7 comentários:
De Europa dos neoliberais privilegiados... a 3 de Junho de 2016 às 18:09
---- O último a sair que apague a luz

O presidente de uma instituição que legalmente, oficialmente, o que quiserem, não existe na União Europeia – o Eurogrupo-, avisa o presidente da União Europeia, (uma instituição que serve para fazer o que o Eurogrupo quer e que decidiu que deve ser feito), para ter mais atenção à sua credibilidade. (e à atitude laxista da CE para com Espanha, França, ...).
( http://economia.elpais.com/economia/2016/06/02/actualidad/1464900959_649833.html?id_externo_rsoc=TW_CC )


---- Viver acima das possibilidades

«Apoio à banca (entre 2007 e 2015) custou 20 mil milhões de euros aos contribuintes» PT, diz o BdP.

( http://www.jn.pt/economia/interior/apoio-a-banca-custou-20-mil-milhoes-de-euros-aos-contribuintes-5204665.html )


---- Novilíngua
(por josé simões, em 01.06.16)

O "trabalhar até morrer",
que por acaso morreu na Europa do pós II Guerra Mundial com o aparecimento do Estado social como resposta à atracção pelo modelo soviético,
ressuscitou, por via da falência e pré-falência do Estado social na Europa pós Thatcher,
pelas consecutivas cedências a modelos de sociedade onde imperam a desregulação e a desprotecção total – vulgo (neo)liberalismo,
sempre em nome dos amanhãs que cantam na globalização das marcas e corporações,
ao invés de ser a Europa a impor o seu modelo nas negociações que precederam a abertura de mercados e a circulação de bens e mercadorias,
agora diz-se "envelhecimento activo" (o descaramento e a hipocrisia não têm limites!).
Quando se trata de ir ao bolso e ao bem-estar do cidadão lá vai o (neo)liberalismo do CDS pelo cano.

[A Europa abriu-se à/ foi para a China na mira de um mercado de não-sei-quantos milhões de consumidores e trouxe de volta uma usina com não-sei-quantos milhões de produtores].


---- Capitalismo e escravatura
(por josé simões, em 31.05.16)

Tempos houve em que era normal a escravatura, e depois outros tempos em que a escravatura só era aceitável nos trabalhos considerados menos dignos pelas e para as raças ditas superiores, e depois tempos em que era normal trabalhar até morrer, seguidos por tempos em que era normal trabalhar de sol a sol, todos os dias do ano, até aos tempos em que havia um horário de trabalho, um dia de descanso por semana e férias por conta de quem as metia, para os tempos de horários de trabalho de 35 horas semanais, com dois dias de folga por semana mais feriados e pontes e 25 dias de férias pagas, o tempo em que até já há um Índice Global da Escravatura que diz que Portugal, em dois anos, subiu "35 posições no ranking dos 167 países com maior índice de escravatura — passou de 157.º para 122.º", e que este aumento significativo se deve à mudança de método usado, afinação, para chegar às estimativas. E quando chegar o tempo em que a mudança do método usado, a afinação para chegar às estimativas, passar a considerar um salário digno, que permita a todos os cidadãos satisfazer todas necessidades básicas e ainda lhes sobrar algum para o lazer e aforrar para alguma eventualidade, quantos países é que acompanham Portugal na subida significativa no ranking da escravatura?

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De Poder 1% versus Revolução a 15 de Junho de 2016 às 11:44
---sobre: Religião, riqueza, classes e Revolução


«A religião (*) é que impede os pobres de matar (**) os ricos (***)» -- dizia Napoleão Bonaparte (militar, cônsul, imperador dos franceses, de França e arredores).


'actualização' da citação:

*- a religião ('ópio do povo') + os media/ manipulação, a polícia, o tribunal e a ética humanista;
**- matar ou fazer 'justiça directa/ popular';
***- os ricos (ou super-ricos 1% e governantes ao seu serviço), devido às práticas "Criminosas Legalizadas" que lhes permitiram enriquecer furtando/ roubando /destruindo o Bem Comum e burlando/ enganando/ alienando os Cidadãos.


De .CGD interesse público. a 15 de Junho de 2016 às 15:58

Não misturem as coisas, seus debochados!


Já critiquei de forma inequívoca esta decisão do governo.

Estou por isso à vontade para defender a ideia de que uma injecção de capital na CGD não é a mesma coisa que atirar dinheiro para cima do Espírito Santo, ou de qualquer outro banco privado.
Insistir na tecla de que é tudo a mesma coisa, é próprio de debochados de direita, habituados ao empreendedorismo privado, feito à custa dos dinheiros públicos.

A CGD é um banco público ao serviço de todos os contribuintes e cuja existência é fundamental para o país e até para a nossa independência.
Pagar para garantir a sua sobrevivência parece-me, por isso, aceitável.
Isso não impede que seja legítimo a qualquer cidadão exigir que o Estado cumpra o seu papel, reclamando junto da justiça indemnizações aos administradores por si nomeados que utilizaram dinheiros públicos como se fossem propriedade sua.
Nenhum governo pode eximir-se, também, à aplicação de sanções administrativas previstas na Lei a administradores que delapidaram bens públicos,
seja por incompetência, seja porque utilizaram os seus cargos para satisfazer clientelas partidárias ou amigalhaços.

Quanto à banca privada, se compreendo (?) a necessidade de salvar um banco com a dimensão do Espírito Santo, pelas implicações que a sua falência acarretaria para todo o sistema financeiro,
já não me conformo quando sou chamado a contribuir para salvar bancos privados de pequena dimensão, cujos proprietários e administradores fizeram gestão danosa, cientes de que o Estado os socorreria em caso de necessidade.
O caso BPN é, nesta matéria, o exemplo mais flagrante de um banco criado para satisfazer amigos e clientelas partidárias, com recurso a uma teia de vigarices.
Não pode o Estado dar-se ao luxo de "salvar" vigaristas.
Quanto a mim, isso só foi possível, porque Portugal foi governado durante décadas por um bloco central de interesses, que se protegia mutuamente quando surgiam problemas.

O que se exige à geringonça é que acabe de uma vez por todas com essa teia de interesses.
Isso é tão importante como restituir aos trabalhadores, desempregados e reformados, o dinheiro que o governo Passos /Portas lhes roubou, para meter nos bolsos dos mais poderosos.

(-- por Carlos Barbosa de Oliveira, junho 15, 2016)


---- O segredo é que é a alma do negócio...

Anda aí muita gente escandalizada porque Portas foi trabalhar para a Mota Engil.
Sinceramente, parece-me exagerado tanto alarido.
Afinal, Portas já trabalhava para a empresa quando estava no governo... Agora a sério.
O que me preocupa não são estes casos conhecidos da opinião pública, mas sim aqueles que ninguém conhece...


De EuroExit... a 15 de Junho de 2016 às 16:29
---- Exit, Brexit, Lexit
...
... Ambrose Evans-Pritchard, a favor do Brexit no Daily Telegraph de ontem, com argumentos que vão à raiz do problema político, ou não fosse ele um dos autores do melhor aviso, feito no ano passado, à social-democracia do continente - “podes defender as políticas da UEM ou a tua base eleitoral, mas não podes defender as duas ao mesmo tempo”:

“Para lá da espuma, estamos perante uma escolha fundamental:
restaurar o autogoverno pleno desta nação ou continuar a viver num regime supranacional (…)
O projecto da UE sangra as instituições nacionais e não as substitui por algo que seja admirável ou legítimo (…)
Não tivemos qualquer comissão da verdade e da reconciliação para lidar com o maior crime económico dos tempos modernos.
Não sabemos quem é responsável pelo quê, porque o poder é exercido numa interacção nebulosa entre as elites em Berlim, Frankfurt, Bruxelas e Paris (…)
Os que mandam também não aprenderam nada com o fracasso da UEM.
O fardo do ajustamento continua a recair sobre o Sul (…)
Temos pela frente mais uma década perdida.”

Imaginem o que diria se (os britânicos) estivessem no Euro ...

(- por João Rodrigues às 13.6.16 )


De .Merdaxit, dinheiro desUnião Europeia. a 15 de Junho de 2016 às 17:13
Merdaxit (-por OJumento, 14/6/2016)

Não entendo a indignação que por aí vai com o Brexit, ao que parece mesmo depois da Europa os ter tentado comprar com cedências os britânicos dizem “não, obrigado”.
Como de costume nestas situações, os poderes europeus reagem com as chantagens do costume e, pior ainda, com ameaças económicas sugerindo aos cidadãos britânicos que ou votam pela permanência ou estão tramados.

Esta Europa tão miserável em que se está tornando tem um único argumento para se manter unida, o dinheiro.
Ou se fica ou se tem menos dinheiro, ou se faz oi que o Eurogrupo manda ou se fica sem dinheiro, ou se cumpre o défice ou se pagam multas em dinheiro.
Esta Europa tem um único argumento para continuar a existir, ganhar dinheiro.

O problema é que são cada vez mais os que nada ganham com uma Europa
onde a lei é a do mais forte,
onde a competitividade se consegue com injustiça social e com
a destruição dos valores que fizeram o que a Europa é hoje.

Os senhores do Eurogrupo inventaram o Grexit, a ideia era expulsar a Grécia, tudo foi feito para minimizar os custos de uma bancarrota grega e só o receio dos custos de uma saída controlada da Grécia aparou as unhas do Eurogrupo.
A ideia era expulsar a Grécia e Portugal, dando-lhes o estatuto preferencial,
talvez no quadro de um Mediterrâneo com Estados que já não o são.

Mas as coisas correram mal os comissários extremistas, em vez de um Grexit e talvez de um Tugaxit, têm nas mãos um Brexit.
Mas o mais grave é que sem o Reino Unido as saídas da União Europeia passam a designar-se genericamente por Merdaxit.


De .U.E.- o futuro (?) de uma ilusão (?) a 16 de Junho de 2016 às 16:06

------ O futuro de uma ilusão

(-por CRG, 15/6/2016, 365forte)

"In England such concepts as justice, liberty and objective truth are still believed in. They may be illusions, but they are powerful illusions. The belief in them influences conduct, national life is different because of them." -- George Orwell

Do estudo de Platão no secundário retirei que o mundo real, os humanos e as suas instituições são sempre imperfeitas, mas, como refere Orwell, é essencial que exista um ideal que nos molde e que nos inspire.
A UE detinha essa característica essencial:
conseguia transmitir um ideal de civilização, apesar de todas os seus problemas e de toda a hipocrisia e cinismo dos nossos tempos.

O projecto político da UE consistia na união (ou confederação) de Estados soberanos e iguais entre si a fim de criarem uma prosperidade partilhada.
Esta interdependência tornaria obsoleta a competição e inveja entre Estados, o que, por sua vez, seria garante de paz - finalidade última.
Uma união de iguais em democracia com vista a um aumento sustentado dos níveis de vida: este era o ideal europeu.

Infelizmente (sem embargo de a "Europa" ser usada demasiadas vezes como uma desculpa fácil para os governos nacionais), como acontece nas grandes máquinas burocráticas, os meios tornam-se nos fins:
as normas, afastadas do seu elemento teleológico, tornam-se quase leis da natureza cujo cumprimento é a única coisa que importa.
A UE tornou-se divisiva, surgindo um clima de ressentimento e desconfiança entre os membros.
Mas, pior do que tudo, destruiu o seu ideal.
Actualmente, para o europeu comum, a UE transformou-se em sinónimo de austeridade, de empobrecimento sem melhoria num futuro próximo, de uma agenda ideológica imposta por burocratas excluídos do julgamento democrático.

Resultado:
os argumentos para a manutenção de um país na UE deixam de ser os benefícios da sua pertença, mas sim os malefícios da sua eventual saída.


De Ficar na UE e MUDÁ-la para MELHOR. a 11 de Julho de 2016 às 16:18
Contra o Brexit: fiquem e ajudem mudar a União!
(- por AG, 23/6/2016, CausaNossa)

A ameaça de Brexit - que eu espero que o povo britânico não deixe concretizar-se - convoca-nos para avançar no aprofundamento da integração europeia.
Contra a Europa da austeridade neo-liberal que semeou insegurança ao destruir emprego e extremar desigualdades.
Contra a Europa fortaleza que desumanamente fecha fronteiras a quem pede proteção. Isolacionismo, intolerância e exclusão só alimentam radicalização e conflito nas nossas sociedades e globalmente.

O referendo de hoje está longe de ser apenas sobre a permanência do Reino Unido na União Europeia e, acima de tudo, de ser apenas sobre o Reino Unido:
afecta toda a Europa e terá repercussões por todo o mundo.
Por isso estive no passado fim-de-semana em Norfolk, a acompanhar o meu colega trabalhista Richard Howitt na campanha contra o "Brexit":
acredito que o futuro da Europa - uma Europa mais unida, mais solidária e mais democrática - precisa da contribuição do Reino Unido.
E que um Reino Unido pró-europeu pode ser determinante para fazer na União Europeia as mudanças de que ela tanto precisa.

Muitos são os jovens britânicos que não concebem um futuro sem União Europeia.
Fizeram Erasmus e voluntariado fora, não foram obrigados a partir para a guerra, estudam e trabalham com colegas de várias nacionalidades, viajam e sentem na pele as vantagens de fazer parte de uma União que trouxe a paz a uma Europa martirizada por séculos de guerras.
O resultado do referendo dependerá, em grande medida, de estes jovens não ficarem hoje em casa e mostrarem nas urnas um Reino Unido que não abandona a União, antes deseja reformá-la, torná-la mais forte e eficaz na regulação global.

Sou a primeira a defender que a UE precisa de reforma na sua estrutura e nas suas políticas -
e por isso sou construtivamente muito crítica e me bato diariamente por mais democracia, mais transparência, mais responsabilidade, mais coerência e mais eficácia.
É importante reconhecer que a União se afastou perversamente do projecto e dos valores fundacionais em muitos aspectos.
E que o descontentamento e a desconfiança que suscita hoje em muitos cidadãos não acabará amanhã, seja qual for o resultado na Grã-Bretanha.
As políticas de desregulação neo-liberal criaram desemprego, exclusão, desigualdades e injustiças que explicam o ressentimento político e o sentimento de insegurança instalados em amplos sectores das nossas sociedades, contamináveis e instrumentalizáveis por discursos populistas xenófobos e intolerantes e por radicalismos que podem resvalar para o extremismo violento e até para o terrorismo.
Deixámos instalar desunião e desconfiança, em vez de promovermos solidariedade e tolerância.
E o ódio e a extrema direita fazem vítimas, como o brutal assassinato de Jo Cox tragicamente ilustra.

Este referendo será sobre a sociedade em que querem viver os britânicos.
Importa fazer dele, qualquer que seja o resultado, impulso determinante do que queremos nós todos, europeus, sobre a sociedade e o mundo em que vamos viver.
Importa fazer valer as palavras que Jo Cox não se amedrontava de usar:
"Temos muito mais em comum do que aquilo que nos divide"!


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