J.Viegas:
Eu não vou votar, nem nele, nem no outro palhaço, porque muito francamente, embora eu seja de esquerda a da area reformista (logo, potencial eleitor do PS) não me consigo interessar por um debate absolutamente vazio de ideias, de propostas ou de projectos, por um debate que não passa de mais um numero de circo para entreter o pacovio, a quem se pede para decidir qual dos dois tem mais "estilo" ou mais "aura" ou mais "mantra". Confrangedor...
A verdade é que a esquerda não quer dedicar um minuto que seja a procurar construir uma verdadeira proposta alternativa ao que este governo esta a fazer. Os partidos à esquerda do PS sabem perfeitamente que nunca irão ser parte de uma solução de governo, e provavelmente fugiriam a sete pés se houvesse a minima perspectiva em contrario. No PS, sabem muito bem que vão ter de fazer uma politica parecida com a do PSD, mais coisa menos coisa. Portanto não precisam de programa nenhum, apenas de um guarda chuva...
O meu desinteresse favorece a hipotese de a direita continuar a governar ? Talvez, mas pelo menos assim teriamos alguma coerência.
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F. Castro:
3º Debate - Costa veio (continuou) impreparado, com um convencimento ou sobranceria mais ou menos dissimulada, uma espécie de presunção mais do que latente, sem estudar os dossiês, porque subestimou, liminarmente, toda a capacidade do adversário de apresentar alguma coisa válida. Por isso, deu-se ao luxo de falar em matemática pontapeando-a a propósito da deliberação de redução dos deputados apresentada por Seguro: ele sabe, com uma clareza assustadora, que 181 deputados haveriam de prejudicar o BE e o PCP (e está altamente preocupado com a representação destes partidos na AR) e o Portugal interior, apesar de não fazer ideia do que seja o círculo nacional, do que pode captar ou perder nem do seu peso matemático puro. Assim, acusando Seguro – com alguma justeza – de populismo, Costa não deixou de ser mais demagogo e vaidoso do que o adversário, espécie de populismo às avessas, escudando-se em valores de antanho do aparelho, da máquina dos ilustres, invocando uma tradição histórica do partido (o mais das tradições históricas já foi há muito pelo esgoto abaixo, mormente as ideológicas e concetuais). É espantoso que ambos tenham ignorado o sistema eleitoral português vigente, pelo menos formalmente – já que agem em nome de um pragmatismo sem qualquer prova de interiorização nas populações, confundindo liderança, carisma para chefiar partidos com o exercício de cargos no sistema político -, posicionando-se como candidatos à função de primeiro-ministro, sem qualquer pejo. Agravando isto, ao colocarem-se nesta perspetiva, é confrangedor sentir-lhes a saliva do embargo a escorrer-lhes da boca, como se falassem sem nexo, engajados com coisa nenhuma e a botarem a palração do vácuo; quanto aos lugares que disputam, nada de substantivo – com efeito, a visão de ambos em relação à vida partidária é redutora e maquinal, já que parece que a ‘liderança’ do partido consiste exclusivamente num meio para lutar pelo poder. É assim que a retórica tem barbas, que se compreende como, com a arma de conseguir prestar um melhor serviço ao país do que Seguro, António Costa – qual tributário da opinião pública e dos sentimentos etnológicos domésticos -, se está literalmente borrifando – apesar de ser um político dialogador em particular à esquerda – para a vida democrática dos outros partidos habitualmente fora do círculo da governação, pois havemos de convir que, se a vida intra-partidária lhe parece tacitamente despicienda – tendo de curvar-se perante desígnios mais elevados -, então como prezar aquilo que se despreza? Bom, se tudo aponta para que Costa venha a ganhar, terá um lastro homérico e sebastiânico a curvar-lhe a cervical, porque se esquece de um dado que para ele deveria ser elementar: os eleitores penalizaram não só este PS de Seguro como poderiam ter penalizado já o PS de qualquer outra liderança, inclusive a sua. É um facto que António Costa tem a seu favor um currículo político não desprezível, ainda que nem sempre equilibrado (o seu ponto alto foi como Ministro da Justiça, porventura o melhor desde 1999 pra cá, empalidecendo o seu péssimo antecessor Vera Jardim). Porém, é muito mais lesto enquanto comentador e analista ...
De . Dilema ou trilema ... eleitoral . a 25 de Setembro de 2014 às 16:35
---- Em quem votar ? ou não votar ? ou ...
1- do mal o menor.
pelo que, conhecendo-se a «oposição violenta» (e o que fez, não fez ou deixou fazer) de J.Seguro, (e idem para o seu adversário), o meu voto seria para o A.Costa.
2- percebendo os podres e «telhados de vidro» existentes no PS (e em muitos dos seus figurões e jotas ... e tão maus ou piores no PSD e CDS)...
apetece votar no ASeguro, para ver se este ganha ou fica muito próximo do vencedor, para ver se é desta que
se «parte a loiça toda» no PS e este partido se limpa da porcaria e interesses que o tolham e
se se refaz como um verdadeiro partido social democrata, de esquerda.
3- não votar em nenhum destes candidatos, ... não votar no PS ... nem votar em qualquer partido.
. esta seria uma posição «fácil», de demissão como militante e/ou como cidadão ... ética e politicamente não posso ir por aí.
. como militante devo votar num dos candidatos (ou deveria eu próprio candidatar-me ...)
. como simpatizante (inscrito, brrr !! vade retro...) ou
como cidadão, mantenho a liberdade e o dever de, em qualquer eleição, votar no partido (ou proposta ou candidato) que penso melhor defender os meus princípios, a democracia, a liberdade, a igualdade de acesso, o estado social, a humanidade, ...
4- daqui se pode concluir que :
. estou descontente com os 2 candidatos do PS (talvez em grau e causa diversas);
. estou descontente com o PS;
. mas mais descontente estou com os fantoches, burlões e incompetentes do PSD e CDS que nos desgovernam;
. gostaria de votar/ apoiar outro candidato e/ou partido, melhor: numa coligação de partidos e movimentos de esquerda;
. assim :
vou VOTAR nestas e em todas as eleições,
vou discordar e criticar ou apoiar sempre que ache que o devo fazer e tiver liberdade para isso
(sim, que a liberdade já está a ser limitada, condicionada, os cidadãos e trabalhadores voltaram a ser censurados, coagidos e estão a sofrer ameaças e penas várias),
e, no momento próprio, em segredo, "pesando tudo" até à última, vou escolher o menos mau. !!
----- alla jacta est
De "PS" e políticos do centrão NIM ... a 26 de Setembro de 2014 às 10:08
Diferenças de candidatos ou política NIM ---
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COSTA E SEGURO ...DIFERENTES ? TALVEZ
...
O grande equívoco de ambos assenta na convicção de que o PS pode com a política que tem defendido desde que começou a crise mobilizar a maioria dos portugueses.
Não pode.
Seguro acredita que pode com base nas propostas que faz. E nisso não mente nem engana.
Costa acredita que pode com base nas propostas que não faz.
Ou seja, assenta a sua estratégia na indução de uma convicção por parte do eleitorado da qual pode a todo o momento afastar-se
com o argumento de que não são dele as propostas que levaram à formação daquela convicção.
Usa, portanto, uma forma superior de mentira que é a de criar as condições para que o eleitorado se engane a si próprio.
Todavia, no pouco que deixa antever, Costa está mais próximo de Passos do que Seguro. É mais liberal do que Seguro no sentido europeu do conceito.
É a conclusão que decorre da sua propositada ausência de clareza para todos os que não queiram enganar-se a si próprios.
(-por JM Correia Pinto , Politeia, 10/9/2014)
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João Vasconcelos-Costa disse...
Zé Lucas, anda por aí a manipulação mais vergonhosa, a levar já 50.000 candidatos a eleitores na luta dos Antónios, como se fosse uma coisa de relevância nacional, mais do que questão particular de um partido.
Mas estou convencido que há muito mais gente de esquerda a quem tanto se lhe dá e que não embarca nesta
demagogia e na vacuidade deste confronto meramente personalístico e de faces diferentes do mesmo espírito aparelhístico e sem diferenças em relação à
rendição social-democrata ao social-liberalismo (/ neoliberalismo e saque selvagem).
Assim, parece-me claro do "post" ser esta a posição do JMCP, de alheamento, com que concordo. Isto não impede a análise, sem prós e contras.
De .Poder tuga : Salafrários e Escroques !. a 26 de Setembro de 2014 às 10:29
------ José Saramago (escritor, prémio Nobel) :
« Em Portugal, não há Direita, não há Esquerda, não há Centro,
há sim um grupo de SALAFRÁRIOS que se alternam nos Governos, para ver quem Rouba mais. »
-----xx------
---- M.Caetano (ex-PM de Portugal, exilado no Brasil, após 26 Abril de 1974):
. « Em poucas décadas estaremos reduzidos à INDIGÊNCIA, ou à Caridade de outras nações, pelo que é ridículo continuar a falar de Independência nacional.
... Resta o Sol, o Turismo e o Servilismo de bandeja, a POBREZA crónica e a EMIGRAÇÃO em massa.
. Veremos alçados ao Poder analfabetos (ou iliterados com diploma), meninos mimados, Escroques de toda a espécie que conhecemos de longa data.
. A maioria não servia para criados de quarto e chegam a presidentes de câmara, deputados, administradores, ministros e até presidentes de República. »
Saia um piropo para a Mesa do Rato, que o Brilhante foi ao museu
29/09/2014 por A. Vasconcelos, Aventar
Os romanos tinham um aforismo que não resisto a citar: “asinus asinum fricat”. Sem pretender insultar asininos ou políticos, quando li que o Professor Marcelo terá dito que António Costa era um dos seus alunos mais brilhantes, foi o que me disparou a memória. É que, por princípio, desconfio de “jotas” e de quem, na vida real, pouco ou nada mostrou no uso da sua formação académica. Marcelo, pelos vistos, gosta. É a ensiná-los, criticá-los ou a bajulá-los que ganha a vida.
Dir-me-ão: Ah! Mas António Costa exerceu advocacia. Dizem que começou a exercer, de facto, em 1988, numa altura em que já era deputado na Assembleia Municipal de Lisboa, com portas abertas, portanto, até porque fazia parte do Secretariado do PS. E, pelos vistos, três anos depois, já tinha abandonado por motivações políticas. Sim, a política (se vadia, tanto melhor) é bem mais saciável do que ler extensos códigos e ter que trabalhar para viver, fazendo alegações em juízo. Por alguma razão, um dos seus gurus, que também chegou a Primeiro-ministro, tenha começado a máscara de trabalhador, desenhando umas mal-amanhadas casas na Câmara da Guarda, como Agente Técnico, que era assim que se chamava na altura.
Da AM de Lisboa passou a deputado eleito na AR, o salto natural. E malgré tout, em 1993, apenas conseguiu ser vereador da Câmara Municipal de Loures. As suas funções governativas iniciaram-se numa Secretaria de Estado, foi depois Ministro dos Assuntos Parlamentares, da Justiça, foi por inerência vice-Presidente do Parlamento Europeu, para onde foi eleito deputado. Passou ainda pela pasta da Administração Interna, que abandonou para se candidatar a Alcaide de Lisboa, onde esteve até agora. Em resumo, os cargos que dão trabalho, António Costa abandona-os a meio, um pouco antes ou um pouco depois, mas sempre com tempo para auscultar as pitonisas: como Oscar Wilde, porque as tentações na política são muitas, António Costa cede-lhas depressa, mas retira-se antes do fim, na busca de mais brilho com menos trabalho. Aguentá-las, só mesmo porque dá mais trabalho ir à luta. Melhor deixar os adversários a cair de podres, é só abocanhar
Há oito anos, agraciado com a Grã-Cruz da Ordem do Infante Dom Henrique, a sua aura parecia, de facto, condenada ao brilho dos grandes palcos da Nação. Mas continuava na Capital, ultrapassado por não menos palavrosos correligionários no topo da pirâmide socialista. Onde se cuida mais das honras privadas e jogos de poder do que do interesse nacional. Normal, por isso, o facto de, com apenas alguns anos de liderança assegurada em Lisboa, tenha escolhido o vazio socialista para empunhar a bandeira da liderança do Rato, com uma corte de arquétipos em desuso, mas que lhe renderam frutos: António Costa com a sua verborreia embandeirada é agora o líder, empurrado por dinossauros: Mário Soares, Manuel Alegre, Almeida Santos e quejandos, as fénixes renascidas pela mão envernizada (brilhante) do novo líder.
Ao brunir a vitória de António Costa, o Professor Marcelo, com a sua venalidade política, entre Gregori Iefimovitch (Rasputine) e Richelieu, está a enviar ao Secretário-Geral do PS o relato de Dioniso de Halicarnasso, depois das batalhas de Heracleia e de Ásculo. Pelo menos, Pirro soube responder àquele que lhe dava os parabéns pela vitória: “uma vitória como esta arruinou-me completamente”. Claro que isto remonta a 280 aC, onde havia mais guerreiros e menos políticos.
Nesta coisa de lendas, a vitória de António Costa pode ser mais uma vitória cadmeana: dinheiro para comprar a carteira, o Brilhante arranjou; falta saber como vai agora arrumar dinheiro para lá meter, porque, entre intrigas e sms, e mão no pêlo da cultura, noblesse oblige e dá votos, António Costa vai ter que continuar a comprar verniz, e o vil metal não abunda. Como abundam os novos inimigos
Contudo, Mário Soares pode sonhar descansado: a Sua Fundação poderá prosperar de novo quando AC for Conde Portucalense. Se for. Alcaide deixou de ser, da Olisipo. Embora vá regressar em part-time, presumo!
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Nota: Eu sei que a ideia de brilhantismo oportunista tem vários contraditórios. ...
Primárias
(-por S.A.Correia, 29.09.14, Delito de opinião)
1. Tirando o caso da Guarda, que não serei eu a explicar, e o facto de no dia 29 de Setembro às 00:08 ainda estar a receber "sms" do queixoso, dizendo que contava comigo, vá-se lá saber porquê, os resultados correspondem ao esperado.
2. Aquilo que foi divulgado até agora não permite, penso eu, fazer a separação entre o resultado da votação dos militantes e a dos simpatizantes. Isso era fundamental para se perceber até que ponto o partido estava com o secretário-geral demissionário e estabelecer a comparação com o que se pensava fora do círculo restrito dos militantes. Não sei se será possível vir a apurar esse dado; como também ignoro se o facto dos votos aparecerem misturados ainda é o resultado de uma estratégia destinada a criar e arrastar a confusão durante três meses ou uma consequência da pressa do processo. Aproximando-se este acto do seu final, seria bom desde já repensar todo o processo das primárias. O ideal era que isso fosse feito nos próximos dias, corrigindo para futuro os desfasamentos já identificados e mostrando aos portugueses que se as primárias vieram para ficar importa que sejam sempre sérias, rigorosas e não dependam de ajustamentos de conveniência.
3. As primárias podem ser um primeiro passo para a emissão da certidão de óbito do sinistro "aparelho". Se a ideia era fazê-lo funcionar, o resultado agora verificado pode ter acabado com ele.
4. Se os resultados das recentes eleições para as federações podiam de algum modo dar um sinal da força que secretário-geral demissionário e da separação de águas dentro do partido, os dados hoje conhecidos desequilibraram decisivamente os pratos da balança a favor de António Costa, dos simpatizantes e da maioria silenciosa em que Seguro apostava. O resultado de António Costa, avaliado na sua globalidade, demonstra que praticamente todas as federações que apoiaram Seguro estavam erradas e não souberam ler os sinais que chegavam de todos os lados do país. Por conveniência ou teimosia.
5. António José Seguro não perdeu sozinho. Com ele perderam os analistas e comentadores que saíram em sua defesa perante a óbvia mediocridade da sua liderança, invocando o direito ao prémio de se apresentar às legislativas pelo simples facto de ter "aguentado" o partido durante quase três anos. Como se o PS ou o país, no estado em que estão e entregues a grotescos e reconhecidos carreiristas, ainda pudessem suportar o pagamento desse tipo de prémios. Uma carreira política não pode ser o resultado da contagem da antiguidade partidária, do pagamento de quotizações e do número de fretes assumidos até que chegue a hora de se sentar na cadeira do poder.
6. Com António José Seguro perderam também Passos Coelho e Miguel Relvas. A sua derrota é a machadada final no modo sonso de estar na política, distribuindo afectos e sorrisos, ou abrindo portas e agilizando negócios, sem um percurso académico, político, ético e profissional que não ofereça dúvidas e com os quais as pessoas normais se revejam e reconheçam o mérito.
7. Seria bom que o Congresso do PS fosse marcado para a data mais próxima possível, de maneira a que todo este conturbado processo das primárias atinja o seu fim e o PS estabilize, se reorganize e possa pensar nas questões que importam a todos, a tempo de poder propor uma alternativa política de mudança susceptível de ser devidamente avaliada, ponderada e discutida pelos portugueses até às próximas eleições legislativas.
8. O resultado de António Costa - esmagador perante aquele que foi até há 48 horas o discurso alucinado de Seguro e dos seus apoiantes - é também um golpe vigoroso contra a teoria do coitadinho e a rejeição de todos aqueles que supunham que era possível dividir o país entre a gente boa, honesta e trabalhadora vinda do interior e da periferia, pobre e desertificada, e os malandros ociosos que vivem à tripa-forra na capital. Ou entre os filhos do povo e os de boas famílias. Os portugueses, sejam simpatizantes do PS ou de qualquer outro partido, não são estúpidos, detestam que façam deles uns tontos e abominam a criação ou agudização de clivagens para justificarem os fracassos que só aos fracassados podem ser imputados.
9. A partir de hoje, a eleição do secretário-geral ..
As "primárias" e a democracia
Em tempo
e contra a corrente
Se a cultura política de alguns dos que hoje chamam às «primárias» do PS quase um monento fundador de uma nova e mais perfeita democracia portuguesa
tivesse menos cuspo e mais conhecimento histórico então teriam antes de reconhecer pelo menos três coisas:
-- a primeira é que, no fundo, elas são uma expressão máxima da «americanização» da vida política na Europa;
-- a segunda é que elas ( e, em geral a chamada «política-espectáculo») foram inventadas e consolidadas nos EUA (e chegaram a França nos anos 60 do século passado com a candidatura de Lecanuet)
com o pretexto de assim se aproximarem os cidadãos da política e reduzir a abstenção, sendo que ainda hoje a abstenção eleitoral nos EUA continua a atingir medonhas proporções (apesar de milhões e milhões participarem nas primárias);
-- e a terceira é que, nos dias de hoje e pelos critérios hoje dominantes, grandes políticos e estadistas do passado, como se pode ver abaixo pelo estilo e voz de Pierre Mendés-France, não teriam a menor chance.
aqui aos 9.10 por exemplo ( http://boutique.ina.fr/notice/voir/id_notice/CPC77058371 )
P.S.1: Acresce que há histórias sobre «primárias» que nunca nos contam : por exemplo,
-- a que ocorreu em Itália há não muito tempo quando Pier-Luigi Bersani ganhou as «primárias» no Partido Democrático para líder do partido, ganhou as eleições mas depois, uma vez encarregado de formar governo, não o conseguiu por ostensiva manobra de sabotagem de boa parte dos deputados e da direcção do PD, acabando por formar governo um tal Enrico Letta que não tinha ido a «primárias» nenhumas.
P.S.2: Parecem-me também muita exageradas as considerações sobre a enorme participação nestas «primárias» com efeito,
os resultados que estão no sítio do PS referem que para 248,573 inscritos votaram 174,770 ou seja, cerca de 70%.
Dir-se-á que é mais mais do que a taxa de participação nas eleições nacionais. Mas a comparação é esquemática porque esquece que, no que toca aos simpatizantes, houve um movimento de inscrição voluntária para esta votação. O que dados mostram é que,
nestas circunstâncias ditas apelativas cerca de 70 mil militantes e simpatizantes ficaram em casa,
sendo legítimo deduzir que umas dezenas de milhar se inscreveram para uma coisa que afinal resolveram não exercer.
Do ponto de vista do interesse em termos de sociologia política, acrescento que, sendo os cadernos eleitorais separados para militantes e simpatizantes, é uma pena que não tenha sido revelado qual a taxa de particpação para cada uma dessas categorias.
(-por vítor dias , 29/9/2013, o tempo das cerejas2)
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E.Carneiro:
-- Será que o tal candidato ao inexistente cargo de "candidato-a-primeiro-ministro" foi escolhido por menos militantes e mais simpatizantes ?
O país entrou “primariamente” em desvario
Acabou-se a saga das primárias do PS que, durante semanas, transformou a vida política num combate fratricida, sem substância, reduzido à política-espectáculo que cada vez mais envolve em jogo medíocre, políticos, comentadores e jornalistas. E que pretendeu transformar as primárias numa indiscutível inovação, um contributo para uma nova democracia.
Não quis falar muito sobre isso. Não me interessava por aí além nem era assunto que dissesse respeito à “minha” esquerda. No entanto, não o considerei irrelevante. Não sei se foram publicados os números de simpatizantes ou se há alguma ideia do seu posicionamento político. Também importante seria saber qual a percentagem de simpatizantes votantes em Costa. Isto porque casos desses que conheço (aceito que sem valor estatístico) indicam uma atitude menos partidária e mais táctica, querendo essas pessoas reforçar, por via de Costa, as possibilidades de vitória do PS nas próximas legislativas. Outros também afirmam terem usado estas primárias para facilitar, novamente por via de Costa, a unidade de esquerda, obviamente a mirífica unidade defendida pelos “convergencistas”. Pelo menos por uma vez puderam satisfazer o seu eterno desejo de votar num PS limpo e verdadeiramente socialista…
Não é que as pessoas tenham esquecido as cumplicidades do PS com a direita. E também os votantes em Costa sabem que ele não se comprometeu com nada, que não disse uma palavra que garanta uma governação radicalmente diferente. A questão está nisto, “radicalmente”. As pessoas estão descrentes que uma vaga esperança, nada de radical, já é alguma coisa. E também tão desesperadas que não podem esperar pela demora de uma verdadeira mudança de esquerda, neste momento limitada por uma votação ainda reduzida a cerca de 20%. Claro que não contam só os votos, numa perspectiva dinâmica da democracia.
Como bem escreveu Joana Lopes no seu blogue, “há só uma coisa que me entristece: ver tantos amigos cujos velhos ideais parecem estar reduzidos ao entusiasmo pelo mal menor. Não deve ser gente feliz.”.
Dito isto, há aspectos das primárias que merecem discussão. Note-se que não discuto a eleição do líder em directas, como fazem o PS, o PSD e o CDS, ou em eleição em congresso, como faziam antes esses partidos e julgo que ainda faz o BE, ou a eleição do secretário geral pelo comité central eleito em congresso, como faz o PCP. Ninguém tem questionado o grau de democraticidade destes processos. O que se discute agora é a inovação das primárias abertas, em que podem ser eleitores não militantes do partido. Teoricamente, até os candidatos podem não ser militantes.
Prós e contras?
Os apologistas das primárias e que as apregoam como grande inovação democrática, defendem que elas aproximam os eleitores e os eleitos; que quebram as relações de poder dos directórios partidários em relação aos candidatos; que já são prática corrente em outros países. Os opositores Lembram que as primárias pressupõem condições diferentes das nossas, nomeadamente círculos uninominais; que favorecem a personalização e o debate programático e de ideias; que dão azo a coisas de bastidores, nomeadamente no que toca a financiamento.
1. As primárias aproximam os eleitos dos eleitores? Não vejo qualquer prova. Só vejo um pouco isto nos sistemas anglo-saxónicos, mas por outras razões mais importantes: os deputados são eleitos em círculos uninominais (e eu, pessoalmente, não quero qualquer redução da proporcionalidade) e dispõem de um apoio técnico importante (gabinete, assessores, secretariado, orçamento). Por outro lado, estou a lembrar-me de um saudoso amigo, José Medeiros Ferreira que, no nosso sistema, enquanto deputado, passava um dia por semana nos Açores a receber quem o quisesse procurar.
2. As primárias favorecem a personalização e o populismo? Sem dúvida, como vimos nestas do PS. Personalização levada ao máximo, à luta de galos, ao escamoteamento de ideias programáticas, à demagogia populista de propostas desonestas. No entanto, isso é alguma coisa de novo? Nos partidos do centrão, há quanto tempo a política não se faz por programas, antes por técnica de agências de imagem e comunicação?
Há quantos anos que a política é um espectáculo? ...
...
...
-Há quantos anos que a política é um espectáculo? Não me aquece nem arrefece que as primárias venham ainda mais contribuir para isto. É há uma via de sentido obrigatório, na degradação da política, da democracia e do valor dos ideais de esquerda (no sentido lato em que muitos ainda acreditam).
E isto passou-se só agora no PS? Não é verdade que ninguém imaginasse que nas primárias directas do muito neo-democrático Livre, Rui Tavares não ficasse destacadamente em primeiro lugar, sem qualquer moção ou posição política, com legitimidade reforçada? E não será certamente o mesmo com o novo partido de Marinho (e) Pinto?
3. As primárias fora do sistema americano são incongruentes? Estou convencido de que sim. Ao contrário da realidade e tradição europeia, os partidos americanos não têm militantes com obrigações e direitos e a posição política do partido é pragmática, definida pela interacção entre as posições dos candidatos e o apoio dos seus eleitores. Não há um programa democrático ou republicano, mas sim aquilo que, em cada momento, o grupo de senadores ou representantes defende, atendendo aos seus interesses eleitorais e sentido de voto dos eleitores. Veja-se, notoriamente, que não há um líder de cada partido.
No entanto, há grande identificação entre eleitores e partido, nas primárias. Os candidatos, apresentados livremente (mas com necessidade de enormes financiamento!), são obrigatoriamente de um dos partidos e os eleitores, excepto em alguns estados que permitem o voto livre, só podem votar num dos partidos principais.
Note-se também, do que disse, que este modelo só funciona bem num sistema bipartidário. É o que queremos, com prática extinção dos partidos minoritários?
4. Ao que as primárias reduzem os militantes? Há pessoas que pagam quotas, que participam em reuniões, que trabalham nas campanhas. Nos momentos decisivos, são equiparados em direito de voto a inscritos de última hora, muitos por razões que ultrapassam o âmbito estritamente partidário, porque querem influir na escolha partidária em termos de efeitos na política geral. É correcto? Não me pronuncio, cabe a esses militantes.
NOTA 1 – Desculpem uma brejeirice. Eu detesto ver expressões de sobrancelhas em acento circunflexo. Dá-me a impressão de pessoas a fazer um grande esforço para controlar os esfíncteres. Vou deixar de ver assim o líder do PS.
NOTA 2 – Rui Tavares foi sempre um estrénuo defensor das primárias e quase fez disso bandeira nas entrevistas em que apresentou o Livre. Publica hoje no Público uma crónica serena sobre este processo. E ninguém lhe pode levar a mal que puxe pelos galres, lembrando que o primeiro caso foi o do Livre, não o do PS.
(-por João Vasconcelos-Costa , No moleskine, 30/9/2014)
http://no-moleskine.blogspot.pt/2014/09/o-pais-entrou-primariamente-em-desvario.html
A curiosa abstenção das primárias do PS
Nas eleições primárias do PS, votaram 175 mil cidadãos. Os cadernos eleitorais registavam 150 mil simpatizantes e 100 mil militantes.
Portanto, houve uns 30% de abstenção.
O que é muito curioso:
dificilmente quem se registou como simpatizante há poucas semanas terá deixado de votar.
Mas vamos assumir que, por uma razão ou outra, uns 25 mil cidadãos se registaram como simpatizantes e não votaram (abstenção de 17% entre os simpatizantes).
Sobram 50 mil abstencionistas, que virão necessariamente dos militantes, e que correspondem a uma abstenção entre os militantes de 50%.
Que é maior, até, do que a média nacional em legislativas.
A única conclusão clara é que o ficheiro de militantes do PS inclui muita gente politicamente apática.
Ou morta. Ou qualquer coisa desse género.
---Poderá também gostar de:
• Sobre as primárias no PS
• A abstenção, agora sem percentagens
• LIVRE: debate entre os candidatos à segunda fase das primárias
-por Ricardo Alves , 2/10/2014, http://esquerda-republicana.blogspot.pt/2014/10/a-curiosa-abstencao-das-primarias-do-ps.html#comment-form
--Juba,
ou então, como vários casos que conheço,
militantes sem cotas pagas fizeram inscrição como simpatizantes, por desconhecimento, inflacionando os números.
Portugal reloaded
(-29/09/2014 por António de Almeida, Aventar)
Sob a égide dos antigos líderes Mário Soares, Almeida Santos, Jorge Sampaio, Ferro Rodrigues e José Socrates, ou figurões como Manuel Alegre, António Costa chegou ontem à liderança do PS.
De regresso ao palco mediático poderão estar (canastrões) ilustres políticos como Augusto Santos Silva, Pedro Silva Pereira, Mário Lino, Jorge Lacão, José Lello, Alberto Costa ou Vieira da Silva, sem esquecer os (paus para toda a obra) promissores Marcos Perestrello ou o sempre voluntarioso keynesiano de serviço, que almejará ser um sucedâneo à altura de Carlos Moedas, João G., verdadeira estrela em ascenção no partido desde que o ex-primeiro ministro e estudante em Paris o incluiu na lista de deputados ao abrigo de quotas, pelo desempenho demonstrado em blogues que distintamente (bajularam o querido líder) o serviram.
Perante tão valioso plantel e face ao descrédito que o actual governo almejou, é caso para pensar que o PS regressará em breve, a troika(2/3/4/...) será um pouco mais tarde…
Vinte valores
Numa terra de bandalhos e de candidatos a bandalhos morais, registo a simbologia ética do gesto de renúncia ao mandato de deputado de António José Seguro.
Por muito boas pessoas que a maior parte dos deputados do PS sejam,
não seria verosímil o homem voltar a sentar-se lado a lado com quem, com inusitado zelo e durante três anos consecutivos, o quis ver pelas costas.
Parafraseando o Michaux, sempre que nos esquecemos do que vale a natureza humana, caímos na tentação de a apascentar e de lhe querer bem.
E é invariavelmente o que se paga mais caro nesta vida. Vinte valores.
(- João Gonçalves, P.dos pequeninos)
O grau zero da decência (Actualizado)
(-CB.Oliveira, Crónicas do rochedo,23/9/2014)
Quando a secretaria geral da AR ludibria a verdade para defender o Pm é porque se atingiu o grau zero da dignidade, da moral e da ética política.
( http://www.publico.pt/politica/noticia/passos-coelho-invocou-exclusividade-parlamento-diz-o-contrario-1670549 )
Não há democracia quando o Parlamento esconde ao país a verdade sobre a actuação de um pm. Ainda por cima, esta actuação põe em xeque PPC que se tem defendido da acusação, alegando estar convencido que agiu dentro da legalidade.
Dando de barato que o PM está a dizer a verdade e está mesmo convencido que agiu dentro da legalidade, a actuação do secretário geral da AR fragiliza o argumento de defesa do PM. Porque terá Azevedo Soares deturpado a verdade? Mero servilismo partidário?
Mas, se assim foi, porque é que depois de confrontado com documentos oficiais e públicos que comprovam ter mentido sobre a situação de PPC enquanto deputado, se remeteu ao silêncio e recusou quaisquer esclarecimentos?
Albino Azevedo Soares prestou um mau serviço ao país, à democracia e ao PM. Se fosse pessoa de bem, pedia desculpas pelo "lapso" e apresentava a demissão. Mas já percebemos que neste PSD de Passos Coelho, a vigarice, a mentira, a trapaça, a fraude e a incompetência são sempre premiadas. Quando se tem um chefe com o estofo moral e ético de PPC, não se pode exigir que os seus lacaios sejam exemplos de virtude.
Actualização: Albino Azevedo Soares volta a contrariar aquilo que o próprio Passos Coelho confirmou.Pensava que AAS era um homem íntegro. Afinal, enganei-me
http://www.publico.pt/politica/noticia/secretariogeral-do-parlamento-volta-a-contrariar-informacao-prestada-por-passos-coelho-1670596
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---Rosa dos V.:
É uma corja!
---Anónimo:
Demitirem-se, eles? Está muito para lá da 'koltura' democrática desta gente.
Custou-lhes tanto chegar ao pote que não vão largar às boas.
---Graça Sampaio:
Que tra(m)palhada!.... Concordo em absoluto com o que o anónimo acima pensa!
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Passos Coelho invocou "exclusividade”, Parlamento diz o contrário
(Público, P.Pena e J.A. Cerejo, 23/09/2014)
Em 1999, o actual primeiro-ministro requereu o subsídio de reintegração, de cerca de 60 mil euros, destinado a deputados em dedicação exclusiva. Na altura, apresentou no Parlamento todos os rendimentos declarados ao fisco, para provar a “exclusividade”. Ali não há nenhuma referência à Tecnoforma ou ao CPPC.
Enquanto foi deputado, na década de 90, Pedro Passos Coelho só preencheu o “anexo B”, do IRS, em três anos. Entre 1991 e 1999, apenas declarou ao fisco rendimentos de trabalho “independente” em 1996, 1997 e 1999. Todas essas verbas, somadas, não chegam a 25 mil euros (4.825 contos, na moeda antiga).
Esse dinheiro, recebeu-o “unicamente de colaborações várias com órgãos de comunicação social, escrita e radiofónica”. Foi isto que o deputado Pedro Manuel Mamede Passos Coelho escreveu, num requerimento endereçado ao presidente da Assembleia da República, o socialista António Almeida Santos, a 27 de Outubro de 1999, três dias depois de deixar São Bento.
Todo o requerimento assenta numa só questão: Passos Coelho garante “que desempenhou funções como deputado durante a VI e VII legislaturas, em regime de exclusividade”. E tenta prová-lo, nomeadamente através da garantia de que não recebeu qualquer outro vencimento fixo entre 4 de Novembro de 1991 e 24 de Outubro de 1999, nos anos em que exerceu o seu mandato político. Mais: Passos Coelho, “por cautela”, consultou a Comissão de Ética do Parlamento para se assegurar de que as colaborações com a imprensa e a rádio não eram incompatíveis com o regime de exclusividade.
Estes factos, públicos, que podem ser consultados nos arquivos oficiais, não impediram a secretaria-geral do Parlamento de garantir à Lusa que o actual primeiro-ministro não teve “qualquer regime de exclusividade enquanto exerceu funções de deputado”. Uma afirmação que contraria uma evidência. Foi o mesmo Parlamento que em 2000 concluiu que Passos Coelho exercia, de facto, o seu mandato em exclusividade, tal como o próprio tinha declarado.
Em 31 de Maio de 2000, Almeida Santos aceitou os argumentos do seu gabinete de auditoria jurídica e concedeu a Pass
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