Iraque, Líbia, Síria... não eram "OS NOSSOS" ditadores...!
Os Jihadistas do Estado Islâmico do Iraque e do Levante ( ISIS) uma versão mais abrangente da Al Quaeda já ameaça Bagdad. Cerca de 300 mil pessoas abandonaram há dias a cidade de Mossul e fogem do terror, na província de Anbar são agora 500 mil os refugiados. O caos agrava-se todos os dias no Iraque.
Grosso modo é uma guerra dos extremistas sunitas contra os fundamentalistas xiitas que foram postos no governo pela intervenção americana e contam com o apoio do Irão dos Ayatollahs . Enfim uma aliança EUA-Irão para os assuntos do Iraque. A população sunita constituía a parte mais moderna, mais laica e preparada do país.
Sadan era um ditador horrível, igual aos dos países vizinhos, mas no Iraque que ele governava as mulheres podiam sair à rua sem véu na cabeça, sem a companhia obrigatória de um homem, guiar automóveis (na Arábia saudita não!) podiam ir à escola, frequentavam as universidades, podiam ter emprego e usar calças ou saias que mostrassem… horror dos horrores, o tornozelo ou o joelho ou o que quisessem. Quase como por aqui.
O Iraque era na região, tal como a Síria, o país mais livre quanto aos costumes, um Estado laico e o mais moderno.
Mas, em contrapartida, o governo do Iraque, um dos maiores produtores de petróleo do mundo, revelava, pela mão de Sadan, no plano político e económico comportamentos absolutamente intoleráveis à boa ordem do Tio Sam, o primeiro das quais era julgar que o petróleo do Iraque era dos iraquianos e em consequência querer mandar nele.
E, despautério dos despautérios, decidir que ia vender o petróleo do Iraque sem ser obrigatoriamente em dólares, como os EUA impunham no seu comércio mundial. Impunham… onde chegasse o seu braço armado, é claro.
Na base norte-americana das Lages, nos Açores português, em Março de 2003, com o testemunho do trabalhista britânico Blair, do conservador espanhol Aznar e do português do PSD (ex- MRPP, ex- stalinista “viva Stalin!”, “Viva Stalin!!”) Durão Barroso, e o protofascista, republicano, evangélico/renascido, W. Bush “provou” que o horrível Sadan tinha armas nucleares capazes de arrasar o mundo e invadiu o Iraque para,
com a máscara da defesa da Paz, dos direitos humanos, da liberdade, da democracia e tal
deitar a mão ao petróleo.
Enforcou-se o homem e impôs-se a ordem ou seja o controlo norte-americano do petróleo do Iraque.
Morreram e ficaram feridos milhões de homens? Arrasadas cidades inteiras ? Milhões de deslocados? Terrorismo e o caos todo estes anos e que aumenta hoje?
Pois, isso é lamentável, mas não se pode ter tudo! O petróleo e ao mesmo tempo a paz, a ordem e o agradecimento das vítimas do terror e do caos. Paciência.
Foi assim no Iraque, foi assim na Líbia, foi assim ou quase assim na Síria.
Que tinham afinal de comum estes países para lá de serem os mais ocidentalizados, os mais livres, os mais laicos, sem a escravatura das mulheres, o que tinham de comum era…
era terem ao comando dos seus países ditadores. Mas se todos os países da região tinham ou têm ditadores!
Se alguns são muito mais execráveis e têm a simpatia e apoio dos EUA!!
Bem, o que tinham em comum é que não eram “OS NOSSOS” ditadores visto o mundo do alto da Casa Branca, do Capitólio e do Pentágono.
# posted by Raimundo Pedro Narciso, PuxaPalavra, 14/6/2014
De
Diogo a 18 de Junho de 2014 às 22:34
Quase completamente de acordo consigo, caro Raimundo, mas vou mais longe e apostava um salário no seguinte:
1 – Saddam Hussein foi lá posto pela CIA e foi de lá retirado (e os filhos) pela CIA. O julgamento foi uma simulação (Saddam tinha uma data de sósias), o enforcamento foi outra simulação (nem o sósia foi enforcado) e, quanto aos filhos dele, mostraram apenas dois cadáveres irreconhecíveis na televisão. Hoje Saddam e os filhos, talvez sem os bigodes e alguma operação plástica, estarão a gozar uma merecida reforma num paraíso tropical.
2 – Saddam não queria nem podia mandar no petróleo do Iraque (ele era apenas um agente dos EUA). É verdade que ele disse querer vender petróleo fora do monopólio das petrolíferas, mas foi apenas para atirar areia aos olhos do mundo.
3 – O Iraque foi invadido para manter em funcionamento e continuar a justificar a existência do colossal complexo militar-industrial americano. Foi também para reduzir a produção de petróleo (o Iraque era o 2º maior produtor), para garantir às petrolíferas os preços elevados e os lucros fabulosos. A guerra do Iraque não é para ganhar, é apenas para manter (tal como o Vietname).