Grécia antiga (17)
(por Pedro Correia, em 04.06.15, http://delitodeopiniao.blogs.sapo.pt/grecia-antiga-17-7431181#comentarios )
«O problema deste governo de colaboracionistas é que, se o Syriza provar que ter dignidade
dá melhores resultados económicos que
andar a lamber os pés da chanceler Merkel,
a irracionalidade dos sacrifícios imbecis que nos obrigaram a fazer vai ficar completamente visível,
até para o menos esclarecido habitante do Cavaquistão.»
Nuno Ramos de Almeida, no i (4 de Fevereiro de 2015)
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Tb gostava dessa prova de dignidade vitoriosa ...
infelizmente, a realidade actual dominante
(neoliberalismo e financeirização global),
indica que o estoico povo grego vai perder mais ainda ...
e, com eles, nós portugueses, europeus e trabalhadores de todo o mundo.
Zona euro, regras e ideologia
(neoliberal e financeira global roubalheira)
Numa entrevista ao semanário Wirtschaftswoche, na passada quarta-feira, o ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schaeuble, afirmou que o Syriza terá ganho as eleições por «convencer os gregos que existia uma forma simples para permanecer na zona euro», lamentando que essa promessa tenha sido feita ao povo grego.
O processo de negociações, contudo, foi deixando cada vez mais claro que o pomo da discórdia, que impede um acordo entre o governo grego e as «instituições», é apenas um:
«a exigência de mais austeridade por parte dos credores», como assinala Yanis Varoufakis em artigo de opinião publicado pelo Project Syndicate.
Ou seja, não está em causa a tão propalada incapacidade de implementação de reformas económicas por parte da Grécia,
nem sequer uma divergência substantiva ao nível das metas orçamentais propostas pelas partes, que divergem por décimas.
No documento entregue pelas «instituições» ao governo grego,
conhecido na sequência da divulgação da proposta apresentada pela Grécia aos credores,
tornou-se evidente que o impasse é exclusivamente ideológico.
Entre as exigências dos credores constam medidas como a subida do IVA em medicamentos e na electricidade, a redução gradual do rendimento mínimo garantido e de outros apoios sociais, o corte em salários e pensões e a revisão da legislação laboral.
A continuação do fracasso da austeridade, portanto.
Ora, não estando propriamente em causa o cumprimento de objectivos orçamentais
- mas apenas a estratégia, as escolhas políticas e económicas para os cumprir -
seria bom que Schaeuble demonstrasse em que medida as regras para «permanecer na zona euro» obrigam à adopção de um tipo específico de medidas,
como cortes nos serviços públicos e em salários e pensões.
(-por Nuno Serra, 5.6.15 , Ladrões de B.)
---- JL Ferreira disse...
Precisamente porque o impasse é ideológico é que os credores não se podem dar ao luxo de ceder.
Uma solução que pusesse em causa o viés ideológico
dos normativos para-constitucionais e dos tratados europeus
iniciaria o deslaçar de toda essa construção.
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