Lucas Cranach (1472 -1553), «Jesus expulsa os usurários do templo», xilogravura.
Eis uma lista de 25 pessoas notáveis(são apenas 25 por modéstia e em homenagem ao 40.º aniversário do 25 de Abril) que, pelos seus pronunciamentos públicos, se manifestam ou manifestaram contra a utilização da dívida como forma de subjugar indivíduos ou povos e nações inteiras.
Qualquer semelhança com um combate político às soluções que remetem para que continuemos a pagar a dívida a um nível que, não nos permitindo vermo-nos livres da canga, ajude a convencer o povo de que é possível e «honrado» pagá-la não é pura coincidência. :
Alexander Sack, economista (EUA)
Anselmo de Cantuária, teólogo, filósofo (Itália/Inglaterra)
Aristóteles, filósofo (Grécia)
Buda, filósofo (Índia)
Catão, o Antigo (Marco Pórcio Catão), estadista, Roma
Clemente V, papa (França/Roma)
Dante Alighieri, poeta (Itália)
Eduardo I, rei (Inglaterra)
Éric Toussaint, historiador, politólogo (Bélgica)
Esther Vivas, activista (Catalunha, Espanha)
Ezra Pound, poeta (EUA)
Fílon de Alexandria, filósofo (Egipto, de cultura helenista)
Gil Vicente, dramaturgo (Portugal)
Jesus de Nazaré, profeta (para outros filho de Deus) (Palestina)
Tomás de Aquino (1225-1274) foi um teólogo dominicano, proclamado santo e doutor da Igreja. Eis a sua opinião sobre a actividade dos usurários, aquelas boas almas a quem Passos Coelho e Cavaco (e Seguro) acham que devemos pagar com juros todo o dinheiro que emprestaram ‘a Portugal’ (eles têm sempre o cuidado de nunca dizer a quem nem para quê o dinheiro foi emprestado):
«Receber juros pelo uso do dinheiro emprestado é injusto em si mesmo, porque consiste em pagar o que não existe, o que é obviamente uma desigualdade contrária à justiça… é nisso que consiste a usura. E tal como devemos devolver os bens adquiridos injustamente, de igual modo devemos devolver o dinheiro recebido a título de juros. »
Já que a direita e uma certa esquerda alcatifada continuam a insistir no dever ‘moral’ de pagar a ‘dívida’, apelidando de ‘irresponsável’ a ‘esquerda radical’ que defende que ela deve ser repudiada se não queremos ter o mesmo destino dos servos da gleba, que foram tendo de entregar a terra, o seu meio de sobrevivência, aos senhores, muitas vezes através da prática da usura (empréstimo a juros), recordemos o que dizia, há 2350 anos, o filósofo Aristóteles sobre esta:
«Que há de mais odioso do que o tráfico de dinheiro, que consiste em dar para ter mais e com isso desvia a moeda da sua destinação primitiva? Ela foi inventada para facilitar as trocas; a usura, pelo contrário, faz que o dinheiro sirva para aumentar-se a si mesmo; assim, em grego, lhe demos o nome de tokos, que significa usura, porque as coisas geradas parecem-se com as que as geraram. Ora, neste caso, a moeda que torna a trazer moeda é um género de ganho totalmente contrário à natureza.»
Há tantas reestruturaçõescomo opiniões. Dos que consideram umbom acto de gestão aos que repudiam uma dívida alicerçada na necessidade de recapitalização da banca, assegurando os lucros dos grandes grupos económicos e o aumento das grandes fortunas à custa de salários, pensões, segurança social, educação e saúde. Uma escolha entre uma auditoria com o devedor em posição de força e umperdão de 50% da dívida grega a troco de mais austeridade.
O Estado Governo anunciou ter 890 milhões de euros disponíveis para uma operação de recompra de dívida pública. Conseguiu o reembolso antecipado de apenas 50 milhões de euros, quando a linha de Obrigações do Tesouro visada pelo Estado, e que vence em Outubro de 2015, tem o valor global de 8200 milhões de euros. As taxas de juro de que os investidores beneficiam são demasiado atractivas para que eles se queiram desfazer dos títulos. Ao mesmo tempo que o Estado Governo lança operações que atiram o fardo da dívida para o próximo governo, a recompra que hoje fracassou tem também o objectivo de baixar as necessidades de financiamento em 2015, ano de eleições. Mas há um outro propósito para a recompra de dívida: «O Tesouro está a dar uso às reservas de tesouraria que acumulou ao longo dos últimos anos [e que dão prejuízo porque pagam mais juros do que dão rendimento] para provar ao mercado, tal como fez a Irlanda, de que as necessidades dos próximos anos não são problemáticas», segundo Lefteris Farmakis, analista do Nomura. Uma dúvida permanece: como se distingue uma «saída limpa» de um programa cautelar ou de 2.º resgaste? É que ainda agora ouvia Pedro Santos Guerreiro a dizer que Portugal poderia ter uma «saída limpa» com alguma condicionalidade.
(Enquanto a austeridade 'engorda' a dívida !!, que já vai em 130% do PIB !!, o pagamento de juros leva uma 'fatia de leão' do orçamento e os muitos sacrifícios dos cidadãos.!!)
Mark Blyth, professor de Economia Política, e autor do livro "Austeridade -- uma ideia perigosa", lançado hoje em Portugal, disse à Lusa que os cortes orçamentais anunciados pelo Governo de Passos Coelho não servem para nada.
"[Os cortes orçamentais] São totalmente inúteis (como solução, mas uma tragédia como opção intencional). O problema é a forma como os bancos portugueses e a economia portuguesa estão agarrados a um sistema monetário que tem um banco central mas não dispõe de um sistema de colecta de impostos (a nível Europeu) capaz de resolver o problema. Podem espancar a despesa pública portuguesa até a rebaixarem a 'níveis neolíticos'. É como instalar uma instituição bancária na Idade da Pedra. Não resolve o problema. O que estão a fazer é totalmente inútil", disse à Lusa Mark Blyth a propósito dos cortes orçamentais anunciados pelo Governo português.
O escocês Mark Blyth, professor de Economia Política no departamento de Ciência Política da Universidade de Brown, em Providence, Estados Unidos, é autor do livro "Austeridade -- uma ideia perigosa" em que defende que as medidas drásticas não são adequadas para a solução da crise económica.
"Quando tudo começou a arrebentar em 2007 e 2008 ficámos a saber tudo sobre as fragilidades das economias do sul da Europa, mas também sobre o elevado nível de endividamento do sistema bancário e que esteve escondido durante mais de uma década", disse o académico, sublinhando que as medidas impostas pelos governos dos países expostos à crise não fazem sentido porque apenas servem o sistema bancário em crise.
"O que são necessárias são políticas - caso contrário - a mobilidade laboral vai tentar afastar o problema justificando-a como uma medida económica afastando as pessoas com qualificações que simplesmente vão abandonar os países. E depois quem paga os impostos?" (e quem inova?, quem gere com qualidade?... e quem defende o Estado/nação? e a sua cultura e democracia?), questiona Mark Blyth, recordando que na Irlanda milhares de académicos já abandonaram o país.
Para o professor de Economia Política, pressionar o sistema com austeridade "como se fosse um estilo de vida" só pode dar maus resultados e a crise não pode ser solucionada enquanto se tenta resolver, "ao mesmo tempo", uma crise bancária "através de reformas governamentais, porque uma coisa não tem nada que ver com a outra".
"A austeridade é uma forma de deflação voluntária em que a economia se ajusta através da redução de salários, preços e despesa pública para 'restabelecer' a competitividade, que (supostamente) se consegue melhor cortando o Orçamento do Estado, promovendo as dívidas e os défices" (página 16), escreve Blyth no livro "Austeridade -- uma ideia perigosa", realçando que não se verificam à escala mundial casos que tenham sido solucionados com políticas de austeridade.
"Os poucos casos positivos que conseguimos encontrar explicam-se facilmente pelas desvalorizações da moeda e pelos pactos flexíveis com sindicatos (...) A austeridade trouxe-nos políticas de classe, distúrbios, instabilidade política, mais dívida do que menos, homicídios e guerra" (páginas 337-338), escreve o autor.
"Mas também é uma ideia perigosa porque o modo como a austeridade está a ser apresentada, tanto pelos políticos como pela comunicação social -- como o retorno de uma coisa chamada 'crise da dívida soberana' supostamente criada pelos Estados que aparentemente 'gastaram de mais' -- é uma representação fundamentalmente errada dos factos", defende Blyth.
Como alternativa, o autor da investigação defende a "repressão financeira" assim como um esforço renovado na coleta de impostos "sobreos mais ganhadores", a nível (nacional, europeu e) mundial, assim como a procura de riqueza que se encontra "escondida em offshores" e que os Estados "sabem" onde está.
"Na verdade, um novo estudo da Tax Justice Network calcula que haja 32 mil biliões de dólares, que é mais duas vezes o total da dívida nacional dos Estados Unidos, escondidos em offshores, sem pagar impostos" (página 358), conclui Mark Blyth no livro "Austeridade -- A história de uma ideia perigosa" (editora Quetzal, 416 páginas).
... o essencial é perceber que nem tudo o que parece evidente é, de facto, conhecido (e assumido/ praticado)!... e que há uma História de milhões de massacrados até que os princípios aparentemente simples se tornem Lei e sejam reconhecidos como tal, universalmente!... depois... depois é a grande luta!... esta em que todos nos sentimos comprometidos de fazer o melhor que podemos para que a Lei seja uma prática natural, inquestionável... Acreditem!... todos ganhamos, muito!, em ver este vídeo até ao fim!
Nos últimos tempos (não só) é notória uma certa dinâmica cultural (política e económica) manifestada pelas classes ricas que querem marcar ostensivamente as distâncias relativamente ao geral da população. Mais que uma cultura da diferença, perfeitamente legítima, exprimem e incentivam uma cultura da desigualdade. Fazem inclusive questão em marcar essa desigualdade nas suas manifestações da vida quotidiana, na forma como habitam (condomínios fechados), como fazem as suas festas, como se vestem, os carros que compram. Nos bastidores da política de austeridade está de facto uma cultura da desigualdade ! Consideram esta forma de agir uma distinção de classe, um tique aristocrático e recriam-se em estabelecer limites aos outros tratando-os com desprezo. Consideram que o que têm é legítimo e merecido, mesmo que não tenham mexido a ponta de uma palha! Têm tiques de casta, são particularmente narcísicos e, a maioria, extremamente vulneráveis. Para eles o mundo gira á sua volta e os outros estão aí para os servir, para trabalharem para eles a baixos salários e sem horários, claro! A palavra igualdade provoca-lhes urticária. O mais grave, porém, é que esta cultura que eles segregam contamina outras pessoas que desde a escola foram colonizados e se tornaram acríticos e manipuláveis. O desejo legítimo de viver melhor não se pode confundir com a adoção de uma cultura da desigualdade, bebendo os tiques dos ricos e a sua maneira de pensar! Nada mais trágico do que ver alguém vestir a camisola de outrem e esquecer a sua identidade! A dominação começa precisamente no momento em que o dominado pretende imitar o dominador! No fundo está possuído pelo dominador! Combater a cultura da desigualdade é fundamental para não nos deixarmos dominar e construirmos o nosso trajeto de vida com autonomia e identidade ! Este combate passa por um trabalho cultural e político a que os sindicatos e organizações cívicas deveriam dar mais espaço e importância. Afirmar uma cultura da igualdade económica e social, na diferença de cada um, é um valor histórico e atual dos movimentos de trabalhadores. É que o pensamento neo-liberal afirma em todo o mundo a «lei do mais forte e mais hábil» sem se interessar pelas razões (condições materiais e espirituais) que estão na base da desigualdade entre as pessoas. Essa lógica levada ao extremo pode fundamentar a liquidação da maioria da humanidade! A igualdade do movimento operário e socialista não é o igualitarismo castrador mas também não é a mera igualdade de oportunidades e muito menos a cultura da casta e das elites. Tendo em conta estas balizas os conteúdos de uma verdadeira igualdade devem ser hoje repensados, onde seja tida em conta o mérito e esforço de cada um, sem que a sociedade deixe, no entanto, que se reproduzam as dominações de quem acumula á custa do trabalho de outros.
Efectivamente, o que se passou, recentemente, com a Grécia, propósito do nado morto referendo, veio clarificar, para quem ainda tivesse duvidas, que a democracia e a solidariedade na Europa já não é o que soía.
A “ausência de democracia e de solidariedade” na Europa começou/nasceu dessa mesma ausência no interior dos próprios partidos e em quem os controla. Assim, a cura de tal doença só será conseguida quando e na medida em que se resolva dentro desses partidos a menos que surja algo que os substitua.
Neste caso, os povos e, eminentemente, os políticos europeus não conseguiram salvaguardar uma sã convivência entre a democracia representativa e a democracia participada, coisa que nada trem de novidade, bastaria aprendermos e copiar, com a necessárias e sábias adaptações, o que se pratica na confederação helvética, a Suíça.
Veja-se o que se passa no próprio partido socialista, cuja participação foi fundamental e estruturante da democracia pós 25 de Abril no que se tornou. Que evolução tem trilhado o PS dos tempos mais recentes no âmago do debate interno, na dinamização da sua estrutura, supostamente, de funcionamento democratico desde as bases (leia-se secções) até ao topo?
Quais são, efectivamente, os espaços de debate, abertos e sem calculismos, sobre a ocupação de um qualquer pelouro na própria estrutura e de legitimidade dos que já estão agarrados?
Será convocando, com duas horas de antecedência, os militantes para um qualquer debate sobre o momento político que o país atravessa, que se mobilizam os socialistas?
Quando, como e quem debate a situação interna partidária e o respectivo exercício da democrático, com exigências de funcionamento transparente, a todos os níveis?
Como são obtidos os dinheiros gastos em campanhas internas?
Como são escolhidos os candidatos propostos ou que se auto propõem(?) para o desempenho de cargos internos e os que são propostos ao exterior?
Não sendo capazes de se regenerar, sobretudo nos seus funcionamentos internos e nos seus comportamentos exteriores, haveria que substitui-los mas como?
Hoje, (5 de Agosto) durante a visita do Ministro da Saúde, uma auxiliar da saúde enforcou-se no Hospital de Évora. O Ministro esteve para suspender a visita mas não fez e o Hospital veio com aquela já conhecida de que a trabalhadora teria problemas familiares!
O caso exige ser mais conhecido através de um inquérito independente realizado por equipa que queira estudar o problema numa perspectiva para evitar outros! O suicídio no trabalho, tal como o acidente, é um sintoma de que algo está mal nesse local de trabalho. Uma pessoa que se suicida não toma esta decisão de ânimo leve. Pensa na forma e no local para o fazer! Os estudos realizados em França (Dejours), nomeadamente com os vários suicídios na Renault e na France Telecom revelaram que os problemas no emprego são agravados, por vezes, com as questões familiares e vice-versa. Curiosamente, porém, no início os dirigentes dessas empresas ou serviços recusam fazer ligação do caso com as condições de trabalho (stress,bulling, assédio) e deitam as culpas para os «problemas familiares». Caberá aos respectivos sindicatos fazerem algo para que este caso não fique na clandestinidade como tantos em Portugal! ver France Telecom
in bem estar no trabalho
P.S.
Se tinha problemas familiares porque terá posto fim à vida no local de trabalho?
Um hospital não tem apoio psicologico à sua comunidade de trabalho, porquê?
Segundo opinião do professor Santiago Niño-Becerra a Europa, sobretudo a zona euro, atravessa uma crise como se de um “cancro terminal” afectasse um qualquer corpo humano.
Este estudioso das questões económicas, numa das universidades de Barcelona, considera que, por ora, se está "improvisando". Depois do verão chegará o momento da verdade.
Pelos vistos a Espanha poderá aguentar-se até decisões globais serem tomadas, provavelmente, em Janeiro próximo. Depois cairá, seguindo as outras debilitadas economias que foram ruindo como baralhos de cartas ou castelos construídos em dunas de areia.
A crise sistémica em que o euro se embrulhou, por clara inépcia dos seus próprios responsáveis, as elites governativas, constitui, em si mesmo, um colossal passo para o abismo e morte do paradigma especulativo.
O que virá a seguir terá de ser algo que substitua as economias bolsistas, também, em tempos idos apelidadas de economias de casino.
Quando o sistema bancário e financeiro saiu do seu normal percurso de apoio à economia real, baseando-se no correspondente valor dos bens, se embandeirou em percursos mafiosos, corruptos e especulativos criando economias virtuais, que subverteram as regras do jogo económico, indo ao ponto de aceitar lavar dinheiro sujo proveniente de negocios escusos, os resultados nunca poderiam ser, como está à vista, até dos mais ignorantes, duradouros nem positivos.
O cancro, de tais práticas, alastrou-se, minou governos e governantes, destruiu empresas e empresários, atirou trabalhadores para fora do mercado de trabalho, empurrou muitas famílias para a fome e miséria, é preciso substitui-lo.
Esta ordem mundial, consubstanciada num sistema de absurdo capitalismo e de obtusa especulação financeira, tem de dar o lugar a novos paradigmas de relacionamento económico e social, entre os povos e ao nivel mundial, sub pena de completa autodestruição da própria civilização mundial.
Manter ou mudar, eis a questão. Compete-nos fazer escolhas. Se calhar, nessas escolhas, teremos de assumir certas rupturas “acto inter vivos” por “aberratio personae”, visto que os errantes são “caras de pau” e não conseguem reconhecer o erro e os mortos já não falam.
O exemplo de resistência e perseverança de um povo
É certo que muitas dezenas de populares tiveram de cair, mortalmente, no meio da luta contra a ditadura e contra o regime que lhe dava apoio, no qual só os seus acólitos ainda acreditavam.
É sempre assim, mesmo na hora da queda, as ditaduras, produzem suas vítimas.
Só depois de mais de 18, consecutivos, dias de concentrações, manifestações e de resistências os cidadãos do Cairo, de Alexandria, Al 'Arish, Kafr Dawar, Kharga, Al Kharijah, Kom Ombo, LuxorEl-Mahalla, El-Kubra, Al Mansurah Marsa Matruh, Al Minya, Nag Hammadi, Noubarya, Asyut, Bani Suwayf, Bur Safajah, Dakhla, Damanhur e tantas outras cidades, vilas e aldeias poderam, finalmente, nos dias 11 e 12 de Fevereiro do ano da graça do Senhor seu (deles, há que respeitar os credos religiosos) Deus de 2011 (segundo o calendário gregoriano) puderam cantar louvores e hinos de alegria à liberdade e à democracia que se avizinha nos horizontes do futuro.
A Praça Thair, no centro da capital do Egipto, que adquiriu nova designação, “Praça da Libertação” passou a ter, para aquele povo, um significado idêntico ao que adquiriu, para os portugueses, o Largo do Carmo, em Lisboa no dia 25 de Abril de 1974, onde se consumou a queda de um regime que oprimiu o povo durante mais de 48 anos. Parece que há quem já tenha esquecido, infelizmente.
O que tudo indica é que esta revolução libertadora, venha a produzir idêntica influencia, á que então teve, nesta região da europa, a queda do regime português. O que, também, ira suceder com o agora consumado derrube de Hosni Mubarak, é o crescer do movimento libertário naquela região do Médio Oriente. Tudo isso com uma diferença, certamente, impulsionadora de tais acontecimentos futuros, é que a libertação do povo egípcio foi adquirida, nasceu das entranhas do próprio povo sem o impulso alavancador das forças armadas, como teve que ser no caso português.
Agora, com a mesma resistência e preseverança terá o povo egípcio de garantir a permanência da liberdade bem como o edificar, paulatinamente, a democracia. Assim se espera, para bem dos povos egípcios, de toda a região como do mundo e aqui registamos a nossa alegria, admiração e solidariedade a esse povo cujas diferenças culturais, de usos e costumes se devem respeitar os quais, afinal, nesta sociedade globalizante acabam por não ser assim tão profundos e inconciliáveis.
"Quando a obrinha, como dizia, terminou, disse-me ‘acabou o meu tempo, fui feliz, não deixei nada por fazer. Amo-te’", recordou Maria José Morgado de voz cortada pela emoção, durante a homenagem que, ontem foi feita na universidade católica, José Luis Saldanha Sanches.
"Estou óptimo, tenho de acabar o ‘Justiça Fiscal’." Esta foi a única preocupação, pelo menos a transmitida, de Saldanha Sanches na recta final da vida. Terminou a obra dois dias antes de morrer na cama 56 do Hospital de Santa Maria, em Lisboa.
Eu direi, diferentemente, quando um dia partir “acabou o meu tempo, fui feliz, amei a minha mulher o meu filho e todos os que me eram próximos, fiz muitas coisas e muitas outras deixei por fazer, umas porque me não deixaram faze-las, outras porque me recosei a faze-las sozinho”.