais sabem como se defender e controlar a sua imagem. São os frágeis, os de classes sociais mais baixas aqueles que estão mais expostos nas redes sociais. A vigilância não é sentida pelas pessoas, não é física. E qual é o papel dos artistas e escritores?
Philippe Aigrain é pesquisador da área da informática, anteriormente relacionado com a Comissão Europeia, cujas ideias se tornaram emblemáticas na militância a favor dos bens comuns e contra os abusos da propriedade intelectual e da apropriação da informação só por alguns. Desenvolve-as no seu livro “A Causa comum: a informação entre o bem comum e a propriedade (sob licença)”, que se tornou uma referência na reflexão sobre esta temática. Céline Curiol é escritora francesa. Jérémie Zimmermann é um engenheiro de computadores francês, co-fundador de “La Quadrature du Net”.
La Quadrature du Net é uma associação sem fins lucrativos, composta por cidadãos de vários países, que defende os direitos e liberdades dos cidadãos na Internet, e tem vindo a trabalhar na adaptação da legislação francesa e europeia aos princípios fundadores da Internet, sobretudo a livre circulação de conhecimento. Por isso, La Quadrature du Net tem-se envolvido nos grandes debates sobre a liberdade de expressão, direitos de autor, regulação das telecomunicações e privacidade online.
Para além deste trabalho, a associação também tem ajudado nos esforços para um melhor entendimento dos processos legislativos pelos cidadãos. Com a disseminação de informação específica e pertinente e de várias ferramentas, La Quadrature du Net almeja encorajar os cidadãos para a participação no debate público sobre direitos e liberdades na era digital ( www.laquadrature.net ) O fundador da WikiLeaks considera que a vigilância em massa realizada pelos serviços de informações destroem os direitos individuais e coletivos e prefiguram um "novo totalitarismo". Numa intervenção feita num debate realizado no âmbito do Lisbon & Estoril Meo Film Festival, hoje de manhã no Centro de Congressos do Estoril, Julian Assange dirigiu duras críticas à empresa Google, pela sua pretensão de "saber tudo sobre toda a gente", o que a transformou no "maior serviço de informações do mundo", segundo o fundador da WikiLeaks, e disse estar-se perante um "novo totalitarismo", que resulta das ações de vigilância em massa realizadas pelos serviços de informações, em especial os dos Estados Unidos.
Falando por videoconferência, a partir da embaixada do Equador em Londres onde se encontra desde junho de 2012, Assange denunciou o facto de, na atualidade, "todas as pessoas" serem vigiadas, reunindo-se sobre elas e "todos aqueles com quem convivem" dados que, mais tarde ou mais cedo, poderão ser usados. Esta realidade coloca em causa os "direitos individuais e coletivos" nas sociedades contemporâneas e ninguém consegue, em princípio, escapar a ela, designadamente numa época em que, graças à Internet e aos tipos de interação que esta permite, das redes sociais às transações comerciais, "todas as pessoas acabam por estarem ligadas entre si".
Como forma de proteção, Assange considera importante a necessidade de se saber proteger as comunicações feitas entre os indivíduos, através de software específico, e de não ceder à tentação do MEDO, "que paralisa". Notou ainda que os serviços de informações não são formados "por pessoas apaixonadas" pelo seu trabalho, que neles se cometem erros e podem "ser derrotados". No debate, intitulado "Reagir contra a violência de massas: abrir o espaço à sociedade", participaram Jacob Appelbaum, perito informático que tem trabalhado com Assange e Edward Snowden, e Jérémie Zimmermann, da associação francesa La Quadrature du Net, que defende a liberdade de circulação de informação e conhecimento na Internet, e os respetivos direitos, liberdades e garantias associados à utilização do espaço virtual.
Julian Assange denuncia "ocupação militar na Internet" (-por P.Mourato, 9/3/2014, Lusa/DN)
O fundador do site Wikileaks, Julian Assange, que permanece refugiado na embaixadada do Equador, em Londres, foi um dos convidados do festival norte-americano SXSW, sobre música, cinema e tecnologia, que decorre em Austin, no Texas, tendo feito a conferência por vídeo. No encontro, Assange denunciou o que considera ser uma "ocupação militar" na Internet, por conta de agências de espionagem e de informação, citando a Agência de Segurança Nacional (NSA) dos Estados Unidos. Para Julian Assange, atualmente vive-se "uma forma de vigilância mais agressiva, nunca antes vista no mundo" e que os jornalistas que escrevem sobre segurança nacional são hoje "um novo tipo de refugiado", obrigados a mudar de país para garantir segurança e alguma liberdade de expressão. Este ano, no programa debate, além de Julian Assange, são esperadas teleconferências do ex-analista da NSA, Edward Snowden - exilado em Moscovo - e do jornalista norte-americano Glenn Greenwald, atualmente a viver no Brasil, e que publicou as reportagens com informações reveladas por Edward Snownden, sobre a vigilância norte-americana de comunicações de telefone e Internet.
MARCADORES: abuso,
assange j.,
assédio,
burlões e ladroagens,
censura,
centrão de interesses,
cidadania,
comunicação social,
dados pessoais,
democracia,
desemprego,
direitos,
direitos humanos,
ditadura,
espionagem,
estado,
estado securitário,
estágios,
eua,
fisco,
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informação,
internet,
jornalismo,
liberdade,
medo,
militar,
multinacionais,
mídia,
portugal,
precariedade,
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salário mínimo,
secretas,
sobrevivência,
tecnologia,
telecomunicações,
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totalitarismo,
trabalhadores,
união europeia,
vigilância,
violação,
wikileaks
Domingo, 21.06.15
O futuro (de Portugal e) do Estado Social (por José António Pinto , Entre as brumas)
«O Estado Social está em perigo, está ligado às máquinas, quase a morrer. Esta morte anunciada não é inevitável. Existem alternativas e outro caminho para o revitalizar. (mas não com este desGoverno neoLiberal e amigo/servo da alta finança e dos oligarcas)
A intenção de destruir o Estado Social é política e ideológica pois permite ao actual Governo ter o falso argumento de passar para a esfera privada funções sociais do Estado lucrativas.
Com a falência do Estado Social é mais fácil (privatizar e) florescer o negócio lucrativo na área da educação, da saúde e da gestão do fundo de pensões.
Com a anunciada morte do Estado Social o dinheiro para proteger as pessoas pode ser descaradamente utilizado para comprar títulos de dívida 'pública'.
Com a anunciada morte do Estado Social os cofres de Portugal ficam vazios para pagar os juros da dívida (aos bangsters transnacionais, aos especuladores e) à senhora Merkel.
Com a anunciada morte do Estado Social vamos ter mais tolerância para o empobrecimento, para o aumento das desigualdades sociais, para a perda de direitos e para o retrocesso civilizacional que nos envergonha a todos.
Com a anunciada morte do Estado Social aceitamos sem protesto e indignação um Estado mínimo de caridade e assistencialismo que humilha e não emancipa os mais desfavorecidos.»
Mais rapidamente se intromete na nossa vida. As informáticas disparam avisos atrás de avisos, prazos, multas, penalidades, formulários e anexos, cumprimento de obrigações, informações, inquéritos, requisitos, documentos para pagar, ofícios, códigos multibanco, plataformas do e-governo e um sem-número de "papeladas" electrónicas para nos explicar que temos uma dívida para com ele, mas numa relação "moderna". Os novos estatistas do Estadão chamam-lhe modernização da Administração Pública. (...)
Não faremos nenhuma reforma por decisão autónoma. Os ventos de mudança da revolução americana e francesa com os seus liberalismos, das pensões de Bismarck, da social-democracia do Norte da Europa, das terceiras vias serviram para esta velha nação se ir ajustando, ainda que com atraso histórico. Temos de aguardar que a reforma se faça na Europa ou em qualquer país europeu para a podermos copiar: talvez a nossa maior especialidade. O relógio demográfico e da dívida ainda assim não se imobilizam por decreto.
Não temos o consenso político para promover a reforma, não temos elites capazes de a apoiar, não temos juventude que se revolte, não temos instituições sólidas e independentes, não temos capitalistas com capital, não temos professores motivados, não temos universidades financeira e moralmente independentes dos naturais interesses da sociedade e do seu velho Estado, não temos dimensão territorial que nos auxilie, e não temos sistema e instituições políticas reformistas. Somos situacionistas por atavismo (,medo, iliteracia e alienação). Devagar se vai ao longe, nem que se sacrifique o bem-estar de algumas gerações. (...)
Os políticos do arco de (des)governação (...) entupiram-nos com 'novilíngua', 'economês', propaganda e vãs palavras sobre reformas porque a Reforma é a reforma dos conceitos destas gerações. Diz-se tudo sobre reformas, faz-se quase nada. É por incompetência, ignorância ou irrealismo políticos? Ou são os políticos que estão prisioneiros dos eleitorados e das gerações que os elegem, e ou dos interesses das gerações que os financiam e promovem? Qualquer resposta pode servir. É só escolher a carapuça.»
( Quanto aos "não políticos" cidadãos deste país ... são também culpados, responsáveis por maioritariamente votarem no rotativista centrão de interesses ou por se absterem e consentirem na desgovernação... intencional ou incompetente.)
MARCADORES: abstenção,
administração pública,
alienação,
bangsters,
burocracia,
caridade,
centrão de interesses,
cidadania,
desgoverno,
desigualdade,
direitos,
dívida,
elites,
empobrecer,
especulação,
estado social,
estado-capturado,
estado-mínimo,
finança,
iliteracia,
informática,
interesses obscuros,
internet,
medo,
negociatas,
neoliberal,
novilíngua,
políticos,
privatizações,
propaganda,
reforma administrativa,
reformas,
reformas estruturais,
responsabilidade,
transnacionais
Quinta-feira, 21.05.15
A participação cívica e política está em processo de mudança, embora também o alheamento e a abstenção aumentem e sejam cada vez mais visíveis o fanatismo religioso, os comportamentos de arruaceiros, as milícias e fortes organizações criminosas, ... e o securitarismo (público e corporativo, de video-vigilância, de seguranças, de intrusão e burla-furto de dados pessoais, controlo de comunicações, etc). Os partidos e os 'políticos', os sistemas eleitorais e as instituições da própria democracia, estão sob fortes críticas e/ou afastamento dos cidadãos.
Neste panorama, crescem as actuações de lobbies pouco transparentes (económico-financeiros mas também as teias/redes de influência e pressão de 'barões'/oligarcas, grupos civis, religiosos, maçonarias, ... e de partidos/movimentos fascistas e paramilitares). Por outro lado, de forma mais transparente e em 'democracia directa' surgem muitas manifestações, campanhas e petições, iniciadas por simples cidadãos da nossa comunidade, por associações/ movimentos diversos e algumas são até apoiadas e/ou coordenadas (...)internacionalmente, para melhor tentar atingir os seus objectivos, sobre qualquer assunto - seja ele local, nacional ou global.
As agências de comunicação, os mídia, as redes sociais e a internet potenciam todas estas participações mas também a manipulação e o "massacre" informativo/ deformativo/ enviesado/'spin', obrigando a alguns cuidados e resguardos e limitando/ reduzindo de facto a democracia e os direitos cívicos políticos e sociais. Daqui resulta que, para sobreviverem, os Partidos e as instituições Democráticas terão de melhorar a sua actuação e que os Cidadãos têm de o ser participativos e responsáveis.
Para comparação (rigidez partidária vs dinamismo/atracção de uma organização cívica) e reflexão, apresento o 'estilo' de organização e actuação da plataforma para petições Avaaz :
«... A Avaaz (voz) é uma comunidade de mobilização online que leva a voz da sociedade civil para a política global. Uma comunidade transnacional que é mais democrática e poderia ser mais eficaz que as Nações Unidas. Uma simples missão democrática: mobilizar pessoas de todos os países para construir uma ponte entre o mundo em que vivemos e o mundo que a maioria das pessoas querem.
Tecnologia, agilidade e flexibilidade Antigamente, os grupos de cidadãos e movimentos sociais que atuavam em nível internacional tinham de reunir uma base de apoiantes em cada causa, ano a ano e de país a país, a fim de alcançar uma escala suficiente para fazer a diferença.
Hoje, graças à tecnologia e à ética cada vez maior de interdependência global, essas restrições não se aplicam mais. Enquanto outros grupos da sociedade civil mundial são formados por redes com nichos de causas específicas e escritórios nacionais, cada um com sua própria equipe, orçamento e estrutura de tomada de decisão, a Avaaz tem uma única equipe de atuação mundial, com a missão de trabalhar com qualquer questão de interesse público. Isso permite a organização de campanhas com uma agilidade, flexibilidade, foco e escala extraordinários.
A comunidade virtual da Avaaz atua como um megafone para chamar atenção para novas questões; como um catalisador para canalizar as preocupações públicas dispersas em uma única campanha específica e concentrada; como um carro de bombeiros que corre para oferecer uma rápida reação a uma emergência súbita e urgente; ou como uma célula-tronco de ativismo que cresce na forma mais adequada para preencher alguma necessidade urgente.
As prioridades e a força da Avaaz vêm dos próprios membros
Todo ano, a Avaaz define as prioridades do movimento por meio de pesquisas entre todos seus membros. As ideias para campanhas são submetidas a pesquisas e testes semanalmente com amostras aleatórias distribuídas a 10.000 membros, e apenas as iniciativas que recebem uma forte reação positiva são implementadas em grande escala. As campanhas que acabam chegando a todos os membros são depois reforçadas, muitas vezes, por centenas de milhares de membros da Avaaz participantes no período de alguns dias ou mesmo horas.
Uma ética de liderança servidora
A equipe da Avaaz escreve alertas de e-mail à comunidade de membros da mesma forma que um assessor de presidente ou de primeiro-ministro prepara breves relatórios informativos para o chefe: temos pouco tempo para transmitir as informações vitais de que o leitor precisa para decidir se deseja envolver-se na campanha, e essa decisão é de crucial importância para a campanha.
Para que esse breve momento de atenção produza frutos, é tarefa da equipe fazer com que os poucos minutos disponíveis, multiplicados por imensas quantidades de indivíduos, possam fazer verdadeiramente a diferença em alguma questão importante. A equipe trabalha com parceiros e especialistas para desenvolver estratégias de campanha que sejam eficazes e definidas pelos membros; sumariza essas estratégias através de alertas de linguagem clara e impactante; e, se o quadro de membros da Avaaz desejar prosseguir com a ideia, assegura que a campanha seja executada, entregando abaixo-assinados e mensagens de membros, organizando campanhas publicitárias financiadas pelos membros ou tomando qualquer outra medida necessária.
Em outras palavras, a equipe da Avaaz não define sozinha um programa de ação para depois tentar convencer os membros a segui-lo. Na realidade, o processo é mais próximo do oposto disso: a equipe consulta/ouve os membros e sugere ações que possam implementar para influenciar o mundo de um modo geral. Assim, não é à toa que muitas de nossas campanhas bem-sucedidas foram sugestões dos próprios membros da Avaaz. E a liderança é uma parte crucial do serviço prestado pelos membros: é preciso ter visão e habilidade para encontrar e transmitir um modo de construir um mundo melhor.
Nosso foco é propiciar uma guinada decisiva em momentos de crise e oportunidade
No decorrer de uma questão ou causa, às vezes surge um momento em que é preciso tomar uma decisão, e um protesto público em massa pode subitamente fazer toda a diferença. Mas para chegar a esse ponto são precisos anos de trabalho meticuloso, geralmente nos bastidores, feito por pessoas dedicadas que se concentram inteiramente nisso. Porém, quando o momento chega de facto e a atenção pública passa a incidir sobre nós como a luz do sol, as decisões mais cruciais podem seguir em uma direção ou outra, a depender das percepções que os líderes têm acerca das consequências políticas de cada opção. É nessas breves janelas em momentos de imensas crises e oportunidades que a comunidade da Avaaz muitas vezes deixa sua marca.
Em qualquer país, em qualquer questão, momentos assim acontecem, talvez, apenas uma ou duas vezes por ano. Por outro lado, como a Avaaz pode funcionar em todos os países e em todas as questões, esses momentos podem aflorar diversas vezes em apenas uma única semana.
Nosso modelo de financiamento pelos membros mantém nossa independência e obrigação de prestar contas
Como a Avaaz é inteiramente financiada pelos próprios membros, a prestação de contas democrática está em nosso DNA. Nenhum patrocinador corporativo, nem governos podem insistir que a Avaaz mude suas prioridades para se adequar a algum programa externo; nós simplesmente não aceitamos recursos de governos, nem de empresas.
Em vez de nos fragmentar, nós crescemos – unidos por valores
Movimentos, alianças e organizações muitas vezes, com o tempo, se fragmentam em muitos grupos menores – ou então gastam cada vez mais seu tempo tentando manter unidas os grupos rivais. Na Avaaz, reconhecemos que as pessoas de boa vontade muitas vezes discordam em temas específicos; em vez de pressionar por um consenso, cada um de nós simplesmente decide se quer ou não participar de determinada campanha.
Porém, as campanhas de base da Avaaz são um conjunto de valores: a convicção de que somos todos, primordialmente, seres humanos, privilegiados com responsabilidades para com os demais membros, para com as gerações futuras e para com o planeta de um modo geral. As questões com as quais trabalhamos são expressões específicas desses compromissos. Dessa forma, a Avaaz chega sempre a esta conclusão: as pessoas que ingressam na comunidade através de uma campanha sobre uma questão específica permanecem e participam de outras campanhas sobre outras questões. Uma de nossas fontes de grande esperança é a seguinte: nossos sonhos estão em sintonia e, juntos, podemos construir a ponte que une o mundo em que vivemos ao mundo em que todos nós queremos viver. ... »
MARCADORES: ambiente,
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união europeia,
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Sábado, 21.02.15
Crime, dizem eles (-por Carla Romualdo, 20/2/2015, Aventar)
Esteve recentemente em discussão no parlamento espanhol uma reforma penal que inclui a introdução da pena perpétua, ainda que sob a forma de pena de 25 ou 35 anos a ser revista no seu termo, e com a possibilidade de ser ampliada (!!). A medida, engendrada pelo PP e aprovada pelo PSOE (ah 'big brother'!), é pouco coerente com o terceiro lugar que Espanha ocupa entre os países da UE com mais baixa criminalidade, mas a reforma penal foi apresentada no contexto da luta contra o terrorismo, tema sempre sensível na sociedade espanhola, e ainda mais com a ameaça do jihadismo no horizonte.
Se a bandeira desta reforma penal é a possibilidade de castigar com pena perpétua os responsáveis por actos terroristas que originem a morte de cidadãos, “la chicha” – o miolo – está escondida, como lhe compete. Na prática, sob a capa da protecção face ao terrorismo, PP e PSOE uniram-se para aprovar uma lei que estenderá a definição de terrorismo a actos que até agora não eram mais do que contestação social, desobediência civil e boicote. A nova legislação passa a definir como delito terrorista “as desordens públicas” caso com elas se pretenda “obrigar os poderes públicos a realizar um acto ou a abster-se de fazê-lo”.
Em concreto, e para dar apenas um exemplo, isto quer dizer que as múltiplas acções populares que têm acontecido um pouco por toda a Espanha a fim de boicotar o despejo, por parte das autoridades, de cidadãos que não conseguiram continuar a pagar as hipotecas das suas casas passam a poder ser enquadradas na categoria de terrorismo. Geram “desordem pública” e obrigam os poderes públicos a “abster-se de realizar um acto”, o despejo. Logo, constituem actos terroristas.
Quando vejo que o governo português pretende apresentar propostas de lei com vista ao combate ao terrorismo, e que entre essas propostas estará a criação de novos tipos de crimes de terrorismo, nomeadamente o acto de aceder a sites, ou a apologia pública do crime de terrorismo, fico com a pulga inevitavelmente aos saltos atrás da orelha. Qual será a definição de terrorismo a que o legislador se aterá? Que “manifestações de terrorismo” serão tidas em conta para efeitos de criminalização? Como poderá o cidadão saber que o site a que acede é um dos que integram o índex de sites proibidos (já agora, haverá índex? e nova "inquisição/ santo ofício"?! ou passamos a ser "A Quinta" de Orwell 1984 ?!!)
E como irá o governo compaginar esta proibição da simples consulta de um site com um dos direitos fundamentais dos cidadãos portugueses, a liberdade de expressão e informação consagrada na Constituição da R.P. (artigo 37), que diz que todos têm “o direito de informar, de se informar e de ser informados, sem impedimentos nem discriminações”?
A leitura jamais implicou concordância, tão só interesse, curiosidade, e não será de espantar que cidadãos interessados manifestem vontade de conhecer a ameaça que sobre eles poderá pairar. Não acredito que os legisladores precisem que se lhes explique o que é tão óbvio, e é por isso que me permito desconfiar de que sob o pretexto da luta contra o terrorismo havemos de perder direitos e liberdades mais depressa do que esperávamos. Daí até que os bombeiros nos entrem em casa com lança-chamas atrás dos livros proibidos ainda falta muito? Suspeito que já faltou mais.
Ilustração: “Ray Bradbury’s Fahrenheit 451: The Authorized Adaptation”, de Tim Hamilton
----- Cá para mim isto é censura (-por josé simões,19/2/2015, derTerrorist)
Nos idos de 1984 uma das acusações contra um alegado membro das FP 25 era a de ter em casa o Manual do Guerrilheiro Urbano de Marighella, igualzinho ao meu, o que está na foto que ilustra o post. Em Portugal, antes do 25 de Abril de 1974, os jornais estavam todos no Bairro Alto pela proximidade com o Exame Prévio, a censura.
Antes da queda do Muro de Berlim o pessoal da RDA que morava junto à fronteira com a RFA safava-se a ver televisão, assim como os checoslovacos, os húngaros e os jugoslavos, estes pela proximidade com a Áustria. O camarada Hugo Chavéz proibiu os Simpsons antes de encerrar estações de televisão e jornais críticos do "socialismo bolivariano do século XXI", enquanto em Cuba os blogues da oposição são escritos a partir do exterior e as rádios com emissão em Miami são captadas com "batata frita" de interferência.
Dos desgraçados da Coreia do Norte nem vale a pena falar e o nosso (europeu neo-nazi governo húngaro de Órban Viktor e o nosso NATO) islamofascista na Turquia vai prendendo jornalistas, cartoonistas, humoristas, e fechando jornais, enquanto na Rússia os jornalistas críticos de Putin quando acordam estão mortos com um tiro na nuca. E podíamos continuar pelo "great firewall" da (nova imperial) China, para já não falar de queimas de livros e outras coisas que tais em passados recentes. Tudo com o mesmo argumento: a ordem pública, a segurança, das pessoas e do Estado.
«Terrorismo: os novos crimes aprovados pelo Governo [...] aceder a sítios na Internet que incitem a este fenómeno vão passar a ser considerados crimes no âmbito de um conjunto de medidas aprovadas esta quinta-feira.» Cá para «der Terrorist» isto é ...
MARCADORES: boicotar,
censura,
cidadania,
constituição,
contestação,
crime,
democracia,
desgoverno,
desobediência civil,
direita,
direitos,
direitos humanos,
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estado securitário,
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jihad,
justiça,
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orwell,
penal,
reformas,
secretas,
securitário,
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terrorismo,
totalitarismo,
união europeia,
vigilância
Segunda-feira, 16.02.15
As sondagens que vão aparecendo começam a deixar algum amargo de boca a quem, como eu, viu renascer a esperança numa verdadeira alternativa a este governo e ao marasmo que se apoderou do país aquando da mudança de líder do PS. António Costa corporizou, e bem, essa necessidade, criando uma verdadeira coligação de vontades, dentro e fora do PS.
No entanto o tempo vai passando e o vendaval transforma-se a largos passos numa brisa ou mesmo na quietude anterior. E a percentagem de abstenções a subir, que atinge já os 40,4%, é o mais importante dado que nos permite perceber que a desmobilização voltou e que a descrença se torna a instalar.
Será que o PS se contenta com uma vantagem tão magra em relação aos partidos da direita? Será que desistiu de cativar os abstencionistas, que é o grupo que pode dar a vitória ou a qualquer grupo ou movimento populista, dos que se vão desenhando e testando a desilusão dos cidadãos? Será que não precisa de seduzir a o eleitorado para a necessidade de uma maioria absoluta?
A afirmação de valores e de ideias não depende dos mercados nem das negociações europeias. Como já manifestei anteriormente, as posições cautelosas do PS no que diz respeito ao tratado orçamental e ao pagamento da dívida só demonstra a inteligência e seriedade da sua liderança. Mas falta o resto, falta tudo o que poderá criar a tal onda que nos leva a acreditar que há alternativas à apagada e vil tristeza com que nos resignamos a viver.
Queremos saber quais as reformas que o PS quer para os serviços públicos:
- Como vai remodelar o SNS? Investir nos cuidados primários? Como vai formar e incentivar Médicos de Família? Como vai organizar as Unidades de Saúde? Como vai organizar a referenciação dos cuidados? Como vai reorientar as prioridades de investimentos dado o tipo de patologias existentes e futuras, pelo envelhecimento populacional? Como vai rentabilizar e optimizar os os recursos humanos numa área com carências gritantes a nível médico e excedentes a nível técnico e de enfermagem?
- O que entende mudar em relação ao sistema de ensino? Como vai escolher os professores para o ensino público? Como vai avaliar as alterações curriculares que têm sido feitas, a concentração de escolas, a distribuição das ofertas a nível geográfico? O que vai fazer ao ensino de adultos? Quais os resultados dos reforços a Matemática e Português? Vai ou não alterar o acesso ao ensino superior?
- O que entende mudar nas carreiras da função pública? Vai manter a forma de remuneração ou vai alterá-la? Como pretende renovar os quadros? Ou quer esvaziá-los para continuar a fazer contratualização de serviços?
- Como entende dinamizar o mercado de emprego? Vai continuar a aumentar a idade da reforma e os horários de trabalho ou vai fazer o contrário? O que pensa dos empregos nas áreas de apoio social? O que entende fazer em relação à promoção da igualdade de oportunidades para homens e mulheres, combatendo a exclusão das últimas por causa da gravidez e apoio à família? O que pensa das creches e infantários nas empresas, dos horários parciais, do teletrabalho?
Posso lembrar-me de milhares de perguntas às quais ninguém sabe o que pensam aqueles que se vão apresentar a eleições. Mais do que gastar muito ou pouco dinheiro, as pessoas querem ver ideias exequíveis, que possam significar uma melhoria nas suas condições de vida.
António Costa terá que falar destes problemas e de outros que verdadeiramente interessam os cidadãos. A recuperação da ideia da regionalização (com a qual eu até concordo) diz quase nada a quase todos. Dá a sensação de que está a tentar ganhar tempo, como se estivesse a fazer sapateado enquanto espera pelo actor principal.
O PS tem que se esforçar por ganhar a confiança dos eleitores. De outra forma será mais um balão a esvaziar, numa festa que não chegou a começar.
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“A Miséria da Política” (passe o exagero) (-por JV Costa, no moleskine, 17/2/2015)
A actividade política portuguesa, a todos os níveis – institucional, partidária, social – está débil. Débil em intensidade e sobretudo em qualidade. A produção teórica é escassa e superficial, imperando a auto-censura dos autores que dão por certo que ninguém lhes lê um texto de mais do que uma página A4. Exceptua-se a intervenção crítica e informativa no domínio económico, mas nem sempre equilibrada por uma igualmente rigorosa e aprofundada análise política.
Aliás, escasseiam os analistas políticos de qualidade. A presença na televisão é predominantemente de economistas ou de políticos partidários reformados. Já poucos têm a dizer alguma coisa interessante, muito menos de radical. “D'Alema di' una cosa di sinistra, di' una cosa anche non di sinistra, di civilità… D'Alema di' una cosa, di' qualcosa! Reagisci!” (Nanni Moretti, “Aprile”).
Pior ainda é o trabalho teórico dos partidos. A menos que se confunda com isso simples artigos de opinião ou propostas de acção política concreta, PS, PSD e CDS têm trabalho teórico nulo, o do BE é escasso e o do PCP desgasta-se em incontáveis e indigeríveis comunicados, todos a usar um estilo, linguagem e esquema de raciocínio a quererem convencer que ainda há quem cultive o marxismo-leninismo (o pior é quando os mais arrebatados descambam para o estalinismo).
Na blogosfera (e FB,...), as “análises” são frequentemente ocas e limitam-se a amplificar em “sound bites” posições elementares, geralmente de indignação emotiva. Quando provêm de grupos proclamado como de debate independente, não é difícil, no Facebook ou nos blogues, fazer corresponder o seu discurso estereotipado ao de partidos políticos, por vezes até em versão mais extrema e reducionista de cartilha. Basta ver que, em redor dessas intervenções esvoaça sempre o mesmo enxame de implacáveis defensores da ortodoxia.
A ação política dos partidos, em oposição, é muito incipiente no uso das novas tecnologias e é de suspeitar que o alcance dos seus sítios, pesados e à imagem dos seus órgãos impressos, fique muito aquém dos seus principais instrumentos de construção de imagem e de respeitabilidade política: a acção institucional (legislativa, autárquica e, distantemente, europeia) e a influência sindical. (... ... )
-------[por V.Magno]:
... o apelo urgente que faz no final do texto à imaginação colide com a ausência de uma qualquer referência no texto às primárias abertas do (partido) LIVRE e da (coligação) Tempo de Avançar (TdA), aos métodos deliberativos que aplicam na elaboração de todos os documentos produzidos (caramba, até foi possível assistir em directo pela internet às votações das emendas enviadas) ou à própria natureza da TdA, que acaba por ser inovadora no panorama nacional - uma coligação que agrega um partido, movimentos e independentes.
Afinal a imaginação a que apela já está a ser testada e agitada pelo LIVRE há um ano para cá. Mesmo que as pessoas - bloguistas incluídos - andem demasiado distraídos ou com pouca paciência para a estudar e acabem por a adjectivar com expressões como "boleia ingénua". E eu aproveito para fundamentar este meu argumento noutro parágrafo do seu texto. O João Vasconcelos-Costa afirma: "Iniciativas da sociedade civil, movimentos sociais e culturais, associações comunitárias, etc., poderiam ter um papel importante na luta contra a desafecção da política e, em unidade com os partidos e outros corpos sociais, ir desbravando o terreno para uma absolutamente necessária reconversão do sistema político." Esta frase documenta uma vez mais uma escassez de estudo cuidado do que se está a passar em Portugal.
Não estará a experiência da sociedade civil organizada, em Portugal, a entrar para a arena da política? Procure as listas das direcções nacionais da última década das maiores organizações não-governamentais em Portugal. Leia os nomes. Analise depois as listas de candidatos nas últimas autárquicas e Europeias em partidos sobretudo da esquerda (LIVRE já incluído no caso das Europeias) e compare. Ou pegue já na lista de subscritores e do Conselho da TdA, por exemplo, que são públicos.
Há movimentação mas é preciso querer conhecer as pessoas - os mais activos da sociedade civil organizada em Portugal não são propriamente famosos. Se nos deixamos distraír apenas pelos interlocutores que os media seleccionam para entrevistar regularmente, escapa-nos facilmente este trabalho de bastidores que - reconheço - antes era difícil de averiguar dentro dos partidos tradicionais, mas agora é mais fácil de medir nestes projectos recentes precisamente por estes tornarem tudo muito visível e público.
MARCADORES: abstenção,
blogs,
coligações,
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esquerda,
internet,
movimentos,
mídia,
partidos,
política,
portugal,
programa,
ps,
revolta,
sondagem
Sexta-feira, 02.01.15
Sobre o
movimento PEGIDA - "Patriotas europeus contra a islamização do ocidente"
na Alemanha é recente, mas não assim tão surpreendente, como Sascha Lobo explica no artigo que Lutz Bruckelmann traduz. Anda tudo muito distraído ou o facto dos alvos serem muçulmanos explica o silêncio ? (antes foram os judeus, ciganos, anarquistas e comunistas, ... e quando os ALVOS forem os vossos/nossos vizinhos e familiares? vão reagir? esconder a cabeça na areia? fugir?).
Nada ver, nada ouvir, dizer muito - Uma crónica de Sascha Lobo (*Der Spiegel, 18.12.2014)
No Facebook, PEGIDA tem dezenas de milhares de
seguidores. São eles todos estúpidos? Certamente não. Mas isso mesmo é parte do problema.PEGIDA é por enquanto um dos poucos fenómenos políticos na Alemanha que
funciona online e offline. Na altura da "Nona
caminhada da noite" em Dresden, em 15 de dezembro, com cerca de 15.000 participantes, a sua página do Facebook teve mais de
50.000 fãs, ela cresce atualmente em cerca de
10.000 seguidores por dia e tem taxas de interação surpreendentemente altas.
Com as redes sociais surgiu uma nova perspetiva de observação. É possível acompanhar conversas, comentários, opiniões, cujos ecos anteriormente se perderem nas cantinas, nas mesas de café e nos corredores. Embora quase 30 milhões de pessoas estão entretanto ativos no Facebook na Alemanha, é claro que disto não resulta automaticamente uma imagem representativa. Mas podem identificar-se padrões de pensamento recorrentes. Isso também é necessário porque a política e os meios de comunicação estão atravessados por uma imagem distorcida do PEGIDA.
Ralf Jäger (SPD), Ministro do Interior que consistentemente fala de forma confusa, por exemplo, rotulou os
organizadores "Nazis bem-vestidos"["Neonazis in Nadelstreifen" N.T.: Nadelstreifen é sinónimo de um fato de qualidade de topo]. O
chefe do PEGIDA, o chefe de cozinha de formação Lutz Bachmann, fugiu da prisão para a África do Sul,
cumpriu dois anos de prisão por roubo e está atualmente em liberdade condicional por um delito de drogas. Menos "Nadelstreifen" não é possível. Mas porque a aliteração absurda soa tão escorreita como um título de best-seller, a tirada "neo-nazis em riscas" até fez uma carreira internacional. O "Guardian" traduziu isso numa condensação ainda mais errada como "pinstriped nazis".
A treta mesclada do "Ocidente" com um primário racista "O povo é, infelizmente, muitas vezes estúpido", escreveu Franz Josef Wagner no órgão central da
estupidez popular [o tabloide "Bild"]. Um tenor similar - todos idiotas - há também
no Twitter, o órgão central do despeito popular. Seria conveniente se os manifestantes e fãs do PEGIDA fossem todos estúpidos. Infelizmente, não é tão simples.
Porque para além dos - à primeira vista - estúpidos, enormemente estúpidos e galacticamente estúpidos fãs do PEGIDA
existem não poucos que parecem vir, intelectualmente, do centro da sociedade. Que, a avaliar pela ortografia, pela gramática e pelo tom dos seus comentários no Facebook não são primariamente estúpidos. E quem já tenha lido uma vez os comentários sob um artigo online da "Bild" sobre Israel, tem de reconhecer que,
infelizmente, a maioria dos comentários PEGIDA (salvo algumas falhas) se apresentam quase como civilizados.
Superficialmente. Pois trata-se de ressentimentos civilizados. Muitos comentários no Facebook usam um código de linguagem em que "islamização" não refere uma religião, mas é sinónimo para
árabes e turcos, e mesmo para estrangeiros em geral. Sob "islamização" essas pessoas entendem o adolescente de cabelos pretos que identificam a distância duma centena de metros como "islâmico", baseado na sua aparência. Isso revela uma fundação racista do movimento, e é a explicação para a treta mesclada do "Ocidente", que já está misturada no nome. Este
também é um código, ou seja, a demarcação do "Oriente", ou seja, novamente turcos e árabes, independentemente de qualquer eventual religião.
Um novo tipo de cidadão sobe ao palco
: o nazi latente O sucesso de PEGIDA baseia-se em
enviar sinais xenófobos, sem que o seu emissor ou recipiente tenham de admitir isso perante si próprios. Os códigos de identificação funcionam mesmo de forma tão inequívocos que se pode dispensar-se do constante distanciamento postiço, "Nós não somos nazis", "Não temos nada contra os estrangeiros", "Estamos a favor do direito de asilo". Estas frases já nem sequer necessitam o anteriormente típico
"mas" a seguir. A gente já assim se entende.
O jornalista da "taz"- Philip Meinhold twitou: "Os nazis estragaram a reputação dos nazis de tal maneira, que hoje nem nazis querem ser nazis." Isso é engraçado, mas incompleto. Antes chega com o PEGIDA
um novo tipo de cidadão político ao palco - a pessoa de extrema direita inconsciente ou o nazi latente. Isto é,
pessoas que defendem posições da extrema direita sem o saber ou sem querer saber que são da extrema direita. E cujo pressentimento de que as suas atitudes podem ser problemáticas, precisamente não os leva a reconsiderar a sua posição, mas a distanciar-se antecipadamente por mera afirmação. Sem tirar das suas próprias palavras o mínimo de consequências. Declara-se que se está a favor do direito de asilo,
mas condena-se ao mesmo tempo os "Asylanten", [os requerentes de asilo]. Exatamente esta supressão da realidade é um motivo para a maior preocupação, por trás dela está um problema de proporções chocantes.
Não tirar do seu próprio blabla nenhumas consequênciasPois não é a estupidez a característica mais marcante dos adeptos do PEGIDA, mas a sua mundivisão hermética e a acompanhante dissociação de qualquer causalidade. E, perturbantemente, tendem para esta dissociação até pessoas que não são estúpidas a tempo inteiro, por exemplo está este modelo conceitual também largamente presente no antigo partido dos professores [universitários] AfD, chegando até a sua direção. E muito além. Essas pessoas
não querem que a sua verdade sentida seja estragada por factos irritantes. Portanto, é lógico que os protestos contra a islamização são realizadas em Dresden, onde existe uma percentagem de muçulmanos tão pequena que quase já não mensurável.
PEGIDA é um sintoma da sociedade alemã, e uma vista para dentro das mentes dos protagonistas na Internet ajuda a classificar o sintoma. O ministro da Justiça Heiko Maas tem cem por cento razão ao dizer que PEGIDA é uma "vergonha para a Alemanha". No entanto, não é uma vergonha surpreendente. Com PEGIDA
brota uma semente que foi semeada na Alemanha por muitas décadas, também na Alemanha Ocidental. Porque precisamente no que respeita a xenofobia, a dissociação da sua própria atitude, declarada em alta voz, dos atos dela decorrentes é padrão.
O blabla político que a Alemanha é um "país cosmopolita e hospitaleiro", derramou de centenas de bocas para milhares de microfones,
enquanto ao mesmo tempo, também por decisões políticas de governos alemães, nas fronteiras trancadas da Europa se destroçaram ou afogaram milhares de pessoas. Fantochadas políticas como
a "portagem para estrangeiros" ou o quotidiano tratamento absurdo e desumano de refugiados são a prova constante de que aqui funciona o mesmo mecanismo como no PEGIDA, mesmo sem ser estúpido ou inculto ou nazi:
não tirar consequências do próprio blabla. Nós instalamo-nos numa sociedade de negação da realidade e do ressentimento (de décadas e transversal a toda a sociedade), e PEGIDA é a consequência pouco apetitosa disto.
* http://www.spiegel.de/netzwelt/web/sascha-lobo-ueber-pegida-der-latenznazi-a-1008971.html
Por outro lado, a realidade económico-social (especialmente agravada pelo desemprego e crise criada por políticas neoliberais e pela financeirização, especulação e exploração global), os ataques terroristas de extremistas islâmicos (europeus, árabes, africanos,...), e imagens de manifestações no RU, Holanda, França, ... de muçulmanos fanáticos a defender a sharia ('lei religiosa' bárbara), a exigir tratamento diferenciado adequado à sharia, a atacar a liberdade e direitos humanos, a ocupar significativamente diversos bairros e cidades europeias, ... alarmam muitos cidadãos e governos, e levam ao apoio de medidas securitárias (condicionando a liberdade e direitos de cidadania) e de líderes e movimentos anti-islâmicos, xenófobos e de extrema-direita.
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