Aníbal, Pedro, Paulo, António, Jerónimo que... (- por F.Fernandes, DN.)
Em bom, é assim: "João amava Teresa que amava Raimundo/ Que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili/ que não amava ninguém. /João foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento,/ Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia,/ Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes/ que não tinha entrado na história." Em bom, é assim, célebre poema assinado por Carlos Drummond de Andrade. Ao poema, ele chamou Quadrilha. Não, não é isso que estão a pensar, mas no sentido da tradicional contradança. Por isso me permito uma versão portuguesa, citando políticos, para aqui trazidos por nos darem música.
Sai cantiga de escárnio e maldizer:
Aníbal apadrinhava Pedro que casara com Paulo que desdenhava Pedro que piscava o olho a António que se encontrava com Jerónimo que se queria vingar de Catarina que também instigava António que não sabia o que fazer.
Aníbal foi para o Algarve reformado, Pedro e Paulo continuaram casados, sonhando com umas terceiras núpcias, grandes como as primeiras, melhores do que as segundas, António hesitou na passagem de nível, olhou para a esquerda, olhou para a direita, foi talvez atropelado, apanhou talvez o comboio do poder,
Jerónimo progrediu para 18 deputados, talvez até 19, e mesmo 12 era bom logo que fossem mais do que Catarina que invejou André Lourenço e Silva, que tinha um cão chamado Nilo e não entrou na história porque é deputado do PAN e só se interessa por periquitos.
– E poderia extender a sua cantiga também aos candidatos presidenciais, incluindo Marcelo e o mais recente (padre) Edgar Silva (53 anos, deputado na A.L. da Madeira pelo PCP).
Biografia de candidato a Presidente da República:
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Edgar Freitas Gomes Silva
Natural do Funchal onde nasceu em 25 de Setembro de 1962
Licenciado em teologia pela Universidade Católica Portuguesa
Exerceu as funções de Padre católico.
Foi responsável por diversos projectos como o “Arco”, na Madeira, e por iniciativas sociais e de desenvolvimento local em bairros marcados pelos problemas da ultra- periferia social.
Da obra publicada contam-se livros sobre questões de desenvolvimento humano e social como “Instrangeiros na Madeira” (2005), “Madeira-Tempo Perdido (2007), “Os bichos da corte da ogre usam máscaras de riso” (2010), “Pontes de Mudança – Sociedades Sustentáveis e Solidárias (2011).
Foi membro fundador do MAC – Movimento de Apoio à Criança e da Escola Aberta, integrou movimentos de apoio às crianças de rua, entre 1987 e 1992.
Foi professor na Universidade Católica do Funchal entre 1987 e 1992.
Foi Assistente Nacional do Movimento Católico de Estudantes (MEC), entre 1992 e 1995.
Deputado na Assembleia Legislativa da Região Autónoma da Madeira desde 1996. Foi membro da Assembleia Municipal do Funchal e da Assembleia de Freguesia de Santo António.
Membro do PCP desde 1998. Membro do Comité Central desde o XVI Congresso.
É responsável pela Organização do PCP na Região Autónoma da Madeira.
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Esta a biografia oficial.
Junto, com muito gosto, o apontamento pessoal de o conhecer e admirar há um quarto de século
(ainda era o Padre Edgar, sempre na mesma luta em que, como camarada, continua),
e de o fazer MEU CANDIDATO.
(-por Sérgio Ribeiro, anónimo sec xxi, 8/10/2015)
O candidato comunista à Presidência da República, Edgar Silva, defendeu hoje um mandato em Belém para "acolher o grito dos pobres", "atender ao clamor dos trabalhadores", da "Terra" e da "Natureza", prometendo "cumprir e fazer cumprir a Constituição".
Numa sala de um hotel lisboeta com centenas de pessoas em pé, além das outras muitas centenas sentadas, Edgar Silva, 53 anos, afirmou que o Presidente da República, embora não sendo "Governo, no entanto, deve atuar no quadro das funções que "o texto fundamental lhe confere, usando os seus poderes para determinar a mudança".
O candidato comprometeu-se com "os valores de Abril", a fim de "abrir novas avenidas de esperança e futuro para Portugal".
O antigo padre e deputado regional da Madeira assegurou ainda que irá contribuir para "defender e aprofundar o regime democrático", "os direitos, liberdades e garantias dos trabalhadores", "os direitos sociais", "promover o crescimento económico e o desenvolvimento", "lutar contra a exclusão social e pela erradicação da pobreza", bem como dar "prioridade às crianças", "afirmar um Estado participado e descentralizado", sem esquecer a "diáspora portuguesa".
Lusa/SOL, 15/10/2015, http://www.sol.pt/noticia/417202/Presidenciais-Edgar-Silva-PCP-quer-acolher-grito-dos-pobres-
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