Três citações:
Duas em relação a atual BES e outra ao anterior Governador do BP:
"Há cerca de um ano que Ricardo Salgado não devia ser presidente do Banco Espírito Santo. Em meados de 2013, quando se soube que tinha recebido uma comissão de 8,5 milhões de euros de um construtor civil por causa de um qualquer serviço que lhe terá prestado em Angola, nesse mesmo dia o Banco de Portugal deveria tê-lo declarado pessoa não idónea para se manter à frente do banco verde. Era o mínimo. Nos Estados Unidos, uma situação idêntica dá também direito a prisão, com punhos algemados e as televisões a filmarem em direto."
"Quanto mais se vai sabendo sobre a família Espírito Santo mais preocupado se fica. Não que pensássemos que fossem, como o nome indica, 'santinhos', pelo contrário; mas por verificar que a irresponsabilidade que advém do sentimento de impunidade chega a pontos inimagináveis.
Há no caso da família Espírito Santo uma falta enorme de perspetiva e de cultura. Da falta de perspetiva resultaram os negócios ruinosos que fizeram, os quais, não fora a intervenção do Banco de Portugal, teriam feito perigar (ainda mais) o Banco a que dão o nome e de que são (por quanto tempo?) os principais acionistas. Da falta de cultura, resulta não terem percebido que o mundo mudou e que os seus privilégios, contactos, amizades e cunhas já não podem funcionar como dantes."
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http://expresso.sapo.pt/chamem-me-o-que-quiserem=s25609#ixzz37F2gLICL
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Daniel Bessa, ex-ministro da Economia e diretor geral da Cotec, comparou Vítor Constância (sem nunca citar o nome) de ser o mentor da política "terrorista" de José Sócrates, acusando o ex-governador do Banco de Portugal de ser o principal culpado do desastre financeiro de Portugal.
Numa intervenção em que comentou uma conferência no Porto do atual governador sobre os Desafios do Crescimento Económico, Bessa comparou Sócrates ao "egípcio que tomou os comandos do Boeing e embateu nas terras gémeas". No avião, "estávamos nós todos, os 10 milhões de portugueses". Mas, se reconhece que Sócrates "poderia ter mudado a trajetória e evitado o desastre financeiro", a verdade é que o principal responsável da "nossa desgraça" é um banqueiro central "que funcionou como mentor, proclamando "endividai-vos até à morte". O professor nunca citou o nome de Constâncio, mas tornou claro que se referia ao antecessor de Carlos Costa.
O mentor e o executante
Já o Boeing estava em pleno voo quando Sócrates, seguindo um guião que "começara lá atrás com outro engenheiro" sentou-se ao comando, "acelerou quanto pôde e enfiou-se contra as torres gémeas", comentou Bessa. Mas, a responsabilidade maior "é do mentor, não do executante", comentou com acinte.
Bessa explicou que, tal como se ensina nas escolas, Constâncio considerou que uma pequena economia aberta, integrada no espaço do euro, "não teria restrições financeiras" e se poderia endividar sempre sem prémio de risco.
Na sua conferência, Carlos Costa usaria a imagem do chefe de uma coluna em corrida para definir a função de um banqueiro central face aos incentivos à procura interna. O chefe da coluna "tem de saber parar a tempo, em condições de segurança, evitando a queda no precipício".
No debate promovido pela Associação Portuguesa de Gestão e Engenharia Industrial (APGEI), Daniel Bessa defendeu o fim do IRC porque a receita é reduzida e dificulta o autofinanciamento das empresas.
A tributação fiscal só deve acontecer "quando os lucros se transferem para o universo pessoal do empresário". Em contrapartida, as contas das empresas devem ser mais escrutinados para impedir que o empresário "meta lá os carrinhos e as feriazinhas da família como custos da empresa".