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De Arruinar a Admin. Pública., deliberadame a 17 de Novembro de 2014 às 12:46
A degradação do Estado

Os directores do IGFEJ que enviaram um relatório à ministra, dizendo que havia indícios de crime e dias depois, em sede de inquérito disseram ao Ministério Público exactamente o contrário, são meros protagonistas de um caso que espelha de forma eloquente a degradação da Administração Pública.

É verdade que essa degradação começou ainda no tempo de Sócrates mas, com a entrada em funções deste governo. o processo acelerou de forma significativa.

Não foi apenas a redução de salários, o corte nos subsídios e as constantes ameaças de despedimento mascaradas com a Mobilidade Especial que contribuíram para a desmotivação.

Foi, principalmente, a perseguição aos funcionários públicos, a desvalorização do seu trabalho e a partidarização da AP.

Este governo contratou para dirigentes de alguns organismos gente sem qualquer conhecimento da AP cujo único objectivo era destruir a máquina do Estado. Muitos deles eram jornalistas que andaram a fazer fretes a Passos Coelho durante a campanha eleitoral e, de um dia para o outro se viram investidos em tarefas para as quais não tinham apetência nem qualidade técnica. Limitam-se, por isso, a obedecer a ordens que vêm dos gabinetes, não tomando iniciativas ou, quando o fazem, é em sentido contrário ao interesse dos serviços e da população que servem.

Serviços públicos dirigidos a partir dos gabinetes ministeriais, também eles completamente fora da realidade, só pode dar asneira.

Os directores do IGFEJ quiseram proteger a ministra e fizeram borrada. Deviam ser demitidos imediatamente, porque está provado que ou mentiram no relatório, ou no inquérito da PGR. É gravíssimo, mas a ministra mantém-nos no lugar porque lhes deve um favor. É assim que estamos. Ninguém se demite neste caso escabroso, porque se estão a proteger uns aos outros, já que sabem que não há inocentes.

Não acredito que este seja caso único. É, apenas, o mais mediático. Este governo destruiu a AP e, admito, nem sequer foi apenas por incompetência das pessoas que escolheu para determinados cargos.Estamos perante um processo deliberado de destruição da máquina do Estado. No mínimo, irresponsável.

Hoje, ninguém entra para o Estado para defender a camisola. Usa o Estado como encosto ou trampolim político. Os portugueses mereciam um bocadinho mais de respeito.

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-por C.B.Oliveira, 13//11/2014,
http://cronicasdorochedo.blogspot.pt/2014/11/a-degradacao-do-estado.html#comment-form


De Justiça: desaparece, prescreve, não prov a 2 de Dezembro de 2014 às 10:36
CITIUS - agora descobriu-se que ninguém sabe onde está o arquivo dos tribunais extintos

O Citius volta a dar que falar. Agora verifica-se, passados mais de 3 meses a tentarem pôr ordem no caos instalado no ministério da Justiça, que processos findos dos tribunais que foram extintos não transitaram para a nova plataforma informática criando situações como a de descontrolo de cumprimento de sentenças.

A ministra da Justiça não só não se demitiu como tentou sem vergonha atirar responsabilidades próprias para cima de dois subordinados seus.

A ministra Paula Teixeira da Cruz também não foi demitida por Passos Coelho o que está perfeitamente de acordo com o que se pode esperar de um 1ºM que é nem mais nem menos que o antigo gerente da Tecnoforma.

Nesta empresa Passos Coelho geria projectos de formação de técnicos municipais de aeroportos que não existiam, com subsídios europeus facultados pelo seu amigo e facilitador, Miguel Relvas, então Secretário de Estado da Administração Local do governo de Durão Barroso.

O carácter e honorabilidade do antigo gerente da Tecnoforma também pode ser aquilatado quando, agora como 1ºM, começou por afirmar, enquanto não urdia uma escapatória, que não se lembrava se ganhava ou não 5000 € por mês, quando deputado em exclusividade de funções, na qualidade de presidente do Centro Português para a Cooperação. Quer isto dizer que não se lembrava se tinha cometido a fraude, enquanto deputado, de declarar dedicação exclusiva com as respetivas compensações, ao mesmo tempo que trabalhava e ganhava 5000 euros por mês numa atividade aliás indigna, a de sugar apoios europeus para a Tecnoforma que legalmente não os poderia ter, apresentados como se fossem para uma ONG, uma falsa ONG.

Sobre as sequelas do caos na Justiça, relacionadas com o Citius, da (i)responsabilidade da ministra PTC ver aqui "Ninguém sabe onde está o arquivo dos tribunais extintos" no Jornal de Notícias link que encontrei no blog Câmara Corporativa.

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Etiquetas: Centro Português para a Cooperação., Citius Paula Teixeira da Cruz, Passos Coelho, Tenoforma
# por Raimundo Pedro Narciso, PuxaPalavra, 1/12/2014


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