Terça-feira, 07.12.10

VOLUNTARIADO ,CRISE E DESEMPREGO!

Neste fim de semana as televisões, para além da crise e do futebol, falaram muito do voluntariado. Alguns jornais davam como certo que mais de 15 mil pessoas se tinham oferecido para acções de voluntariado e que cerca de 800 instituições sociais desejavam esses voluntários!

No século passado o voluntariado estava quase circunscrito á Igreja Católica e a algumas tias que não tinham que fazer! Falar em voluntariado era algo anacrónico e as classes altas e burguesas fugiam a sete pés de tal actividade!
Hoje, porém, tornou-se moda fazer voluntariado social e ambiental. Algum voluntariado aparece patrocinado por multinacionais e pela banca e as classes ricas, nomeadamente altos quadros de grandes empresas, dedicam-se com inestimável afinco a acções de voluntariado dirigido aos «mais carenciados», aos sem abrigo, crianças, deficientes, enfim a todo um caudal humano que cresce a olhos vistos com a crise provocada pela finança!

Para além de ser moda (chic) o voluntariado é uma terapia e previne as depressões ou pelo menos pode minorá-las, com origem particularmente nas condições em que é exercido o trabalho, a profissão. Muitas das frustrações que as classes médias enfrentam podem ser minoradas com esta busca de reconhecimento e satisfação no voluntariado!

Muito deste voluntariado faz aquilo que deveria ser feito por outros (trabalhadores), nomeadamente por pessoas que não têm emprego e pelos actores dos processos. O voluntariado acrítico serve perfeitamente o sistema e aumenta a crise. É necessário aprofundar esta onda de voluntariado e ter em atenção os seus objectivos.
O voluntariado deve intervir de forma crítica visando fundamentalmente humanizar. Mesmo atacando situações de emergência, deve proporcionar as saídas da pobreza e da opressão e não substituir possíveis empregos ou lavar a cara de empresas que frequentemente adoptaram técnicas de gestão arrasadoras dos empregados!
Mais ainda, existem acções de voluntariado em empresas que visam a manipulação dos seus trabalhadores e a criação de um falso clima de coesão, erradicando assim qualquer clima de reivindicação e de autonomia!
Estas estratégias levadas a cabo por gestores experientes são absorvidas com muita facilidade pelos jovens trabalhadores que têm frequentemente uma visão ingénua das relações de trabalho!
SALÁRIO MÍNIMO...DIGNIDADE MÍNIMA!

O debate que se trava no Conselho de Concertação Social sobre o aumento do salário mínimo nacional para 500 euros é um dos sinais mais chocantes das desigualdades sociais em Portugal e da miséria moral a que chegou o nosso País!
Será que um aumento de oitenta cêntimos por dia a um trabalhador vai criar assim tantos problemas ás empresas como dizem as associações patronais?

Será que uma empresa que não é capaz de tomar esta medida tem alguma viabilidade e futuro?
Como é possível travar o aumento do salário mínimo sem reparar para o aumento da actividade dos bancos alimentares contra a fome? Vamos passar a um país de pobres e dependentes da caridade? Como se devem sentir mal os Capitães de Abril ao olhar para este país!
Há crianças com fome e a pobreza ataca uma larga percentagem de trabalhadores de baixos salários.

É aí que se deve atacar a pobreza. E não me venham com a criação de riqueza pois esta existe em grande escala nomeadamente no nosso País. Ainda hoje se noticiava que a venda de carros da marca Porsche aumentou 60% em Portugal. Cada uma unidade destes carros é vendida acima de 100 mil euros!! Não ver com os olhos abertos é a pior cegueira que existe! Esta cegueira está a atacar Portugal e Europa. Todavia, esta cegueira pode levar-nos a todos ao desastre!


Publicado por Xa2 às 13:07 | link do post | comentar | comentários (15)

MARCADORES

administração pública

alternativas

ambiente

análise

austeridade

autarquias

banca

bancocracia

bancos

bangsters

capitalismo

cavaco silva

cidadania

classe média

comunicação social

corrupção

crime

crise

crise?

cultura

democracia

desemprego

desgoverno

desigualdade

direita

direitos

direitos humanos

ditadura

dívida

economia

educação

eleições

empresas

esquerda

estado

estado social

estado-capturado

euro

europa

exploração

fascismo

finança

fisco

globalização

governo

grécia

humor

impostos

interesses obscuros

internacional

jornalismo

justiça

legislação

legislativas

liberdade

lisboa

lobbies

manifestação

manipulação

medo

mercados

mfl

mídia

multinacionais

neoliberal

offshores

oligarquia

orçamento

parlamento

partido socialista

partidos

pobreza

poder

política

politica

políticos

portugal

precariedade

presidente da república

privados

privatização

privatizações

propaganda

ps

psd

público

saúde

segurança

sindicalismo

soberania

sociedade

sócrates

solidariedade

trabalhadores

trabalho

transnacionais

transparência

troika

união europeia

valores

todas as tags

ARQUIVO

Janeiro 2022

Novembro 2019

Junho 2017

Março 2017

Fevereiro 2017

Janeiro 2017

Dezembro 2016

Novembro 2016

Outubro 2016

Setembro 2016

Agosto 2016

Julho 2016

Junho 2016

Maio 2016

Abril 2016

Março 2016

Fevereiro 2016

Janeiro 2016

Dezembro 2015

Novembro 2015

Outubro 2015

Setembro 2015

Agosto 2015

Julho 2015

Junho 2015

Maio 2015

Abril 2015

Março 2015

Fevereiro 2015

Janeiro 2015

Dezembro 2014

Novembro 2014

Outubro 2014

Setembro 2014

Agosto 2014

Julho 2014

Junho 2014

Maio 2014

Abril 2014

Março 2014

Fevereiro 2014

Janeiro 2014

Dezembro 2013

Novembro 2013

Outubro 2013

Setembro 2013

Agosto 2013

Julho 2013

Junho 2013

Maio 2013

Abril 2013

Março 2013

Fevereiro 2013

Janeiro 2013

Dezembro 2012

Novembro 2012

Outubro 2012

Setembro 2012

Agosto 2012

Julho 2012

Junho 2012

Maio 2012

Abril 2012

Março 2012

Fevereiro 2012

Janeiro 2012

Dezembro 2011

Novembro 2011

Outubro 2011

Setembro 2011

Agosto 2011

Julho 2011

Junho 2011

Maio 2011

Abril 2011

Março 2011

Fevereiro 2011

Janeiro 2011

Dezembro 2010

Novembro 2010

Outubro 2010

Setembro 2010

Agosto 2010

Julho 2010

Junho 2010

Maio 2010

Abril 2010

Março 2010

Fevereiro 2010

Janeiro 2010

Dezembro 2009

Novembro 2009

Outubro 2009

Setembro 2009

Agosto 2009

Julho 2009

Junho 2009

Maio 2009

RSS