7 comentários:
De Mídia: (não) pluralismo e autocensura a 13 de Outubro de 2015 às 10:17

Autogolos

(13 Outubro 2015, Valupi, Aspirina B )

Alberto Arons de Carvalho publicou O pluralismo da comunicação social depois das eleições. Calendário que não é irrelevante para a temática em causa. De notável no texto, dois aspectos.
A sua raridade, posto que nem sequer do universo de filiações ao PS têm vindo denúncias ao longo destes longos anos acerca do poder esmagador que a direita exibe na comunicação social.
E a sua superficialidade, posto que não toca nas campanhas de ódio, nos assassinatos de carácter, nos crimes da violação do segredo de justiça e na indústria da calúnia –
a que se juntou nesta campanha eleitoral a exploração do estado de saúde de Laura Ferreira, provando-se pela enésima vez que vale mesmo tudo para a actual direita.
Quanto ao que deixou escrito, certíssimo, inquestionável.
...
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o império Balsemão SIC, a TVI do casal Moniz, o Público de Belmiro e do Zé Manel, o Sol do tresloucado, a Renascença de uma Igreja invariavelmente de direita, um DN do Marcelino onde uma brigada de Passos Coelho tomava conta da secção política, uma TSF onde o Baldaia fez sempre o que pôde para defender Cavaco e desgastar Sócrates e o PS, e uma RTP onde Judite de Sousa tinha chiliques por causa do olhar incandescente do Diabo.
Acaso o Vital Moreira conseguiria apontar algum dano à liberdade de expressão ou à liberdade da imprensa durante a governação de Sócrates?
Não era evidente que a direita, com a cumplicidade activa da esquerda pura e verdadeira salvo pouqíssimas excepções, fazia o mal e a caramunha, tendo-se até descoberto numa comissão de ética que o Correio da Manhã, em 2009, liderou por larguíssima margem o investimento publicitário do Estado?

Nesta campanha eleitoral em 2015 não se discutiu a intoxicação do espaço público por uma comunicação social sem decência nas mãos de uma direita violenta e decadente,
tal como não se discutiu uma Justiça onde parece haver magistrados a cometerem crimes e ilegalidades,
tal como não se discutiu a Educação.
Não admira, então, que haja em Portugal muito mais adeptos da bola do que do Estado de direito.

--- Pimpampum:
...o grupo Controlinveste, que detinha o Diário de Notícias, o Jornal de Notícias e um jornal desportivo, dependia largamente, como muitos outros, da ” publicidade institucional ” do Governo,
aquelas páginas contíguas aos anúncios de publicidade, onde eram publicadas várias notícias relacionadas com a actividade administrativa governamental – leilões, penhoras, editais, avisos camarários, etc.
Lembro-me de ter lido o então proprietário do grupo, Joaquim Oliveira, em entrevista ao jornal, ter referido que tinha advertido os directores do DN ( Marcelino ) e o do JN ( José Leite Pereira ) para terem muito cuidadinho com o que se escrevia sobre José Sócrates .
O Crespo, foi censurado e afastou-se no tempo do Leite Pereira .

A Manuela Moura Guedes foi afastada da TVI em circunstâncias no mínimo, controversas .

Também é certo que existe actualmente um unaninimismo, muito em especial, na chamada imprensa económica .
Tenho a impressão de que aquela, influência e digamos assim, contamina toda a outra restante .

O jornalismo hoje em dia é diferente, em especial na televisão .
Existe um pivô, que dá a cara nos ecrans, e por detrás tem uma série de escravos que redigem as notícias. Destes, muitos serão trabalhadores com contratos a prazo, e a recibos verdes .

A Judite, por exemplo, nada percebe de economia . Idem para o José Alberto de Carvalho .
O Rodrigues dos Santos, esse, não percebe de nada .
Não obstante, foi cognominado o ” Herói da Guerra do Golfo “. Escreve livros de manhã, período em que deveria de estar na RTP a partir das 9 horas, cumprindo o horário de 8 horas diárias . Depois apresenta-se da parte da tarde, para aí por volta das duas horas, mas nada faz até às 8 da noite, altura em que apresenta o telejornal. Nesta altura, já está a ganhar horas extraordinárias, por estar fora do horário normal .
É por causa de cenas destas que a RTP é um buraco sem fundo .
Almerindo manifestou vontade de lhe colocar um processo disciplinar, e devia tê-lo feito .


De TTP, transnacionais, Censura, Tratados. a 13 de Outubro de 2015 às 16:19
Doze países acabaram de selar um acordo secreto que confere poderes a algumas corporações para dominar mais de 40% da economia do mundo. Se a gente entrar em ação rapidamente, o Congresso dos Estados Unidos pode deter esses planos.

O Acordo de Parceria Econômica Estratégica Trans-Pacífico (TPP) é um MONSTRuoso TRATADO de COMÉRCIO GLOBAL que pode vir a expandir maciçamente a CENSURA na internet, além de tornar realidade o sonho da Monsanto e da GRNDE INDÚSTRIA farmacêutica de LUCRAR muito mais. Entretanto, para que se torne lei, é preciso a ratificação de todos os países. A boa notícia é que um grupo crescente de democratas e republicanos no Congresso dos EUA está na oposição, e se o Congresso norte-americano disser NÃO, esse acordo perigoso não terá futuro.

Por causa de nossa posição estratégica exclusiva, a Avaaz pode trazer ao debate vozes de todos os doze países signatários e do resto do mundo. Nossos aliados no Congresso podem contar com o enorme apoio público de que precisam para proteger nossas LIBERDADES. Basta assinar a petição e ajudar na divulgação – ela será entregue diretamente ao Congresso norte-americano:

https://secure.avaaz.org/po/tpp_2015_loc/?bSmLncb&v=66320

O TPP vai moldar vidas em todo o planeta – desde a América do Norte à Nova Zelândia, passando pelo Brasil – mas a maior parte do texto foi escrita SECRETAmente por negociadores e indústrias interessadas, sem a participação do público. Só depois que o Wikileaks vazou um trecho, tivemos uma pequena amostra do perigo:

•Se um determinado país proibir o uso de produtos químicos tóxicos, rotular alimentos geneticamente modificados ou ainda endurecer regulamentações ambientais,
o TPP dá às empresas poderes para processar o governo em painéis de arbitragem internacional secretos, comandados por mediadores corporativos.
Se o governo perder, os contribuintes podem vir a ser forçados a pagar bilhões de dólares às empresas por prejuízos.

•Sob TPP, empresas multinacionais farmacêuticas podem vir a estender seus monopólios de forma a prevenir o preço baixo de medicamentos que salvam vidas de pacientes com câncer e HIV.

•O acordo pode vir a criminalizar pessoas que usem computadores para denunciar atividades corporativas ilegais.

Os trechos acima representam apenas uma pequena parte do acordo.
A verdade é que não temos ideia alguma do que os lobistas corporativos escreveram na maior parte do tratado, uma vez que os governos se recusam a divulgar o texto para o público.
Enquanto tratados de comércio podem ser importantes para uma economia global saudável, novas leis não devem ser forçadas sem que a população seja informada.
Acordo nenhum deve ser elaborado tendo como prioridade os lucros de empresas e às custas do bem público.

Há anos a nossa comunidade tem lutado contra acordos desse tipo – e vencido.
Nossos aliados no Congresso dos EUA acabam de nos informar “o negócio não está selado", mas disseram que, para detoná-lo, eles precisam de toda a ajuda pública possível.
Vamos acabar com o controle corporativo de nossas democracias.
Assine a petição e divulgue essa ação – precisamos agir juntos:

https://secure.avaaz.org/po/tpp_2015_loc/?bSmLncb&v=66320


Diante das poderosas forças corporativas que comandam nossos governos, é normal se sentir impotente.
Mas quando essas forças tentaram empurrar um acordo comercial que ameaçava a nossa liberdade na internet, quase 3 milhões de membros da Avaaz entraram em ação, sendo que o poder de nossa comunidade foi fundamental para interromper o acordo.
Vamos vencer de novo agora e lembrar aos nossos governos que são as pessoas, e não o dinheiro, a verdadeira fonte de poder.

-----Fontes:

O que você tem que saber do maior acordo comercial já feito (Exame)
http://exame.abril.com.br/economia/noticias/o-que-voce-tem-que-saber-do-maior-acordo-comercial-ja-feito

TPP, o acordo entre 12 países que vai mudar as regras globais (Expresso)
http://expresso.sapo.pt/internacional/2015-10-06-TPP-o-acordo-entre-12-paises-que-vai-mudar-as-regras-globais

Aprovação de mega-acordo comercial no Pacífico 'acende alerta para Brasil' (BBC)
http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/10/151005_acordo_comercial_jf_ab

Quem está elaborando o TPP? (Boston Globe) (em inglês)
https://www.bostonglobe.com/opinion/2015/05/11/elizabet


De Petição contra TTP a 13 de Outubro de 2015 às 16:37
Assine a petição:
https://secure.avaaz.org/po/tpp_2015_loc/?bSmLncb&v=66320

Ao Congresso dos Estados Unidos e todos os parlamentares que votam no Acordo de Parceria Trans-Pacífico:

Como cidadãos globais preocupados, apelamos para que V. Exas votem "não" para a Parceria Trans-Pacífico e
rejeitem quaisquer planos que limitem o poder dos nossos presidentes para governar a favor do interesse público.
O TPP é uma ameaça à democracia, minando a soberania nacional, direitos trabalhistas, proteção ambiental e liberdade na internet.
Insistimos que detenham esse processo de controle corporativo.


De Manif contra TTIP e CETA a 13 de Outubro de 2015 às 17:17
Manifestação contra o TTIP e CETA em Berlim, 10/10/2015

(13/10/2015 por Ana Moreno, Aventar)

Foram 12 horas de viagem encaixados num autocarro para ir e voltar e 4 horas na manifestação, foi um dia estafante, mas valeu a pena!!!

Fomos entre 250.000 (número dos organizadores) e 150.000 mil (número da polícia) pessoas vindas de toda a Alemanha, em 600 autocarros e 5 comboios especiais, foi uma aliança de 170 organizações de variadíssimos quadrantes, foi
gente de todas as gerações e grupos sociais, pessoas convictas e alegres, a dizerem NÃO!

NÃO vamos deixar que nos enganem e nos roubem os direitos, a democracia e a dignidade; a dizerem:
Yes we can STOP TTIP and CETA!
Por um comércio justo!

O vídeo dá uma imagem do que aconteceu em Berlim, mostra a força e a imaginação que nos une e nos encoraja a continuar o protesto contra estes tratados secretos que visam pôr os lucros à frente das pessoas. Força Plataforma Não ao TTIP! Mesmo em Portugal, acabarão por ter de informar, acabarão por ter de vos ouvir! Informe-se.

stop ttip


De Financeirização, transnacionais, neoLibe a 14 de Outubro de 2015 às 10:41
Saladagate no prato, Apple sem segurança, Volkswagens aldrabados … O Mundo está roto !

Estamos a viver perigosamente.
Muito perigosamente. Notícias recentes mostram isso mesmo.

Assim, o último escândalo dentro dos nossos pratos chama-se “Saladagate”.
Pesticidas proibidos e outros químicos perigosos poluem as saladas que comemos. As alfaces consumidas na Europa são, numa alta percentagem, um atentado à saúde.

Na última semana, as reputações da Apple e da Volkswagen ficaram piores que a das “meninas do Intendente”.
A Apple, reputada pela sua segurança, teve de reconhecer que as suas “apps” caíram nas mãos de hackers que agora ficaram com acesso aos dados dos muitos milhões de utilizadores de iPhones.
Se a reputação de segurança da Apple (que fazia a sua “superioridade”…) foi pelo cano abaixo,
pior ainda ficou a reputação de seriedade “alemã” da Volkswagen que se viu atirada para uma situação própria de um qualquer contrafactor chinês, com 11 milhões de carros aldrabados a circular no mundo.

Ficou, de repente, esta semana, claro aquilo que já suspeitávamos:
O que comemos ou o que usamos para comunicar e para circular está, frequentemente, aldrabado.
Nada é de confiança.
Ter confiança nas marcas e na sua reputação de seriedade é uma ingenuidade da nossa parte,
como agora se vê com a Volkswagen (lá se foi aquele arrogante “Das Auto”… que agora só arrancará sorrisos irónicos),
ou com a segurança da Apple (incapaz de garantir a confidencialidade dos dados dos utilizadores…)
ou com as multinacionais do ramo alimentar que nos poluem os nossos pratos.

Todos a querer obrigar-nos a viver perigosamente para eles garantirem a segurança das suas margens de lucro e outros objectivos financeiros.

A “financeirização” do sistema global conduziu-nos a isto.
E estas recentes notícias só mostram que o “modelo” se esgotou e entrou na sua fase barroca.
Como diria a minha avó Luzia, o mundo está roto. Há agora que ver se a emenda não virá a ser pior que o soneto…
-----------------

« Então vocês têm andado a ENGANAR e a MENTIR - e os consumidores/ cidadãos é que pagarão os exagerados custos, dividendos, prémios e vencimentos de accionistas e CEO/gestores de topo. ?!! »

Escandalosa falcatrua (agora descoberta nos EUA,...) na emissão de gases poluentes pela VW (e ...), com prejuízo / custos :

para os consumidores (não têm aquilo que pagaram),

para o Estado (perda de receitas/impostos devidos por serem + poluidores),

para o ambiente (níveis de poluição muito acima dos permitidos),

sobrecarga dos contribuintes (que subsidiam uma empresa com esquema fraudulento),

penalização/perda de mercado de outras empresas concorrentes (que cumpriram legislação),

e mais futuro desemprego dos trabalhadores de empresas fabricantes VW e componentes (que agora serão penalizadas), ...

- i.e. um "grande exemplo" do país líder da UE ?!! e querem ser "bons alunos" destes neoliberais neo-imperialistas ?!! destas transnacionais que capturam estados e empobrecem os povos.

ps- claro que haverá outras empresas (da UE, EUA, oriente,...) e marcas de automóves (e ...) que também não cumprem a legislação, aldrabam informação e testes, cartelizam preços, subornam e corrompem academias, media e autoridades locais/nacionais, ... para mais ganharem/ lucrarem !!


De Angola livre e progressiva p. todos. a 22 de Outubro de 2015 às 11:03
(21.10.15, via J.Lopes, Entre as Brumas...)



Carta ao Presidente da República de Angola

Exmº Senhor Presidente da República de Angola,
Eng. José Eduardo dos Santos


Os abaixo-assinados integraram, em 1970-1971, na qualidade de réus e de advogados destes, o Processo nº 44/70, do 4º Juízo Criminal de Lisboa, vulgo Tribunal Plenário da Boa Hora.

Nesse processo, o Governo colonial-fascista português e a sua polícia política, a PIDE /DGS, acusaram 10 jovens – quase todos naturais de Angola – de desenvolverem “actividades atentatórias da segurança do Estado” e de colaborarem com “movimentos terroristas” “para fazer com que, por meios violentos e com o auxílio estrangeiro de países inimigos de Portugal, se separe da Mãe Pátria aquela parcela de Território Nacional (Angola)”.

Nessa ocasião, em 21 de Outubro de 1970, o representante em Argel do MPLA, Castro Lopo, leu, aos microfones da rádio “A Voz da Liberdade” um apelo do Movimento em que dizia:
“Sob a acusação de conspiração contra a segurança do Estado português, assistimos na realidade ao processo sumário de todo um povo de mais de 5 milhões de homens, nessa hora submetidos a tribunais e leis que nunca reconhecemos como legítimos.”
O MPLA exortava todos os que escutavam, tanto portugueses como angolanos, à solidariedade com os réus do Tribunal Plenário de Lisboa:
“Que cada um de vós não se furte às responsabilidades que lhe cabem por cada um dos dez acusados sentados no banco dos réus. Que cada um de vós se sinta responsabilizado pelas centenas de angolanos que definham e morrem em campos de concentração, em Cabo Verde ou em Angola.
Que cada um de vós se sinta responsabilizado pela sentença condenatória que vai ser lida e que foi decidida em vosso nome.”

Passaram 45 anos, e a prisão em Angola de Luaty Beirão e outros jovens que contestam o regime
acorda em nós a memória desse processo em que fomos réus e advogados.
Na acusação que lhes é feita encontramos o eco da que nos foi feita quando lutávamos pela independência de Angola, as “actividades atentatórias da segurança do Estado”.
Mas na nossa consciência ecoam também as palavras do Apelo do MPLA:
não, não nos furtamos à responsabilidade que nos cabe perante esses jovens encerrados nas prisões de Luanda, culpados de lutarem por um sonho que era também aquele que afirmávamos no Tribunal Plenário de Lisboa:
o de um futuro livre, feliz e progressivo para todos os filhos de Angola independente.
O sonho dos pais fundadores do Movimento Popular de Libertação de Angola.
Não podemos furtar-nos à responsabilidade que nos cabe por não termos conseguido cumprir esse sonho, por não termos deixado aos jovens esse país que sonhámos.

Passaram 45 anos, Senhor Presidente, mas não nos esquecemos. E queremos acreditar que também o Senhor Presidente recorda ainda a sua juventude e os sonhos daquela a que Pepetela chamou A Geração da Utopia.
É em nome dessa memória, Senhor Presidente, e com o mesmo amor por Angola que nos fez enfrentar a PIDE e o Tribunal Plenário, que lhe solicitamos a imediata libertação de Luaty Beirão e dos seus companheiros de prisão.

Para maior certeza de que esta carta chegará à sua atenção, permitir-nos-emos dar-lhe pública divulgação.

21 de Outubro de 2015

Diana Andringa
Manuel Macaísta Malheiros
Maria José Pinto Coelho da Silva
Mário Brochado Coelho


De .Angola neoliberal ditadura... a 26 de Novembro de 2015 às 17:27
---- Julgamento de José Eduardo dos Santos
 (João Massena, 16.11.15, http://marealta.eu/ )


Iniciou-se hoje o julgamento de 17 jovens angolanos, entre os quais Luaty Beirão que ficou conhecido durante o seu protesto em greve de fome.

Na verdade, ao mesmo tempo que se iniciava o julgamento aos que chamam de “Movimento Revolucionário”, começava também o julgamento de Angola mormente de José Eduardo dos Santos.

José Eduardo dos Santos é resultado natural do conflito geoestratégico durante a Guerra Fria e dizer que Angola vive em democracia é como colocar uma coroa de flores em cima de um monte de estrume. A guerra civil em Angola termina, claramente por falta de apoios, após a queda do Muro de Berlim e a descontinuação do conflito entre o ‘leste’ e o ‘ocidente’. Dois anos após a queda do Muro de Berlim Angola passa a ser um país 'democrático’ e multipartidário’ tendo o MPLA mudado de marxista para a Social-Democracia.

Dão-se as primeiras eleições mas com a derrota da UNITA a guerra regressa até à morte de Jonas Savimbi em 2002. A partir dai o país fica entregue ao MPLA de Eduardo do Santos que passa a praticar uma política neoliberal. Tudo isto num país que em 174 avaliados é o 13º com mais corrupção, 38º de 187 com menor índice de desenvolvimento, e com mais de 40% da população abaixo do limiar de pobreza.

"As forças de segurança recorreram a um uso excessivo da força contra manifestações e protestos em Angola, Burkina Faso, Chade, Guiné-Conacri, Senegal e Togo, entre outros países. Na maioria dos casos, as autoridades não investigaram os episódios de uso excessivo da força e ninguém foi responsabilizado.

Em muitos países, jornalistas, defensores dos direitos humanos e opositores políticos enfrentaram uma conjugação generalizada de ameaças, detenções e prisões arbitrárias, tortura, desaparecimentos forçados e, até mesmo, morte às mãos de agentes governamentais ou de grupos armados. Situações de repressão e restrições às liberdades de expressão, reunião e associação pacífica verificaram-se em Angola, Burkina Faso, Camarões, Chade, Eritreia, Etiópia, Gâmbia, Guiné-Conacri, Mauritânia, Ruanda, Somália, Suazilândia, Togo, Uganda, Zâmbia e Zimbabué.

Em Angola, no Burundi e na Gâmbia, novas leis e outras formas de regulação vieram reprimir ainda mais as atividades dos meios de comunicação social e da sociedade civil.

Em Angola, pelo menos 4000 famílias foram desalojadas à força na província de Luanda."-Amnistia Internacional

Como é isto possível? Apesar de todos os atropelos à liberdade dos seus cidadãos e à democracia, José Eduardo dos Santos joga pelas regras da economia de mercado. A vida corre lindamente para Angola, nem tanto para os angolanos.

E por isso mesmo os portugueses apoiam Luaty Beirão, no entanto o Governo português fecha os olhos como se não estivesse a acontecer nada. Afinal, nós temos interesses económicos em Angola e muito dinheiro por cá investido pela mão de Isabel dos Santos.

Como é possível que há três dias os advogados de defesa dos 17 presos não tivessem acesso ao processo?

Este julgamento não julgará um grupo de Angolanos, julgará José Eduardo dos Santos e o ultimo acto deste teatro disfarçado de julgamento será escrito pelo regime e dado o mediatismo que já obrigou Eduardo dos Santos a anunciar as próximas legislativas para sublinhar que ali se vive democracia, seria de esperar que o processo caísse por falta de provas concretas.

Mas como nas ditaduras tudo é aparência e teatro, temos de esperar para ver se é esse o resultado ou se dali sairá uma pena “exemplar”.

Seja qual for o resultado, o regime angolano já foi julgado na comunicação social internacional e não é expectável que dure muito mais… assim espero.

Deixo apenas uma questão aberta para terminar: Qual o paralelo entre os últimos 50 anos em Angola e a Síria?

Maka Angola
---- Tags: angola; democracia; josé eduardo dos santos; julgamento; liberdade; luaty beirão


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