De 'Polvo-fénix-vampiro Finança global. a 23 de Fevereiro de 2015 às 10:53
Este domingo passou um filme na RTP1, creio, sobre um banco francês/transnacional «Phenix» -
que é apanhado na crise, quase estoura, mas com ligações a outro banco americano, a fundos árabes grandes acionistas/especuladores, representantes do Eliseu/PRF/gov.Fr. e a um banco japonês com ligações 'mafiosas/ yakuza' ... -
depois de vários 'golpes palacianos' e manobras
( manipulação/ jogo com a comunicação social, - para fazer subir as ações na bolsa e a cotação das agências de rating, e tornar 'político-social/ aceitável' o despedimento de milhares de trabalhadores... com prémios de milhões para a presidente/CEO, ...),
o presidente e alguns apoiantes lá conseguem fazer renascer o banco ... e , no final, em reunião com os principais acionistas é recolocado como presidente, discursa e é muito aplaudido quando diz :
... o banco vai continuar a sua política de Robin dos Bosques ao contrário:
« tirar aos pequenos para enriquecer ainda mais os grandes ! (os presentes) »

i.e. o banco (com seus 'ramos especiais' e ligações) vai continuar o Triplo ROUBO:
aos pequenos acionistas/ investidores, aos clientes (depositantes e devedores), e aos cidadãos/contribuintes, através de mais impostos para o governo subsidiar o banco, seus défices/recapitalização e desempregados, ...

Estava lá tudo o que move a Finança (e a alta política económica transnacional/ global):
os agentes
(bancos, fundos de investidores/especuladores, agências de rating, offshores, mídia e agências de comunicação/marketing, ... administradores e accionistas principais, ... dirigentes e funcionários intermédios, trabalhadores indiferenciados, ...os representantes do governo, e dos sindicatos, ... ),
os manipuladores e os manipulados, os procedimentos, os objectivos, ... os perdedores e os ganhadores.


De Ditadura dos Mercados financeiros. a 23 de Fevereiro de 2015 às 11:22
A chamada «ditadura dos mercados»

[imagem do banco HSBC, +um 'Suisseleak' das fugas a impostos nacionais em offshore... ]

«Aquilo que se tem chamado a “ditadura dos mercados” é a forma moderna de
fusão dos interesses económicos com a política,
que já não permite a caricatura dos capitalistas de cartola, senhores do aço e das fábricas de altas chaminés,
mas sim os impecáveis banqueiros e altos consultores
vestidos de pin stripes, assessorados por uma multidão de yuppies vindos das universidades certas com o seu MBA, que num qualquer gabinete do HBSC movem dinheiro das ilhas Caimão para contas numeradas na Suíça.

Entre os perdedores não está apenas quem trabalha, no campo ou nas fábricas, ou a classe média ligada aos serviços e à função pública, mas
estão também os interesses económicos ligados às actividades produtivas, ao comércio que ainda não é apenas uma extensão de operações financeiras, e à indústria.

A rasoira que tem feito na Europa, usando com grande eficácia as instituições da União Europeia, não é da “política” em si, porque
o que eles fazem é política pura,
mas sim de qualquer diversidade política,
tendo comido os partidos socialistas (/sociais-democratas) ao pequeno-almoço,
com a ementa do Tratado Orçamental.»

José Pacheco Pereira , via Entre as Brumas, 21/2/2015


De Finança transnacional vs Democracia. a 23 de Fevereiro de 2015 às 11:35
A Alemanha e o voto da Grécia

(Excertos do artigo de opinião de Miguel Sousa Tavares, no Expresso de 21.02.2015: )

«Wolfgang Schäuble é uma personagem condenada à história. Da sua cadeira de rodas, ele não vê de perto os milhares, milhões, de mutilados que a receita da troika causou em países como Portugal e a Grécia. Ele não está no aeroporto de Atenas ou no de Lisboa a ver partir para o exílio toda uma geração de jovens a quem o seu país não tem futuro para dar (mas cujos engenheiros, formados com o dinheiro dos contribuintes portugueses, a chancelerina Merkel, de visita a Portugal, declarou aceitar, "generosamente", receber na Alemanha). E quando o ministro alemão, numa operação mútua de marketing, se reúne com a nossa sorridente ministra das Finanças e proclama que o exemplo português é a prova de que a receita da troika funciona, omite dizer que ela nos custou 6,5% do PIB, 400.000 novos desempregados e 300.000 emigrantes, que nos fez vender em saldos e para estrangeiros todas as empresas estratégicas em que tanto havíamos investido ao longo de décadas e que, no final de todo esse brilhante ‘ajustamento’, a dívida pública passou de 90% para 130% do PIB. E também não conta aos contribuintes alemães que o grosso do empréstimo à Grécia serviu para salvar o investimento da banca alemã na venda de submarinos e outros luxos aos gregos, e quanto é que a Alemanha facturou já nos juros dos empréstimos a Portugal ou à Grécia. (...) A atitude actual da Alemanha em relação à Grécia — e que, para vergonha de todos, é a política da UE, socialistas incluídos — não é ditada por qualquer pensamento racional, mas apenas por um desejo mesquinho de punição e humilhação. Que não é digna da Alemanha e que prenuncia o fim da ideia de Europa, mais tarde ou mais cedo. (...)

A Grécia não votou apenas pelo fim da austeridade que os arruinou de vez, votou também, e mesmo que ingenuamente, pelo resgate de alguma noção mínima de dignidade nacional e por uma consequência mínima da vontade dos povos, expressa em eleições democráticas — que são a matriz da construção europeia. E, indirectamente, votou também para que a Europa saísse do colete de forças intelectual imposto pelos mercados e pela ditadura dos economistas académicos e começasse a discutir política.»
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Lembrete: Os programas da troika falharam

O cenário está montado na Europa para a guerra. Não falo da Ucrânia/Rússia, se bem que seja capaz de imaginar cenários em que esse conflito entre nesta guerra. Mas da guerra ideológica (e de votos) que visa esmagar à nascença uma ampla frente anti-austeridade no seio do "império" e, assim, salvar a cara de quem defendeu a austeridade como medida económica.

Esta percepção não vem de uma profunda análise política europeia, mas da percepção sensorial destas últimas semanas, quando ouvimos:

1) o ministro da CDU alemã das Finanças nas suas várias declarações ("Se eles não querem mais ajuda, nós não os forçamos a aceitá-la"), muitas delas para lá do que seria um aconselhável exercício diplomático de um ministro com responsabilidades comunitárias, o que até lembra a sanha com que o pacto franco-alemão veio esmagar sangrentamente a Comuna de Paris - 80 mil mortos - para restaurar a tranquilidade no império. Não foi assim há tanto tempo (144 anos no próximo 28 de Maio);

2) os argumentos igualmente assanhados do governo PSD/CDS a defender o argumentário da CDU alemã e até aceitar - tal como o fez com a troika - colar-se e aceitar ser usado pelo governo CDU/SPD, como seu peão de briga. (Quem acha que disse estas frases? "O problema é que a Grécia viveu acima das suas possibilidades demasiado tempo e mais ninguém quer dar dinheiro à Grécia sem garantias"; "A Grécia quer mais crédito, mas tem de haver condições... é uma questão de princípio para os ajudar a si próprios" )

3) a satisfação com que pensadores da direita radical esperam - aliás, como o ministro da CDU alemã ("Os gregos terão certamente dificuldade em explicar o acordo aos seus votantes") de que o Syriza caia na rua, às mãos dos seus eleitores, por terem tão claramente rasgado o seu pacto eleitoral.

em toda esta corrida ao armamento é que já ninguém discute o que lhe esteve na base: o insucesso do famigerado programa, com o qual querem amarrar os gregos e a Europa. ...


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