De Exigem novas regras p. 'offshores'. a 11 de Maio de 2016 às 17:05
---- Grupo de 300 economistas exige novas regras para os paraísos fiscais
Os economistas, que escreveram ao líderes mundiais, incluem Thomas Piketty e o Prémio Nobel de 2015 e reclamam novas regras globais que obriguem ao pagamento dos impostos que são devidos.
Um grupo de 300 eminentes economistas que inclui Thomas Piketty - autor da obra ‘O Capital no Século XXI’ -, Angus Deaton - vencedor do Prémio Nobel de Economia 2015 - e 50 professores de universidades britânicas, reclama a criação de novas regras globais que obriguem as actividades tributáveis a pagar os impostos que são devidos.
Numa carta dirigida aos líderes mundiais e noticiada pela BBC, o grupo recomenda ao Reino Unido que assuma a liderança do movimento para uma maior transparência fiscal. Os 300 economistas alegam que os países pobres são os que mais perdem com os paraísos fiscais.
A carta surge poucos dias antes da cimeira anti-corrupção promovida pelo Governo britânico, que se realiza na próxima quinta-feira e onde são esperados políticos de 40 países, assim como representantes do Banco Mundial e do FMI.
Os economistas questionam a posição britânica de anfitriã da cimeira, bem como a soberania sobre o que dizem ser um terço dos paraísos fiscais mundiais, deixando o país numa “situação ímpar” para assumir a liderança no combate contra a fuga e evasão fiscais no mundo.
“Precisamos de novos acordos globais sobre em matérias como relatórios transparentes país-a-país, incluindo os paraísos fiscais”, escrevem os economistas na carta enviada aos líderes mundiais.
“Os governos devem arrumar as suas casas, assegurando que todos os territórios pelos quais são responsáveis produzem informação pública, de fácil acesso, sobre os verdadeiros ‘beneficiários’ e donos de empresas e de grupos", acrescentam.
A carta surge no rescaldo da fuga de 11,5 milhões de documentos dos chamados ‘Panama Papers’ que revelaram como alguns milionários e empresas de todo o mundo escondem os activos, o que desencadeou a condenação internacional pela forma como as autoridades falharam nesta matéria.
Um dos signatários da carta, o economista Ha-Hoon Chang, da Universidade de Cambridge, disse à BBC que assinou porque partilha “a visão de que os paraísos fiscais não têm uma finalidade útil”. E acrescentou que “esses paraísos fiscais, basicamente, permitem às empresas e a alguns indivíduos andarem à boleia do resto da humanidade”
Outro signatário da carta, Jeffrey Sachs, professor da Colombia University, também ouvido pela BBC, afirmou que os paraísos fiscais mostram como “os ricos e poderosos controlam, realmente, as alavancas das finanças”. Questionado sobre se esperava posições fortes da cimeira anti-corrupção de quinta-feira, disse pensar que “estes governos não querem fazer muito, porque os seus poderosos patrocinadores, seja na City de Londres ou em Wall Street, estão a lutar muito para manter essas brechas abertas”.
2016-05-09 10:51, Económico .
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