Esta campanha presidencial tem servido - ao menos - para desmantelar o mito de seriedade de Cavaco Silva. Tudo o que se vai sabendo sobre ele (até o facto de dizer que não priva com a sogra por se ter casado em segundas núpcias, como que para atestar uma irrepreensibilidade moral) mostra que Cavaco sempre foi o que disse não ser.
E Cavaco continua a não dar explicações:
Ora, se já se sabe isto com uma imprensa suave, que mais se saberia com uma imprensa menos "respeitadora"?...
Nuno Santos Silva [Arcádia]
Esta frase que escapa da boca de Cavaco Silva numa entrevista a uma jornalista amiga diz tudo sobre o pensamento político de Cavaco Silva, o seu carácter e o desprezo que nutre por uma importante classe profissional.
Era um mísero professor catedrático que se baldava às aulas na Universidade Nova enquanto as dava na Católica, beneficiando assim de dois ordenados enquanto alguns alunos ficavam sem aulas e prejudicavam a sua licenciatura.
Era um mísero professor catedrático de economia que nada sabia de aplicações de poupanças e desse negócio sabia tanto como um qualquer trolha.
Era um mísero professor que além de vencimento de topo na carreira dos professores ainda acumulava com pensões do governo e do Banco de Portugal.
É um mísero político que tem dos professores uma visão ofensiva para toda a classe e que não hesita em ofender milhares de portugueses só para se armar em ignorante num domínio em que não pode invocar ignorância.
É um mísero político que depois de exercer os mais altos cargos durante mais de quinze anos diz que não é político para não carregar com o estigma de uma classe de políticos corruptos, muitos dos quais foram invenção dele.
É um mísero professor que tem uma luxuosa casa de férias no Algarve.
É um mísero professor que não tem a mais pequena consideração pelos professores deste país, não hesitando em promovê-los a ignorantes para invocar ignorância economia, ele que foi doutorado em York, professor universitário, técnico do Banco de Portugal, primeiro-ministro e Presidente da República.
É um mísero professor que nem tem consideração pela sua profissão e condição de professor doutorado, imagine-se em que conta deverá ter todos os outros portugueses.
É um mísero político que para conquistar a Presidência da República exibe os seus conhecimentos de economia e na hora de esconder a forma como obteve dinheiro fácil disfarça-se de mísero professor que nada sabe de acções.
Resta-nos esperar que os portugueses não escolham um mísero Presidente da República.
Dementes, é assim que querem tratar os Portugueses?
Queiroga, amigo pessoal do candidato Cava Silva, admitiu o que não poderia esconder e parece pretender considerar-nos a todos como uns dementes.
Queiroga Figueiredo, presidente SLN Valor e um dos nomes presentes na comissão de honra da recandidatura de Cavaco Silva, afirmou à «TSF» que o ainda Presidente da República terá «perdido dinheiro» quando vendeu as acções BPN, em 2003. E admitiu ainda que este tenha tido «acesso a informação que outros não tiveram».
Afirmou, também, que no ano em que Cavaco Silva comprou havia títulos a serem vendidos a 2,50 e o custo de «um euro quem tem de explicar é quem as vendeu». «Eu também comprei a um euro», acrescenta.
«O valor de 2,40 cêntimos, para aquilo que era praticado na altura é um valor até abaixo do que era a maioria das compras. Nesse ano, a média foi 2,80 no ano antes 2,77 e no ano seguinte, 2,85», recorda Queiroga Figueiredo.
Mesmo assim, Queiroga Figueiredo fala em «valores normais»: «Como estou a dizer, numa altura de crise não acontece, mas numa situação normal, numa entidade que estava quase no inicio é natural que haja uma valorização e até foram vendidas acções por valores superiores a esses».
As perguntas que se impõem e que o BPN/SLN devem responder são:
Numa acção de campanha, Cavaco Silva foi abordado por uma mulher que lhe disse não ter dinheiro para dar de comer ao filho. Resposta pronta de Cavaco: “Olhe, vá a uma instituição de solidariedade que não seja do Estado.” E depois acrescentou: “É o que eu estava a dizer. São essas instituições que, perante situações de pobreza e de privação, pessoas sem alimentação, estão neste momento a ajudar o nosso país. Instituições da Igreja, outras que são misericórdias, grupos de voluntariado, são esses que estão ainda a reduzir este nível de pobreza que alguns querem esconder, mas eu nunca esconderei. Erguerei sempre a minha voz.”
Se não confia no Estado, como pode este homem candidatar-se ao mais alto cargo do Estado?
João Magalhães [Câmara Corporativa]
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