7 comentários:
De Assoc. de oligarcas a 9 de Novembro de 2015 às 19:14

---Miguel Madeira :

Imagino que a filosofia da APEF seja exatamente se ser uma associação da oligarquia tradicional
- a associação é suposto ser para empresas em que "a maioria, ou uma parte importante do seu capital social, seja detida por pessoas ligadas por laços familiares, e sempre que alguns desses detentores do capitalparticipem nos órgãos de controlo e/ou de gestão da empresa, e neles exerçam uma influência decisiva" (artº 5º dos seus estatutos)
- isso parece cobrir dois tipos de empresas:
ou micro-empresas familiares (a maior parte dos restaurantes, sapatarias, etc.);
ou então aquelas grandes empresas que estão "na família" há gerações
(como as primeiras normalmente não se juntam a associações nacionais - preferem, quando se associam, criar associações locais ou de sector - imagino que essa associação seja naturalmente dominada pelas segundas)

----De Sérgio Lavos:

Eu sei que a natureza da associação é exactamente essa.
Só escrevi este texto porque na imprensa o manifesto está a ser tratado como se tratasse de uma associação representativa da maioria dos empresários, coisa que não me parece ser.


De De esquerda (...),€ contraproducente... a 10 de Novembro de 2015 às 09:48
http://causa-nossa.blogspot.pt/

-----Ser de esquerda
(por Vital Moreira)

Comentando o meu post abaixo contra o aumento geral das pensões, um leitor diz que devo ser "o único pensionista contra".

Imagino que não deve haver muitos, mas estou habituado a defender aquilo que me parece justo mesmo que vá contra os meus interesses pessoais. Aliás, não vejo como é que alguém da classe média pode ser genuinamente de esquerda se não estiver disponível para defender posições contrárias aos seus próprios interesses, como, por exemplo, IRS progressivo, imposto sobre sucessões de valor elevado, prestações sociais familiares apenas para quem não tem recursos, preços das utilities (água, transportes públicos, etc.) que cubram pelo menos os custos (com tarifas sociais para quem tem menos rendimentos), etc. Mas, pela mesma razão, e ao contrário da esquerda irresponsável, sou a favor do pagamento de portagens nas autoestradas, de taxas moderadoras no SNS (com as devidas isenções) e de propinas no ensino superior (com bolsas de estudo para quem não pode pagá-las), etc.

Ser a favor de um generoso Estado social é fácil. O problema é que são cada vez menos os que estão dispostos a pagá-lo...

---Nem mais um euro
(VM)

Um das piores medidas do anunciado programa de governo do PS é a reversão da concessão dos transportes coletivos de Lisboa e do Porto, não somente porque isso vai custar ao Estado (ou seja, aos contribuintes) muitos milhões de euros de indemnização por responsabilidade contratual, mas também porque os défices de exploração e os encargos da dívida das empresas vão voltar a ser suportados pelo orçamento do Estado, ou seja, pelos contribuintes de todo o País, que já pagam os seus próprios transportes públicos locais e que não têm nenhuma obrigação de subsidiar os de Lisboa e do Porto, como tem sucedido ao longo de muitos anos.
Nem mais um euro do orçamento para os transportes de Lisboa e do Porto! Os transportes públicos urbanos devem ser uma responsabilidade municipal ou intermunicipal, não do Estado.

Além disso, com a regresso às mãos do Estado, os transportes de Lisboa e do Porto, pela importância eleitoral dessas cidades vão voltar a ser carne para canhão das famosas "greves gerais" da CGTP (que na verdade não passam de greves do setor público), como é tradicional. Só esta medida vale o acordo para o PCP!

---Nem mais um euro (2)
(VM)

Pior do que a reversão da concessão dos transportes urbanos de Lisboa e do Porto, só a proposta de o Estado retomar o controlo do capital da TAP, que os novos donos da empresa obviamente rejeitarão, obrigando o Estado a retomar todo o capital.
Mesmo que o contrato de privatização não chegue a ser assinado, a proposta de reversão custará desde logo muitos milhões de euros de indemnização de custos e dinheiro adiantado pelos compradores. Depois, como a companhia necessita urgentemente de capital, terá de ser o Estado a proporcioná-lo; e como a Comissão Europeia só autorizará essa ajuda de Estado (se autorizar...) com significativas contrapartidas, o preço vai ser a diminuição substancial da dimensão e das operações da TAP. No final, uma TAP mais cara e de escala mais reduzida.
Não consigo ver as vantagens deste negócio. Como referi aqui, a má gestão pública e o controlo sindical da TAP já custaram ao País muito dinheiro ao longo das últimas décadas. Por minha parte, não estou disponível para contribuir com mais um euro para voltar ao mesmo. Para esse peditório já dei.

---Contraproducente
(VM, 5/11/2015)

Um leitor reagiu indignado à minha afirmação sobre o salário mínimo no post precedente e afirma que estou de certeza enganado.
Não tem razão. Como referi há uns meses, usando o conhecido critério da relação entre o salário mínimo e o salário mediano, a verdade é que o nosso SMN está muito bem colocado no ranking europeu. Num país onde os salários são em geral muito baixos não se pode esperar que o salário mínimo seja alto.
Considero o salário mínimo uma garantia necessária de um mínimo de dignidade na remuneração do trabalho e sou a favor da sua atualização periódica; mas o seu valor não pode afastar-se tanto da produtividade do trabalho não qualificado que acabe por vitimar aqueles mesmos que pretende proteger.
... Emprego menos bem remunerado vs não ter emprego ?...


De Gov.PS c.acordos BE, PCP, PEV a 10 de Novembro de 2015 às 10:03
----- Um governo, vários acordos

(por Vital Moreira, 7/11/2015, http://causa-nossa.blogspot.pt/ )

1. Então, a ver se compreendo o que ainda se não conhece inteiramente sobre o "acordo de governo à esquerda".
Pontos firmes são os seguintes:

- não vai haver um governo de coligação à esquerda liderado pelo PS, mas sim um governo do PS apoiado externamente em "acordos de sustentação parlamentar" com o PCP e com o BE;

- também não vai haver um programa comum de governo, mas sim um programa de governo do PS que incorpora os compromissos pontuais por ele assumidos com os de mais partidos;

- tampouco há um acordo de sustentação parlamentar a três, mas sim acordos bilaterais separados, parcelares e distintos do PS com o PCP e com o BE (deixo de fora o PEV que é uma simples sucursal do PCP), porque estes não se entendem entre si.

2. Pontos que se podem inferir são os seguintes:

- tudo indica que não vai haver à partida uma manifestação formal de apoio parlamentar ao Governo do PS por parte do PCP e do BE expresso numa moção de confiança;

- aparentemente, nem sequer existe um compromisso firme antecipado do PCP e do BE de não porem em causa a trajetória prometida pelo PS quanto ao saldo orçamental (défice nominal, défice estrutural, saldo primário) e da dívida pública ao longo da legislatura, pelo que cada orçamento vai ter que ser negociado entre as partes, mantendo o PCP e o BE a chave do poder negocial.

3. Se entendo bem, portanto - e sob reserva de desconhecimento do teor dos acordos firmados -,
o PCP e o BE obtiveram alguns ganhos significativos quanto ao termo da austeridade orçamental, comprometendo-se para já somente a deixar passar o Governo, sem porém se vincularem antecipadamente a apoiar outras medidas governamentais com que não concordem, incluindo os orçamentos.

Adenda
Prescindi de utilizar a exotérica expressão "acordo de incidência parlamentar", que - vá-se la saber porquê - se tornou usual no nosso jargão político.

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---Portucaliptal

(por VM)

Uma das boas medidas do anunciado programa do próximo governo PS é a revogação do decreto-lei do Governo PSD-CDS que liberalizou a plantação do eucalipto - um miserável frete à fileira agroindustrial da celulose.

Mas é pouco. Como propus antes (http://economico.sapo.pt/noticias/portucaliptal_220081.html),
urge parar o financiamento público do eucalipto (o que é um escândalo) e, em vez disso, passar a taxar a sua plantação.
Em vez de gastar dinheiro a ajudar a dar cabo dos solos e da paisagem do país, o Governo passaria a receber algum dinheiro com a praga.


De Esperança num país JUSTO. a 10 de Novembro de 2015 às 11:31

--- O que fazemos ?
( http://entreasbrumasdamemoria.blogspot.pt/2015/11/o-que-fazemos.html )

...Aqui, no meio da nossa parada política, há mortos que estão vivos e há mesmo alguns que aparentam estar vivos mas que, na realidade, são fantasmas errantes.

Um mês depois das eleições temos um Governo que parece estar nos cuidados intensivos e as incógnitas são maiores do que as certezas. O país parece preso por um piquenicão na Mealhada, por um acordo que não se sabe se existe e pela sobrevivência de um Governo que não se sabe se dura 10 dias ou se é mantido em vida vegetal em forma de gestão prolongada. É isso que faz de Portugal um país pequenino. (...)
... Por aqui não sabemos ainda por onde paira o OE, o vilão que costuma aumentar impostos em nome da dívida que não pára de aumentar. Mas, enquanto isso, estamos no meio do deserto à espera que algo aconteça em São Bento. Ou que Francisco Assis prometa leitão grátis para todos.» -Fernando Sobral

----- A faca e o garfo
...
Tal como Portugal é uma nação dividida pela forma de olhar para a dívida e o método de equilibrar as contas públicas. E, nesses momentos, a faca e o garfo conseguem entrar em conflito.
... Os partidos espetam, o Governo corta.
E os cidadãos esperam que o seu futuro possa ser melhor.
Nenhuma das propostas de governação parece conseguir ultrapassar a táctica das "medidas extraordinárias" para acalmar o Adamastor da dívida.
E nenhuma consegue mostrar uma estratégia, um modelo sólido para o futuro de Portugal.

Se à esquerda podemos vislumbrar com desconfiança como será possível equilibrar, com os acordos políticos, o programa de Mário Centeno,
à direita a receita é a continuação da excepcionalidade.
Olhe-se para o menu saído do Conselho de Ministros:
o temporário tornou-se eterno. Seja a sobretaxa, as múltiplas contribuições extraordinárias ou cortes salariais.
... E, por isso, a única diferença que se vislumbra a médio prazo é a da sensibilidade para a pobreza que se tornou a forma de vida em Portugal.» --Fernando Sobral

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Dica 161:

«Candidato-me em nome da esperança de um país novo e justo.» (Marisa Matias)

«É possível chegar à presidência sem a protecção do Espírito Santo.
Nunca fui avençada do dito, em claro conflito de interesses com funções públicas na mesma área,
e nunca festejei a passagem de ano no iate do Ricardo Salgado.»
--
Marisa presidente

«Sou uma mulher de esquerda, assumo as minhas causas, e não tenciono fingir que sou neutra para conquistar simpatias.»
--

Marisa: “Candidato-me em nome da esperança de um país novo e justo”

Marisa Matias apresentou, esta tarde, a sua candidatura à Presidência da República, e sublinhou a importância de uma mudança política em Belém, que não exclua nem se coloque ao serviço das minorias privilegiadas de sempre.

( a declaração de Marisa na íntegra. :

http://www.esquerda.net/artigo/marisa-candidato-me-em-nome-da-esperanca-de-um-pais-novo-e-justo/39462


De Bolsa e desGoverno amigo daBanca a 10 de Novembro de 2015 às 17:15

- Porque cairá a bolsa

(10/11/2015, http://jumento.blogspot.pt/ )

«Nas ações, a bolsa portuguesa abriu em destaque pela negativa na Europa e as perdas estão, também, a acelerar. O PSI-20 abriu a cair 0,5% esta segunda-feira mas já intensificou as perdas. A bolsa derrapa 3%, numa sessão em que as perdas nas outras praças europeias são bem menores. O índice europeu Stoxx 600 desce 0,3%.

As ações dos bancos voltam a ser as que mais caem, com o BCP a derrapar 7,8% e o Banif a afundar quase 11%. O BPI desce 6,2%.» --[Observador]

Parecer:

É curioso que se diz que a bolsa cai mas ninguém repara que são dois bancos, o BPI e o BCP, a fazerem a bolsa cair.
O que terão estes dois bancos a ganhar com um governo amigo?
parece que os accionistas sabem muito bem que
um (des)governo amigo (da banca privada e oligarcas) tira ao trabalhadores e aos pensionistas para darem aos banqueiros
e é por isso que estes bancos valem mais com um governo de direita.


De 3ºEstado/ Povo explorado e enganado. a 11 de Novembro de 2015 às 09:27
Os três estados

(- por josé simões, , derTerrorist)

3 estados revolução francesa.jpg


Pedro Mota Soares, mais ponto menos vírgula, "a senhora deputada está equivocada. Em Portugal não há só dois sectores, o sector público e o sector privado. São três.
Também há o sector da economia social, formado pelas IPSS e Misericórdias, que não se dedica ao lucro",
é o novo "em Portugal há três estados – o Povo, o Clero e a Nobreza", sendo que
o terceiro e maior estado – o povo, constituído pela classe média, funcionários públicos, assalariados vários, pequenos e micro empresários, trabalhadores rurais e trabalhadores a recibo verde, além de um grande contingente de desempregados, marginalizados e sem-abrigo,
paga com o dinheiro dos seus impostos para que
o clero e a nobreza tratem os excluídos e miseráveis pelas políticas implementadas pelo clero e pela nobreza
em nome de uma maior qualidade de vida e de justiça social para o terceiro estado.
Houve revoluções que começaram assim.


De Escondida Luta de Classes. a 25 de Novembro de 2015 às 16:54
O que não existe pode ser o mais importante

Repitam comigo: a luta de classes não existe –
“Nunca desde pelo menos desde os anos 60 do século XX os salários pesaram tão pouco face aos lucros, rendas e juros.
O peso dos salários do PIB começou a cair na viragem do século. Portugal é o país da Zona Euro em que a queda foi superior desde 2000.”

Uma oportuna peça de Rui Peres Jorge no Negócios da quinta-feira semana passada, que vale a pena repescar, permite-nos reafirmar que o que não existe pode ser mesmo o mais importante.

O recuo do trabalho registado é sobretudo um fenómeno institucional, relacionado com
alterações políticas das regras que enquadram as relações sociais de produção,
da quebra de poder dos sindicatos à erosão deliberada da contratação colectiva,
passando pela mudança das prioridades da política económica,
onde o desemprego e a precariedade são vistos como úteis mecanismos disciplinares.
Tudo isto é parte da erosão do Estado social.

Juntamente com o aumento do poder da finança, esta erosão é um dos mecanismos referidos na peça, citando a OIT,
e que tendem ainda a ser subestimados pela economia convencional, ou não fosse esta, em última instância, a expressão das forças sociais triunfantes.
É claro que em certas circunstâncias, as ideias têm uma autonomia relativa:
o próprio FMI já reconhece que o aumento da desigualdade está associada ao enfraquecimento dos sindicatos,
por exemplo, embora tal reconhecimento não tenha lugar nas suas prescrições.

Aqui está uma área, a das desigualdades, em especial entre trabalho e capital,
onde há muito para reverter e para fazer num campo, o das políticas públicas,
onde as lutas convergem e se cristalizam em regras:
do salário mínimo à revitalização da contratação colectiva colectiva.
Vamos a isso.

(-por João Rodrigues às 24.11.15 , Ladrões de B.)
- http://www.jornaldenegocios.pt/economia/detalhe/queda_historica_do_peso_dos_salarios_puxa_pela_desigualdade.html


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