Tsipras: “Agora a dívida passa a estar na mesa das negociações”
(Alexis Tsipras , 5/7/2015 )
Com o ‘Não’ a alcançar uma maioria expressiva no referendo (acima de 62% de votação, quando estão 90% dos votos contados),
Alexis Tsipras defendeu que a prioridade será repor a normalidade no funcionamento do sistema financeiro e a estabilidade na economia
e ao mesmo tempo voltar à mesa das negociações “com maior força negocial”.
Na declaração após a vitória do ‘Não’ no referendo, o primeiro-ministro grego agradeceu a todos os que votaram,
por terem mostrado que “mesmo nas circunstâncias mais difíceis, a democracia não pode ser chantageada”.
Tsipras vai juntar os líderes partidários na segunda-feira para preparar a fase seguinte das negociações com os credores.
No mesmo dia reunirão Merkel e Hollande em Paris, para definir a sua estratégia após o referendo.
“Hoje não há vencedores nem vencidos.
O referendo foi uma grande vitória em si”
“Quero agradecer a cada um de vós. Independentemente de como votaram, esta noite somos um só”,
prosseguiu Tsipras num discurso marcado por outros apelos à unidade do país para a fase seguinte das negociações com Bruxelas.
“Hoje não há vencedores nem vencidos. O referendo foi uma grande vitória em si”, resumiu Tsipras, salientando a alta taxa de participação.
“Sabemos que não há soluções fáceis.
Mas há soluções, soluções viáveis.
Assim haja vontade de ambos os lados”, acrescentou o primeiro-ministro, apontando que graças ao referendo e ao relatório do FMI divulgado esta semana,
“o tema da nossa dívida vai passar a estar na mesa de negociações”.
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We will go forward with the faith of our people in our efforts, and with #democracy & justice on our side. #Greece
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"O que estão a fazer com a Grécia tem um nome: TERRORISMO", acusa Varoufakis.
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Tsipras: “A democracia não pode ser chantageada”
O primeiro-ministro grego Alexis Tsipras afirmou este domingo que o referendo “não tem vencedores nem vencidos”, é uma “vitória em si”, porque provou que “a democracia não pode ser chantageada”.
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Esquerda alemã: “Gregos rejeitaram medicação errada que só os adoece mais”
Die Linke foi o único partido com mandato parlamentar a saudar a vitória do “não” no referendo.
Para o líder do deste partido de esquerda alemão “gregos venceram, pela segunda vez, as desastrosas políticas de cortes sociais”.
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Mélenchon : " ’Não’ grego abrirá uma nova página na Europa”
O líder do Front de Gauche (Frente de Esquerda, França) defendeu este domingo que
“a crise na Grécia foi provocada de forma deliberada pelo Eurogrupo e pelo governo CDU/CSU de Angela Merkel” com a cumplicidade do presidente francês.
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Escolha da Grécia foi “muito lamentável”, afirma presidente do Eurogrupo
Jeroen Dijsselbloem diz que “o resultado foi muito lamentável para o futuro da Grécia”.
Há três dias, dizia que a vitória do ‘Não’ colocava em causa a permanência do país na zona euro.
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Apoio ao “sim” no referendo grego provoca saída da ex-líder da juventude do PSOE
Beatriz Talegón abandona PSOE por o partido não ter apoiado o “não” no referendo na Grécia.
Em 2013, em Cascais, envergonhou publicamente os dirigentes da Internacional Socialista
por se reunirem em hotéis de cinco estrelas e se deslocarem em carros de luxo
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“Hoje está mais forte o campo dos que exigem viver com dignidade”
Reagindo aos primeiros resultados do referendo grego, Catarina Martins destacou
a “participação massiva” dos gregos e
acusou o governo português de ter “envergonhado o país” ao ficar do lado dos interesses financeiros.
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Patrões, banqueiros e direita alemães querem expulsar Grécia da zona euro
Em coro bem afinado, porta-vozes dos patrões, banqueiros e do partido de Merkel vieram a público, neste domingo, exigir a expulsão da Grécia do euro pela população ter rejeitado em referendo as medidas de austeridade exigidas pelo Eurogrupo.
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Gregos dizem “OXI” ao ultimato de Bruxelas
O ‘Não’ à proposta dos credores venceu o referendo com 61.31% dos votos, contra 38.69% do 'Sim'.
Os gregos não se deixaram manipular pela chantagem financeira que lhes fechou os bancos, nem pela campanha de terror dos meios de comunicação social.
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Nem no dia do referendo a Grécia escapa às ameaças de Bruxelas
As urnas de voto fecham às 17h (hora portuguesa) e os primeiros resultados devem ser divulgados duas horas depois.
Tsipras e Varoufakis foram saudados pelos eleitores nas assembleias de voto
e o socialista alemão Martin Schulz diz que se o ’Não’ ganhar, os gregos terão de imprimir a sua moeda própria.
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‘Virtual Insanity’
Luís Monteiro
Os noticiários culpam a Grécia pela não assinatura do acordo.
Mas porque não dizem que foi o FMI que não aceitou as propostas da Grécia?
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A abdicação da democracia
José Soeiro
Os gregos estão a ser punidos por terem tido um atrevimento intolerável:
acreditaram na possibilidade de combinar Europa e democracia.
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Habermas: A escandalosa política grega da Europa
As elites políticas da Europa já não têm o direito de se esconder
atrás dos seus eleitores e de fugirem a alternativas
perante as quais nos coloca uma comunidade monetária politicamente inacabada.
São os cidadãos, não os banqueiros,
que devem ter a última palavra sobre questões que dizem respeito ao destino europeu.
Texto publicado por Joana Lopes, no Observatório da Grécia, em 29/6/2015.
-------Agenda
7 de julho, 10h, Largo de Camões, Lisboa
Concentração: “Não à privatização da água e dos resíduos”
Ver cartaz.
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Quiseram dizer «Não», mesmo que fiquem sem comer
(6/7/2015,Pedro Santos Guerreiro , http://entreasbrumasdamemoria.blogspot.pt/ )
«“As pessoas quiseram dizer 'não', mesmo que fiquem sem comer”.
Stavros Stellas tem 60 anos e anda de lágrimas nos olhos na Praça Sintagma com a bandeira de PORTUGAL quando a jornalista Joana Pereira Bastos o topa.
Porquê a bandeira?
Porque estamos a passar pelo mesmo, diz. Mas não da mesma maneira:
“O governo português vai ter de explicar ao seu povo porque não lutou pelos direitos das pessoas, como lutou o nosso aqui na Grécia.
Vai ter de explicar porque disse que sim a tudo, porque nunca fez frente à UE.”
Ouve-se isto e engole-se em seco. (...)
É exactamente por causa desta tibieza política e pela opção pela dissimulação consentida em Portugal
que se olha para o povo grego e se admira a coragem,
mesmo que ela abra portas para salas tenebrosas onde não há uma só luz que alumie o futuro.
Ajuda?
Os gregos não precisam de esmola, precisam de um plano que funcione).
O que é indisputável é o contrário, os gregos querem ajuda. Não estão a virar as costas à Europa,
estão a abrir o peito da sua dignidade e a mostrar com as suas próprias cicatrizes
– desemprego, recessão, pobreza, cortes de salários, de pensões e noção esclarecida de que vai ser assim durante décadas –
que a austeridade levou de mais e trouxe de menos.
Não é só ser doloroso, é ser estúpido insistir num modelo que, trazendo austeridade, não traga mais que austeridade. (...)
É também por isso que as reportagens da noite de domingo estão cheias de emoção, daqueles que falam e também de muitos que lêem.
Festeja-se uma espécie de liberdade que não vem da vitória em si mas da dignidade de quem, mesmo sabendo que vai passar fome, não aceita mais planos de austeridade inférteis.
Stavros Stellas é só mais um e nós devíamos perceber que aquela bandeira portuguesa que ele leva nos braços não é a representação de um credor mas de um povo.
Afinal, é isso que eles são, o povo grego.
Afinal, é isso que nós nunca seremos, o povo da Europa.
E se desistimos deles, desistimos de parte de nós.
É que o “não” ganhou.
E cinco anos de austeridade depois, os gregos não estão a querer tirar, estão a querer dar.
Para que o sacrifício valha a pena.
O deles. E o nosso.»
De Hellas e nós venceremos tiranos/vampiros a 7 de Julho de 2015 às 09:58
Em solidariedade com a Grécia, deixo-vos “Discurso de Péricles aos Atenienses” poema do meu livro Chegar Aqui, de 1984.
Bruxelas tomou o papel de Esparta e hoje, como então, a nossa força é a diferença.
Manuel Alegre
Discurso de Péricles aos Atenienses
Deixai-os em treino permanente
Como se a vida fosse apenas exercício
Atenas ama o vinho e a poesia
E Esparta o sacrifício
Que nos acusem de vida fácil e leviandade
Que digam que não sabemos guardar segredo
Nem combater
Em Atenas reina a liberdade
E em Esparta o medo
A nossa força é a diferença
Não são precisas provações nem disciplina
Atenas vive como quer e como gosta
Porque a nossa coragem não se aprende não se ensina
A nossa é de nascença
E não imposta
Deixai-os pois dizer que vão vencer
Eles fogem da vida por temor da morte
Nós vamos para a morte por amor da vida
E enquanto Esparta só combate por dever
Nós iremos lutar com alegria
Por isso Atenas não será vencida
Partes da INTERVENÇÃO de JPP
Falemos de patriotismo.
Imaginemos 1640 e os conjurados, imaginemos 1765 e os colonos americanos, imaginemos 1940 e os franceses que ouviam a palavras de Pétain após a capitulação, tudo situações muito diversas, mas com uma coisa em comum.
Os portugueses, os colonos americanos e os franceses, todos ouviram as mesmas palavras, todos ouviram os mesmos sábios conselhos, todos escutaram apelos à razão, à realidade, ao realismo, à sensatez, à passividade, à prudência, ao respeito por quem manda, à ordem estabelecida.
Todos também ouviram algumas ameaças:
deixem-se estar quietos porque as consequências serão terríveis, não tenham veleidades que não vão conseguir alguma coisa, as coisas são como são, a realidade é muito forte e quem a contestar verá cair-lhe sobre o corpo toda a força dos poderosos.
A realidade. Falemos da realidade. Ou, como dizem alguns neo-filósofos da direita, que confundem ignorância com desenvoltura e topete, a p.d.r., a «p…. da realidade» que atiram à cara dos que dizem que há alternativas.
Isso é tudo muito bonito, dizem, muito solidário, muito nobre, mas e a p.d.r.?
Vamos pois devolver-lhes a realidade com juros. Com juros como os da Grécia.
Havia algo de pior do que a realidade, do que a que existia em 1640, 1765 e em 1940? A realidade em 1640 eram os Filipes e Miguel de Vasconcelos, em 1765 eram os casacas vermelhas e os seus mosquetes, os barcos de Sua Majestade Jorge III e os mercenários do Hesse e. em 1940, as tropas do Reich de 1000 anos mais a Gestapo, a que em breve se juntaram as milícias e a polícia francesa.
Em matéria de p.d.r. é difícil haver melhor. Os tecnocratas da troika e os seus mandantes políticos são anjinhos comparados com estes mandatários da realidade. Da p.d.r.
Mas não chegou, não era assim tão realidade como isso, havia, como há sempre, outras realidades, as que nós fazemos.
A Duquesa de Bragança queria ser rainha pelo menos por um dia e, como nestas coisas as mulheres costumam ir à frente, disse ao seu homem para conspirar.
A realidade ameaçava-lhe separar a cabeça do corpo, mas ele e os 40 conjurados acabaram por enviar Miguel de Vasconcelos pela janela a bombar e devolver à origem a outra Duquesa, a de Mântua. A I República, e bem, resolveu que o 1º de Dezembro tinha que ser feriado e os nossos patriotas de bandeirinha à lapela, acabaram com ele. É que os conjurados deviam ser radicais e do Syriza.
A realidade devia dizer ao senhor Benjamin Franklin que podia fazer uma startup com os seus para-raios, a John Adams que podia ser um bom advogado de negócios de Boston, ao senhor Hamilton um eficaz administrador colonial, ao senhor Jefferson um scholar erudito, ao senhor Washington um bom agricultor e a mil e um dos “pais fundadores” que podiam ser apenas... pais.
Mas a outra realidade disse-lhes que “no taxation without representation”, e que o Parlamento inglês não devia mandar nos colonos americanos que não o elegiam.
O resultado é que o chá foi para o fundo do Porto de Boston e apareceram umas bandeiras com uma víbora e que diziam: “não me pises”.
“Não me pises”, foi assim que foi fundado esse tenebroso país esquerdista e irreal, os EUA.
Em 1940, - quanto mais perto de nós, mais a realidade é dura, - o que é que Pétain disse aos franceses? Aceitem a realidade. E a realidade é a ocupação alemã. E quais são os interesses da França? Colaborar com o ocupante, ser bom aluno da Nova Ordem Europeia e fazer o "sale boulot" dos alemães: perseguir os judeus, executar os resistentes, combater ao lado das SS. Era o “trabalho de casa”.
Mas havia em França uns irrealistas criminosos, um radical esquerdista chamado De Gaulle que foi para Londres apelar à revolta contra a realidade. Franceses tão radicais como ele, como Jean Moulin, e franceses menos radicais do que ele, os comunistas depois do fim do Pacto Germano-Soviético, começaram a trabalhar contra a realidade. E depois foi o que se viu.
Amigos, companheiros e camaradas
Eu gosto do meu país. É o meu povo, a minha língua, as minhas palavras e as dos meus, falem "assim" ou "axim", digam "vaca" ou digam "baca", digam "feijão verde" ou "vagens". Portugal é, ou devia ser, o único sítio onde o meu voto manda. Mas o meu voto manda cada vez menos. ...
3.7.2015
19:17 (JPP)
Partes da Intervenção de José Pacheco Pereira na Sessão de Solidariedade com a Grécia
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Mas o meu voto manda cada vez menos. Como para os revolucionários americanos, também no meu país, há “taxation without representation”.
Também no meu país há colaboração, submissão, diktats,
Também no meu país, a realidade é feita de mentiras.
É por isso que o destino dos gregos não me é indiferente, bem pelo contrário.
Não quero saber se o governo grego está a fazer tudo bem ou não. Não quero saber se Varufakis é arrogante ou não.
Nem, verdadeiramente, o meu julgamento sobre os gregos está dependente de eles terem sucesso ou não.
O que eu sei é que houve um governo na União Europeia que RESISTIU a cortar mais salários e pensões a quem já tinha visto salários e pensões cortadas.
Podem falhar, mas resistiram.
O que eu sei é que houve um governo que quis DEFENDER o seu país de ser controlado por estrangeiros e por uma burocracia TRANSNACIONAL de tecnocratas pedantes que detestam a democracia e “esnobam” dos políticos. Os "adultos" que estão na sala.
Podem falhar, mas resistiram.
O que eu sei é que houve um governo que quis ser FIEL às suas PROMESSAS eleitorais e que não quis ser uma versão grega do Senhor Hollande, nem dos 'socialistas' que acham que são membros suplentes do PPE. (partido popular europeu, de direita e centro direita, do PSD)
Podem falhar, mas resistiram.
Não sei se isto é de esquerda ou de direita, sei que isto é ser um bom grego. E isso é um EXEMPLO que nós queremos seguir, para sermos bons portugueses, que gostam do seu país e do seu povo.
Perante uma realidade iníqua há um valor moral em tentar criar outra realidade que não comece por p..
Se há coisa que a história mostra é que vale a pena.
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(DesGovernante Fantoche, pró-NAZI-Fascista, Situacionista, Colaboracionista, traidor, assassino, ...)
Pétain também está ligado ao colaboracionista Laval e aos esquadrões «Maquis».
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As reescritas miseráveis da História não podem passar impunes, Porque atrás delas é a própria História que querem mudar.
Com a colaboração activa dos petains da actualidade,
sejam mais ou menos canalhas ou mais ou menos fascistoides
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texto miserável:
"Petain estava tão certo quanto de Gaule:
a um competia-lhe não ser suicidário,
ao outro aliar-se a quem pudesse reverter a situação.
E para ambos a causa era a sobrevivência da França."
O elogio a Pétain ultrapassa o limite da decência. Por detrás disto é a face da barbárie que aparece.
Quase sempre de máscara.
Mas por vezes de forma horrenda e crua
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Referendo em Portugal será em Setembro 2015
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... O actual governo PSD/CDS-PP já demonstrou que governo quer ser:
o menino bem comportado, que até vai além do exigido pelo professor, que levanta a mão antes de ir à casa de banho.
Comportamentos aceitáveis por um pupilo, mas não entre Estados soberanos e independentes.
O PS também já demonstrou que postura terá no Governo, pelas votações que tem feito relativamente à proposta de renegociação da dívida,
elemento fundamental para garantir desenvolvimento a curto prazo em Portugal e evitar ainda mais degradação das funções sociais do Estado.
Aliás a Troika nacional (PS, PSD, CDS-PP) tem sido clara na sua visão sobre a soberania nacional ao convergirem na sua aprovação, promoção e cumprimento dos múltiplos tratados e acordos da UE,
incluindo na sua recusa de sujeitar ao escrutínio popular quaisquer decisões supra-nacionais que têm vindo a destroçar a independência de Portugal.
Recordem-se apenas o mais recentes:
- o Tratado de Lisboa e os decorrentes pacotes legislativos da Governação Económica (Six Pack e Two Pack)
- Tratado sobre a Estabilidade, Coordenação e Governação na União Económica e Monetária – também conhecido como Tratado Orçamental;
- o «Semestre Europeu»;
- a «União Bancária»;
- o Acordo de Parceria Transatlântica de Comércio e Investimento (o TTIP: «Transatlantic Trade and Investment Partnership»)
Tal é o colete de forças em que a troika nacional nos meteu, que pouco podem os seus partidos diferir nas suas propostas legislativas.
Cavalo ou jumento, produzem muita merda e a de ambos cheira mal.
Na campanha que se avizinha há que direccionar o debate político sobre fundamentos, e não nos deixarmos distrair com questões ilusórias, promessas que não tencionam ser cumpridas.
É o futuro do país que está em jogo.
-----A vitória do Não. Consequências.
(J.Guinote, 6/7/2015)
A vitória do Não no referendo de domingo foi um rude golpe nos que dominam a Europa através do controlo das instituições outrora democráticas. Depois de 5 meses de: adiamentos contínuos; e de chantagem sobre um governo legitimamente eleito; de mostrar que a única via para o povo grego era mais empobrecimento, mais sofrimento, mais desemprego, mais miséria; de assistir impávidos e serenos a uma colossal fuga de capitais estimulada pelos sucessivos rumores bufados por Bruxelas; depois de todos e cada um, assumiram uma posição de partido único pró-austeritário no referendo grego, defendendo o voto no Sim e ameaçando os gregos com a expulsão da Europa, como fez Martin Schulz, o inqualificável presidente do Parlamento Europeu; depois de 5 dias em que o BCE estrangulou os bancos gregos retirando-lhes o necessário apoio para poderem efectuar os pagamentos de pensões e salários; depois de 5 dias de sondagens que davam a vitória do Sim como iminente;
os dirigentes europeus reagiram à derrota que lhes foi infligida pelo povo grego como é suposto reagirem os ditadores.
Ameaçando os gregos pelas opções que tomaram livremente, pensando pelas suas próprias cabeças e escolhendo o que acham ser melhor para si e para os seus.
Declarando como nunca tinha sido feito na História da Europa que estavam decepcionados com a decisão dos gregos ou que os gregos tinham cometido um grave erro.
Fizeram-no cuspindo e pisando sobre os valores fundadores da Europa, mostrando que nesta GUERRA que travam contra os povos da Europa, contra a própria ideia de Europa, estão dispostos a descer tão baixo quanto possível, a serem tão anti-democráticos quanto necessário para deixarem claro que eles, os que mandam na Europa, não admitem que quem pense de maneira diferente possa ter a veleidade de querer mudar de caminho, escolher uma alternativa política, seguir uma via reformista e progressita que não a que eles escolheram .
Por isso, nos próximos dias, esta gente sem valores e sem princípios, vai endurecer a parada, estremar todas as chantagens, jogar o tudo por tudo, mobilizar todos os recursos mediáticos ao seu dispor - vejam-se os inenarráveis debates no pós-Não nas televisões portuguesas - para criarem as condições favoráveis à saída da Grécia do Euro e à sua eventual expulsão da União Europeia.
O que estabelecem os Tratados pouco importará para quem já mostrou não olhar a meios para atingir os seus inconfessáveis fins.
Esta gente sem valores que estimula o crescimento da ameaça NAZI por todo o continente europeu.
... É a intransigência da troika, da EU, que vai ditar esse lamentável epílogo para a aventura europeia que se iniciou a meio do século passado.
No próximo dia 20 se saberá se essa saída forçada dos gregos se consuma ou não.
Triste gente esta a quem calhou cavar a sepultura onde ficará sepultado este projecto político.
------(02/07/15, J. Guinote, Vias de facto)
Proposta:
Uma Conferência Europeia sobre as Dívidas Públicas
Da entrevista de Piketti ao Le Monde resultam um conjunto de boas ideias e bem explicadas (*).
Uma das mais tentadoras é a realização de um Conferência Europeia sobre as Dívidas Públicas.
Não apenas a Grega, mas também a Portuguesa, a Irlandesa, a Espanhola, a Italiana, etc.
Objectivo?
Repetir o que se passou em 1945, libertando todos estes países do fardo que representa o pagamento dessa dívida e permitindo às economias crescerem.
Mas, ao mesmo tempo a criação de uma Cãmara Europeia em que os países estivessem representados em função da sua população
e que tivesse a responsabilidade de fazer a gestão da dívida europeia.
Interessante.
-----* http://www.lemonde.fr/festival/video/2015/07/02/thomas-piketty-ceux-qui-cherchent-le-grexit-sont-de-dangereux-apprentis-sorciers_4668064_4415198.html
La Grèce peut-elle rester dans la zone euro ? Doit-on annuler la dette grecque ? Thomas Piketty, économiste et auteur du Capital au XXIe siècle, estime face à Arnaud Leparmentier du Monde que « ceux qui pensent qu’on va réussir à discipliner et stabiliser la zone euro en expulsant un pays sont de dangereux apprentis sorciers ». ...
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