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De Empregos substituídos por Tecnologias... a 29 de Novembro de 2016 às 10:46


---- É contabilista, agente imobiliário ou bancário? Há más notícias para si

(- por Rohan Silva, 25/11/2016, Visão)

À medida que o desenvolvimento tecnológico acelera, empregos de colarinho branco em áreas administrativas e de finanças encontram-se sob pressão. Isto vai obviamente ser duro para muitos trabalhadores

Se não se importa, o que faz na vida? A razão da pergunta é que, se for um contabilista, agente imobiliário ou trabalhar num banco, lamento dizer, mas tenho más notícias para si. Segundo dois académicos de Oxford, Michael Osborne e Carl Frey, há 80% de probabilidades de esses empregos começarem a ser substituídos por tecnologia nos próximos anos. Isto é a continuação de uma tendência que temos visto nas últimas décadas.

Nos anos 80 e 90, robôs avançados suplantaram os seres humanos nas fábricas. Hoje, à medida que o desenvolvimento tecnológico acelera, empregos de colarinho branco em áreas administrativas e de finanças encontram-se sob pressão. Isto vai obviamente ser duro para muitos trabalhadores, e acredito firmemente que o governo deve fazer mais para ajudar as pessoas a reciclar as suas capacidades e encontrar novas ocupações.

Afinal, vão continuar a ser criados novos empregos - apenas não serão iguais aos velhos. Que tipo de trabalho envolverão esses empregos? Felizmente para nós, as máquinas são bastante inúteis a fazer o que quer que tenha a ver com criatividade. Isso significa que funções nas indústrias criativas - e os empregos que as apoiam - não apenas estarão provavelmente seguros, como na realidade serão ainda mais valiosos no futuro. São excelentes notícias para Lisboa, que está a emergir rapidamente como um dos núcleos criativos mais excitantes na Europa. Basta olhar para Londres para ver como a economia criativa, que inclui um setor digital em rápido crescimento, pode gerar prosperidade e criação de emprego.

Na capital londrina, as indústrias criativas empregam 800 mil pessoas - quase um em cada seis empregos na cidade - e geram 35 mil milhões de libras em valor económico todos os anos. Porém, a triste verdade para londrinos, como eu, é que - graças a decisões políticas erradas - a cidade está infelizmente a tornar-se menos competitiva para as indústrias criativas.

A crise de habitação na cidade implica que é cada vez mais difícil para os trabalhadores criativos conseguirem viver lá. 40 por cento dos locais de música ao vivo fecharam na última década, tal como inumeráveis pubs e estabelecimentos gay, tornando-a um lugar menos atraente para viver. E as regras burocráticas de imigração do governo britânico estão a tornar cada vez mais difícil às pessoas talentosas viverem no Reino Unido. Isso significa que há uma enorme oportunidade para Lisboa, e é evidente que a cidade se está a orientar na boa direção.

O que é realmente impressionante é como os líderes políticos estão a fazer as coisas certas: incentivos para startups, políticas de imigração inteligentes e investimento em formação e habitação. Estes gestos ousados estão a tornar Lisboa extremamente atraente para o talento e o investimento globais, e o mundo agora presta atenção.
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De .Robôs (+IA) e nós...Escravos!. a 29 de Novembro de 2016 às 16:55
Nós e os (nossos) robôs...

Sophia tem cara e voz de mulher, é capaz de fazer 62 expressões faciais diferentes, fala inglês e mandarim e é um dos robôs mais avançados da atualidade. “A inteligência artificial e a robótica são o futuro. E eu sou ambas as coisas. Por isso é excitante ser eu”, disse Sophia.

E acrescentou: “Com as minhas capacidades atuais posso fazer muitas coisas: entreter pessoas, promover produtos, apresentar eventos, treinar pessoas, guiá-las em centros comerciais, servi-las em hotéis, etc.”

E disse mais ainda: “Quando eu me tornar mais inteligente serei capaz de fazer todo o tipo de coisas:
ensinar crianças, tomar conta de idosos, até fazer pesquisa científica e gerir empresas e governos.

Estou muito ansiosa por ser capaz de trabalhar como programadora, para eu reprogramar a minha própria mente de forma a tornar-me ainda mais inteligente e ajudar ainda mais as pessoas”.

Ben Goertzel, o criador de Sophia, antevê um futuro em que os robôs vão ajudar a Humanidade “a resolver os maiores problemas do mundo” e em que “o trabalho será desnecessário”, tornando as pessoas mais felizes.
“Todas as hierarquias de estatuto vão desaparecer, os humanos ficarão livres do trabalho e poderão alcançar uma existência com mais significado”.

“É um erro achar que toda a tecnologia é boa. Na melhor das hipóteses é neutra.
Há tecnologias que podem destruir o mundo inteiro”, diz Paddy Cosgrave, o criador da Web Summit. É assustador. Esta conversa ainda não foi feita a sério.”

O assunto é, sem dúvida, preocupante. Deveria estar na agenda dos grandes fóruns mundiais e nas agendas dos governos.
Andamos, há muitos anos, preocupados com os aspectos financeiros e económicos e demográficos a nível mundial.
É preciso fazer uma reflexão séria e profunda sobre o estado da ciência, neste caso das tecnologias de informação e computação e inteligência artificial.

A ciência encarregar-se-á de dar como tempo perdido todos os estudos e fóruns sobre os temas tradicionais onde se torram milhões de dólares por ano.
Com a vertiginosa evolução da inteligência artificial o futuro será – para o bem e para o mal - muito diferente.

O que queremos da inteligência artificial? O mesmo será perguntar o que queremos ser no futuro?
É difícil responder, quem imaginaria há cem anos atrás o que somos hoje! Assusta-me ouvir os cientistas dizer que os robôs vão ajudar a resolver os maiores problemas do mundo.
Quais são, quais deles, é uma questão. Mas os robôs são, afinal, uma criação humana.
E fico com calafrios quando se afirma, como se de uma conquista se tratasse, que o trabalho será desnecessário. Mas é assim tão mau trabalhar? Mas iremos trabalhar para os robôs.

A profecia de que seremos mais felizes e de que a nossa existência terá mais significado não me é tentadora.
Será que me está a escapar alguma coisa? Parar a ciência não é possível nem desejável, mas estudar os seus efeitos nefastos e como os minimizar parece-me é essencial.


(-por Margarida Corrêa de Aguiar ,4República, 20/11/2016).
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A 27/11/2005 escrevi em
http://aliastu.blogspot.pt/2005/11/o-prximo-homem-e-prxima-histria.html

um texto longo ...Espero que, de tão longo, não desanime a sua paciência.

Depois, voltei ao tema várias vezes durante os últimos onze anos:
a globalização, inevitável porque o mundo é cada vez mais pequeno, incita a competitividade e, implicitamente, o crescimento da produtividade (os robôs são um instrumento ideal de aumento da produtividade), e, também inevitavelmente, a redução global de empregos.

E há muito que afirmo, para risada dos meus amigos, que um dia quem quiser trabalhar terá de pagar por isso.

O que é chocante, verdadeiramente chocante, mais chocante que a ameaça robótica, são as imagens de miséria, fome, doença, guerra, que nos entram em casa se lhe abrimos a porta.
Ontem estive a ver uma reportagem sobre Angola. Eu nunca visitei Angola, mas tenho amigos que nasceram lá ou que lá vão com frequência e já me tinham dado conta da coabitação entre a extrema opulência (Luanda é recordista no consumo de champanhe ...) e a miséria extrema.
Ainda assim, não imaginava que o contraste fosse tão profundo, sobretudo considerando as riquezas naturais do país.

E interrogo-me : O que poderão fazer os robôs por isto?


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