A imprensa espanhola destaca, em manchete, na manhã desta segunda-feira, a mudança política registada no país "à custa do PP" nas eleições municipais e autonómicas de domingo, com títulos como "Cambio Radical", "Cambio histórico" ou mesmo "Instabilidade".
Nos jornais mais associados à direita, o ABC escreve que "O PP ganha em votos, perde em poder", debaixo de uma foto a toda a largura da página das candidatas "populares" a Madrid – Esperanza Aguirre (para a Câmara Municipal) e Cristina Cifuentes (Comunidade Autónoma).
Ambas ganharam, mas SEM maioria absoluta, ficando assim vulneráveis a ACORDOS entre os partidos de esquerda que as podem afastar do poder.
Aguirre e Cifuentes ilustram o que aconteceu ao PP um pouco por todo o país. O La Razon escreve mesmo "Instabilidade", explicando que houve um "Castigo ao PP"
[ainda que tenha sido o partido mais votado] e que o "Podemos manda no terreno do PSOE".
O Ciudadanos, sublinha, "ficou abaixo das expectativas".
A foto é dos festejos de Ada Colau, a activista anti-despejos que venceu em Barcelona, e que o jornal chama de "símbolo da reviravolta radical".
O El Mundo fala apenas num "Cambio político à custa do PP", explicando que os populares perdem o poder na Extremadura, Comunidade Valenciana, Cantábria, Aragão, Castilla-La Mancha e Baleares, devido especialmente aos emergentes.
"Barcelona e Madrid nas mãos da esquerda radical", acrescenta, numa referência a Ada Colau (Barcelona en Comú) e Manuela Carmena (Ahora Madrid), que "são favoritas a governar".
Em Espanha, os eleitores elegem deputados municipais e são estes que depois elegem os presidentes de câmara, numa votação em reunião camarária.
Por isso, o cabeça-de-lista do partido mais votado apenas é automaticamente presidente quando obtém maioria absoluta.
No entanto, nas municipais (ao contrário das autonómicas) os partidos têm uma votação para porem em prática acordos pós-eleitorais, se não, é a lista mais votada quem escolhe o presidente da câmara.
O El País diz que o "A queda do PP provoca uma reviravolta a favor da esquerda" e explica que o PP "pode perder a maioria das grandes cidades e autonomias".
O La Vanguardia, diário de Barcelona, puxa para capa uma foto de Ada Colau, uma das grandes vencedoras da noite, sob o título "Cambio Radical", e acrescenta que "O PP perde peso e o Podemos avança".
Nos títulos regionais, o Diario de Sevilla escreve que os resultados na capital andaluza "desenham um cenário de instabilidade", com o actual presidente da câmara, Juan Ignacio Zoido (PP), a vencer, mas perdendo grande parte do apoio nas urnas.
"Os socialistas ganham as eleições [nos municípios da Andaluzia] a um PP que se debilita nas cidades", sublinha.
O El Periódico de Catalunya adianta que "Colau dá a reviravolta" e o La Voz de Galicia escreve "Cambio Histórico", numa referência ao facto de Xulio Ferreiro, candidato do "Marea Atlántica" – apoiada pelo Podemos, ter ganhado a câmara da Corunha.
O jornal Atlántico, de Vigo, sintetiza em capa o cenário trazido pela noite eleitoral de domingo:
"Podemos e Ciudadanos, árbitros do novo mapa [político] após a queda do PP".
A esquerda e a vontade de poder
(-por Sérgio Lavos, 25/5/2015,365forte)
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As eleições autonómicas em Espanha vieram confirmar a mudança que vinha acontecendo nos últimos anos.
A emergência de movimentos de cidadãos e de novos partidos e movimentos, à direita e à esquerda, culmina na implosão (ferida) do bipartidarismo que tem sido regra desde o fim da ditadura.
O PP venceu em nove das 13 regiões autónomas, mas perdeu todas as maiorias absolutas que detinha.
Em Madrid ganhou, mas fica dependente de uma eventual coligação entre o Ahora Madrid (movimento que integra o Podemos e cidadãos de outros partidos de esquerda, como o Equo, equivalente ao LIVRE, tendo recebido o apoio também do partido comunista e de dissidentes da Izquierda Unida de Madrid) e o PSOE.
E em Barcelona, ganhou o Barcelona en Comú, outro movimento que integra o Podemos e também o Equo, derrotando o CiU, de direita.
Agora precisa de apoio para obter maioria, e o partido socialista da Catalunha será o parceiro mais provável.
Somando tudo, o PP perde onze pontos percentuais em relação às últimas eleições autonómicas e o PSOE dois pontos.
Nas comunidades onde não conseguiu maioria, o PP corre ainda o risco de ver o Podemos aliar-se ao PSOE para formar Governo.
Para além do fim (ferida) do bipartidarismo, a principal lição que podemos retirar das eleições de ontem foi
o esforço realizado por toda a esquerda (incluindo o Podemos) para conquistar o poder à direita,
representada pelo PP mas também pelo movimento Cidadãos.
Os diversos partidos à ESQUERDA do PSOE, incluindo o partido comunista, deixaram de parte divergências e JUNTARAM-se em diversos municípios e regiões, assumindo que é mais importante DERROTAR as políticas de DIREITA do que manter-se entricheirado nas diferenças.
O esforço provavelmente estender-se-á ao período pós eleições, tendo vários destes movimentos já admitido negociações com o PSOE para a formação de maiorias.
Não há trincheiras que não possam servir de rampa para outros voos.
A esquerda espanhola MOSTRA um CAMINHO.
É verdade que falamos apenas de eleições autárquicas, mas de qualquer modo é difícil não comparar esta vontade de abertura e de CONVERGÊNCIA da ESQUERDA em Espanha
(até o partido anti-sistema Podemos construiu pontes e forjou alianças para chegar ao poder) à DESUNIÃO e entricheiramento da nossa esquerda.
Blindados na sua pureza ideológica, PCP e BE continuam a queimar possibilidades. Isto é um erro táctico, mas também estratégico.
Táctico porque a soma de toda a esquerda é bastante superior aos votos da direita.
Vivemos num país onde, de acordo com as sondagens, cerca de 65% dos eleitores votam à esquerda. No entanto, é a direita que governa.
E é aí que reside o erro estratégico.
Os valores da revolução têm sido sistematicamente DESTRUÍDOS pelos sucessivos governos à direita porque a esquerda nunca soube aproveitar a maioria sociológica de esquerda do país.
Entretidos em jogos florais, os partidos de esquerda foram vendo o Estado Social sendo lentamente desmantelado, contra a vontade da maioria dos portugueses.
Tem sido uma derrota que arde em fogo lento, tecida ao mesmo ritmo com que vão sendo transferidos recursos DO factor TRABALHO para o factor CAPITAL e a desigualdade vai aumentando, invertendo a marcha do progresso prometido pela revolução dos cravos.
Ainda há tempo?
Há sempre, mas é uma agonia ver como, apesar do brutal ataque revanchista da direita aos valores de Abril,
a esquerda se mantém rigidamente fiel aos seus princípios e à sua pureza, recusando discutir alianças e convergências.
Espanha pode ser um exemplo.
Se não o seguir, a esquerda portuguesa irá continuar a intercalar derrotas e ténues vitórias durante muitos anos.
Péssimas notícias para o país e para os portugueses.
----- Correcção: Merdosos.
"Políticos medrosos conduzem a um crescimento da extrema-direita".
E esta Comissão Europeia e a que a antecedeu e, arrisco mesmo, a que lhe suceder, não têm nada a ver com isso, obviamente. (!!!)
---- Verdadeiro artista:
«[...] a decisão de descongelar as promoções nas forças armadas foi tomada em 2011 pelo atual Governo»
(mas só agora é decretado-despacho conjunto MDefesaN- MFin.AP, em vésperas de eleições, e após várias manifestações de desagrado nas forças militares e de segurança/administração interna, ...)
------ Isto está tudo armadilhado
(-por josé simões, derTerrorist , 23/5/2015)
[A bunch of scaredy cats Feeling kinda empty #illus ]
Nem é o convite de Pedro Passos Coelho, enquanto primeiro-ministro em final de mandato, a Carlos Costa, enquanto Governador do Banco de Portugal em final de mandato,
contra o parecer de toda a oposição, com o Partido Socialista à cabeça e com a proposta de Lei do PS em votação na Assembleia da República que visa a audição prévia do Parlamento relativamente à nomeação do Governador do Banco de Portugal
porque, ao fim de 4 anos de Passos Coelho, já estamos todos vacinados e já sabemos o que a casa gasta e da bondade dos convites,
a começar pelo endereçado a Rui Rio para presidir ao futuro Banco de Fomento,
e para Passos Coelho mais vale ter o Governador debaixo da asa do que o ex-Governador por aí, à solta, a badalar em pela campanha eleitoral, depois de todas as "peripécias" do caso BES.
Nem tampouco se trata do Governador em funções e em final de mandato poder vir a aceitar o cargo, contra tudo o que atrás foi escrito. Não.
É que se Carlos Costa aceitar significa que nem sequer lhe passa pela espinha dorsal colocar depois o lugar à disposição do próximo primeiro-ministro eleito,
que pode muito bem ser António Costa, o secretário-geral do Partido Socialista, e que vai ter de se governar 4 anos com um Governador para cuja nomeação não foi tido nem achado, antes pelo contrário.
Isto está tudo armadilhado, à imagem das CENTENAS de NOMEAÇÕES, também por 5 anos, de BOYS técnicos-especialistas (e sócios, familiares e amantes... para Tachos, tachinhos e Tachões),
em todos os ministérios e administrações públicas, cheios de currículo ganho em 4 anos de Governo PSD/ CDS-PP.
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... a absoluta necessidade de condenar J.Sócrates sem provas a bem da Nação, Pátria e Autoridade, vemos bem como vivemos num estado de filhos da puta.
A imprensa é um refugio de cobardes e canalhas, está tudo invertido. Palavra a um grande q se recusou a fazer parte da manada:
----No País dos Sacanas
Que adianta dizer-se que é um país de sacanas?
Todos os são, mesmo os melhores, às suas horas,
e todos estão contentes de se saberem sacanas.
Não há mesmo melhor do que uma sacanice
para poder funcionar fraternalmente
a humidade de próstata ou das glandulas lacrimais,
para além das rivalidades, invejas e mesquinharias
em que tanto se dividem e afinal se irmanam.
Dizer-se que é de heróis e santos o país,
a ver se se convencem e puxam para cima as calças?
Para quê, se toda a gente sabe que só asnos,
ingénuos e sacaneados é que foram disso?
Não, o melhor seria aguentar, fazendo que se ignora.
Mas claro que logo todos pensam que isto é o cúmulo da sacanice,
porque no país dos sacanas, ninguém pode entender
que a nobreza, a dignidade, a independência, a
justiça, a bondade, etc., etc., sejam
outra coisa que não patifaria de sacanas refinados
a um ponto que os mais não são capazes de atingir.
No país dos sacanas, ser sacana e meio?
Não, que toda a gente já Ee pelo menos dois.
Como ser-se então nesse país? Não ser-se?
Ser ou não ser, eis a questão, dir-se-ia.
Mas isso foi no teatro, e o gajo morreu na mesma.
Jorge de Sena
(Joe Strummer a 24 de Maio de 2015 )
Não há fome que não dê em fartura (1)
(por Sofia L.Santos, 24.05.15, Defender o q.)
[ é preciso ter uma grande lata.png]
Ministro da Defesa anuncia 6088 promoções
Uma decisão deste governo, diz Aguiar Branco, datada de 2011. Por acaso só agora vai ser concretizada.
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Passos Coelho em relação à reposição salarial da Função Pública:
"Parece-nos fazível"
[ gandalata.png ] Parece-lhe fazível. !!
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Obviamente que é apenas porque nos portámos todos muito bem e já podemos ter um prémio:
Governo admite acelerar eliminação da sobretaxa de IRS
------ E fizeram muito bem
( por josé simões, derTerrorist, 27/5/2015, )
Porque, como é por todos sobejamente sabido, a função da UTAO é fiscalizar o programa eleitoral dos partidos da oposição e não
essas minudências do impacto no Orçamento do Estado e no
défice das isenções e benefícios fiscais concedidos aos bancos pelo Governo com
o dinheiro que deixa de entrar no monte dos impostos
dos contribuintes que não chega para nada nem para a saúde nem para a educação nem para as pensões e reformas
que é preciso cortar por causa da sustentabilidade da Segurança Social e
a cada um consoante as suas possibilidades e
os bancos já foram
por demais massacrados com um esforço árduo no contributo para tirar o país do buraco onde
os malandros dos socialistas keynesianos o meteram porque
os bancos fizeram-se foi para financiar a economia ao contrário do que alguns acreditam e que
é só para sacar dinheiro
à economia e distribuir dividendos pelos accionistas e investidores .
«Maioria recusa divulgar valor de isenções fiscais ao Novo Banco e chumba avaliação pela UTAO
A oposição queria que a UTAO ajudasse a saber o valor dos benefícios fiscais atribuídos ao Novo Banco
mas a maioria PSD/CDS travou o pedido.
Até agora Governo atribuiu isenções de 85 milhões de euros.»
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Coisas 'verdadeiramente surpreendentes' !! ( Tubarões próximos )
Um dos 20 economistas que presta apoio ao programa económico do PSD
é "senior advisor" de uma recentemente criada, candidata à privatização da CP Carga,
e que se dedica exclusivamente a restruturações empresariais em Portugal
para, poesia pura,
"permitir à empresa criar valor a longo prazo para colaboradores, parceiros de negócio, Estado, accionistas e demais ‘stakeholders'", nacionais, europeus e amaricanos .
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Ministérios e secretarias de Estado e direcções-gerais e autoridades várias
pejadas de centenas e centenas e centenas de militantes e simpatizantes, inner circle, do PSD e do CDS,
sem currículo mas já com 4 anos de currículo, por nomeação dos ministros e secretários de Estado,
também eles militantes do PSD e do CDS,
mas os ministros e os secretários de Estado nunca sabem nada de nada.
A rebaldaria total e a falta de autoridade, é a versão bondosa.
Nos filmes amaricanos os operacionais 'adormecidos' e os pelotões desactivados da Delta Force
são contactados por alguém da Administração para uma operação suja secreta
numa República das Bananas, algures entre a América Latina e África,
"mas isto não é oficial se forem descobertos estão por vossa conta que nós vamos desmentir tudo".
O inquérito de Paulo Núncio iliba
Paulo Núncio da Lista de
Paulo Núncio.
Siga a marcha.
23.5.15, 00:32 (JPP)
A SOLIDÃO DAS LUTAS
Hoje quem luta e quem reivindica está sempre sozinho. Pode contar consigo ou com os seus e nada mais.
Os mecanismos clássicos que geravam solidariedade foram erodidos na sociedade durante várias décadas e praticamente destruídos pela crise do "ajustamento".
Há excepções, mas esta é a regra.
Isto significa que todas as lutas parecem ser corporativas, mesmo quando não o são.
Esta "corporativização" dos conflitos sociais enfraquece o seu impacto,
dá-lhes uma dimensão que parece, vista de fora, egoísta, e dificulta, quando não impossibilita, qualquer solidariedade activa.
Cada um, a seu tempo, quando precisa de lutar, protestar, pura e simplesmente levantar-se e dizer que "não",
vai pagar na sua solidão a indiferença que teve pelos outros.
Da .Sábado
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A dança ... e o voto
(-JPP, 23/5/2015, http://abrupto.blogspot.pt/ )
...
... custa ver a nova coligação PSD-CDS voltar também ao "castelo" para "celebrar" um ano de saída da troika de Portugal e fazer mais um acto de propaganda eleitoral
à sombra do esquecimento e da falta de vergonha. Na verdade, pouca gente em Portugal se comportou mais do que Passos e Portas como
representantes fiéis e dedicados de um internacionalismo europeu que está a erodir a nossa democracia e que, já de há muito, colocou em causa a nossa independência nacional.
Já estamos muito esquecidos, mas se Sócrates "chamou" a troika, foi não só com a assinatura conjunta do PSD e do CDS, como com a colaboração entusiástica de Passos e menos entusiástica de Portas, mas mesmo assim colaboração.
É um prémio à desresponsabilização e ao vale -tudo
esquecer que em particular Passos-Catroga-Moedas manifestaram várias vezes uma concordância plena com as políticas da troika,
que não entendiam como uma política imposta de emergência e de passagem, mas como o modelo benéfico e exemplar de transformação de um País perdulário e gastador num disciplinado e puritano aluno da senhora Merkel.
E não, os perdulários e gastadores não eram Sócrates e os socialistas em geral, mas os portugueses. Sim, os portugueses.
Portas, por seu lado, tornou-se o arauto do "protectorado", primeiro dito de forma genérica, depois corrigido para a fórmula de "protectorado financeiro",
que lhe permitiu aquele teatro ridículo do relógio na sede do CDS. Mas se antes éramos um "protectorado" porque é que agora deixámos de o ser?
A saída da troika significa acaso alguma "independência" orçamental num País cujo parlamento perdeu o papel essencial de fazer o seu orçamento e sobre o qual existe um direito de veto alheio?
O CDS bem pode andar de bandeira nacional na mão, que nele deixou de ser bandeira para ser apenas uma bandeirinha de lapela, e bem pequena por sinal.
...
25/5/2015
----- Too big to fail ;
too big to jail ...
(Citi, Bank of America, Goldman Sachs, AIG, ... Wall street, City of London, offshores, bolsas)
«Fomos nós que criamos esta terrível recessão, não foi um tsunami acidental... e a ameaça permanece.
Os males de nossa economia não foram resolvidos por uma simples razão:
pedimos às pessoas que criaram a crise que a resolvessem.
Os problemas não foram diagnosticados.
Há sempre as mesmas preocupações de regulação financeira, cuja lista é longa:
os bancos continuam "too big to fail" ("demasiado grandes para falir" , logo «demasiado grandes para irem para a cadeia» "too big to jail"),
as suas opções de risco são excessivas, a opacidade financeira persiste e o shadow banking (opacidade e manipulação de 'bangsters') continua bem presente.»
- Joseph Stigliz http://www.latribune.fr/opinions/tribunes/20131021trib000791581/stiglitz-aucune-economie-n-est-jamais-revenue-a-la-prosperite-avec-des-mesures-d-austerite-.html
«Nenhuma economia jamais chegou à prosperidade com medidas de austeritárias»
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Espelho meu, quem é mais LIBERAL do que eu?
«Passos Coelho critica algumas soluções do PS por serem demasiado liberais, ele que nem aceitaria tal coisa, cruzes canhoto.
Responde alguém do PS: mas Passos Coelho já defendeu o mesmo. E dá-se como exemplo uma conversa antes das eleições em que actual primeiro-ministro propunha a normalização do contrato a prazo, para que seja fácil despedir a qualquer momento.
Então, das duas uma.
Uma: o que Passos Coelho defendeu é, ela por ela, a proposta de Mário Centeno, o chefe dos doze apóstolos do PS, para o mercado de trabalho. Para Centeno, até poderia haver contrato sem termo, mas a empresa poderia sempre terminá-lo a qualquer instante. O que dá igual ao que Passos Coelho propunha. (...)
Ou, então, duas, é o PS que está a copiar as soluções de Passos Coelho. Na TSU, a proposta é, mais uma vez, só ligeiramente diferente: o PS corta mais na TSU (e o PSD e o CDS recuaram na sua proposta), distribui o corte entre empresas e trabalhadores, promete uma vaga compensação com impostos misteriosos do lado das empresas e reduzir as pensões futuras do lado dos trabalhadores. (...)
A competição será decidida pelo espelho mágico, que é o que sobra nestas circunstâncias: espelho meu, espelho meu, quem é mais belo do que eu, quem é mais liberal do que eu?»
Francisco Louçã
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O fim da política como a conhecemos
«A crise financeira trouxe à tona de água muito do que se escondia no fundo dos rios de Portugal:
o estilhaçar do Estado social, a corrupção endémica,
a partidarização excessiva que contaminou a administração, a pobreza geral do país (económica, moral e cultural).
A crise vai contaminar os partidos políticos que se sucedem na governação desde o 25 de Abril, numa espécie de condomínio privado, como sucede mesmo aqui ao lado, em Espanha.
A destruição acelerada das classes médias,
que trocavam a sua segurança pelo voto no PS, PSD e CDS, está a destruir o palco fulcral destes partidos: o centro.
A insegurança geral veio para ficar, porque faz parte da globalização.
Por isso esquerda e direita, liberais e marxistas, estão confundidos.
A política submeteu-se à gestão, os políticos aos técnicos, os visionários aos burocratas.
É neste ácido sulfúrico que os partidos do sistema se estão a corroer. (...)
Há uma sociedade em mutação profunda, das relações de trabalho (e este deixou de ter o valor que tinha há décadas) aos comportamentos sociais.
E os partidos não entenderam ainda que isto está a demolir os pilares da democracia como eles a entendiam e a partir da qual organizavam o seu assalto ao poder.
A fuga de portugueses deste país mostra que se ainda há uma válvula de escape, isso não durará para sempre.
O neoLiberalismo global está a destruir a segurança e as obrigações e vínculos.
Nenhum emprego está já seguro.
Nenhum sistema de segurança pode ser garantido.
A "competência" atropela todos os outros valores sobre os quais as sociedades que ainda conhecemos foram construídas.
É uma panela de pressão que tem todos os perigos imagináveis.
Os partidos políticos portugueses, para lá dos floreados, vão um dia destes confrontar-se com isso.»
-Fernando Sobral
De socratico endividado a 25 de Maio de 2015 às 22:58
A dívida pública cresce porque tem que pagar juros de mora, e como a taxa dos juros é bastante superior ao crescimento do PIB, a dívida pública tem que subir. É tão difícil de entender?
Se a dívida pública se tivesse mantido nos 60% a diferença dos juros a pagar por esse valor e o que se paga pelo valor de 120%, é o que dívida pública cresce atualmente.
Portanto a questão correta seria: quando é que a dívida pública ultrapassou os 60%. Quem foi o responsável? E aí vai uma desagradável surpresa: pois é: foi num governo PS que a Dívida pública teve um crescimento quase exponencial.
eli eli lamma lamma sabacthani
(-por CRG, 26/5/2015, http://365forte.blogs.sapo.pt/eli-eli-lamma-lamma-sabacthani-355843#comentarios)
"I saw the best minds of my generation destroyed by madness..." - Allen Ginsberg
Sessenta anos depois deste poema também assisto à destruição da minha geração pela loucura,
mas agora é a loucura da austeridade,
que agravou e prolongou uma crise nascida da desregulação financeira (e das políticas neoliberais).
Como resultado um em cada três portugueses entre os 15 e os 24 anos não têm emprego,
apesar do êxodo verificado - estima-se que apenas em 2013 terão emigrado mais de 100 mil portugueses.
A este cenário acresce os desempregados acima dos 45 anos, que aguardam, sem grandes alternativas (em 2014 quase 70% dos desempregados não recebiam subsídio),
que seja alcançada a sua idade de reforma.
Perante este cenário ainda há quem considere que o desemprego é uma opção, um capricho, resultado da falta de "esforço e flexibilidade".
O importante é ir à luta.
São assim estes seguidores da 'meritocracia', crentes num mundo justo, ao serviço da sua vontade e imune a factores exógenos e incontroláveis;
também conhecido como umbiguistas. Mas como os percebo.
É demasiado assustador ter consciência da própria fragilidade;
é demasiado humilde atribuir à sorte parte do nosso êxito
- o refúgio na mentira é o caminho mais simples para alcançar a tranquilidade.
Uma Espanha diferente
... ...
A repartição do poder em Espanha poderá agora conduzir a alianças diferentes
ou, pelo contrário, ajudar à ingovernabilidade crónica, lembrando os tempos mais tórridos da política italiana do século XX.
Até que chegou Silvio Berlusconi, o "reformador" criado pelos seus canais televisivos.
E sabe-se que nem todos os povos, especialmente se estão reféns de crises económicas, convivem pacatamente com a instabilidade.
Mas o que é evidente em Espanha é que o Podemos simboliza uma outra política que vai contaminando sociedades empobrecidas e desequilibradas.
Muitos cidadãos decidiram votar em si mesmos através do Podemos, ...
A maioria dos cidadãos já não está na direita nem na esquerda:
está nos que se sentem inseguros, na miséria escondida e, sobretudo, numa CLASSE MÉDIA vencida, PILHADA e humilhada.
Todos os que votaram nas alternativas buscam um discurso combativo, onde a DIGNIDADE se contrapõe ao discurso único da austeridade.
PSD, PS e CDS deveriam ir rever "Ratatouille".» --Fernando Sobral
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«Foi mesmo uma vitória para as esquerdas.
Primeiro, porque as esquerdas conseguiram o mais importante nas eleições mais difíceis:
demonstrar que o bipartidismo (em Portugal, o termo consagrado é “alternância”) pode ser posto em causa.
(...) Segundo, porque este desequilíbrio do sistema político tradicional permitiu vitórias fundamentais,
como a de Alda Colau em Barcelona e de Manuela Carmena em Madrid. Levaram o movimento social à vitória eleitoral. (...)
Agora, como é de esperar, haverá discussão entre as esquerdas de outros países sobre como interpretar estes resultados e até haverá quem os reclame como se fossem seus.
Vale a pena uma reflexão sobre estas lições, sobretudo porque em Portugal ninguém se prepara para as acompanhar.
Vale a pena porque, num tempo em que a
Grécia anuncia que já não tem mais dinheiro para pagar aos credores institucionais
e caminha para a insolvência, todas as questões europeias são mais relevantes do que nunca.
A União Europeia, que não permitiu ao governo grego reestruturar a dívida
e continua a exigir a redução das pensões,
muito menos aceitará em Espanha uma política que se desvie da austeridade.
Estamos portanto todos no mesmo barco.
Por isso mesmo, é pena que em Portugal as esquerdas estejam divididas
para fazerem o contrário do que deu a vitória em Espanha.
Uns porque acham que é apoiando o centro que terão “um pé no governo” e, portanto, favorecem o “voto útil” no PS, esperando que a alternância resolva os problemas do país.
Outros, a maioria, porque acham que a convergência é inútil e há pouco a fazer.
Uns e outros estão errados.
Uns porque não podem o que querem e
outros porque não querem o que podem.» -- Francisco Louçã
Mantê-los pobres
CãoEles detestam ter de pensar que, em vez de ser necessário cortar 600.000, é preferível conseguir mais 600.000. Detestam porque:
1º - Pensar é difícil;
2º - Reduzir as suas mordomias e as das suas clientelas para o conseguirem é impensável;
3º - Cortar é mais precioso ao entendimento da submissão do que conseguir.
Não se percebe o que está a escapar aos leitores.
Será que nunca mais entendem que um reformado com o dinheiro é uma ameaça para o desemprego que se quer alto para rechear a bolsa dos disponíveis baratos?
Sendo verdade que somos aquilo que comemos, a coligação só anda a comer porcaria.
LNT [0.234/2015]http://barbearialnt.blogspot.pt/
"aa... aa... " (Taxa 'verde' para sacos plástico)
(-por josé simões, 31/5/2015, http://derterrorist.blogs.sapo.pt/ )
«Nem há menos plástico no lixo,
nem a medida angariou as receitas estimadas,
que reverteriam para a defesa do ambiente.
Em contrapartida, há fabricantes em apuros e trabalhadores que perderam o emprego.»
A isto chama-se aa... inteligência na política, ao serviço do país e da aa... economia, através da criação de aa... taxas e taxinhas para maquilhar o aa... saque fiscal.
[Os mais atentos já devem ter reparado aa... no tique do ministro Ambiente, Ordenamento do Território e Energia, aa... Jorge Moreira da Silva quando fala e começa aa... inventar]
( tags: jorge moreira da silva, ministro ambiente ordenamento do territó, sacos de plástico, taxa, taxa verde)
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(por Rui Rocha, em 31.05.15, delito de opinião):
Os casos de corrupção em Portugal são como os disparos das torradeiras:
sabemos que vão acontecer, mas deixam-nos sempre ligeiramente surpreendidos.
Também tu, análise de dados!
Anda tudo muito alarmado com a queda do PIB americano. Dizem-me que a economia americana contraiu 0.7% o que é, no mínimo muito chato para mim, que aqui vivo.
O que vale é que o meu salário foi aumentado 5% no início do ano, antes do preço do petróleo e da gasolina darem um grande mergulho. É bom ser eu, meus amigos!
Mas vamos falar a sério, porque quando eu sou brincalhona, vocês não percebem o que eu digo. Vamos lá a um Q&A, para ver se nos entendemos:
-Então o que é o PIB?
O PIB, de uma forma simplística, é o valor de tudo o que é produzido na economia. Se nós multiplicarmos as quantidades das coisas pelos respectivos preços e adicionarmos tudo, encontramos o PIB (é mais complicado do que isto, mas é porque nós economistas temos de justificar ganhar bom dinheiro).
E como é que as coisas são feitas?
Tudo é feito com energia.
Qual é a energia mais utilizada?
Parece que é o petróleo...
E o que é que aconteceu ao petróleo no último trimestre?
O preço do petróleo baixou.
O que é que isso faz à valorização de tudo o que é produzido?
Reduziu os custos e gerou desinflação.
Neste contexto, por que razão o PIB americano diminuir é surpreendente ou é um mau augúrio?
Não é.
Mesmo usando preços reais, é muito difícil avaliar o efeito da descida do preço do petróleo na economia. Se eu sei que os custos de produção vão diminuir e os preços também, que incentivo tenho eu para comprar coisas quando eu sei que o que for produzido no mês que vem será muito mais barato?
Conclusão: vão rever a crítica de Robert Lucas. Quando há MUDANÇAS ESTRUTURAIS, confiar apenas em DADOS HISTÓRICOS para retirar conclusões, leva a que se conclua MERDA.
(- por Rita I Carreira, 29/5/2015, DD)
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Doutora Rita, se calhar, antes de citar o nosso queridíssimo Bob, convinha rever como funcionam aqueles diagramas em tesoura de oferta e procura.
Rita:
Acho que não percebeu o que eu disse. Faça um teste de Chow ... Também convinha que visse que a POUPANÇA americana aumentou no primeiro trimestre para níveis de 2012, o que indica que os consumidores ADIARAM compras.
Ou seja, as expectativas de deflação afectaram os outros factores--aqueles que costumam ficar CONSTANTES. Ou seja, a mudança estrutural de comportamento afectou a própria curva.
Rita:
Pois, eu também não acredito que você possa fazer comentários deste tipo. Mas é mais uma ilustração da lei dos números grandes.
Luís Aguiar-Conraria:
Rita, é difícil de acreditar que uma queda do preço internacional do petróleo tenha efeitos negativos no PIB americano. Talvez no Texas e no Alasca, onde se extrai muito petróleo, mas não no global.
Para uma Economia que é importadora líquida de petróleo, como os EUA, a queda do preço do petróleo é em tudo semelhante a um choque positivo na produtividade.
Claro que é possível imaginar reacções inter-temporais, tipo, adiamento do consumo que possam mitigar os efeitos efeitos positivos --- mesmo isso tenho algumas dúvidas, para ser sincero.
Mas uma coisa é mitigar os efeitos, outra coisa é revertê-los completamente.
Rita:
Luís, eu não disse que tinha efeitos negativos permanentes, eu disse que não é de surpreender que os dados do primeiro trimestre sejam estanhos
porque as pessoas não estavam à espera de uma queda tão brusca.
O que eu penso é que se está a construir uma tendência de um ponto.
Violou-se o PRESSUPOSTO "ceteris paribus" e analisam-se os dados como se não tivesse acontecido nada.
Ainda por cima, os EUA tiveram muito mau tempo outra vez. Esta já é a terceira vez que o PIB dos EUA tem uma brusca descida no primeiro trimestre e depois recupera.
Eu acho que se retiram demasiadas ilações deste número sem que haja bom suporte teórico ou prático.
LAC:
Concordo totalmente que não se podem tirar ilações nenhumas a partir de um dado trimestral.
PRomano:
Nos EUA, o 1º trimestre costuma ser bem pior do que os seguintes, e por isso é difícil extrair grandes conclusões. Supostamente a correcção sazonal impede padrões destes ...
Rita:
Sim, mas mesmo assim, o extremo mau tempo e a queda brusca dos preços do petróleo deste trimestre não são completamente capturados pelo factor sazonalidade. No mês que vem vão apresentar uma revisão do número do primeiro trimestre, logo vamos ver o que irá demonstrar.
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