De Contra 'troika linguística' x CPLP. a 16 de Abril de 2015 às 10:46
O dado

(http://portugaldospequeninos.blogs.sapo.pt/, 12/4/2015)

Os barulhos que tomaram conta da vida política na última semana impediram que se prestasse a devida atenção a coisas aparentemente mais duradouras pelas piores razões. Refiro-me à "proposta de resolução do governo que transpõe o Acordo relativo ao TRIBUNAL Unificado de PATENTES que cria "um sistema de patente europeia unitária" dominado exclusivamente pelas línguas francesa, inglesa e alemã. Os bufarinheiros da "lusofonia" desta vez não se interessaram e a proposta foi aprovada na sexta-feira pela maioria, com a abstenção do PS e os votos contrários dos restantes parlamentares e do deputado Ribeiro e Castro do CDS. Foram, claro, prestadas as costumeiras e piedosas declarações de voto. Mas a verdade é que, pouco a pouco, a tal língua que tem não sei quantos milhões de falantes no mundo inteiro, que suscita delíquios extremos em piqueniques literato-poéticos e em "cimeiras" de chefes de Estado e de Governo da grotesca CPLP e que, graças a um "acordo" absurdo e ilegal entre nós, escreve-se oficiosamente de maneira irreconhecível, começa logo por ser pouco respeitada "em casa". A ignorância e a complacência geral do regime não se poupam nos esforços. É triste mas é o dado.

tags: língua portuguesa, sociedade
João Gonçalves
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Um acto inaceitável

Fico satisfeito por ver que Henrique Neto - menos preocupado com capas de jornais ou em fazer de "emplastro" de outros e mais atento ao que deve realmente interessar ao país - reparou neste dislate aprovado praticamente à socapa, numa sexta-feira, pela maioria parlamentar com a abstenção do PS. «O candidato presidencial disse “lamentar a recente aprovação no Parlamento (do acordo sobre o Tribunal Unificado de Patentes) por colocar em causa a dignidade da língua portuguesa», considerando que «se está a desvalorizar o facto de “a língua portuguesa ser a 3ª língua global, a 3ª língua do Ocidente e a 4ª língua mais falada no mundo”. Trata-se “de um acto inaceitável, porque vem acentuar a periferização de Portugal, quando o momento exige justamente que se trabalhe com afinco no sentido contrário”. "Portugal não pode aceitar uma tal decisão”, salientou Henrique Neto, certo que se trata de algo “incompreensível”.» Finalmente «o Presidente da República deveria pronunciar-se com clareza sobre este acordo, exigindo a reconsideração das posições dos partidos políticos responsáveis pela sua aprovação.»

Fonte: Notícias ao Minuto
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. PCP, BE, PEV e
Deputado do CDS vota contra diploma do governo sobre patentes
. PS absteve-se
(por O.L. Oliveira e M.Marujo,10/4/2015,DN)

José Ribeiro e Castro critica "troika linguística" - alemão, inglês e francês - no registo de patentes a nível comunitário, que foi aprovado no Parlamento. PCP, BE e PEV também votaram contra.

O deputado do CDS José Ribeiro e Castro levantou-se esta sexta-feira contra uma proposta de resolução do governo que transpõe o Acordo relativo ao Tribunal Unificado de Patentes, que cria "um sistema de patente europeia unitária". Para o ex-líder centrista,
a votação a que se opôs constitui "um exemplo de escola de ato profundamente ilegítimo, mascarado de legalidade".

"Este é o segundo ato de um movimento falsamente europeu
e, a meu ver, gravemente lesivo de interesses fundamentais de Portugal", aponta Ribeiro e Castro na declaração de voto a que o DN teve acesso. E prossegue com as críticas:
"O caso reveste-se daquela obscuridade técnica que é propícia a manobras e artifícios diante da indiferença dos cidadãos e da opinião pública."

"Do que se trata é da instalação de um regime profundamente discriminatório entre europeus no quadro do mercado interno e do seu funcionamento, através da imposição, em matéria de patentes, de uma troika linguística: alemão, francês e inglês.
Estas línguas passam a ter privilégios exclusivos, discriminando-se e desqualificando-se todas as outras línguas europeias.
Passaria a ser assim no REGIME da PATENTES- foi o primeiro ato, consumado no final do governo Sócrates.
E passará a ser assim também em sede da JUSTIÇA específica respetiva - é o segundo ato, que hoje a Assembleia da República aprovou", acrescenta o parlamentar.

Vários deputados PSD apresent.declaração de voto, assim como a bancada do PS, que se absteve


De Des Acordo Ortográfico. a 21 de Abril de 2015 às 12:46
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(des) acordo ortográfico português - resistência e objecção de consciência

« Este blog ainda não adoptou o acordo ortográfico. O autor prefere escrever com erros pessoais a fazê-lo com erros oficiais. » - LNT e ...
... as "vogais e consoantes politicamente incorrectas do acordo ortográfico" + um Plano de Acção que garante que (a "irreversibilidade" e) o impossível não é mais do que aquilo que ainda não foi possível realizar:
... ... ...
(-por Xa2, 28/5/2013, Luminária)

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Não ao "acordo" ortográfico e não à "gramática modernaça"

ACORDO ORTOGRÁFICO:

ACABAR JÁ COM ESTE ERRO ANTES QUE FIQUE MUITO CARO
... ... ...
(- por Xa2 , 19.02.14 , Luminaria)

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des Acordo Ortográfico
em 20.04.15


«O acordo [ortográfico] foi negociado em segredo, foi introduzido à socapa como facto consumado,
foi imposto à força, contra a contestação geral ou quase, e finalmente foi ratificado ilegalmente visto que o tratado que o fundou não permitia a alteração que se fez:
foi celebrado por sete países e estava previsto que cinco o ratificassem para entrar em vigor
e como não se conseguiam esses cinco fez-se uma alteração legal dizendo que bastavam quatro para o fazer.
A entrada em vigor do acordo é ilegal.

O acordo não só não resolveu nada que supostamente queria resolver como praticamente agravou todas.
Criou contradições e coisas anedóticas. Por exemplo:
dizia-se que era preciso aproximar a língua da oralidade e temos o exemplo do pára e do para, que é uma coisa absurda. (...)

Era preciso unir a ortografia porque havia duas. Mas neste momento há três:
a brasileira, a portuguesa de antes do 'acordo' que muitas pessoas continuam a utilizar, como eu, e a portuguesa depois do acordo.
Isto gerou tamanha confusão... nos documentos públicos, no ensino público e até na própria imprensa há partes do acordo que são facultativas e outras que não são.
Isto gerou uma cacofonia total e absoluta.
Dentro de uma geração os pais não vão perceber o que os filhos escrevem - e vice-versa. (...)
O brasileiro chega a Portugal e, em vez de encontrar a recepção do hotel, que é como eles dizem, encontra a 'receção' do hotel, o que é uma anedota.»

Miguel Sousa Tavares, no Jornal da Noite da SIC


De desAcordo Ortográfico a 21 de Abril de 2015 às 12:52
DesAcordo Ortográfico

Era (e sê-lo-iam ainda) necessárias a ratificação e depósito de TODOS os intervenientes:
Artº 3º "O Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa entrará em vigor em 1 de Janeiro de 1994, após depositados os instrumentos de ratificação de TODOS os Estados junto do Governo da República Portuguesa."

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Sim.
Mas o fundamental é que todos os opositores ao aborto ortográfico utilizem o espaço público de que dispõem, como ontem fez MST, para denunciarem esta aberração e promoverem a consulta popular.
Só aí, à boleia dessa consulta, poderá ser feito o debate que os decisores políticos nunca organizaram.
Esta é uma matéria típica em que o Estado (leia-se: o Governo) "nacionalizou" indevidamente um tema sem debate prévio na sociedade civil.
Ao contrário do que sucede noutros países, que nos deviam servir de modelo, em que as regras ortográficas são fixadas por quem sabe:
a comunidade científica, nomeadamente as academias.
Em Portugal sucedeu precisamente o inverso:
o Estado (leia-se: o Governo) legislou contra o parecer quase unânime das entidades com credenciais científicas para o efeito.
Passando-se a si próprio um verdadeiro atestado de incompetência.
A propósito
: ficarei atento aos programas dos candidatos presidenciais.
Para saber o que cada um pensa chamado "acordo ortográfico".
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Chamar segredo a algo que é citado todos os dias no jornal e que levou uma carrada de anos a ser implementado é capaz de ser um bocadinho exagerado.

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Você alguma vez viu o Governo, este o anterior, promover algum debate público, com carácter nacional, sobre a ortografia da língua portuguesa?
Ou algum debate sob o alto patrocínio da Presidência da República?
Eu não.
Vi - isso sim - uma petição popular assinada por mais de cem mil cidadãos contra o AO
"despachada" em dez minutos de desinteresse parlamentar, numa sexta-feira ao fim da manhã, na Assembleia da República com o plenário quase vazio.


De Voto contra AO90. a 4 de Maio de 2015 às 12:05
Estou à venda, comprem-me!

Caros Políticos de Portugal,
Decidi que, pela minha língua-mãe, vale a pena prostituir-me e, como tal, o meu voto está à venda. Se querem o meu voto, corrijam a bela merda que fizeram ao instituir o Acordo Ortográfico de 1990 (AO90).

Pergunto-me porque razão não há vontade política para corrigir uma coisa que tão obviamente está errada e não funciona,
uma coisa que criou barreiras entre os povos que usam o português, uma coisa que introduziu incerteza e aumentou o ruído de se comunicar em português.
Recordam-se do ruído, certamente? Nós aprendemos acerca do ruído nas aulas de português, quando éramos pequeninos:
o ruído é tudo aquilo que impede que a mensagem seja compreendida.
Foi-nos ensinado que o ruído era uma coisa má para a língua.
Caros Políticos, o AO90 é ruído e é um ruído institucionalizado por vós. Há aqui uma grande contradição:
no ensino público ensinam-nos a minimizar o ruído, mas na legislação tolera-se e amplifica-se o ruído.

Expliquem-nos o vosso segredo para ver se nós compreendemos como é que a vossa cabeça funciona.
Como é que vocês, Políticos de Portugal, encontram vontade política para fazer maldades,
como aumentar impostos, portagens, insultar portugueses, espiar,
mas não encontram vontade política para fazer algo que agradaria à maioria dos portugueses?

Expliquem-nos a lógica da vossa loucura. Depois, arranjem coragem, e comprem o meu voto. Eu estou à venda e calha bem porque as eleições estão à porta.

Muito obrigada!

RIC ,


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