Dos totalitarismos esclavagistas (-por S.L. Santos,16.04.15, Defender o q.)
Laurence Valère, Anse Cafard Slave Memorial, Erwin Jules de Vries
Seremos todos altos, fortes, saudáveis e "moralmente puros", com inúmeras virtudes públicas (vícios só os privados). Governo quer proibir tabaco em todos os locais públicos fechados ; Proibição de qualquer tipo de álcool a menores vai avançar.
E será "tudo a favor da Nação", todo o esforço e o suor dos nossos rostos brilharão para o esplendor nacional, de olhos postos no chão e humilde chapéu na mão, (jogos e) facebook para distrair e sol para desdeprimir - Portugal no seu melhor.
Empresas apoiadas pelo Estado pagam 505 € a engenheiros e professores
Salário mínimo é o valor que as empresas oferecem a licenciados e mestres. Economistas apelidam estas ofertas de "vergonhosas". Um engenheiro mecânico que aceite um trabalho na zona de Anadia vai ganhar 515 euros mensais ilíquidos. A oferta, publicada no site do Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP), insere-se no programa Estímulo Emprego, que financia empresas para contratar desempregados. E se esta oferta para um licenciado em engenharia ainda está dez euros acima do salário mínimo, as vagas para professores do ensino básico, secundário e profissional não vão além dos 505 euros, que é o mínimo para os empresários que querem receber este apoio do estado.
A existência de ofertas para engenheiros, farmacêuticos e professores onde o salário que se oferece fica abaixo dos 550 euros é criticada por economistas e sindicatos. "Como empregador teria vergonha de contratar um engenheiro por 500 euros", reage António Nogueira Leite, que, no ano passado, conta, tentou contratar 100 mestres em finanças por 3000 euros e não conseguiu todas as pessoas que queria. O economista e professor universitário acredita, no entanto, que "estas ofertas são a tradução do tecido empresarial português que ainda é muito débil".
Da exaustão como arma política Há muitas formas de alienação, umas privadas e auto sustentadas, outras públicas e utilizadas como arma política. Muitas vezes ambas se confundem e se alimentam. A religião e o futebol são as mais conhecidas e citadas. Mas uma das mais eficazes é o trabalho insano, os horários desumanos e a exaustão completa dos poucos cidadãos que conseguem trabalho e, por isso, (sofrem calados o assédio, vivem no medo e) deixam de reivindicar qualquer capacidade de protesto. A falta de tempo e de disposição mental para pensar, para ter outra vida que não a que lhe é exigida pelas empresas, individuais ou colectivas, amesquinha, aplana e apaga a criatividade, a vontade e a auto estima, deixando apenas o instinto de sobrevivência e a intolerância absoluta por qualquer movimento que estimule e contenha dinamismo que, por sua vez, aumenta a exaustão. Não tenhamos dúvidas – a concepção do trabalho e das relações laborais desta maioria que nos (des)governa, em Portugal e na Europa, é aquela que reduz a capacidade crítica e que aumenta a subserviência dos cidadãos. É toda uma ideologia subjacente à retórica da economia e do moralismo bacoco, ultrapassado e obsceno que nos inunda. PERVERSÃO DAS LEIS DO TRABALHO EM PORTUGAL PARA DAR + PODER AOS PATRÕES (slides) (www.eugeniorosa.com, via OCastendo)