---- Croácia perdoa as dívidas a 60.000 dos seus cidadãos mais pobres
A medida do governo chama-se "Começar de novo". Governo vai apagar menos de 1% da dívida privada e beneficiar diretamente 60 mil pessoas.
(http://www.dn.pt/inicio/globo/interior.aspx?content_id=4375549 , 1/2/2015)
"Começar de novo". Assim se chama a medida do governo croata, que vai perdoar as dívidas a milhares de cidadãos atingidos pela crise económica que afeta o país. A partir de segunda-feira, alguns dos croatas mais pobres, que viram as suas contas bancárias bloqueadas devido às dívidas, vão beneficiar de um perdão.
O vice-primeiro-ministro Milanka Opacic calcula que a medida atinja cerca de 60 mil pessoas, citado pela Reuters. "Assim vão ter a oportunidade de começar de novo sem o peso da dívida", disse. A medida vai custar cerca de 27 milhões de euros ao país, mas este valor corresponde a apenas 1% da dívida privada.
Entre as entidades que aceitaram apoiar este esquema, e vão perder dinheiro com ele, estão vários bancos, empresas de telecomunicações, de serviços de água e eletricidades, cidades e o próprio fisco.
A medida abrange apenas dívidas inferiores a 35 mil kunas (cerca de 4500 euros) e só são elegíveis pessoas com rendimento mensal inferior a 162 euros, sem poupanças ou património.
"Não consigo pensar em nada comparável", disse o economista Dean Baker ao The Washington Post, salientando o caráter excecional da medida.
---- O princípio é o mesmo
Do Governo que decide antecipar os lucros aos BANCOS e tem o topete de vir proclamar aos quatro ventos que resolveu o problema dos contratos SWAP, para depois ver o Supremo Tribunal de Justiça, pela segunda vez, dar razão a quem defendia a sua DENÚNCIA e a via judicial, ao Governo que fecha a porta a uma cimeira europeia para a RENEGOCIAÇÃO da dívida que permita a recuperação económica, o crescimento e emprego, o princípio é exactamente o mesmo:
garantir lucros e mais-valias aos bancos,
alimentar a especulação financeira,
esbulhar o bolso do contribuinte,
continuar o saque fiscal e
desmantelar o Estado em favor de interesses privados,
enquanto argumenta o contrário, que é a da salvação do Estado que se trata, da credibilidade restaurada, da recuperação económica que aí vem, da sustentabilidade garantida.
--------------- "E esta, hein?!" (Grécia vs Portugal)
(http://derterrorist.blogs.sapo.pt/, José Simões, 28/1/2015)
Disse que na Grécia houve condenados por corrupção no caso dos submarinos. E na Alemanha também, podia ter acrescentado. Adiante.
E que os manhosos dos gregos fogem ao fisco. Ricardo Salgado esqueceu-se de declarar 8,5 milhões de euros. Em Portugal. Adiante.
Que na Grécia há uma piscina em cada telhado e em cada quintal e em cada logradouro, para já não falar nas que existem nas vivendas e nos condomínios fechados e nas quintas e nos quintais. Adiante.
E não eram anedotas sobre montes no Alentejo e no Algarve com piscina e jipes e barcos de recreio e segundas habitações e de casas de turismo rural e de habitação que estão o ano todo com ocupação a 100% , que é de subsídios que falamos também. Adiante.
Assim como é de subsídios que falamos quando não disse se na Grécia há empresas formadas para formar pessoal da aviação com subsídios da Europa dos alemães e ongues para formar costureiras no bairro dos pretos e universidades, na terra deles também, também com o dinheiro dos alemães da Alemanha da Europa. Adiante.
Não falou de férias pagas por banqueiros a políticos e governantes. Se calhar não teve tempo ou ninguém lhe contou. Adiante.
Nem falou de associações de bandidos e malfeitores com nomes de bancos formadas por ilustres do arco e balão da governação. Se calhar na Grécia não há.. Adiante.
Nem de mais-valias com acções em empresas não cotadas em bolsa. Adiante.
Nem de misteriosas permutas de casas e de não menos misteriosas escrituras desaparecidas. Adiante.
A Grécia é um país do caralho. Só lhe faltou terminar a peça com um "e esta, hein?!"
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Dificuldades a renegociar a PPP do SIRESP
http://destrezadasduvidas.blogspot.pt/2015/02/este-video-e-interessante.html
Este vídeo é interessante.
Um secretário de estado descreve o muro que encontra para renegociar uma Parceria Público-Privada.
A PPP em causa, o Sistema Integrado de Redes de Emergência e Segurança de Portugal (SIRESP), ligada ao grupo Galilei (ex-SLN), envolve pagamentos na ordem dos 500 a 600 milhões de euros e já foi objecto de várias reportagens.
Há pelo menos um ano que esta renegociação está a ser feita e sem sucesso.
Basta ver os números da execução orçamental do ano passado: o Ministério da Administração Interna reduziu a sua despesa total em 4% e a despesa em aquisição de bens e serviços caiu 8%.
Em contraciclo, a despesa com o SIRESP aumentou 8%.
É absurdo, mas é assim. Numa época em que se corta a despesa em todo o lado onde é possível cortar, algumas PPPs continuam a dar cada vez mais despesa.
O caso do SIRESP é especialmente grave quando as falhas deste sistema são gritantes.
Aliás, se um sistema de comunicações de emergência falha por causa de um temporal é caso para perguntar para que serve exactamente.
É também interessante reparar que, com a muito honrosa excepção do Público, os media portugueses simplesmente ignoraram esta denúncia do Secretário de Estado em pleno parlamento. É verdade que foi uma semana cheia de notícias.
Mas a imprensa não pode ser exigente apenas com algumas coisas.
Se a sociedade não for exigente, o Estado será sempre fraco com os fortes.
Basta-lhes protelar as negociações à espera de um ciclo eleitoral mais favorável.
(-por Luís Aguiar-Conraria , destreza das dúvidas, 9/2/2015)
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