Domingo, 7 de Junho de 2015

    A Austeridade é um Roubo e quem a pôs em prática sabe bem a verdade que grito!!!  Joseph Stiglitz: "É preciso acabar com a Austeridade"    

    Se a Europa disser “não” aos cidadãos gregos que elegeram o governo liderado por Alexis Tsipras, “está a afirmar que a democracia não serve para nada”, defendeu o Prémio Nobel da Economia. O economista norte americano adiantou ainda que “o que é imoral não é a reestruturação da dívida, senão a ausência de tal reestruturação”. 12 de Abril, 2015  
      Na sua coluna publicada no El País, Joseph Stiglitz frisou que quando começou a ser imposta à Grécia, a austeridade já tinha provado o seu fracasso – quando aplicada durante a administração do presidente norte americano Herbert Hoover ou quando imposta pelo FMI na forma de programas de assistência na Ásia Oriental e na América Latina durante as últimas décadas. Lembrando que a Grécia seguiu as medidas ditadas pela troika (a Comissão Europeia, o BCE e o FMI), o Prémio Nobel sublinha as consequências devastadoras para o país desta receita, que se traduziu numa “contração da despesa pública devastadora”: 25% de desemprego, uma queda de 22% no PIB desde 2009, e um aumento de 35% na relação dívida-PIB.
     Segundo Stiglitz, só se poderia culpar a Grécia por estes resultados se este fosse “o único país onde a receita da troika tivesse sido um completo e triste falhanço”. O economista lembra, no entanto, os resultados da austeridade em Espanha. Para o Prémio Nobel, é necessária uma reforma estrutural no desenho da zona euro e uma revisão dos fundamentos das políticas que levaram ao mau desempenho da união monetária. ... “Não há nada particularmente especial no que se refere aos dilemas que a Grécia enfrenta hoje em dia; muitos países têm estado na mesma posição. O que faz com que os problemas de Grécia sejam mais difíceis de abordar é a estrutura da zona euro: a união monetária implica que os Estados membros não podem desvalorizar a sua moeda com o objetivo de resolver os seus problemas; no entanto, o mínimo de solidariedade europeia que deve acompanhar esta perda de flexibilidade no que respeita à aplicação de políticas simplesmente não está presente”, referiu o economista.    ”Sublinhando que “raras vezes as eleições democráticas dão uma mensagem tão clara como a que se verificou na Grécia”, Stiglitz defendeu que se a Europa disser “não” aos cidadãos gregos que elegeram o governo liderado por Alexis Tsipras, “está a afirmar que a democracia não serve para nada”.
  O Prémio Nobel da Economia rematou ainda que existe esperança de que “prevaleça quem entende de assuntos económicos relacionados com a dívida e a austeridade, e que também prevaleçam aqueles que acreditam na democracia e nos valores humanos”.  Durante uma estadia em Paris onde participou, juntamente com o ministro das Finanças grego, Yanis Varoufakis, na sexta conferência do Instituto para um Novo Pensamento Económico (ver vídeo), o economista Joseph Stiglitz deu uma entrevista ao Le Monde, na qual defendeu que "é preciso acabar com a austeridade" e restaurar o crescimento.  Sobre a receita de austeridade imposta à Grécia, Stiglitz frisou: "O que me dececiona é a lentidão da aprendizagem. Vemos que o remédio não funcionou, mas nada muda”.  Lembrando que o PIB grego continua a cair a pique e que o desemprego atinge níveis dramáticos, o Prémio Nobel acusou os líderes europeus de estarem “a destruir uma geração inteira de jovens”. “Isto implica um certo nível de crueldade! E eu não sei como é que eles conseguem viver com as suas consciências!”, destacou. Questionado se a solução para a Grécia seria sair do Euro, Stiglitz avançou que “a solução é fazer com que a Europa e a Zona Euro funcione”.
          Repensar as nossas possibilidades 
 Lembrei-me das entusiasmadas palavras do primeiro-ministro, que apregoava o novo e saudável modelo económico português, assente na justiça social, e livre do endividamento, a propósito de duas pequenas notícias que saíram a semana passada. 11 de Abril, 2015
     A primeira, uma investigação do "Dinheiro Vivo", diz-nos que as empresas cotadas do PSI-20 distribuíram, no ano passado, mais de 1,8 mil milhões em dividendos, acima do valor de 2007. Ao mesmo tempo, nos últimos oito anos, aumentaram a dívida em 23%, para 37 mil milhões de euros.
    Apesar da crise, dos despedimentos, dos prejuízos e da necessidade de investimento, as grandes empresas portuguesas estão a distribuir mais dinheiro aos acionistas do que faziam antes da entrada da troika no país, quando vivíamos "acima das nossas possibilidades".  A  PT é, aliás, um belíssimo exemplo disto mesmo. Uma empresa que, há 20 anos, antes de António Guterres lhe ter aberto as portas às maravilhas do mundo privado, valia mais 75% do que vale hoje, depois de por lá ter passado o melhor CEO do Mundo (zeinal bava!).    
    Entretanto deu mais de 11 mil milhões a ganhar em dividendos aos seus acionistas, embora a dívida se fosse acumulando. Não é a única. EDP, que cobra as astronómicas contas de eletricidade em Portugal, lucra cerca de mil milhões ao ano. Em 2014 distribuiu 67% desse valor em dividendos, quase nada ficou em Portugal. Ao mesmo tempo, o gigante elétrico apresenta uma dívida de 17.083 milhões de euros, cerca de 10% do PIB português. Salários (e...) milionários, dividendos impossíveis e dívida. Tem sido esta a fórmula da maior parte das grandes empresas portuguesas, na sua maioria privatizadas, a operar em lucrativos monopólios naturais. Era assim antes da troika, e continua a sê-lo depois.
   Mas vamos à segunda notícia, outro exemplo de como a austeridade pode ser tão seletiva. A  REN prepara-se para pagar aos seus administradores mais 26% em 2015, ao mesmo tempo que corta 2% nos custos totais com pessoal. Há que fazer escolhas, não é? Já nos bons velhos tempos de 2013 a PT pagava à volta de 1 milhão a Zeinal Bava, mas isto foi, é claro, nos bons velhos tempos. Hoje a PT não se pode dar a estes luxos. Mas a EDP pode, e paga um valor semelhante a António Mexia. Na GALP o salário de CEO chega aos 1,7 milhões. A nova economia que Passos Coelho apregoa não passa da mesma velha e relha economia. (apenas) Mudaram os donos e os CEO.     --“Jornal de Notícias” a 7/4/2015.
       Anatomia e dissecação de um colossal falhanço     (Nicolau Santos, in "Expresso", 11/04/2015)
Fez no dia 6 de abril quatro anos que Portugal pediu ajuda internacional. ("resgate" à troika e assinatura de Memorando de Entendimento).  É mais do que tempo de fazer o balanço dos erros, mentiras e traições deste período e desconstruir o discurso que os vencedores têm produzido sobre o que se passou.
    1- A 4 de abril, Angela Merkel elogia os esforços do Governo português para combater a crise, através de um novo plano de austeridade, o PEC 4.  Com o apoio da chanceler alemã e do presidente da Comissão Europeia havia a real possibilidade de Portugal conseguir um resgate mais suave, idêntico ao que Espanha depois veio a ter. O primeiro-ministro, José Sócrates, dá conta ao líder da oposição, Pedro Passos Coelho, do que se passa. Este, pressionado pelo seu mentor e principal apoio partidário, Miguel Relvas, recusa-se a deixar passar o PEC 4, dizendo que não sabia de nada e que não apoiava novos sacrifícios. O seu objetivo é a queda do Governo e eleições antecipadas (ver o livro "Resgatados", dos insuspeitos jornalistas David Dinis e Hugo Filipe Coelho).   O Presidente da República, Cavaco Silva, faz um violento ataque ao Governo no seu discurso de posse, a 4 de abril, afirmando não haver espaço para mais austeridade.   Os banqueiros em concertação pressionavam o ministro das Finanças. Teixeira dos Santos cede e coloca o primeiro-ministro perante o facto consumado, ao anunciar ao "Jornal de Negócios" que Portugal precisa de recorrer aos mecanismos de ajuda disponíveis. Sócrates é forçado a pedir a intervenção da troika. Merkel recebe a notícia com estupefação e irritação.
    2- O memorando de entendimento (MoU) é saudado por políticos alinhados com a futura maioria, por economistas de águas doces, por banqueiros cúpidos e por comentadores fundamentalistas e bastas vezes ignorantes, pois, segundo eles, por cá nunca ninguém conseguiria elaborar tal maravilha. Hoje, pegando nas projeções para a economia portuguesa contidas no MoU, é espantoso constatar a disparidade com o que aconteceu. Em vez de um ano de austeridade tivemos três. Em vez de uma recessão não superior a 4%, tivemos quase 8%. Em vez de um ajustamento em 2/3 pelo lado da despesa e 1/3 pelo lado da receita, tivemos exatamente o contrário: uma austeridade de 23 mil milhões reduziu o défice orçamental em apenas 9 mil milhões. Em vez de um desemprego na casa dos 13%, ultrapassámos os 17%. Em vez de uma emigração que não estava prevista, vimos sair do país mais de 300 mil pessoas. E em vez da recuperação ser forte e assente nas exportações e no investimento, ela está a ser lenta e anémica, assentando nas exportações e no consumo interno. A única coisa que não falhou foi o regresso da República aos mercados. Mas tal seria possível sem as palavras do governador do BCE, Mario Draghi, no verão de 2013, ou sem o programa de compra de dívida pública dos países da zona euro? Alguém acredita que teríamos as atuais taxas de juro se não fosse isso, quando as agências de rating mantêm em lixo a nossa dívida pública? Só mesmo quem crê em contos de crianças.
   3- Durante o período de ajustamento, Carlos Costa, governador do Banco de Portugal, sublinhou sempre que o nosso sistema financeiro estava sólido. Afinal, não só não estava sólido como tinha mais buracos do que um queijo gruyère. BCP, BPI e Banif tiveram de recorrer à linha pública de capitalização incluída no memorando da troika, o BES implodiu, a CGD foi obrigada a fazer dois aumentos de capital subscritos pelo Estado, o Montepio está em sérias dificuldades — e só o Santander escapou.
    4- O ex-ministro das Finanças, Vítor Gaspar, e o primeiro responsável da troika, Poul Thomsen, negaram durante dois anos que houvesse um problema de esmagamento de crédito às empresas. Pelos vistos desconheciam que a esmagadora maioria das PME sempre teve falta de capital, funcionando com base no crédito bancário. Como os bancos foram obrigados a cortar drástica e rapidamente os seus rácios de crédito, milhares de empresas colapsaram, fazendo disparar o desemprego. Gaspar e a troika diriam depois terem sido surpreendidos com esta evolução. A sobranceria dos que se baseiam na infalibilidade do Excel, aliada à ignorância dos que pensam que a mesma receita funciona em qualquer lugar, tem estes resultados.
    5- Passos Coelho disse e redisse que as privatizações tornariam a economia portuguesa muito mais competitiva, levando os preços praticados a descer. Pois bem, a EDP foi vendida a muito bom preço porque as autoridades garantiram aos chineses da Three Gorges que os consumidores portugueses continuariam a pagar uma elevada fatura energética. E assim tem sido. Os franceses da Vinci pagaram muito pela concessão da ANA porque lhes foi garantido que poderiam subir as taxas sempre que o movimento aeroportuário aumentasse. Já o fizeram por cinco vezes. O Governo acabou com a golden share na PT e não obstou à saída da CGD do capital da telefónica. Depois assistiu, impávido e sereno, ao desmoronamento da operadora. A CGD foi obrigada pelo Governo a vender por um mau preço a sua participação na Cimpor. Hoje, a cimenteira é uma sombra do que foi: deixou de ser um centro de decisão, de competência e de emprego da engenharia nacional. Os CTT foram privatizados e aumentaram exponencialmente os resultados, à custa da redução do número de balcões e da frequência na entrega do correio.
    6- A famosa reforma do Estado resumiu-se na prática a aumentar impostos, cortar salários, pensões e apoios sociais, bem como a fragilizar as relações laborais, flexibilizando o despedimento individual, diminuindo o valor das indemnizações, reduzindo o valor do subsídio de desemprego e o seu tempo de duração. O modelo económico passou a assentar numa mão de obra qualificada mas mal paga, em empregos precários e não inovadores, em trabalhadores temerosos e nada motivados.
   7- O programa de ajustamento fez Portugal recuar quase 15 anos. Perdemos centro de decisão e de competência e não apareceram outros. A classe média empobreceu/proletariza-se sob o peso dos impostos. Nos hospitais reaparecem doenças e epidemias há muito erradicadas. O investimento estrangeiro estruturante não veio, o perfil da economia e das exportações não se alterou, a aposta na investigação eclipsou-se. E tudo para se chegar a um ponto em que a troika nos continua a dizer que já fizemos muito mas que é preciso fazer mais — e os credores internacionais nos vão manter sob vigilância até 2035. Sob o manto diáfano da fantasia, a nudez forte da verdade mostra que este ajustamento não teve apenas algumas coisas que correram mal — foi um colossal falhanço. E, desgraçadamente, os próximos anos vão confirmá-lo. ------------Isto está um manicómio...!!!  --J/CV 
     E, eles  "NUNCA ESTIVERAM CONTRA A GRÉCIA"!    MENTIROSOS 
Na edição de ontem do  jornal norueguês Aftenposten, numa notícia intitulada  «O sucesso grego pode contaminar outros críticos da Europa», surge uma frase, ou imagem, curiosa:
“A linha portuguesa recebe Críticas. Nenhum líder europeu tem sido mais crítico do governo conduzido pelo Syriza em Atenas do que o primeiro-ministro de Portugal P.Passos CoelhoEle descreve o plano do primeiro-ministro grego como uma aventura e ergue-se sobre as patas traseiras contra qualquer suavização do programa de reformas gregas.”  


Publicado por Xa2 às 08:12 | link do post | comentar

5 comentários:
De Centrão d'interesses condecorado. a 8 de Junho de 2015 às 10:44
Cavaco condecora Teixeira dos Santos

No 10 de Junho é assim:
o regime condecora o regime e
Cavaco bem pode agradecer a Teixeira dos Santos pelo resgate do banco trafulha
dos seus amigos trafulhas.


Djon :
cabaco devia condecorar sócrates porque sócrates
nacionalizou o BPN para que o irmão de cabaco não pagasse os 230 milhões que debia ao vanco


De Austeridade Neoliberal Danosa p. Economi a 8 de Junho de 2015 às 14:12
O enorme dano causado pelas ineficazes políticas de austeridade

Para medir a eficácia destas políticas não basta mostrar que existe agora crescimento económico, é preciso ter em conta também o tempo que demorou para a economia crescer de novo.
(-Por Vicenç Navarro, Público.es ,76/2015)

Robert Skidelsky: Longe de serem eficazes, as políticas de austeridade causaram um estrago enorme, não só em sofrimento humano como também em termos económicos. Foto de Chris Boland

Robert Skidelsky: Longe de serem eficazes, as políticas de austeridade causaram um estrago enorme, não só em sofrimento humano como também em termos económicos. Foto de Chris Boland


Existe hoje um debate no mundo anglo-saxão que tem uma grande relevância para a Espanha e que, no entanto, não apareceu nos seus maiores meios comunicação. O que se discute é se as políticas públicas de austeridade (que consistem em cortes dos gastos públicos e na redução dos salários) foram eficazes ou não para recuperar a economia, ajudando-a a sair da Grande Recessão. De um lado deste debate está Niall Ferguson, que nas páginas do Financial Times disse que sim, que foram eficazes, mostrando o crescimento económico do seu país, o Reino Unido, de 2,6% do PIB no ano de 2014, como prova disso (ver The UK Labour party should blame Keynes for their election defeat, Financial Times, 10.05.15). Segundo este autor, as medidas de austeridade impostas pelo governo conservador do Sr. Cameron causaram esta recuperação, retomando o crescimento económico. É interessante assinalar que o presidente Rajoy também afirmou que a “recuperação económica”, com uma taxa de crescimento do PIB espanhol de 1,4% no ano passado, mostra que as suas políticas de austeridade foram necessárias e eficazes para que a economia espanhola saísse da Grande Recessão.

No outro lado do debate existem vários autores, dos quais o mais conhecido é Robert Skidelsky, que defende que, longe de serem eficazes, essas políticas atrasaram enormemente a recuperação económica, causando um grande sofrimento à população, que não serviu para nada (ver Niall Ferguson's Wishful Thinking, Social Europe Journal, 28.05.15). O que este autor afirma é que para medir a eficácia destas políticas não basta mostrar que existe agora crescimento económico, é preciso ter em conta também o tempo que demorou a economia a crescer de novo. Segundo Skidelsky, as políticas de austeridade, longe de serem eficazes para recuperar o crescimento, o que fizeram foi atrasá-lo. Mostra como em todos os anos em que a austeridade foi o eixo central das políticas públicas houve um estancamento do crescimento económico, e que só quando essas políticas foram atenuadas a economia cresceu de novo. Na realidade, essas políticas deixaram em tão mau estado a economia britânica, que esta só irá recuperar-se, atingindo os níveis anteriores ao início da crise (2008), dentro de nove ou dez anos a partir de agora. Definir estas políticas como bem sucedidas é, segundo este autor, absurdo. Longe de serem eficazes, causaram um estrago enorme, não só em sofrimento humano como também em termos económicos. O mesmo poderia dizer-se no caso espanhol, em que, como resultado dessas políticas, houve um enorme atraso da recuperação económica, prevendo-se que em dez ou mesmo quinze anos não vão recuperar-se os indicadores anteriores à crise.

A dívida pública continuou a crescer

A redução da economia, consequência da longa recessão, gerou um crescimento da dívida pública, passando (durante o período de austeridade) de 69% a 80% do PIB no Reino Unido, o oposto precisamente do que se procurava obter com os cortes dos gastos públicos e a redução do défice público. De novo, uma situação idêntica ocorreu em Espanha. Apesar dos grandes cortes de gastos públicos, incluindo o gasto público social, a dívida pública de Espanha disparou, chegando quase a 100% do PIB. Definir esta situação como bem sucedida é abusar da flexibilidade da linguagem, refletindo uma capacidade de manipulação que deveria ser denunciada.

Como bem assinala Skidelsky, a experiência histórica mostra claramente que a melhor maneira de reduzir a dívida pública é estimular o crescimento económico, precisamente com base no aumento dos gastos públicos.

O caso mais conhecido é a saída dos EUA da Grande Recessão. E outr...


De Austeridade Neoliberal Danosa p. Economi a 8 de Junho de 2015 às 14:23

O enorme dano causado pelas ineficazes políticas de austeridade
...
...
...O caso mais conhecido é a saída dos Estados Unidos da Grande Recessão. E outro semelhante ocorreu no Reino Unido.
Neste país, a dívida pública passou de representar 240% do PIB em 1945 a 64% em 1970, após 25 anos de crescimento económico.

Esta experiência justifica, na verdade, a resistência por parte do governo do Syriza a continuar a aplicar as políticas de austeridade
que o establishment neoliberal europeu e o FMI
continuam a insistir que sejam aplicadas na Grécia.

Este debate deveria dar-se também em Espanha (e em Portugal), onde essas políticas de austeridade criaram um desastre (e não há outra maneira de o definir)
que é inclusive maior que no Reino Unido, consequência de não controlar a sua própria moeda (o que não ocorre no Reino Unido, que tem a sua própria moeda e o seu banco central).
Daí que a crise tenha sido maior em Espanha (e em Portugal) que no Reino Unido, e o tempo de recuperação vá ser bem mais longo e extenso do que naquele país.
E, a isto, o establishment financeiro, económico, político e mediático chama de Recuperação.
Não têm vergonha.

(- 4/6/2015, Vicenç Navarro, tradução de Luis Leiria para o Esquerda.net )
------------
http://www.esquerda.net/artigo/imoralidade-e-ilegalidade-da-divida-publica-grega/37004

A imoralidade e ilegalidade da dívida pública grega

Parece que há abundante evidência de que as leis internacionais não foram respeitadas no estabelecimento e crescimento da dívida pública grega, leis reconhecidas pelas Nações Unidas e pela própria Agência dos Direitos Fundamentais da União Europeia.
(-Por Vicenç Navarro, 17/5/2015, )

dia 4 de abril o Estado grego nomeou um Comité parlamentar, The Debt Truth Commitee (Comité da Verdade sobre a Dívida), para analisar as origens da dívida pública e por que aumentou consideravelmente durante os anos da Grande Recessão. Este Comité é composto por peritos nacionais e internacionais para assessorar em temas de financiamento da dívida pública.
...também analisar a legalidade da dívida, isto é, ver se os mecanismos que foram utilizados para o seu estabelecimento eram legais ou ilegais, tal como se concluiu que foram em análise das dívidas públicas de casos anteriores, como em Cuba em 1898, no Iraque em 2003 e no Equador em 2007.
Nestes casos a dívida pública foi anulada precisamente por se ter demonstrado que em nenhum deles se tinha respeitado a legalidade internacional (ver Ozlem Onaran, “Should Greece Pay Back its Debt?”, Social Europe Journal, 23 de abril de 2015).
O Comité estabelecido em abril passado deve, pois, ver se o Estado grego respeitou a legalidade internacional quando se endividou e quando, mais tarde, pagou os juros da dívida assim como a dívida em si. E na mesma linha, o Comité deve também analisar se quem comprou dívida pública grega (sejam os bancos públicos ou privados, ou os Estados) respeitaram as leis internacionais que regem tal tipo de compras e vendas.

Pois bem, parece que, como assinala Ozlem Onaran no citado artigo, há abundante evidência de que as leis internacionais também não foram respeitadas no estabelecimento e crescimento da dívida pública grega,
leis reconhecidas pelas Nações Unidas e pela própria Agência dos Direitos Fundamentais da União Europeia.
Assim, as leis que regem o estabelecimento da Segurança Social Europeia têm sido violadas sistemática e continuamente no início e no aumento dessa dívida pública.
E todas estas leis têm em comum um princípio básico:
o Estado não pode intervir para infringir os direitos humanos da sua população.
A evidência acumulada é que durante os anos da Grande Recessão, grande número de Estados – incluindo o grego - tiveram um efeito muito negativo sobre os direitos humanos (como o da saúde e bem-estar dos seus cidadãos) com a aplicação das suas políticas.

A violação dos direitos humanos na Grécia e noutros países da zona euro

Um princípio que, pelo menos em teoria, se aplica para que um Estado permaneça na União Europeia, é precisamente o respeito pela democracia e pelos direitos humanos, direitos que hoje estão a ser abusivamente infringidos na Europa

Hoje, na zona euro, como resultado das políticas de austeridade, justificadas para reduzir a dívida pública, vemos:
1- ...


De .ilegalidade da Dívida pública. a 8 de Junho de 2015 às 14:32
Política de Austeridade : imoral e ilegal por violação da Democracia e dos Direitos Humanos, subscritos e subjacentes na União Europeia:
...
...
...Hoje, na zona euro, como resultado das políticas de austeridade, justificadas para reduzir a dívida pública, vemos:

1. Desmantelamento dos contratos coletivos, causando na Grécia uma descida de 25% do salário real por hora durante o período de aplicação destas políticas.

2. Descida do salário mínimo grego a níveis dos anos setenta.

3. Redução das pensões públicas gregas, atingindo as mais baixas níveis inferiores ao limiar de pobreza.

4. Extensão da pobreza a 35,7% da população e a 44% das crianças entre 11 e 15 anos.

5. Aumento sem precedentes das taxas de suicídio.

6. Diminuição do nível de riqueza do país, com uma descida de 25% do seu PIB durante os anos da recessão, uma situação sem precedentes na Europa em tempos de paz.

Todos estes indicadores – e muitos outros -
mostram a violação das condições definidas naquelas leis,
que determinam que os empréstimos a um Estado não possam desestabilizar as sociedades nem afetar negativamente os direitos humanos.

Na realidade, os estudos têm mostrado que se não tivessem sido aplicadas as políticas de austeridade para pagar a dívida,
a economia grega não teria perdido 25% do seu PIB, como ocorreu.
As enormes crises humanas criadas por estas políticas de austeridade estão a violar os direitos humanos da população afetada por elas.

Estou consciente de que alguns leitores expressarão dúvidas sobre a eficácia destes argumentos legais
pois, em geral, os direitos de propriedade são sempre mais respeitados do que os direitos humanos.
Mas um princípio que, pelo menos em teoria, se aplica para que um Estado permaneça na União Europeia,
é precisamente o respeito pela democracia e pelos direitos humanos, direitos que hoje estão a ser abusivamente infringidos na Europa.

A perda de legitimidade das instituições de governo da União Europeia
baseia-se, precisamente, na ampla perceção de que estes princípios
–que não são só morais, mas também legais -
estão a ser violados sistematicamente.

----
Artigo de Vicenç Navarro, publicado em publico.es. Tradução de Carlos Santos para esquerda.net

http://www.esquerda.net/artigo/imoralidade-e-ilegalidade-da-divida-publica-grega/37004


De Centrão acima das nossas possibilidades! a 8 de Junho de 2015 às 16:01
Viver acima das nossas possibilidades
(- por josé simões, derTerrorist, 7/6/2015)

[ Política dispara Riqueza de Marco António (deputado, ex-governante, dirigente do PSD, em 990% !!!]

O próximo passo da maioria é propor que na Constituição da República Portuguesa seja inscrito um limite máximo para o enriquecimento dos políticos.

Adenda: "990% em 7 anos" é, segundo os padrões de Teresa Leal Coelho, "justificado" ou "lícito"?

Adenda II: Está tudo explicado, era mal pago.
------

Eu vivo acima das minhas possibilidades: tenho um (des)governo que não posso (a)pagar !!
----------

O verdadeiro artista:

E deu como exemplo Vila Nova de Gaia, do presidente Luís Filipe Menezes, nomeado pelo PSD Conselheiro de Estado.
E deu como exemplo Vila Nova de Gaia, do vice-presidente Marco António Costa,
que aproveitou a vice-presidência para colonizar a câmara e as empresas municipais com boys e derivados?
Não deu.

«Marco António Costa insiste com o PS no tecto constitucional para a dívida»
-------
Não há pachorra...

Se bem me lembro o problema era a dívida, insustentável,
por isso era preciso chamar o FMI, para pôr ordem na casa, para pôr a casa em ordem e para pôr na ordem os socialistas despesistas.
"Convém não diabolizar o FMI", dizia o penteado com voz, enquanto ia prometendo que não cortava nem acabava.
Insustentável em 96% do PIB.
Depois o FMI veio e foi a ordem que se viu. E que se vê.
E depois da casa na ordem, da ordem na casa e dos socialistas despesistas na ordem, a dívida ficou sustentável em 130% do PIB, mais 35% em 4 anos..
É por isso que agora é necessário um compromisso com os socialistas despesistas «em relação à inscrição de um limite para a dívida pública na Constituição».
Um limite em 165% do PIB, pelo seguro, o mesmo ritmo de crescimento dos últimos anos e caso ganhem outra vez as eleições?
Ou um limite em 130% do PIB como álibi para depois arremeterem contra o Tribunal Constitucional e contra o Tribunal de Contas por “forças de bloqueio” à acção governativa?

Ou um limite porque sim, porque tem de se dizer alguma coisa, para desviar as atenções do que é realmente importante, como por exemplo o silenciado corte nas pensões? (de 600 milhões de euros !!)
------------

E não se fala mais nisso

nuno-crato.jpg

Não disse que a incompetência do ministro, aliada ao fanatismo ideológico,
custaram ao erário público, que é como quem diz aos bolsos dos contribuintes,
50 mil euros, sem contabilizar os prejuízos causados aos alunos,
com reflexos no rendimento e aproveitamento escolar,
às famílias e aos professores, a juntar à instabilidade familiar e aos desarranjos vários.

Recolheu a língua de palmo e meio da "meritocracia" e da "competência"
que tinha sempre de fora e bem esticada nos programas de televisão onde era paineleiro-comentadeiro.

Diz que «o Governo pagou um "preço político" elevado pelas falhas na chamada Bolsa de Contratação de Escola»,
não sabemos, só o saberemos lá para finais de Setembro princípios de Outubro, joga com a cumplicidade do Presidente de facção e com a fraca memória na política e nos políticos.
Ele, responsável máximo, não pagou.
Continua em funções como se nada de especial tivesse acontecido, fez auto-crítica como nos idos do maoísmo e não se fala mais nisso.

[Nuno Crato na imagem]


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