Sexta-feira, 5 de Fevereiro de 2016

Como os bancos pt destruíram 40 mil milhões de euros  (-J.Mendes, 4/2/2016, Aventar)

-- (mas) --  Sim miserável, a culpa é tua     (-J.Mendes, 5/2/2016, Aventar)

Ganância    A culpa é tua porque não percebes a economia, não percebes os mercados, não percebes a importância das agências de rating e dos especuladores. Se percebesses, facilmente entenderias que este mundo precisa de milionários tanto quanto precisa que tu vivas a contar tostões. E daí se um grande banco provoca uma gigantesca crise mundial que leva milhões a perder as suas casas e a não saber como pagar as refeições do dia seguinte?   Não és também tu livre de fundar um banco e enganar uns quantos milhões para que nunca falte gasolina no teu helicóptero? Que nos manda a nós ser estúpidos? Afinal de contas, nós temos esse direito: o direito de ser estúpidos, de nos deixarmos enganar. Não é bela, esta democracia?

    Para de te queixar e vai mas é empreender. Salário mínimo? Isso é coisa de bandalhos de esquerda que não querem trabalhar. Subsídios? Sistemas nacionais de saúde? Educação gratuita? Deixa-te de merdas: queres qualidade de vida trabalha para a ter. Não há trabalho? Cria o teu. Nasceste num meio desfavorecido rodeado de precariedade e miséria? Não sejas piegas e arregaça mas é essas mangas. O que tu queres é dado e arregaçado sem teres que mexer uma palha. Esquerdalhada inútil que quer viver acima das suas possibilidades.

     Acorda miserável. O mundo agora funciona assim. Aliás, o mundo sempre funcionou assim. A diferença é que agora nos tentam vender uma utopia, decorrente desta espécie de democracia em que vivemos, na qual todos podemos ser ricos e poderosos. De tempos a tempos, surge alguém oriundo de um meio modesto que tem uma ideia revolucionária e lá consegue ascender ao clube dos milionários. Parece fácil mas não é porque estas excepções são isso mesmo: excepções. O grosso dos recursos é controlado pelas mesmas famílias, pelos mesmos grupos, há várias décadas. As crises vão e vêm e as suas fortunas continuam a aumentar e a aumentar. Os políticos vão e vêm e eles continuam a comprá-los. E a nossa indignação vai e vem e nós continuamos confortavelmente sentados no sofá. A revolucionar nas redes sociais.

       Segundo um relatório da Oxfam, divulgado há um ano atrás, quase 50% da riqueza mundial está concentrada em 1% da população. Frequentemente, esses 1% usam os seus vastos recursos para viciar as regras, comprar legisladores, esmagar a pequena concorrência e a sua riqueza não pára de aumentar. Por cá a coisa não é muito diferente. Umas quantas famílias mandam nisto tudo, não pagam os impostos devidos e ainda têm a lata de nos dar lições de moral. O país real vive a crise, a pobreza, o drama do desemprego e da emigração, e as vendas da Porsche disparam, os lucros do PSI-20 disparam, os salários dos boys disparam e quando a dívida de um banco dispara lá estamos nós, na linha da frente para pagar a factura, impávidos e convencidos da nossa irrelevância. E o imoral torna-se banal.

    Mas a culpa é tua, miserável. É nossa. É que enquanto as castas vão administrando tudo em seu benefício, nós por aqui vamos andando, distraídos entre futebóis e entretenimento de plástico, mais preocupados com os ingredientes da pizza do Sócrates do que com o assalto permanente ao erário público. Destilamos toda a nossa raiva nas redes sociais, arranjamos desculpas para não votar, fazemos manifestações até à hora do jantar e no dia seguinte tudo continua na mesma. Pão e circo, mesmo como nós gostamos. É mais fácil assim, não é?

---- A ideia que passa é que pela primeira vez em 5 anos há alguém (no PS+BE+PCP+PEV) que efectivamente se preocupa com quem é governado, que apresenta propostas, que discute alternativas, que negoceia e regateia, faz valer o seu ponto de vista e não se limita a abanar a cabeça, dobrar a espinha e "Ja, Frau. Schnell, schnell".

----  Agências de ratação financeira    (-por josé simões, derTerrorist, 29/1/2016)

    Enquanto se tratou de pôr o contribuinte a resgatar dois bancos, primeiro o BES, depois o BANIF, não se ouviu nenhuma agência de ratação [não é gralha nem o auto correct] financeira questionar o Orçamento do Estado nem o cumprimento de metas nem os compromissos assumidos com os credores nem a credibilidade do país.

---- O Pivot  e os "nossos" milhões a desaparecer em bolsos privados...

    Passos Coelho vende BPN ao BIC por 40 M€. Estado aumenta o capital do Efisa, banco de investimento do universo SLN/BPN, em 90M€. Efisa é vendido por 38,5 M€ à Pivot SGPS, uma sociedade de capitais portugueses e angolanos da qual faz parte o ex-ministro do PSD Miguel Relvas.

... Miguel Relvas, o tal, vai ser banqueiro por equivalência e, o pior, é que Miguel Relvas não vai fazer pior do que os banqueiros, banqueiros mesmo, por dinastia ou por imposição divina, até na parte dos apoios dados pelo dinheiro dos contribuintes. Social-democracia, sempre!   Adenda: "Miguel Relvas, diz-lhe alguma coisa?"

Dinheiro para aumentar o salário mínimo tem o condão de chocar a nossa moralíssima direita mas quando chega a hora de despejar 90 milhões de euros num descendente do BPN não se passa nada.  O ex-ministro e homem forte de PPassos Coelho integra a Pivot SGPS e o governo do qual fez parte não só lhe vendeu o Efisa por meia dúzia de tostões como ainda lá injectou mais do dobro daquilo que recebeu por ele. Acabamos por pagar 52 milhões de euros à Pivot SGPS para ficar com o banco, livre de encargos adicionais. Como é belo o (neo) liberalismo privatizador da direita nacional.

   ----- Banif -- resumo da novela (trágica)

   A Comissária europeia da pasta da Concorrência diz que não obrigou Portugal a fazer nada no caso do Banif. Quem enquadrou o problema e tomou decisões foi o governo português (do PSD/CDS); ela apenas verificou que tudo estava de acordo com as regras impostas pela UE. Diz ela que a única coisa desejável era um comprador forte.

    Um à parte meu:   sinceramente, esta de comprador forte para mim é um bocado estranho, pois está a consolidar-se o risco num menor número de bancos, em que alguns têm um tamanho bem acima do desejável. Para além disso, maior concorrência está associada a maior número de intervenientes no mercado e não a um menor número, logo não compreendo como é que o mandato dela de defender a concorrência é compatível com esta exigência. A consolidação do sector bancário não só reduz a concorrência, como aumenta o risco para a economia.

   Sabemos também o seguinte:

Entretanto, disse Carlos Costa, o Governador de Portugal, que o Santander, que representa 14,5% do mercado da banca de Portugal não está sob a supervisão do Banco de Portugal, apesar de ter negócios em Portugal -- isto não é um grande risco sistémico para o país?!?

    Recordam-se, certamente, de Vítor Bento ter dito, em Novembro passado, que dentro de três a cinco anos nenhum dos grandes bancos portugueses ('...' ?! nem bancos nem outros recursos estratégicos !!) estará sob controle nacional; pertencerá tudo a grupos estrangeiros.(/ transnacionais e em offshores !!).  (Lembrem-se disso quando vocês pagarem a vossa hipoteca e o vosso cartão de crédito: o lucro dos vossos pagamentos está a ser enviado para o estrangeiro.) Se a banca for controlada por estrangeiros, suponho que o tamanho do Banco de Portugal será fortemente reduzido, se calhar até deveria ser eliminado -- nos EUA não há um banco central por estado --, pois não haverá grande coisa para supervisionar em Portugal. É esse o corolário da grande estupidez que se está a fazer em Portugal.        (-



Publicado por Xa2 às 07:55 | link do post | comentar

3 comentários:
De Dirigentes sansessugas e incompetentes.. a 5 de Fevereiro de 2016 às 15:28
----- Governo de Passos aumenta salários em 150%

(01/02/2016 por Paulo Vieira da Silva, via Aventar )


Os salários da administração do regulador da aviação civil (ANAC) foram aumentados em 150%. Esta decisão foi tomada no último mês do governo de coligação liderado por Passos Coelho. Um escândalo. Isto não é social-democracia. O novo governo deveria reverter de imediato esta decisão.
----

Os três membros do Conselho de Administração da entidade reguladora da aviação civil beneficiaram de aumentos superiores a 150%, no ano passado, quando a governação de Passos Coelho estava a chegar ao fim.

Apesar de a lei exigir a sua divulgação pública, estas remunerações foram mantidas em segredo.

Conforme noticia o Jornal de Notícias, o salário mensal do presidente da Autoridade Nacional da Aviação Civil (ANAC) subiu de 6.030 euros para 16.075 euros. Já o do vice-presidente passou de 5.499 euros para 14.468. Por fim, o da vogal passou de 5.141 euros para 12.860 euros.

De acordo com o mesmo jornal, estes aumentos são mais um caso a somar ao controverso processo de indigitação de Luís Ribeiro, Carlos Seruca Salgado e Lígia Fonseca para presidente, vice-presidente e vogal, respetivamente. E que entraram em funções no verão do ano passado.

Na altura os nomes não agradaram à Comissão de Recrutamento e Seleção para a Administração Pública nem à Comissão de Economia e Obras Públicas, mas os nomes seguiram em frente com o aval do, na altura, primeiro-ministro.

Neste momento, aos gestores, está entregue a tarefa de apreciar de o processo de privatização da TAP respeita, ou não, a legislação europeia.

---------

E o que se passa noutros "reguladores" (de cartelismo e oligo/monopólios, anticoncorrenciais, ruinosos para o consumidor e para o erário público) ?

e o que se passa noutras 'agências', institutos, fundações e empresas públicas ou participadas pelo Estado/ autarquias ?!!

Os dirigentes e/ou respectivos conselhos gerais/ supervisão/ administração/ ... aumentam-se (salários e outras regalias) como muito bem lhes apetece, com anuência da tutela/ governo ...


De Direita neoliberal indecente e vampira! a 5 de Fevereiro de 2016 às 15:38
----- Um pouco menos de hipocrisia política, sff

(-por Vital Moreira , causaNossa, 2/2/2016)

É indescritível a hipocrisia política do PSD e do CDS na tentativa de fugir às suas responsabilidades
no caso das remunerações estratosféricas atribuídas aos administradores da ANAC, a autoridade reguladora da aviação civil.

De facto, nos termos da lei-quadro das autoridades reguladoras de 2013, tais vencimentos foram fixados por uma comissão de vencimentos,
a qual, de acordo com a mesma lei, é composta por três membros, um em representação da própria autoridade reguladora, outro em representação do Ministro das Finanças (que pertencia ao PSD) e outro em representação do Ministro da tutela (que era o ministro da Economia, do CDS).

Portanto, os representantes do Governo tinham a maioria na referida comissão de vencimentos, e ninguém acredita que não atuassem de acordo com instruções ou pelo menos com a cobertura dos respetivos ministros.

Por conseguinte, o PSD e o CDS não podem sacudir a água do capote do seu Governo nesta indecente história!


De Imperfeições do paraíso europeu a 5 de Fevereiro de 2016 às 17:33
----
Um regime económico que sistematicamente e deliberadamente exclui (e que vai continuar a excluir) milhões de seres humanos de poderem participar na economia de forma honesta e sem recorrer a esquemas e trapaças para caçar €$€$ não é apenas um sistema com imperfeições, é um sistema (cada vez mais) injusto, repressivo, anti-humano e insustentável. Podem sempre dizer que a vida no Gulag era muito pior mas isso não faz da violência do actual regime económico menos intragável. Inocentes andam a ser punidos para que os banqueiros, agiotas, tecnocratas e outros parasitas mantenham o status quo que eles acham que os favorece, independentemente do sofrimento que causa aos que não fazem parte da sua classe.
Há na actual conduta dos banqueiros e tecnocratas laivos discerníveis de crueldade, não acho que seja apenas a vontade de manter um regime que lhes é favorável, e podem até não serem todos mas quando alguns que estão lá no topo da cadeia alimentar falam noto-lhes uma vontade sádica de punição das castas que lhes estão abaixo.
-----
Daí a pressão contínua, nunca sufragada pelos povos, para tornar a “Europa” e “Bruxelas” numa sede de poder que obedece à sua burocracia e aos partidos do PPE (Partido Popular Europeu), para retirar aos parlamentos nacionais e aos governos qualquer poder de decidir sobre o destino dos povos e das nações. O meu voto vale quase nada e, quando o uso para valer alguma coisa, há que pedir novas eleições. Tantas quantas forem precisas para haver um resultado “europeu”, amigo dos negócios, amigo do “não há alternativa”, amigo de colocar na ordem sindicatos e partidos desalinhados.

Com mais ou menos sofisticação, significa que votem os povos como quiserem, quem manda são os mercados. Na verdade, a frase mais correcta é “mandam os partidos dos mercados”. E os “partidos dos mercados” são a expressão orgânica dos grandes interesses financeiros – o eufemismo é “os nossos credores” – e representam a desaparição do primado do poder político sobre o poder económico, ou seja, da autonomia do poder político assente no voto numa democracia.
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A U. Europeia é uma Uniao democrática?
Embora democracia seja um conceito polissêmico e de difícil definição, tal sua amplitude e variáveis envolvidas, pode-se dizer que, neste momento, estamos mais próximos de uma “ditadura plutocrática” que rivaliza e enfraquece os governos institucionais eleitos pelo voto popular.
O objetivo dessa “ditatura” é fazer recuar os direitos sociais e do trabalho, de um lado, e políticos (notadamente a participação), de outro.
Hoje mesmo, sectores importantes da classe dominante preparam a via da repressão, do autoritarismo e da guerra. Por isso os democratas, os trabalhadores e povos não terão outra opção, senão preparar-se para o embate.
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... o que está em causa é o sustento da banca e dos grandes interesses económicos. A famosa "bancarrota" propalada ad nauseam pelo poder de direita e da extrema-direta não teve qualquer comprovação com a realidade. Quem estava em bancarrota era a banca e os seus interesses e fomos chamados a pagar a factura. O chavão do "andámos a gastar demais" é uma forma cabotina, servil e medícocre para esconder quem andou a gastar demais, quem andou a ganhar demais e quem andou a sacar demais.
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... sabem que a Grécia é um pais relativamente insignificante, vulnerável e que está embutida num sistema que não admite insubordinação, e se se rebelar o mais certo é tornar-se num estado ainda mais falhado e com um regime não só económica-financeiramente repressivo, como um regime repressivo à moda antiga e tudo isto com a bênção do grande império da atualidade, império esse que se está nas tintas para a democracia, bem-estar e liberdade dos povos que invade.
Como a situação do mundo é aquela que é, péssima, alguma coisa, no meu entender, vai ter que mudar os gregos tal como outros talvez prefiram esperar até que algum evento ocorra, rebelarem-se sozinhos talvez seja pedir-lhes demasiado...
Parece-me a mim que o triunfo do regime económico vigente sobre o outro regime que colapsou há uns anos atrás nunca garantiu a sua eternidade, não houve o fim da história como alguns think-tanks quiseram-nos fazer crer.
As pessoas vão ser obrigadas a encontrar alternativas à situação atual se quiserem ter um futuro q valh


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