Sexta-feira, 24 de Janeiro de 2014

Liberdade no mundo recuou em 2013 pelo oitavo ano consecutivo

(Lusa, 23.01.2014)

    O  estado da liberdade no mundo declinou em 2013 pelo oitavo ano consecutivo, conclui hoje a organização Freedom House, que destaca ainda o fenómeno do 'autoritarismo moderno', mais subtil  e mais eficaz do que o tradicional.

   No seu relatório anual, intitulado 'Liberdade no Mundo 2014' e hoje  divulgado, a organização de defesa da democracia escreve que no ano passado  54 países registaram declínios das suas liberdades, enquanto 40 tiveram ganhos. 

   No prefácio do relatório, que analisa as liberdades políticas e civis em 195 países e 14 territórios, como o Egito, a Turquia, a Rússia, a Ucrânia, o Azerbaijão,  o Cazaquistão, a Indonésia, a Tailândia ou a Venezuela. 

    O relatório recorda que o ano ficou também marcado por um aumento da  lista de países afetados por guerras civis ou campanhas terroristas sangrentas:  República Centro-Africana, Sudão do Sul, Afeganistão, Somália, Iraque, Iémen  e Síria. 

    A organização sediada em Washington alerta no entanto para um fenómeno  igualmente relevante: "a utilização de técnicas mais subtis, mas em última  análise mais eficazes, por parte daqueles que praticam um 'autoritarismo  moderno'".    Esses líderes, explica a organização, dedicam-se intensamente ao desafio  de estropiar a oposição (e os críticos) sem a aniquilar e de violar do Estado de Direito  enquanto mantêm uma aparência de ordem, legitimidade e prosperidade.     Para estes regimes, é central capturar as instituições que protegem  o pluripartidarismo político e dominar, não só os braços executivo e legislativo, mas também os media, a justiça, a sociedade civil, a economia e as forças  de segurança, acrescenta a organização. 

    "Os nossos dados mostram que nos últimos cinco anos, os mais graves  declínios na democracia se deveram a maiores restrições à liberdade de imprensa,  aos direitos da sociedade civil e ao Estado de direito", disse Arch Puddington.

    "Os limites aos média e ao debate público permitem às pessoas no poder  ganhar eleição após eleição através da distorção do ambiente político antes  da própria votação", acrescentou.    Este fenómeno, escreve a Freedom House, está a vingar em países como  o Zimbabué de Robert Mugabe, na Venezuela de Nicolas Maduro, no Equador  de Rafael Correa, na Rússia de Vladimir Putin, na Ucrânia de Viktor Yanukovych,  na China ou na Turquia. 

     Apesar do tom marcadamente negativo, o relatório destaca alguns pontos  positivos, como a melhoria das liberdades civis na Tunísia, "o mais promissor  dos países da Primavera Árabe"; a realização de eleições bem sucedidas no  Paquistão; as melhorias em países africanos como o Mali, Costa do Marfim,  Senegal, Madagáscar, Ruanda ou Togo. 

     Além disso, sublinha o relatório, o número de democracias eleitorais  aumentou em quatro, para 122, no ano passado, com as Honduras, o Quénia, o Nepal e o Paquistão a alcançarem a designação. 



Publicado por Xa2 às 07:41 | link do post | comentar

2 comentários:
De Sinais preocupantes de FASCISMO. a 27 de Janeiro de 2014 às 09:32
A dimensão nacional-fascista das políticas europeias
(-26/1/2014 por Tiago Mota Saraiva, 5Dias)


A mesma Merkel que acha que os países do Sul têm férias a mais, acaba de decidir baixar a idade de reforma na Alemanha para os 63 anos.
Se é verdade que é o capital financeiro, transnacional, que determina e lucra com grande parte da selvajaria que hoje assistimos na Europa do Sul, também é verdade que existe um nacional-fascismo emergente.
Merkel tudo fará para que se trabalhe mais e pior em Portugal do que na Alemanha, e não hesita em transformar os governos do Sul em "OBERKAPOS" (capatazes dos trabalhadores/escravos nos campos de concentração NAZIs) da miséria dos seus povos.
Mais, estas não podem ser lidas como políticas nacionais mas europeias, e é bom que se diga isto a todos os que continuam a esconder-se desta discussão, da esquerda à direita, atrás da frase “mais Europa, melhor Europa”.

Neste momento, o governo da Alemanha tem cada vez mais interesse que, em países como Portugal, aumente o desemprego, diminua a produção e aumente a dependência.
Provocar o desequilíbrio é uma política europeia.
As vantagens para Merkel são óbvias.
Em primeiro lugar porque tem empresas suas bem posicionadas a disputar as sobras (veja-se o exemplo do Lidl, que sem o instrumento do euro nunca teria conseguido entrar e permanecer em Portugal)
em segundo lugar porque lhe permite, a baixo custo, importar o que lhe for sendo mais útil (até pessoas).

Sempre fui cauteloso em comparar o presente com os fascismos do séc. XX.
Não acho que vivamos, ainda, nas condições de outrora mas creio que já existem sinais mais do que preocupantes.
Se é certo que o grande beneficiado desta crise não será o povo alemão, importa mantê-lo sereno e estimular o seu ódio para com os outros povos.
Não discutir a dimensão nacional fascista deste crise leva-nos a continuar a patinar na maionese do europeísmo de alguns.

[também a Itália de Mussolini apregoava:
" FASCISMO : uma fusão do Estado com o poder corporativo (as grandes empresas)"].


De Praxe legitima Poder Autoritarismo Fasci a 27 de Janeiro de 2014 às 10:08
Da Praxe e da Morte...

Adolescente, li "Porta de Minerva" um livro da autoria de Branquinho da Fonseca onde a descrição da vida estudantil de Coimbra me fascinou...
e assustou porque nunca percebi a razão pela qual um estudante universitário tinha que limpar as botas dos seus colegas, apenas por ser mais novo e ter acabado de entrar na "academia"!...
Depois, com o 25 de Abril, percebi que
o ritual das praxes se constitui como a institucionalização do reconhecimento da legitimidade da hierarquia,
independentemente do saber, do mérito e da justiça, apenas enquanto respeito -expressão do MEDO!- legitimador de uma ordem sem fundamento -como o seria o direito hereditário ao exercício do poder.
Pior um pouco:
os líderes das "praxes" académicas adquirindo esse estatuto por "antiguidade", ao invés de promoverem o direito ao reconhecimento do saber, da inteligência ou ao conhecimento
materializam, isso sim, o reconhecimento do direito à preguiça e ao autoritarismo gratuito.

Por tudo isso, não cumpri praxes, "queimas das fitas" ou similares...

Para mim, a vivência universitária implicava a autonomia do pensamento crítico
e o afastamento definitivo da obediência cega e da submissão gratuita e acéfala
-ainda que mascarada sob a lógica do humor, da "brincadeira", etc...

Hoje, perante a notícia e a especulação da morte de 7 jovens na praia do Meco fica, à reflexão de todos, o problema...
e a opção por um mundo mais racional, sério, justo e responsável... para todos!

Contra a hierarquia gratuita do poder, sem escrúpulos e sem legitimidade a não ser aquela que nós, cidadãos, livres e inteligentes, lhe reconhecemos... ou não!

(-por Ana Paula Fitas , 24/1/2014, ANossaCandeia)


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