Os acontecimentos de Minsk e Debaltseve dominaram a abordagem mediática à situação da Ucrânia, num momento em que passa precisamente um ano sobre os dias finais do golpe da Praça Maidan, em Kiev. Pouco se fala, pouco se tem falado, da diminuição brutal da actividade económica no país, com uma queda do PIB bem superior àquela verificada em Portugal durante todo o período do "ajustamento" (só em 2014 a queda do PIB foi superior a 7%). Pouco se tem falado da entrada em grande do FMI neste processo de acelerado desmembramento do estado ucraniano saído do processo de auto-dissolução da URSS, no início dos anos 90 do século passado. Na passada quinta-feira foi anunciado um plano de "ajuda" à economia ucraniana no valor de 40 mil milhões de dólares, soma dividida por várias entidades que obedecem ao mesmo centro de comando. O FMI, a UE, os EUA, o Banco Mundial e "outras instituições financeiras" não especificadas. Boa parte desta quantia astronómica servirá para alimentar bancos falidos, oito em particular de acordo com o Financial Times. Um "filme" que já vimos noutras partes. A produzí-lo /pagá-lo estarão os cidadãos comuns, ucranianos do ocidente e do leste do país. Outra parte significativa do empréstimo ao estado ucraniano destina-se a financiar gastos militares já que é objectivo da Junta de Kiev e do presidente Poroshenko (que há anos atrás era designado em documentos norte-americanos entretanto divulgados pelo Wikileaks como "our Ukraine insider" [1]) aumentar significativamente o seu investimento em material bélico. Outro "filme" que já vimos noutras partes, e que voltará a ser produzido pelo ucraniano comum, bem mais interessado em recuperar o acesso à saúde, à educação e à segurança social desde há muito perdidos (tal como a justiça, liberdade e dignidade humana e cidadã). As grandes (financeiras, especuladores e) corporações da indústria militar esfregam as mãos de contentamento. Yatseniuk, outro evidente "insider" da equipa da senhora Nuland, faz uso do seu já habitual humor negro quando refere que o empréstimo se destina a restabelecer o crescimento económico no país, mas não explica como pretende fazê-lo quando se prepara para implementar um programa de austeridade que, em alguns aspectos, vai muito além dos indignos programas de austeridade implementados em Portugal e Grécia. O "ajustamento" ucraniano far-se-á com a receita do costume: redução de funções sociais do estado, diminuição do número de funcionários públicos, reduções salariais, corte nos apoios sociais, eliminação de direitos laborais e, claro está, privatizações. Muitas. A Ucrânia é rica em recursos naturais, dos agrícolas aos energéticos. É também um mercado de enorme potencial para a gula da plutocraciaeuropeia e norte-americana (+ a rússa, chinesa, ... e as elites e máfias locais, que o dinheiro não tem pátria e prefere offshores), que apontando um dedo à Rússia deixa outras três na sua própria direcção. (Tal como o terrorismo e até as catástrofes naturais,) a guerra - que vive neste momento uma trégua frágil, cujo significado está ainda por compreender de forma plena - desempenha em todo este processo num papel chave. Ela é, em larga medida, um sorvedouro de dinheiro que alimenta a dependência ucraniana dos "aliados"/'vampiros' ocidentais (os apoiantes/ intervencionistas e alegados defensores da 'pátria', da 'liberdade' e da 'democracia' neoliberal). Recordo, sobre esta matéria, uma cena célebre do filme "The International" (2009), de Tom Tykwer.
«O real valor de um conflito ... está na DÍVIDA que ele cria» (e na dependência presente e futura e na oportunidade de legalizar o contínuo saque de recursos naturais, financeiros, humanos). Qualquer semelhança entre o conflito ucraniano e o diálogo desta cena não é pura semelhança. Notas: [1] "During an April 28 meeting with Ambassador, Our Ukraine (OU) insider Petro Poroshenko emphatically denied he was using his influence with the Prosecutor General to put pressure on Tymoshenko lieutenant Oleksandr Turchynov (refs A and B)." - fonte.
(estranhas 'coincidências'... ) Morte de três jornalistas norte-americanos quando investigavam envolvimento do seu governo no derrube das Torres Gémeas (de NY, em 11/09/2001, alegadamente por terroristas ligados à AlQaeda)
Tratam-se do ex-repórter internacional da NBC Ned Colt, o correspondente da CBS News Bob Simon, e o jornalista do New York Times David Carr. --Bob Simon, de 73 anos, foi assassinado na quarta-feira na cidade de Nova York em um acidente automobilístico e -- na quinta-feira Ned Colt, de 58 anos, dizia-se que tinha morrido por um derrame cerebral massivo, seguido em poucas horas por --David Carr, de 58 anos, que teve um colapso e morreu no seu escritório na sala de redação do New York Times.
Os três jornalistas mais Brian Willias, que teve que renunciar à NBC por "mentir" sobre uma notícia do Iraque, tinham formado uma companhia independente de notícias em vídeo no mês passado e apresentaram os documentos de segurança necessários que lhes permitiriam o acesso ao arquivo mais secreto do Kremlin, onde se encontrariam provas relacionadas com os atentados de 11 de setembro de 2001.
Em relação a esses arquivos do 9/11 em poder do Kremlin, o presidente Putin tinha alertado que iria divulgá-los. Os especialistas norte-americanos acham que, apesar do fato de as relações entre os EUA e a Rússia terem chegado ao ponto mais grave desde a Guerra Fria, Putin entregou a Obama problemas menores. Os analistas acham que isto seria só a "calma antes da tormenta".
Putin vai golpear e estaria a preparar o lançamento de provas da participação do governo dos Estados Unidos e dos serviços de inteligência nos ataques do 11 de setembro.
O motivo para o engano e o assassinato dos seus próprios cidadãos terá servido aos interesses das PETROLÍFERAS (e da economia e dívida) dos Estados Unidos no Médio Oriente e das suas empresas 'todo-poderosas'.
A ponta de lança da empresa de notícias em vídeo independente que pretendia descobrir a verdade do 9/11 foi David Carr, quem no New York Times foi um protector de Edward Snowden (divulgador do escândaloso 'Wikileaks') e após ter visto o documentário Citizenfour, tratou de ir dormir "mas não podia". Carr estava seriamente desiludido com o New York Times pela elaboração da memória da guerra da Ucrânia "e não só por não dizer a verdade, mas também pelos emblemas nazistas nos capacetes de soldados leais ao regime da Ucrânia lutando contra os rebeldes".
Outro que trabalhava muito com Williams e Carr neste projeto do vídeo do 9/11, foi Ned Colt, que após sair de NBC News continuava a ser amigo de toda a vida de Williams e aperfeiçoaram as suas habilidades humanitárias enquanto trabalharam no Comitê Internacional de Resgate. Por sua vez, Bob Simon considerava "extremamente lamentável" a MANIPULAÇÂO dos meios de comunicação no período prévio à guerra dos Estados Unidos no Iraque.
Após a DESTRUIÇÃO da imagem/carreira de Williams, e a estranha morte de Carr, Colt e Simon, o regime de Obama enviou um "mensagem clara" à elite (de jornalistas independentes e críticos) norte-americana quanto à exposição dos seus segredos mais obscuros.
Pior ainda, as elites dos mídia nos EUA agora fogem de MEDO e o regime de Obama ameaça os meios de comunicação alternativos com a ilegalização de todos os sites dissidentes.
Para isso tem uma escandalosa proposta legislativa de Ordem Fraternal da Policial Nacional para classificar qualquer crítica contra a policia nas redes sociais como um "crime de ódio".
----Publicado 18 Fevereiro 2015 , Aporrea - Tradução do Diário Liberdade (-via António Abreu, http://antreus.blogspot.pt/ )
Dois factos nos nossos dias de hoje revelam até que ponto esta leviandade nos pode levar, particularmente no que respeita a uma 3ªa Guerra Mundial.
Um deles respeita ao conflito entre a Ucrânia e duas das suas regiões que, em referendo, declararam a
sua independência, pela perseguição aos russos ucranianos feita depois do golpe fascista de 2013, do qual saiu um governo ilegítimo, apesar de, entretanto o actual Presidente já ter sido eleito num ambiente de medo.
As tropas deste governo fascista tem bombardeado não só as milícias (com funções militares e civis, criadas após o afastamento das tropas ucranianas, a que no ocidente se chamam os "rebeldes pró-russos").
Merkl e Hollande junto de Putin procuram novo acordo de paz (o anterior foi rompido pelo governo ucraniano) mas nos EUA os tambores de guerra soam mais alto e a NATO vai duplicar as suas forças no apoio directo às agressões da Ucrânia. o "inimigo" é a Rússia, de novo diabolizada como nos tempos de Macarthy.
As sanções contra a Rússia são fortes. A grande queda do preço do petróleo teve efeitos terríveis nos grandes produtores como a Rússia ou Angola, obrigando estes países a cortarem importações . Passos Coelho vai ter que explicar aos portugueses porque é esteve de acordo com essas sanções e o que tem de dizer à perda de importantes cotas no mercado russo dos nossos agro-alimentar, vinhos, calçado, etc.
E o mesmo às empresas que estão a fechar portas em Angola e a deixar sem trabalho muitos portugueses.
Na Ucrânia alastra a revolta contra o governo mas o ambiente de medo é muito grande.
O risco da guerra aumentou muito nos últimos dias.
A outra é a desconsideração dos dirigentes da UE para com o povo grego e as propostas do seu novo governo. A UE não cede, é cada vez mais claro que quer afastar a Grécia do euro e da UE. Com as resistências nacionais ao euro e esta luta dos gregos contra o diktat de Bruxelas, a UE eleva o nível das tensões mas, já nada será como dantes. O povo grego poderá ainda encontrar soluções fora da UE e, sendo da NATO, agravar-se-á a tensão nos Balcãs uma vez mais.
A UE está a combater o terror? (- por AG ,11/2/2015)
"O terrorismo está a ser financiado através dos paraísos fiscais enquanto os governos e instituições da UE olham para o lado. Injustica, indignação, terror é o que os cidadãos europeus que pagam impostos sentem face às revelações do Luxleaks e do Swissleaks. Será que o Conselho e Comissão vão finalmente agir contra o terror?
Nenhuma outra estratégia funcionará contra o terrorismo se a UE não se livrar da austeridade cega que tem estrangulado o crescimento na Europa e alimentado o desemprego, a exclusão social e a ideologia nihilista que arrasta jovens europeus para combater no Estado Islâmico, treinando cada vez mais perto, agora na Líbia.
Destruição e terror é o que gregos e a UE defrontarão se uma solução negociada não for urgentemente alcançada, permitindo à Grécia respirar e trabalhar para pagar as dívidas.
"Last but not the least": terror é o que os ucranianos estão a enfrentar. Não queremos só a velha Europa a negociar com a velha Russia sobre a Ucrânia. De Minsk queremos a Paz para toda a Europa"
(O que eu disse no debate em plenário do PE sobre o próximo Conselho Europeu) ----
----- #SwissLeaks - o Governo mente, oculta e protege os evasores fiscais
(- por AG, 11/2/2015, http://causa-nossa.blogspot.pt/2015/02/swissleaks-o-governo-mente-oculta-e.html )
A hipocrisia do Governo é grotesca: pretende que não sabia de nada e vai agora a diligenciar para obter as listas dos evasores fiscais portugueses na Suíça.
A mentira é tão mais despudorada, quanto nunca me deu respostas às cartas que enviei (já ao anterior Governo e aos dois ministros das Finanças deste Governo) sobre as listas dos evasores fiscais no Liechenstein e na Suiça. Mas facilmente me respondeu o FMI a carta que enviei à Sra. Lagarde (embora em resposta redonda a proteger o Governo)...
Entretanto não sei quantas vezes, por escrito e verbalmente, nas rádios e nas TVs, nos plenários do PE, em perguntas à Comissão, levantei eu este assunto e o escândalo de Governo e Troika assaltarem fiscalmente as classes médias enquanto, via RERTs, amnistiavam ricos evasores e até os ajudavam e protegiam na lavagem do dinheiro, sem os obrigar sequer a repatriá-lo.
Ainda há meses, quando a Ministra das Finanças veio ao PE, abordei-a pessoalmente para lhe dizer que estava à espera de resposta à minha última carta e às anteriores, dirigidas aos seus antecessores, sobre as listas de evasores fiscais na Suíça e no Liechenstein. A Ministra pretendeu que não conhecia, que pelo tema teriam ido directamente para o Secretário de Estado de Assuntos Fiscais, que tomaria nota...
Não tomou e a resposta nunca veio.
Por isso, "modus in rebus"! Mentirem, ocultarem e armarem-se em inocentes e ignorantes, não vai dar. É melhor armarem-se de lupa e aspirador e procurarem as diskettes onde quer que seja, lá para as bandas do Terreiro do Paço.
---Aqui deixo lista das cartas que fui escrevendo e da que recebi do FMI:
Carta a Teixeira dos Santos: http://www.anagomes.eu/PublicDocs/5c2d7dc4-0c28-47aa-b7c0-967a30208be6.pdf
Carta a Vitor Gaspar: http://www.anagomes.eu/PublicDocs/8ca362d1-55fb-4ba3-bf9e-fc8a8ec46d27.pdf
Carta a M. Luis Albuquerque: http://www.anagomes.eu/PublicDocs/d7921754-d9d8-4459-86f3-133a196173e4.pdf
Carta a Christine Lagarde 1 (05/11/12): http://www.anagomes.eu/PublicDocs/14feda44-b19d-49ed-b11b-ad504c041f87.pdf
A "democracia" ucraniana defendida pela UE (, EUA e NATO)
«O ex-deputado ucraniano Oleg Kalashnikov, próximo da OPOSIÇÃO ao Governo de Kiev, foi encontrado MORTO na quarta-feira à noite com ferimentos de BALAS. A polícia lançou uma investigação para determinar se se tratou de homicídio/ ASSASSINATO ou suicídio.
As autoridades abriram um inquérito por “morte com premeditação”, segundo o deputado Anton Guerashenko, conselheiro do Ministério do Interior. O corpo de Kalashnikov foi encontrado na sua casa em Kiev e a morte foi “causada por balas”, informou o ministério, através de um comunicado citado pela AFP.
Os investigadores vão trabalhar sobre vários possíveis motivos para a morte de Kalashnikov, entre os quais as suas “actividades políticas”. O ex-deputado era um dos organizadores das marchas “Anti-Maidan” — que pretendem servir de contraponto aos protestos pró-europeus. A televisão estatal russa Russia Today refere uma carta que Kalashnikov terá escrito a um amigo recentemente em que dizia que um “GENOCÍDIO aberto contra a OPOSIÇÃO, ameaças de morte e insultos sujos” se tornaram “a norma”.
A morte do ex-deputado do Partido das Regiões é a mais recente de uma série de mortes em circunstâncias ESTRANHAS entre aliados do antigo Presidente ucraniano, Viktor Ianukovich, nos últimos três meses. Entre eles está o próprio filho de Ianukovich, que morreu no final de Março depois de um autocarro se ter despistado para o interior do Lago Baikal, na Rússia.» [Público]