De Há Alternativas viáveis, haja vontade. a 6 de Julho de 2015 às 12:23

Tsipras: “Agora a dívida passa a estar na mesa das negociações”
(Alexis Tsipras , 5/7/2015 )

Com o ‘Não’ a alcançar uma maioria expressiva no referendo (acima de 62% de votação, quando estão 90% dos votos contados),
Alexis Tsipras defendeu que a prioridade será repor a normalidade no funcionamento do sistema financeiro e a estabilidade na economia
e ao mesmo tempo voltar à mesa das negociações “com maior força negocial”.

Na declaração após a vitória do ‘Não’ no referendo, o primeiro-ministro grego agradeceu a todos os que votaram,
por terem mostrado que “mesmo nas circunstâncias mais difíceis, a democracia não pode ser chantageada”.

Tsipras vai juntar os líderes partidários na segunda-feira para preparar a fase seguinte das negociações com os credores.
No mesmo dia reunirão Merkel e Hollande em Paris, para definir a sua estratégia após o referendo.

“Hoje não há vencedores nem vencidos.
O referendo foi uma grande vitória em si”

“Quero agradecer a cada um de vós. Independentemente de como votaram, esta noite somos um só”,
prosseguiu Tsipras num discurso marcado por outros apelos à unidade do país para a fase seguinte das negociações com Bruxelas.
“Hoje não há vencedores nem vencidos. O referendo foi uma grande vitória em si”, resumiu Tsipras, salientando a alta taxa de participação.

“Sabemos que não há soluções fáceis.
Mas há soluções, soluções viáveis.
Assim haja vontade de ambos os lados”, acrescentou o primeiro-ministro, apontando que graças ao referendo e ao relatório do FMI divulgado esta semana,
“o tema da nossa dívida vai passar a estar na mesa de negociações”.
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We will go forward with the faith of our people in our efforts, and with #democracy & justice on our side. #Greece
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De Terrorismo da Troika+... a 6 de Julho de 2015 às 12:47
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"O que estão a fazer com a Grécia tem um nome: TERRORISMO", acusa Varoufakis.

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Tsipras: “A democracia não pode ser chantageada”

O primeiro-ministro grego Alexis Tsipras afirmou este domingo que o referendo “não tem vencedores nem vencidos”, é uma “vitória em si”, porque provou que “a democracia não pode ser chantageada”.
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Esquerda alemã: “Gregos rejeitaram medicação errada que só os adoece mais”

Die Linke foi o único partido com mandato parlamentar a saudar a vitória do “não” no referendo.
Para o líder do deste partido de esquerda alemão “gregos venceram, pela segunda vez, as desastrosas políticas de cortes sociais”.

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Mélenchon : " ’Não’ grego abrirá uma nova página na Europa”

O líder do Front de Gauche (Frente de Esquerda, França) defendeu este domingo que
“a crise na Grécia foi provocada de forma deliberada pelo Eurogrupo e pelo governo CDU/CSU de Angela Merkel” com a cumplicidade do presidente francês.

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Escolha da Grécia foi “muito lamentável”, afirma presidente do Eurogrupo

Jeroen Dijsselbloem diz que “o resultado foi muito lamentável para o futuro da Grécia”.
Há três dias, dizia que a vitória do ‘Não’ colocava em causa a permanência do país na zona euro.

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Apoio ao “sim” no referendo grego provoca saída da ex-líder da juventude do PSOE

Beatriz Talegón abandona PSOE por o partido não ter apoiado o “não” no referendo na Grécia.
Em 2013, em Cascais, envergonhou publicamente os dirigentes da Internacional Socialista
por se reunirem em hotéis de cinco estrelas e se deslocarem em carros de luxo

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“Hoje está mais forte o campo dos que exigem viver com dignidade”

Reagindo aos primeiros resultados do referendo grego, Catarina Martins destacou
a “participação massiva” dos gregos e
acusou o governo português de ter “envergonhado o país” ao ficar do lado dos interesses financeiros.

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Patrões, banqueiros e direita alemães querem expulsar Grécia da zona euro

Em coro bem afinado, porta-vozes dos patrões, banqueiros e do partido de Merkel vieram a público, neste domingo, exigir a expulsão da Grécia do euro pela população ter rejeitado em referendo as medidas de austeridade exigidas pelo Eurogrupo.

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Gregos dizem “OXI” ao ultimato de Bruxelas

O ‘Não’ à proposta dos credores venceu o referendo com 61.31% dos votos, contra 38.69% do 'Sim'.
Os gregos não se deixaram manipular pela chantagem financeira que lhes fechou os bancos, nem pela campanha de terror dos meios de comunicação social.

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Nem no dia do referendo a Grécia escapa às ameaças de Bruxelas

As urnas de voto fecham às 17h (hora portuguesa) e os primeiros resultados devem ser divulgados duas horas depois.
Tsipras e Varoufakis foram saudados pelos eleitores nas assembleias de voto
e o socialista alemão Martin Schulz diz que se o ’Não’ ganhar, os gregos terão de imprimir a sua moeda própria.

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‘Virtual Insanity’
Luís Monteiro

Os noticiários culpam a Grécia pela não assinatura do acordo.
Mas porque não dizem que foi o FMI que não aceitou as propostas da Grécia?

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A abdicação da democracia
José Soeiro

Os gregos estão a ser punidos por terem tido um atrevimento intolerável:
acreditaram na possibilidade de combinar Europa e democracia.

---Ler mais

Habermas: A escandalosa política grega da Europa

As elites políticas da Europa já não têm o direito de se esconder
atrás dos seus eleitores e de fugirem a alternativas
perante as quais nos coloca uma comunidade monetária politicamente inacabada.
São os cidadãos, não os banqueiros,
que devem ter a última palavra sobre questões que dizem respeito ao destino europeu.

Texto publicado por Joana Lopes, no Observatório da Grécia, em 29/6/2015.

-------Agenda

7 de julho, 10h, Largo de Camões, Lisboa

Concentração: “Não à privatização da água e dos resíduos”

Ver cartaz.
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De .'NÃO', mesmo com FOME.! a 6 de Julho de 2015 às 16:02
Quiseram dizer «Não», mesmo que fiquem sem comer

(6/7/2015,Pedro Santos Guerreiro , http://entreasbrumasdamemoria.blogspot.pt/ )

«“As pessoas quiseram dizer 'não', mesmo que fiquem sem comer”.
Stavros Stellas tem 60 anos e anda de lágrimas nos olhos na Praça Sintagma com a bandeira de PORTUGAL quando a jornalista Joana Pereira Bastos o topa.
Porquê a bandeira?
Porque estamos a passar pelo mesmo, diz. Mas não da mesma maneira:
“O governo português vai ter de explicar ao seu povo porque não lutou pelos direitos das pessoas, como lutou o nosso aqui na Grécia.
Vai ter de explicar porque disse que sim a tudo, porque nunca fez frente à UE.”
Ouve-se isto e engole-se em seco. (...)

É exactamente por causa desta tibieza política e pela opção pela dissimulação consentida em Portugal
que se olha para o povo grego e se admira a coragem,
mesmo que ela abra portas para salas tenebrosas onde não há uma só luz que alumie o futuro.
Ajuda?
Os gregos não precisam de esmola, precisam de um plano que funcione).
O que é indisputável é o contrário, os gregos querem ajuda. Não estão a virar as costas à Europa,
estão a abrir o peito da sua dignidade e a mostrar com as suas próprias cicatrizes
– desemprego, recessão, pobreza, cortes de salários, de pensões e noção esclarecida de que vai ser assim durante décadas –
que a austeridade levou de mais e trouxe de menos.
Não é só ser doloroso, é ser estúpido insistir num modelo que, trazendo austeridade, não traga mais que austeridade. (...)

É também por isso que as reportagens da noite de domingo estão cheias de emoção, daqueles que falam e também de muitos que lêem.
Festeja-se uma espécie de liberdade que não vem da vitória em si mas da dignidade de quem, mesmo sabendo que vai passar fome, não aceita mais planos de austeridade inférteis.
Stavros Stellas é só mais um e nós devíamos perceber que aquela bandeira portuguesa que ele leva nos braços não é a representação de um credor mas de um povo.
Afinal, é isso que eles são, o povo grego.
Afinal, é isso que nós nunca seremos, o povo da Europa.
E se desistimos deles, desistimos de parte de nós.
É que o “não” ganhou.
E cinco anos de austeridade depois, os gregos não estão a querer tirar, estão a querer dar.
Para que o sacrifício valha a pena.
O deles. E o nosso.»


De Hellas e nós venceremos tiranos/vampiros a 7 de Julho de 2015 às 09:58
Em solidariedade com a Grécia, deixo-vos “Discurso de Péricles aos Atenienses” poema do meu livro Chegar Aqui, de 1984.
Bruxelas tomou o papel de Esparta e hoje, como então, a nossa força é a diferença.
Manuel Alegre

Discurso de Péricles aos Atenienses

Deixai-os em treino permanente
Como se a vida fosse apenas exercício
Atenas ama o vinho e a poesia
E Esparta o sacrifício
Que nos acusem de vida fácil e leviandade
Que digam que não sabemos guardar segredo
Nem combater
Em Atenas reina a liberdade
E em Esparta o medo
A nossa força é a diferença
Não são precisas provações nem disciplina
Atenas vive como quer e como gosta
Porque a nossa coragem não se aprende não se ensina
A nossa é de nascença
E não imposta
Deixai-os pois dizer que vão vencer
Eles fogem da vida por temor da morte
Nós vamos para a morte por amor da vida
E enquanto Esparta só combate por dever
Nós iremos lutar com alegria
Por isso Atenas não será vencida


De Vale a pena LUTAR contra «a realidade». a 7 de Julho de 2015 às 10:57

Partes da INTERVENÇÃO de JPP

Falemos de patriotismo.

Imaginemos 1640 e os conjurados, imaginemos 1765 e os colonos americanos, imaginemos 1940 e os franceses que ouviam a palavras de Pétain após a capitulação, tudo situações muito diversas, mas com uma coisa em comum.

Os portugueses, os colonos americanos e os franceses, todos ouviram as mesmas palavras, todos ouviram os mesmos sábios conselhos, todos escutaram apelos à razão, à realidade, ao realismo, à sensatez, à passividade, à prudência, ao respeito por quem manda, à ordem estabelecida.
Todos também ouviram algumas ameaças:
deixem-se estar quietos porque as consequências serão terríveis, não tenham veleidades que não vão conseguir alguma coisa, as coisas são como são, a realidade é muito forte e quem a contestar verá cair-lhe sobre o corpo toda a força dos poderosos.

A realidade. Falemos da realidade. Ou, como dizem alguns neo-filósofos da direita, que confundem ignorância com desenvoltura e topete, a p.d.r., a «p…. da realidade» que atiram à cara dos que dizem que há alternativas.

Isso é tudo muito bonito, dizem, muito solidário, muito nobre, mas e a p.d.r.?

Vamos pois devolver-lhes a realidade com juros. Com juros como os da Grécia.

Havia algo de pior do que a realidade, do que a que existia em 1640, 1765 e em 1940? A realidade em 1640 eram os Filipes e Miguel de Vasconcelos, em 1765 eram os casacas vermelhas e os seus mosquetes, os barcos de Sua Majestade Jorge III e os mercenários do Hesse e. em 1940, as tropas do Reich de 1000 anos mais a Gestapo, a que em breve se juntaram as milícias e a polícia francesa.

Em matéria de p.d.r. é difícil haver melhor. Os tecnocratas da troika e os seus mandantes políticos são anjinhos comparados com estes mandatários da realidade. Da p.d.r.

Mas não chegou, não era assim tão realidade como isso, havia, como há sempre, outras realidades, as que nós fazemos.

A Duquesa de Bragança queria ser rainha pelo menos por um dia e, como nestas coisas as mulheres costumam ir à frente, disse ao seu homem para conspirar.
A realidade ameaçava-lhe separar a cabeça do corpo, mas ele e os 40 conjurados acabaram por enviar Miguel de Vasconcelos pela janela a bombar e devolver à origem a outra Duquesa, a de Mântua. A I República, e bem, resolveu que o 1º de Dezembro tinha que ser feriado e os nossos patriotas de bandeirinha à lapela, acabaram com ele. É que os conjurados deviam ser radicais e do Syriza.

A realidade devia dizer ao senhor Benjamin Franklin que podia fazer uma startup com os seus para-raios, a John Adams que podia ser um bom advogado de negócios de Boston, ao senhor Hamilton um eficaz administrador colonial, ao senhor Jefferson um scholar erudito, ao senhor Washington um bom agricultor e a mil e um dos “pais fundadores” que podiam ser apenas... pais.

Mas a outra realidade disse-lhes que “no taxation without representation”, e que o Parlamento inglês não devia mandar nos colonos americanos que não o elegiam.
O resultado é que o chá foi para o fundo do Porto de Boston e apareceram umas bandeiras com uma víbora e que diziam: “não me pises”.
“Não me pises”, foi assim que foi fundado esse tenebroso país esquerdista e irreal, os EUA.

Em 1940, - quanto mais perto de nós, mais a realidade é dura, - o que é que Pétain disse aos franceses? Aceitem a realidade. E a realidade é a ocupação alemã. E quais são os interesses da França? Colaborar com o ocupante, ser bom aluno da Nova Ordem Europeia e fazer o "sale boulot" dos alemães: perseguir os judeus, executar os resistentes, combater ao lado das SS. Era o “trabalho de casa”.

Mas havia em França uns irrealistas criminosos, um radical esquerdista chamado De Gaulle que foi para Londres apelar à revolta contra a realidade. Franceses tão radicais como ele, como Jean Moulin, e franceses menos radicais do que ele, os comunistas depois do fim do Pacto Germano-Soviético, começaram a trabalhar contra a realidade. E depois foi o que se viu.

Amigos, companheiros e camaradas

Eu gosto do meu país. É o meu povo, a minha língua, as minhas palavras e as dos meus, falem "assim" ou "axim", digam "vaca" ou digam "baca", digam "feijão verde" ou "vagens". Portugal é, ou devia ser, o único sítio onde o meu voto manda. Mas o meu voto manda cada vez menos. ...


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