Grécia mais perto de aderir ao banco dos BRICS
(infogrecia, 30 Maio, 2015 ; governo,
gasoduto, brics, rússia, lafazanis )
O ministro da Energia grego foi a Moscovo discutir os trâmites da candidatura grega e o apoio da Rússia à entrada no banco dos BRICS.
A construção do gasoduto para abastecer a Europa através da Grécia foi outro dos pontos da agenda.
“No meu encontro com o vice-ministro das Finanças Sergey Storchak, assegurámos o apoio decisivo à candidatura da Grécia para participar no novo banco de desenvolvimento dos BRICS.
A participação será simbólica e em prestações e mal comece funcionar poderemos aceder a apoio financeiro”, explicou Panagiotis Lafazanis na sexta-feira à imprensa.
Na agenda do encontro também estiveram os apoios russos para a construção do gasoduto a partir da fronteira da Turquia, que permitirá abastecer a Europa do gás russo que atualmente passa pela Ucrânia.
“O pagamento do empréstimo russo será feito com os lucros da operação do gasoduto e é um dispositivo que não está relacionado com empréstimos ou assistência económica entre Estados”, acrescentou Lafazanis.
Em declarações à agência governamental Sputnik, Lafazanis lamentou a oposição que os Estados Unidos exprimiram oficialmente sobre a construção deste gasoduto e defendeu que será muito positivo para a Europa e para a segurança energética a existência de uma nova rota de abastecimento.
Nos cálculos de Moscovo e Atenas, a construção do gasoduto na Grécia vai custar cerca de dois mil milhões de euros e criar vinte mil postos de trabalho na Grécia.
Alexis Tsipras e Lafazanis vão participar em junho no Fórum Económico Internacional de São Petersburgo, onde as conversações sobre o projeto do gasoduto e o acordo do seu financiamento poderão ter desenvolvimentos.
-----------JCPCoelho:
O que os alemães e a europa nega aos gregos a Rússia concede-lhes,
para que hão-de os gregos estarem a esfalfar-se a pedinchar uma tranche,
ainda vamos ver a europa a pedir mas é aos gregos para não aderirem ao banco dos BRICS...
e esta do gasoduto é uma arma estupenda que os helénico não vão deixar passar,
cuida-te europa das humilhações aos povos do sul!
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« 300 € chega para viver na Grécia» , disse o enviado do FMI aos patrões do comércio
A comissão de inquérito aos memorandos da troika ouviu o ex-líder dos patrões do comércio fazer um relato impressionante de uma reunião com o enviado do FMI.
Vassilis Korkidis liderava os patrões do comércio quando o governo assinou os memorandos com a troika. Hoje revelou aos deputados um episódio ocorrido num encontro com Poul Thomsen, representante do FMI e Klaus Mazouch, do Banco Central Europeu, em dezembro de 2011.
Nesse encontro na sede da Confederação Nacional do Comércio, ouviram a exigência dos homens da troika para um corte no salário dos trabalhadores gregos. Korkidis diz ter defendido que o país tinha pouca margem para cortar salários, fazendo uma comparação dos salários de então com os praticados noutros países europeus, para mostrar que já eram dos mais baixos.
A resposta de Poul Thomsen deixou-o perplexo: “– Você está enganado, tem de comparar é com os salários dos países do sudeste europeu e dos Balcãs, que é onde pertencem”. Prossegue Korkidis: “E quando lhe perguntei a opinião sobre quanto deveria ser o salário, respondeu-me: ‘– 300 euros chega para viver na Grécia’. Aí tive de lhe perguntar quanto é que ele ganhava…”, relatou o ex-lider do patronato do comércio aos deputados da comissão.
Vassilis Korkidis reconheceu que “foram cometidos erros trágicos” na negociação e aplicação do memorando. Mas embora critique os políticos no poder por “terem ido a correr assinar o memorando”, disse não acreditar “que algum político queira fazer mal ao seu país”.
A comissão de inquérito aos memorandos da troika tem por objetivo apurar as circunstâncias e as responsabilidades sobre a forma como foi ditada ao anterior governo uma política que arrasou a economia e a sociedade grega desde o início da década.
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Estes VAMPIROS fazem tudo para manterem os privilégios e modos de vida que levam, e sugerem que 300€ chegam para viver... .
Por causa da nossa desunião e inércia é q. eles nos DESGOVERNAM e sobre EXPLORAM.
Os gregos são os nossos vizinhos
«É provável que haja um acordo qualquer de última hora que impeça a Grécia de falir nos próximos dias. É evidente que as coisas nunca acabarão em bem (o voto do povo grego é incompatível com a linha dura da zona euro), mas podem acabar em mais ou menos. (...)
Talvez Tsipras tenha sido eleito com um mandato impossível:
acabar com a austeridade numa Europa em que a austeridade foi sufragada pela maioria dos que se sentam nos conselhos europeus, e não apenas por Merkel.
Mas a derrota de Tsipras provará que não há caminhos alternativos fora da “linha justa” da Europa que expulsou a social-democracia enquanto ideologia de governo.
Uma ruptura da Grécia com a Europa – um cenário com consequências imprevisíveis – daria, à partida, razão ao governo português, que aproveitou estes anos para provar que “era bom aluno”.
Seria a vitória do TINA (There is No Alternatives, como a ideologia vigente na Europa ficou conhecida)
e um soco no PS, que promete genericamente que um novo governo socialista faria um corte com a política de austeridade, por muito que Costa se tenha empenhado em se afastar do Syriza nos tempos recentes.
Mas, independentemente de qual dos discursos seria mais favorecido no worst case scenario, na realidade a fragilidade de Portugal deixaria o país acorrentado à derrota grega.
Se se abrir a caixa de Pandora, é provável que os juros da dívida de Portugal disparem como no auge da crise do euro.
Portugal devia estar a torcer pela Grécia – infelizmente não está.
O PSD percebe-se porquê, o PS entende-se mais dificilmente.»
Ana Sá Lopes (via http://entreasbrumasdamemoria.blogspot.pt/, 3/6/2015)
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Acrescente-se que a eventual saída da Grécia será o início da queda do 'castelo de cartas', dando força aos eurocépticos que querem a saída do RU/Inglaterra
(ou a troca desta ameaça por mais privilégios para os Ingleses e em especial para o seu sistema financeiro geminado com a máfia da City/offshores/ oligarcas, ... - que dominam o neoliberal governo do RU mas tb da UE etc), ...
--------A Goldman Sachs ilumina o caminho
(-por jose guinote, 2/6/2015, http://viasfacto.blogspot.pt/ )
As condições para a rendição do governo Grego lavradas pelos apóstolos da Goldman Sachs, essa santa casa do neoconservadorismo global.
"Not only is it possible that we may need to see sovereign technical default and/or blocked Greek bank deposits in order to come to an accommodation between Greece and its official creditors, it may be necessary to do so in order to break the current impasse in negotiations." (aqui)
http://www.theguardian.com/business/live/2015/jun/01/greece-crunch-month-bailout-creditors-manufacturing-pmi-live#block-556c5ab3e4b095e09a51bce4
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Greece's creditors urge more intensity after mini-summit - live updates
Angela Merkel, Francois Hollande, Mario Draghi, Christine Lagarde and Jean-Claude Juncker have discussed the Greek crisis in Berlin
Latest: Intensive work needed, says spokesman
Merkel looking to defuse the crisis
Introduction: Unexpected meeting in Berlin tonight
Die Welt: Greece might compromise on pensions
Lunchtime Summary: Goldman fears default
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Uma nova Hungria? (regime ditatorial, neoliberal de extrema direita) para o R.U. e maioria dos países da UE.?!!
(por Miguel Madeira, 1/6/2015)
- David Cameron backs plans for Ofcom to block 'extremist messages' on TV
- "Significant changes to strike law"
- Election results were barely in when the home secretary indicated the Tories will increase state surveillance powers
- Michael Gove to proceed with Tories' plans to scrap human rights act
Grécia antiga (17)
(por Pedro Correia, em 04.06.15, http://delitodeopiniao.blogs.sapo.pt/grecia-antiga-17-7431181#comentarios )
«O problema deste governo de colaboracionistas é que, se o Syriza provar que ter dignidade
dá melhores resultados económicos que
andar a lamber os pés da chanceler Merkel,
a irracionalidade dos sacrifícios imbecis que nos obrigaram a fazer vai ficar completamente visível,
até para o menos esclarecido habitante do Cavaquistão.»
Nuno Ramos de Almeida, no i (4 de Fevereiro de 2015)
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Tb gostava dessa prova de dignidade vitoriosa ...
infelizmente, a realidade actual dominante
(neoliberalismo e financeirização global),
indica que o estoico povo grego vai perder mais ainda ...
e, com eles, nós portugueses, europeus e trabalhadores de todo o mundo.
Zona euro, regras e ideologia
(neoliberal e financeira global roubalheira)
Numa entrevista ao semanário Wirtschaftswoche, na passada quarta-feira, o ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schaeuble, afirmou que o Syriza terá ganho as eleições por «convencer os gregos que existia uma forma simples para permanecer na zona euro», lamentando que essa promessa tenha sido feita ao povo grego.
O processo de negociações, contudo, foi deixando cada vez mais claro que o pomo da discórdia, que impede um acordo entre o governo grego e as «instituições», é apenas um:
«a exigência de mais austeridade por parte dos credores», como assinala Yanis Varoufakis em artigo de opinião publicado pelo Project Syndicate.
Ou seja, não está em causa a tão propalada incapacidade de implementação de reformas económicas por parte da Grécia,
nem sequer uma divergência substantiva ao nível das metas orçamentais propostas pelas partes, que divergem por décimas.
No documento entregue pelas «instituições» ao governo grego,
conhecido na sequência da divulgação da proposta apresentada pela Grécia aos credores,
tornou-se evidente que o impasse é exclusivamente ideológico.
Entre as exigências dos credores constam medidas como a subida do IVA em medicamentos e na electricidade, a redução gradual do rendimento mínimo garantido e de outros apoios sociais, o corte em salários e pensões e a revisão da legislação laboral.
A continuação do fracasso da austeridade, portanto.
Ora, não estando propriamente em causa o cumprimento de objectivos orçamentais
- mas apenas a estratégia, as escolhas políticas e económicas para os cumprir -
seria bom que Schaeuble demonstrasse em que medida as regras para «permanecer na zona euro» obrigam à adopção de um tipo específico de medidas,
como cortes nos serviços públicos e em salários e pensões.
(-por Nuno Serra, 5.6.15 , Ladrões de B.)
---- JL Ferreira disse...
Precisamente porque o impasse é ideológico é que os credores não se podem dar ao luxo de ceder.
Uma solução que pusesse em causa o viés ideológico
dos normativos para-constitucionais e dos tratados europeus
iniciaria o deslaçar de toda essa construção.
Previsões à distância de um mês: da Europa vem aí mais do MESMO
No final deste mês, a 25 e 26 de Junho, vai ter lugar em Bruxelas uma CIMEIRA histórica da UE. Mais uma.
Depois de uma pausa de dois anos e meio (ver isto e isto), os principais dirigentes europeus vão novamente reconhecer que a União Económica e Monetária (UEM) apresenta insuficiências graves que têm de ser reparadas. Anunciarão, assim, o compromisso de aprofundar a integração europeia, dando passos decisivos na direcção de uma maior união política.
Os representantes dos partidos socialistas europeus irão congratular-se com estas decisões, vendo nelas avanços há muito esperados (há mais de 20 anos…) no sentido de uma Europa mais social e mais democrática, onde o rigor orçamental surja a par com o crescimento económico na lista de prioridades.
Os federalistas e europeístas mais crédulos irão rejubilar, acreditando que estamos a caminho da desejada democracia de escala continental.
Os comentadores de serviço interpretarão estas decisões como uma cedência por parte da Alemanha e dos sectores mais conservadores, tendo em vista conter os danos da crise grega e contrariar a tendência para o crescimento do eurocepticismo na UE.
E, no entanto, quando olharmos com atenção para as decisões que serão tomadas, a cimeira vai produzir mais do mesmo:
• Será posta de lado qualquer alteração aos Tratados que definem a arquitectura da UEM, cujas deficiências todos começaram por reconhecer.
• Será prometido um maior esforço de coordenação das políticas fiscais dos Estados Membros, não questionando porém a possibilidade de cada país fixar o seu nível de impostos sobre as empresas (mantendo assim a tendência para a concorrência fiscal, entre países, que delapida os recursos públicos, aumenta as desigualdades e põe em causa a viabilidade do Estado Social).
• Será defendida a necessidade de criar mecanismos que ajudem a lidar com a ocorrência de choques assimétricos nas economias de cada Estado Membro (um problema cada vez mais premente, desde que os países que integram o euro perderam os instrumentos monetário, cambial e alfandegário para esse efeito), mas será posto de lado qualquer aumento substancial do orçamento comunitário (quando muito, haverá uma promessa indefinida de um reforço futuro).
• Talvez seja até anunciado o aprofundamento da união bancária, através da futura mutualização das garantias de depósitos (que será apresentado como o exemplo máximo de solidariedade entre Estados Membros), mas manter-se-á o princípio de que cada país é responsável pelos custos de eventuais falências bancárias (apesar da regulação e supervisão do sistema financeiro estarem cada vez mais centralizadas em instituições europeias).
• Tudo isto, é claro, ficará sujeito a um princípio básico: só terão acesso a estes "avanços" os Estados Membros que implementem as "reformas estruturais" que as instituições europeias "recomendam" (ou seja, impõem), apesar de não terem qualquer legitimidade democrática para o fazer (e também isto não será alterado na cimeira de final de Junho).
Traduzindo: a lógica da UEM continuará a ser a mesma: para que uma economia estruturalmente fraca sobreviva dentro do euro continuará a ter de privatizar tudo o que for vendável, liberalizar o mercado de trabalho e delapidar o Estado Social; e sempre que houver uma crise que afecta apenas algumas economias (normalmente as mais fracas), a desvalorização de salários continuará a ser a resposta esperada, resultando em períodos longos de desemprego elevado e de aprofundamento das assimetrias de desenvolvimento no seio da UE.
Apesar disto tudo, a comunicação social vai falar de um salto qualitativo na integração europeia, dando voz à satisfação dos dirigentes dos partidos do governo (que apresentarão estes resultados como a prova de que os sacrifícios valem a pena), dos dirigentes do PS (que se vêem actualmente aflitos para explicar que não gostam da austeridade, mas que jamais porão em causa a UEM) e, ainda, dos europeístas mais pueris, para quem qualquer desculpa serve para continuarem a fantasiar com uma UE democrática e progressista.
(por Ricardo Paes Mamede, 2.6.2015 , http://ladroesdebicicletas.blogspot.pt/2015/06/previsoes-distancia-de-um-mes-da-europa.html )
------ BCE (e UEM) inimigo do Estado Social
(e dos trabalhadores e cidadãos contribuintes) https://rcag1991.wordpress.com/2015/05/31/bce-inimigo-do-estado-social/
---------Nightwish disse...
Tal qual, já vimos este filme.
-------Daniel Carrapa disse...
É exactamente isso.
Entretanto quem verdadeiramente dita as regras desta Europa segue em frente sem sequer tirar o pé do acelerador.
Dragui, à frente do "apolítico" BCE, dita os termos:
https://rcag1991.wordpress.com/2015/05/31/bce-inimigo-do-estado-social/
Ao mesmo tempo que insufla as reservas bancárias com mais de um milhão de milhões de euros em quantitative easing,
já abre a porta para o seu falhanço
'justificado' pela "rigidez no mercado de trabalho" que importa combater com a aceleração de "reformas estruturais".
É a Europa a prosseguir a passos largos para a sua DESTRUIÇÃO.
------João disse...
Concordo consigo, na generalidade da previsão que faz. Mas em face disso, pergunto-lhe:
E nós, Ricardo, nós os cidadãos mais e menos comuns, que adivinhamos a previsível opera buffa, o que é que vamos fazer?
Qual o nosso grau de envolvimento pessoal e colectivo em vista da promoção do desejável "falhanço" dessas previsões?
A que mudanças aspiramos de facto?
Em que rupturas mobilizadoras estamos dispostos a envolver-nos?
Será que conseguimos marchar lado a lado com uma operária fabril (ou operadora de contact center ou caixa de supermercado, ...),
sem curso de economia e que usa roupas de uma loja de chineses, mas que
apesar disso tem aspirações, vontade e direitos?
É que sem esse compromisso, tudo o mais de nós, por muito importante que seja, nunca passará a fronteira de uma certa inutilidade barroca.
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Daniel, deixe-me ser repetitivo e dirigir-lhe também as perguntas que dirigi ao autor do artigo:
e nós?
Até onde é que a nossa consciência (já) nos dita que vamos?
É que é também sobre o nosso IMOBILISMO ( e egoísmo) que a BARBÁRIE (desengane-se quem pensa que o termo é exagerado), avança.
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