---Carta de António Costa a Cavaco Silva
Ricardo Araújo Pereira na Visão de hoje:
«Quero sossegar V. Exa. acerca das medidas que o meu governo vai tomar no sentido de garantir a estabilidade do sistema financeiro. São elas: impedir que qualquer amigo de V. Exa. funde ou administre bancos; propor um aditamento à Constituição, que impeça V. Exa. de fazer considerações acerca dos bancos nos quais os portugueses podem ou não confiar.»
Na íntegra AQUI
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-----Entre a guerra e a paz
«António Costa sabe, como Sun Tzu, que: "O verdadeiro objectivo da guerra é a paz."
E o da política é a conquista e a manutenção no poder.
Por isso o seu Governo é de guerra, tentando que a paz futura seja possível.
Mestre da negociação, Costa criou um Governo ninja. Político, mas também técnico e táctico. Porque tem de tentar conciliar aquilo que pode parecer inconciliável:
a dívida, a pressão de Bruxelas (e do PPE, cérebro do PSD e do CDS),
a tentação distributiva do BE e do PCP,
a defesa da economia de mercado e o reforço do poder do Estado,
a relação institucional com Cavaco e com Carlos Costa e a fractura política que estes meses alimentaram.
O excel vai continuar a existir, mas vai ser equilibrado com mais política e sensibilidade. É uma sopa de pedra com ingredientes que parecem não combinar.
Só que esta procura da paz faz-se à sombra da guerra. Porque esta vai ser de guerrilha constante.
O PS perdeu a hegemonia cultural (e mediática) da sociedade portuguesa, hoje controlada pela teia que os cérebros que estão na sombra por detrás do PSD e do CDS teceram.
Será uma batalha desgastante que terá sempre uma guilhotina presente: o controlo orçamental.
Este é um Governo contra a ideologia da austeridade como princípio, meio e fim. Por isso terá de, como dizia Einstein sobre Deus, "jogar aos dados com o Universo".
É um jogo que também é de sorte e azar, porque terá de convencer a maioria parlamentar e a outra, os portugueses, que estão a assistir.
O novo Governo terá também de dar novas energias ao Estado, alvo de uma implosão estrutural por parte da anterior maioria.
António Costa terá de apelar ao realismo e ao bom senso.
Para resolver a equação terrível de governar entre as fronteiras do que julga desejável e o que é financeiramente aceitável, entre as tradições sociais do PS e o frio clima que a crise da dívida legou a Portugal.
É um caminho estreito. E minado.»
Fernando Sobral
De austeridade !!!!!!!! a 2 de Dezembro de 2015 às 18:46
Sobre a emigração por falta de emprego (não de trabalho) em Portugal, o autor do artigo, que à semelhança da generalidade dos críticos sobre a emigração, não criou nenhum posto de trabalho, mas entende que não tem qualquer responsabilidade sobre essa tão criticada questão, porque a responsabilidade há-de ser de terceiros ou então do governo, que seguramente arca com as maiores culpas. Mas não quer um país comunista, onde os empregos são todos estatais. Para ele, esses emigrantes podiam ser absorvidos na Administração Pública, ainda que em funções redundantes, AP suportada com grande esforço financeiro por alguns portugueses para alimentar um razoável conjunto de parasitas.
Estou seguro, mesmo sem o conhecer, que o autor do artigo não está disponível para parte dos seus rendimentos a quem não lhe dê garantias de devolvê-los. Bem mais isso é a sua “bicicleta” como na história do Moçambicano. Agora quem tem 2 autos, pode perfeitamente dispensar um e preferencialmente a ele, que não tem nenhum. Mas com a dívida entre países a história é completamente diferente; porque se “sentem” na obrigação de continuar a emprestar. A fé é a blá blá blá.
Austeridade? Qual austeridade? A solução está no consumo: venha ele e os problemas ficam resolvidos: Mas consumir o quê? Alimentação? Bem, a balança agrícola ainda é deficitária. Eletrodomésticos? È quase tudo importado. Energia? Mesmo com a implosão de eólicas, continuamos deficitários. Setor auto? Alimentamos a economia de alguns países europeus e asiáticos. Ah… temos o calçado e o vestuário. Ora aí está: mudança de calçado diária e o mesmo para os pijamas e camisas. Três anos com estas medidas e a Dinamarca que se ponha a pau com a sua posição no que respeita ao índice de qualidade vida.
Não há dúvida que somos um país de poetas
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