De Tretas da Direita NeoLiberal. a 12 de Maio de 2016 às 12:08
---JOÃO DE SOUSA · 10/5/2016
Decididamente Passos Coelho tem um grave problema de memória e as efabulações que debita já roçam o delírio. Circunstância deveras preocupante pela recorrência e pelo progressivo distanciamento da realidade que evidenciam. Pense comigo...
----A Amnésia selectiva de Passos Coelho
Creio que já se pode declarar oficial: em resultado de vivermos num regime semi-parlamentar, em que o primeiro-ministro é designado pelo Parlamento, Passos Coelho não ocupa o tão almejado cargo e, não tendo ainda logrado assimilar este facto, encontra-se seriamente afectado na capacidade de relembrar acontecimentos tal como ocorreram e de os interpretar lucidamente de acordo com os bons princípios da sensatez e diligência exigíveis a qualquer paterfamilias mediano.
Que Passos Coelho não leu a Constituição ou, se leu, não lhe reconhece o valor de lex fundamentalis a que todas as outras leis se devem submeter, já todos sabíamos. É na Constituição que estão vertidos os princípios fundadores do Estado e do Estado de Direito, os órgãos da República e respectivas atribuições, bem como os valores estruturantes da Sociedade, nos planos jurídico, político, económico, social e até ético e moral.
Para Passos Coelho a Constituição da República não passa de um mero documento de “faça o que lhe der na realíssima gana”, tipo Manual do Escuteiro Mirim – o último livro que terá lido chegando quase à página 30. “Missionário” de uma Ideologia vincadamente inimiga das Constituições em vigor na maioria dos países da Civilização Ocidental, muitos há que o definem como “aconstitucional“, isto é, alguém desprovido de qualquer vestígio de “consciência” civilizacional e democrática. Erram em toda a linha.
Passos tem uma dada ideia de ordem Constitucional, bebida numas “fichas de leitura” de autores como Hayek ou Friedman, que alguém lhe emprestou, e num acervo de post it do Reagan e da Thatcher, classificados pelos próprios na série “ideias a rejeitar por serem demasiado imbecis”, que adquiriu a um vendedor de antiguidades (putativamente indo-paquistanês) no Marché aux Puces em Paris.
Darwinista social, Passos Coelho não atribui qualquer relevância, política, económica, social, à condição humana, dividindo os seres que comungam desta condição em duas subespécies: uma com interesse, porque lhe paga para realizar uma determinada tarefa; e outra, com interesse, porque produz os recursos com que a primeira lhe paga. A primeira é reverenciada e bajulável, a segunda é desprezível e, sobretudo, fungível.
Este ideário político e ideológico não é acidental, pelo contrário, é instrumental. Intimamente, Passos Coelho identifica-se mais com a segunda mas não quer que isso se saiba. Daí o evidente e constante esforço em ser, e parecer, uma obediente “voz do dono”, amplificador da voz dos donos da bola, e da piscina, com a “fezada” de os iludir na sua “representação” de que é um deles; ou de os conquistar disponibilizando-se, como fiel lacaio, para executar o “trabalho sujo” em que os seus amos-ícone recusam, e receiam, sujar as mãos.
Quero acreditar que os seus mentores – dois conhecidos empresários – estão cientes das severas limitações de tal pupilo, equiparando-o a “O Homem sem qualidades”, do Robert Musil. Não obstante, o ex-primeiro-ministro tem, do ponto de vista destes, vantagens assinaláveis: desde logo, o preço – Passos é “baratinho”. Consciente da própria irrelevância aceita, e até agradece, ser compensado sobretudo em “alimento espiritual”, isto é, em estatuto mesmo que coercivamente imposto, sem menosprezar a componente material que assume aqui o papel secundário de fringe benefit – um benefício colateral.
Está explicada a selectividade da memória de Passos Coelho. Criador de uma narrativa, cem por cento ficcional, Passos está confortável com a circunstância de rever o passado, reescrever a história, reinventar as personagens durante o desenrolar da trama. Afinal, tudo isto lhe pertence, ou, pelo menos, de tudo isto é usufrutuário, em nome de outrem, é certo, mas com a posse, inequívoca.
De "interesses alheios", Direita NeoLiberal a 12 de Maio de 2016 às 12:12
JOÃO DE SOUSA ,10/5/2016·
----- Os “Interesses Alheios”
O Relvas, a Tecnoforma – empresa de formação de técnicos aeroportuários desnecessários – e
os “contratos de associação” firmados à vigésima quinta hora do seu governo, eventual moeda de troca de apoio eleitoral,
foram criteriosa e cirurgicamente apagados da sua memória, porque incompatíveis com o desenrolar da narrativa e desenvolvimento das personagens indispensáveis à “missão” que abnegadamente se atribuiu:
a de servir os seus “senhores” sentindo-se recompensado pelas migalhas que estes vão deixando cair.
Invocando no seu discurso “interesses alheios aos da Comunidade”, atribuindo-os a terceiros, Passos mais não faz que o auto-retrato do seu roteiro pessoal. É uma auto-crítica, serôdia, portanto, mas cirúrgica.
Os negócios sustentados com fundos europeus, os rendimentos esquecidos, as questionáveis despesas e empresas, os esquecimentos de pagar a Segurança Social.
Alheios aos interesses da Comunidade foram, e são, os interesses defendidos por Passos Coelho, a “voz do dono” dos “empresários”
do Ensino, cujo móbil, como é natural, nada tem de nobre ou de altruísta.
O seu propósito é, como o de qualquer empresário, suprimir o risco do seu investimento, garantir a renovação e alargamento do seu mercado, através de um fiduciário silent partner.
--- O fabuloso caso do colégio onde quase todos têm 20 a Direito
(Geringonça -14/07/2016 )
Dos 23 alunos alunos que frequentaram a disciplina de Direito no Colégio D. Leonor, 21 tiveram a classificação 20 valores.
É caso para questionar que mal fizeram os outros dois alunos que tiveram 19 e 17 valores.
A disciplina em causa pertencia ao plano curricular do 12º ano findo o qual muito alunos se candidatam ao ensino superior em que as notas determinam o lugar na seriação.
A informação foi avançada na semana passada pela Gazeta das Caldas que questionou o estabelecimento de ensino sobre a possível inflação das notas.
O Colégio D. Leonor respondeu que sendo uma disciplina opcional os alunos se encontram particularmente motivados, sendo essa a razão pela qual o seu desempenho é tão extraordinário.
Contudo, a Gazeta das Caldas adianta que analisando as notas das disciplinas em que não se realizam exames nacionais,
o Colégio das Caldas apresenta notas inflacionadas dando aos seus alunos uma vantagem sobre os restantes no acesso ao Ensino Superior.
Um ex-aluno conta ao jornal online das Caldas que “no Colégio não se fazem testes na maioria das disciplinas opcionais do 12º ano”
e que numa das disciplinadas a avaliação, o Inglês, a avaliação tinha consistido apenas numa prova oral, acrescentando: “raramente demos matéria”.
«Comparando as médias das disciplinas optativas anuais, o colégio regista 18,1 valores, enquanto as escolas Raul Proença e Bordalo Pinheiro, registam, 16,0 e 15,4 valores, respectivamente» pode ler-se na referida notícia da Gazeta.
A notícia já originou o protesto de alunos, pais e professores da Escola Raul Proença que acusam justamente o Colégio D. Leonor de desvirtuar as notas.
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E depois vêm os dicursos sobre o "mérito", 'rankings' das escolas, competitividade, liberdade de escolha, ... privados é que são 'bons', contratos de associação, ... e mais dinheiro público prós ...
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