-----Se o Mundo não for de sondagem
Acordei com a sensação de que os ingleses deitaram fora, de vez, os Blair deste Mundo fazendo saber que entre um tory disfarçado de labour e um tory tal e qual, preferem o segundo.
Eles, possivelmente, preferem encarar a possibilidade de ter de referendar a sua permanência na Europa
e equacionar o seu “I want my money back”
a ficar nas meias tintas de pertencerem a uma Europa
(onde nunca estiveram com os dois pés) só porque há quem queira continuar a fazer crer que estar na Europa é uma inevitabilidade.
E não me venham com a conversa de que o sistema eleitoral britânico, por ser anacrónico,
permite estas surpresas porque ele é o mesmo que já permitiu surpresas semelhantes de sinal contrário.
Quando o que é dado a escolher aos eleitores é um ou outro modelo de austeridade (ainda que mais doce) fica provado que os eleitores poderão, apesar das sondagens, optar pelo modelo da austeridade que já conhecem.
Fica a nota aos grandes estrategas académicos que se dedicam às teorias das décadas em vez de se centrarem no que interessa alterar imediatamente na próxima legislatura.
It´s democracy, stupid!
LNT [0.226/2015]
--- Também não somos o Labour (Trabalhista eq. PS da rosa)
É doloroso ler que, se o Reino Unido decidir sair da União Europeia pelo referendo que lá se realizará em 2017 (o referendo foi uma das promessas eleitorais que mais fortemente contribuiu para a estrondosa vitória dos Conservadores),
a Inglaterra perderá o seu peso na Europa e no Mundo.
É principalmente doloroso porque, uma vez mais, são atirados os
papões do caminho único e da inevitabilidade de pertença a uma União Europeia
que há muito o deixou de ser quando optou por se transformar num directório germânico/nórdico
destinado a exercer o controlo que não conseguiu há 70 anos.
Andamos nisto. Nisto de chamar Europa à União Europeia e de comemorar décadas da queda de um poder de armas que agora se afirmou pelo poder da moeda.
Como se o valor maior não fosse a vontade dos povos dessa Europa,
como se o valor maior conseguido pelo derrube das armas não tivesse sido transformar o voto na arma desses povos.
LNT [0.227/2015] 9/5/2015