«Não sou Ateniense nem Grego mas Cidadão do Mundo» - SÓCRATES.
Quanto ao outro e ao resto da boiada ... bla bla bla ...
... presunção de inocência e perigo, provas, segue-o-dinheiro, segredo de justiça e media, spin, fugas de informação e fugas ao fisco, sociedades de advogados, contabilidades criativas, economices, legalices, lobies de multinacionais, privatizações, concursos, adjudicações, contratos, rendas e PPP, bancos e bangsters, ... bla bla...
... escreventes-comentadores avençados, cabala, contra-ataque, campanha, timming, vistos gold, meninos d'ouro, submarinos, monte branco, BES poderoso, BPN, BdP, CMVM, Finanças, Governo, PSD, CDS, PS, centrão de interesses, arco da governação, ... bla bla bla...
... offshores, união europeia, comissão eur., conselho eur., euro, tratado europeu, tratado euro-usa (TTIP), comércio livre, globalização, desregulação, flexização, neo-liberalismo, estado-mínimo, estado-capturado, 'soberania', 'justiça', 'liberdade', 'democracia', 'nacional', ... bla bla ...
... 'mérito', 'competência', 'confiança política', 'liderança', 'empreendedorismo', 'competitividade', 'produtividade', 'eficiência, 'eficaz', 'novilíngua' da quinta dos porcos ... bla bla bla...
... abstenção, alienação, jotas, barões e carneirada, bajulação, cunhas e nepotismo, tráfico de influências, luvas, corrupção, mafiosos, falta transparência, interesses obscuros, negócios ... bla bla bla ...
... alternativas, cidadania.
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Sacrificou-se um tubarão. Para quando o resto do cardume?
22/11/2014 por João Mendes, Aventar
Depois de Armando Vara e Maria de Lurdes Rodrigues, chegou a vez de Sócrates prestar contas à justiça portuguesa.
É um dia feliz, é um dia histórico, mas é mais uma prova da treta que é a justiça portuguesa, como o Ricardo explicou de forma simples e objectiva:
enquanto tens poder estás acima dela, quando deixas de o ter cais.
E isto é um facto incontornável.
A justiça portuguesa, no que toca aos verdadeiramente poderosos, temporariamente ou não, é fraca, anedótica e, salvo raras excepções, inútil.
- A casta começa a ser apanhada ?! ou é mais um "boi prá piranha" enquanto a boiada continua a sacar calmamente...
«Além de Sócrates, a operação de buscas abrangeu também o empresário Carlos Santos Silva (administrador do grupo Lena e amigo de longa data do primeiro-ministro), Gonçalo Ferreira (advogado que trabalha na Proengel, uma empresa de Carlos Santos Silva) e Joaquim Lalanda de Castro (representante em Portugal da Octapharma, a multinacional farmacêutica para a qual Sócrates trabalha desde 2013).»
- ?!?... e o Relvas, Portas, Passos, Aníbal, Duarte Lima, ... ... ??!!
-- que será dos indefectíveis apoiantes e seguidores se for acusado/condenado?!?
-- que será dos detratores e opositores se for ilibado ?!
-- que será dos muitos enriquecidos figurões se a Justiça começar a investigar a fundo, funcionar célera e pesada?!
-- Que será do PSD/cds e PS se os telhados de vidro estilhaçarem ?
...
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A “insuspeita” Comissão Europeia
alerta para o perigo das fusões no sector da telecomunicações, que podem levar a “preços altos e menor escolha“. Onde é que nós já vimos este filme?
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O Banco Central Europeu
incentivou o governo cipriota a fornecer liquidez ao BES lá do sítio. O resultado foi o que se viu…
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Nepotismo
Com a pandilha dos vistos gold vale tudo.
( http://www.msn.com/pt-pt/noticias/other/filho-da-secret%C3%A1ria-geral-da-justi%C3%A7a-recebe-mais-de-1500-m%C3%AAs-do-irn-desde-2008/ar-BBeriGD?ocid=UP97DHP )
A empresa do filho da secretária-geral da Justiça, Flowmotion, recebe mensalmente desde 2008 mais de 1500 euros do Instituto dos Registos e Notariado (IRN) por consultoria. A empresa de Bruno Anes é um dos alvos da Polícia Judiciária no âmbito da Operação Labirinto, que investiga uma alegada teia de atribuição de vistos gold mediante pagamentos a responsáveis com poder de decisão.
Dois dos 11 detidos na última quinta-feira foram Maria Antónia Anes, secretária-geral da Justiça, e António Figueiredo, presidente do Instituto de Registos e Notariado, seu amigo, que assinou o contrato de prestação de serviços em 2008 da empresa de Bruno Anes.Segundo o i apurou, a empresa Flowmotion chamou a atenção dos investigadores da PJ por ter como sócio o filho de uma das suspeitas no caso de atribuição de vistos, e de fazer consultoria para o IRN, cujo presidente também fora detido. Apesar de ainda não ser certo que esta empresa está directamente envolvida na atribuição de vistos gold a cidadãos não europeus, os investigadores do Departamento Central de Investigação e Acção Penal e os inspectores da PJ consideram--na importante para perceber as ligações de toda esta alegada rede que conta com a participação de altos funcionários da administração pública.
Uma investigação do i concluiu que a contratação desta empresa, que liga os dois suspeitos, não foi publicada na plataforma Base.gov, como determina a lei.
Na prática trata-se de um contrato de avença feito em 2008 (renovável anualmente) com o IRN, já presidido por António Figueiredo. Nesse primeiro documento - a que o i teve acesso - foi definido que, pela "elaboração e análise de estudos de compartimentação, avaliação e análise das instalações dos serviços do IRN", a Flowmotion teria uma "remuneração mensal de 1600 euros". O valor entretanto reduzido em 2011 para 1544 euros era acrescido de um "abono de despesas de transporte e ajudas de custo correspondentes às de técnico superior da função pública".
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A APLICAÇÃO DA JUSTIÇA MOSTRA QUÃO INJUSTA É A NOSSA SOCIEDADE.
( claracastilho / 23/11/2014, http://aviagemdosargonautas.net/2014/11/23/editorial-a-aplicacao-da-justica-mostra-quao-injusta-e-a-nossa-sociedade/ )
Os dois partidos políticos que têm dividido entre si o governo deste país, também têm dividido os lucros que daí podem tirar.
Os últimos acontecimentos mais uma vez vêm mostrar quão injusta é a nossa sociedade, como o exercício do poder é uma grande tentação para muitos, acabando por trazer alguns lucros para quem dele se quer servir em benefício próprio.
O número de ex-governantes que têm, como favas contadas, postos em instituições bancárias é elucidativo de como aceitar ser deputado ou ser governo pode trazer vantagens muito concretas.
As trajectórias da ascensão política de muitos dos jovens secretários de estado mostram como vale a pena a filiação partidária enquanto jovens:
arranjaram emprego, não necessitaram de correr riscos na procura de alternativa de vida no estrangeiro, os ordenados foram subindo, os conhecimentos na área económica abriram novas portas, na via dos cargos na administração de empresas.
Tem havido situações que nos deixam com a ilusão de que os “maus” serão castigados, como nos contos de fadas. Só que a realidade não é compatível com essa crença.
Resultante de notícias bambásticas, tivemos a prisão de várias pessoas “responsáveis” (ou que o deveriam ser).
Para nos enganarmos a acreditar que ainda há remédio?…..
A corrupção é um mecanismo normal de funcionamento do sistema que se não debela só com prisões pontuais.
Chega-se ao descaro de se admitir que se enganam os eleitores para ganhar votos.
Nada que não soubéssemos mas é a pura demonstração de que vale tudo e de que não têm mesmo pruridos.
Quem tem vergonha na cara e não quer seguir estes caminhos, fica para sempre com o seu ordenadozinho, isto se não for despedido,
fica para sempre sujeito às arbitrariedades a que quiserem submetê-lo.
De facto, nem todos têm as mesmas oportunidades,
mas também nem todos as querem ter!
Mas a política não é monopólio dos poderosos.
E o “povo”, a quem acusam de gastar acima das suas possibilidades e, logo, poder ser alvo de cortes financeiros nos seus já parcos recursos,
o “povo”a quem estão a destruir o Estado social,
esse “povo”pode passar a reagir de maneira diferente.
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Se Passos ganhar com tanta incompetência às costas é um génio
(24 de Novembro de 2014 guida, AspirinaB.com/)
A direita está eufórica.
As eleições, que estavam praticamente perdidas, é como se já estivessem ganhas.
Para Marcelo Rebelo de Sousa, “se Costa ganhar com o processo Sócrates às costas é um génio.”
Mas, se calhar, o iluminado Professor está a esquecer-se de um pequeno pormenor:
a incompetência crónica do Governo de Passos e Portas.
Será que a detenção de Sócrates desencadeou alguma mutação genética que impedirá os membros do Governo de meterem água dia sim, dia sim, daqui até às eleições?
Será que os ministros passaram de extremamente incompetentes, a merecerem ser remodelados, a brilhantes governantes?
Será que, graças a Sócrates, os partidos da coligação vão finalmente acabar com a guerra constante com que se têm entretido?
E mais, o Professor está a esquecer-se que o PS está mais do que habituado a disputar eleições com processos, ou pseudo-processos, às costas e a ganhá-las mesmo assim.
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Não ter a puta da vergonha na cara é isto
(- por josé simões, 24/11/2014, derTerrorist)
O gajo, sim o gajo, o gajo de não aumentar os impostos na véspera de os aumentar,
o gajo de não cortar o subsídio de Natal na véspera de o cortar,
o gajo da Tecnoforma para sacar fundos comunitários e de uma "ongue" de sacar fundos comunitários para a Tecnoforma,
o gajo que não se lembra do que comeu ao almoço na ongue de sacar fundos comunitários para a Tecnoforma de sacar fundos comunitários:
"O líder social-democrata, Pedro Passos Coelho, disse este domingo, na Guarda, que os políticos em Portugal não são todos iguais [...]"
Contra o discurso da podridão do regime
(R.P:Mamede, 25/11/2014, Ladrões de B.)
A sucessão de eventos dos últimos meses – desde
o desmoronar do império Espírito Santo e a detenção de Ricardo Salgado,
passando pelo processo dos ‘vistos dourados’ e a detenção do director do SEF,
até à prisão preventiva de José Sócrates –
contribui para aprofundar na sociedade portuguesa a ideia de que os principais pilares do poder no país estão minados pela corrupção e por comportamentos inaceitáveis.
Daqui à conclusão que vivemos num regime de podridão é um passo.
Um passo acelerado, já que os sentimentos fortes ajudam a vender jornais e dão uma oportunidade fácil para a afirmação de projectos políticos sem substância – ou com substância inconfessável.
A exploração do medo, do pânico e da desesperança dá dinheiro e alguns votos.
O que não quer dizer que produza bons resultados.
Sabemos que a denúncia pode ser útil:
ela tem uma longa tradição em Portugal, sendo muitas vezes o que nos resta quando pouco mais se pode fazer.
Os romances e os ensaios de Antero de Quental, de Eça de Queiroz e da sua geração, são do melhor que se produziu em Portugal – e foram tudo menos inúteis.
No entanto, não estamos no século XIX, nem no final de um regime político indefensável.
Portugal tem hoje uma democracia, guiada pelo princípio da separação de poderes e por direitos, liberdades e garantias.
Com todas as suas deficiências, este é um regime que, nos últimos 40 anos, retirou milhões de pessoas da pobreza, do analfabetismo e da doença.
Que tornou os poderes económicos, políticos e judiciais menos autoritários e mais transparentes.
Neste regime, muitas vezes os poderes não estão separados e nem sempre os direitos estão garantidos.
A igualdade perante a lei e a equidade social ainda são objectivos por alcançar.
Há ainda muita falta de transparência e abuso de poder.
Mas os princípios constitucionais continuam a ser assumidos como válidos pelo conjunto da sociedade.
E, enquanto cidadãos, continuamos a ter a possibilidade – e a responsabilidade – de
nos JUNTARmos e EXIGIRmos que esses princípios sejam prosseguidos.
Este é o regime em que quero viver.
Não tenho a certeza que regime desejam aqueles que navegam na crista do discurso da podridão.
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(contra ) o discurso da podridão do regime
«...
...vai do BPN aos vistos gold passando pela tecnoforma e pelos BES, com uma paragem nos submarinos.
Isto só no que diz respeito à corrupção.
Mas a governança neoliberal tem-se pautado por um trilho terrível que oscila entre a incompetência, o crime e a atitude despudorada e consciente.
( ah e ainda há quem replique as medidas salazarentas e podres quanto à deportação dos adversários , com algumas bastonadas a acompanhar os "fluxos migratórios"...)
" Há que perceber o que é que verdadeiramente liga, potencia, permite os vários casos de corrupção – uns confirmados, outros por confirmar – e
o que contribui para a degradação da política e da democracia.
Dê lá por onde der este ou aquele caso em particular, o problema não é e nunca será só «aquele ministro», «aquele ex-ministro» ou «aquele banqueiro».
São anos, décadas, de maus governos e maus governantes.
São anos de leis ideologicamente concebidas, de políticas a preceito de uma determinada lógica de promiscuidade e favorecimento entre poder político e poder financeiro.
São legislaturas inteiras pautadas pela submissão das regras da democracia às regras da finança.
É todo um sistema poderoso e corporativista, manhoso, oculto, esperto, promíscuo, que perpassa, resiste, conspira
e patrocina a alternância entre PS, PSD e CDS,
não lhe importando, não lhe fazendo mossa, que o líder se chame ... ou .... ou ...
... - IRSilva»
SÓCRATES? E NÓS?
Já foi quase tudo dito sobre José Sócrates. Que me ocorre dizer sobre José Sócrates?
Em 6 de Maio de 2011, escrevi no Público sobre ele um dos meus escritos mais contundentes ("O grau zero da política"), uma peça que foi interpretada como favorecendo a ascensão de Pedro Passos Coelho ao poder (é claro que eu já temia que vinha aí algo de mau, mas pior teria sido manter José Sócrates, como o PS queria).
Eu, tal como João Miguel Tavares no Público de hoje, não sou juiz e não o vou julgar no plano jurídico. Sou apenas um cidadão que vê e comenta a vida pública. Já o julguei no plano político.
Quanto ao resto não sei, mas verifico que há numerosos casos duvidosos que ele não esclareceu.
Oxalá Sócrates estivesse inocente e se pudesse daqui por uns tempos diluir (apagar será impossível) a mancha na democracia portuguesa causada pelos numerosos casos controversos em que o nome do antigo primeiro-ministro esteve e está envolvido.
Mas, dados os notórios rabos de palha deixados, tudo indica que tal será difícil senão mesmo impossível.
O que há a fazer? Esperar que a justiça siga o seu curso, pedindo-lhe se possível mais rapidez do que a costumada.
E, como todo este caso, queiramos ou não, tem óbvias consequências políticas, tanto para o PS que esteve no governo como para o PSD e CDS que actualmente estão (um governo muito afectado, lembremos, por um presumível caso de corrupção ligado com os vistos gold, que levou à demissão de um ministro, para já não falar do resto),
esperar que os partidos, todos os partidos, façam a regeneração que conseguirem fazer e, nesse processo, se protejam - e, acima de tudo, nos protejam - do terrível vírus da corrupção.
A possibilidade de renovação, nos partidos e nos governos, é uma das grandes virtudes da democracia.
António Costa, que vai ser muito provavelmente o futuro primeiro-ministro, recebe sem ter feito nada por isso uma importante ajuda com o caso Sócrates.
Assim ele perceba que este caso deve ter consequências internas, de modo a aumentar a credibilidade do PS (Mário Soares lamentavelmente não percebeu).
O PSD e o CDS estão nos dias que correm descredibilizados.
E o PS, para que haja confiança no próximo governo e esperança na democracia, tem de aumentar o seu merecimento de crédito.
Pedro Passos Coelho subiu ao poder porque já ninguém acreditava em José Sócrates. Não foi tanto o mérito seu mas mais a falta de mérito do seu predecessor.
António Costa não deveria subir ao poder apenas porque já ninguém acredita em Passos Coelho.
(- Carlos Fiolhais , DeRerumNatura, 27/11/2014)
É um pássaro?.. É um avião?.. Não... é um Super-Juiz!
(-por josé simões, DerTerrorist, 28/11/2014)
O que nenhum super-juiz ainda explicou, de viva voz ou através dos gabinetes de comunicação do Tribunal de Instrução Criminal – Correio da Manha e Sol, mas devia,
digo eu que não percebo nada disto mas que gosto de tudo muito explicadinho, até por causa dos "alarmes sociais" e tais, é
porque é que com José Sócrates foi tiro e queda, da manga do avião para a choça e da choça para as buscas e rebuscas na "casa dos segredos" na Rua Bran Can como dizem na televisão, logo meia dúzia de horas depois
e
com Ricardo Salgado foi tiro e vá lá V. Exa. , comendador, não é mas podia ser, descansado, que a gente vai fazer uma busca e uma rebusca daqui por 120 dias,
se é que aquele hiato entre a detenção para falar com o meritíssimo e as notícias do aluguer de um espaço num hotel da linha para encher de caixotes e papelada diversa não foi suficientes.
Se calhar é porque os tostões do Banco Espírito Santo “não são um risco para o contribuinte” e os alegados 20 milhões de Sócrates, esse pulha, vão ser pagos até ao último avo com o dinheiro de todos nós.
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é curioso a palavra "esquerdalhada", desta malta de direita que só usa dinheiro público para pagar negócios privados
privados os lucros e público os prejuízos, novo capitalismo
mas a culpa é de quem meteu cravos nas armas, se os tivessem metido no cu, se calhar não víamos hoje estes comentários
-------comentários:-
Ouve-se e lê-se, hoje, que 2 administradores do BES qualquer coisa foram detidos e que Duarte Lima também qualquer coisa relacionada com a justiça.
De repente, faz-se luz, que quando qualquer coisa que agora não me lembro é muita, o cidadão desconfia - Dasss-ssse! É o tal de balanço anual e fecho de contas antes de um novo ano, certo?
Querem lá ver que ainda vão ter tempo para os Submarinos e outras coisas...
Quem anda a fazer correr quem?
De Triunfo dos Porcos 1984: uns + iguais... a 5 de Dezembro de 2014 às 16:08
HÁ SUSPEITOS DE ALTO E BAIXO GABARITO, UNS VÃO PRESOS, OUTROS NÃO !
Tenho de admitir que as suspeitas que impendem sobre José Sócrates serão de uma gravidade tal que, ao pé delas, os desastres e catástrofes de
bancos (e "bangsters") como o BCP (Jardim Gonçalves), BPN (José Oliveira Costa), BPP (João Rendeiro) e BES (Ricardo Salgado)
só podem ser considerados meras brincadeiras de crianças mimadas, naturalmente de muitíssimo boas famílias, que se limitaram a
espatifar milhares de milhões de euros, sem merecerem, todavia, acesso ao «xilindró», muito menos julgamento célere, e, sobretudo, sem porem em perigo a estabilidade da Pátria, da República, do Governo e do Chefe do Estado.
De facto, impressiona-me que continuem a viver em liberdade e à tripa forra vários «figurões» que eu julgava poderem ser suspeitos de alto gabarito, como os banqueiros acima citados, mas também como o excelso senhor António Dias Loureiro (ex-ministro e ex-conselheiro de Estado, pobre vítima involuntária de um enriquecimento súbito) e outras altas patentes dos «exércitos» cor-de-laranja (PPD-PSD) e azul e amarelo (CDS-PP).
É claro que esta referência à cor amarela não significa que esteja a referir-me ao famoso «yelow submarine» dos Beatles, mas sim aos novos submarinos da República Portuguesa, os quais, de vez em quando, por falta de verba, parece que não conseguem adquirir combustível que lhes permita mergulhar nas profundezas do vasto oceano outrora calcorreado por naus lusitanas.
Não, não acredito em ajustes de contas a políticos e mediáticos de uma justiça como a portuguesa,
que é impecável na sua «imparcialidade» e «bom-senso» (fornicar depois dos 50 anos, que ideia minha senhora!),
que é exemplar na sua «celeridade» e «transparência» e
que é justíssima na sua «cegueira» (por vezes um bocadito «zarolha»)...
O Sócrates andava a pedi-las, não é assim? E os outros, coitaditos, limitaram-se a cavar «buracos» de milhares de milhões, como se estivessem na praia, em férias, a desfazer castelos na areia...
21 DE NOVEMBRO FOI UM DIA PERFEITO PARA A DIREITA NO PODER...
1 - Parafraseando (mais ou menos) o Luís Vaz de Camões em «Os Lusíadas»:
«Cessem do BPN e do BPP /
Os ecos das vigarices que fizeram; /
Cale-se do velho BES e dos vistos «gold» /
As grandes corrupções em que incorreram; /
Que eu canto o peito ilustre do juiz /
Que enfiou no «xilindró» o José Sócrates. /
Cesse tudo o que se diz dos «PPDocas» /
Mergulhados em escândalos e maroscas; /
Poupem Oliveiras, Loureiros e Rendeiros /
Mais os Salgados e outros maus banqueiros. /
Cessem todos os processos que se arrastam /
E que atingem políticos de direita, /
Que agora os que prendemos já nos bastam /
Para dizermos que é a esquerda que está feita...».
2 - Para a direita no poder, cercada de porcaria (diga-se merda) por todos os lados, foi um grande alívio que prendessem José Sócrates neste momento, justamente no dia em que se votava para eleger o novo secretário-geral do PS, António Costa.
O próprio PS também deu uma grande ajuda, ao cair estupidamente na armadilha das «subvenções vitalícias»,
graças à grande «subtileza» do inefável José Lello e à pesporrência da menina Isabel Moreira:
o PPD «puxou-lhes» o tapete e o PS caiu com estrondo na Assembleia da República.
Como se sabe, os processos contra gente de esquerda que se porta mal, são mais rápidos e conclusivos do que os processos contra gente de direita...
O dia 21 de Novembro de 2014 foi mesmo um dia perfeito para a direita...
PORCOS COM MEDALHAS «GOLD» QUEREM SEMPRE MAIS REGALIAS...
A ideia subjacente é orwelliana:
todos os animais são iguais, mas há uns mais iguais do que outros...
Animal Farm
(palhaçada no palco da ARPuga)
Um alapardado coelho, co-proprietário da Quinta Tuga, avacalhou a Comissão de Inquérito ao BES, avisando os cãezinhos amestrados de que não deveriam contrariar as conclusões que ele próprio já tirara.
O mamute, nomeado feitor, foi o primeiro a entrar na Quinta para prometer velar pelo cumprimento das regras mas, de imediato, foi acusado pela cabrinha com cio, de ter relaxado na aplicação das regras e concedido umas baldas a um abutre. Os animais domésticos - e os outros -assistiam com enfado ao cortejo de ratazanas que iam desfilando pela quinta, contando versões contraditórias dos acontecimentos e culpabilizando o mamute por não ter evitado o desfalque.
Na véspera da chegada do abutre, a galinha louca e as ratazanas - por razões ainda não apuradas- desculpabilizaram o mamute, mas assim que o abutre entrou na quinta apontou o dedo em riste ao mamute, considerando-o o único culpado da catástrofe.
Indignado, o mamute foi ao cofre e revelou as cartas de amor que tinha trocado com o abutre, esquecendo-se que dias antes justificara a sua não divulgação na Comissão de Inquérito da Quinta, invocando o segredo.
Veio depois um esquilo traquina, amigo do coelho, co-proprietário da Quinta. De dente afiado, trazia como missão perturbar a paz da Quinta, com o ruído característico dos serradores de madeira.
Entretanto o outro co-proprietário da Quinta, um capão que acredita ser galo, anunciou aos papagaios que iria fazer uma conferência de imprensa para esclarecer a população da Quinta sobre as suas relações com o abutre.
Apesar de estar em viagem de recreio pelo México, o capão que se alimenta de alcagoitas na esperança de um dia vir a ser galo, não quis deixar de invocar a sua inocência na defesa do abutre, financiador da sua campanha eleitoral para Presidente da Quinta.
O capão, como o mamute, também se recusou a revelar as palavras de amor que trocou com o abutre,por serem confidenciais. Todos esperam que alguém faça disparar o trava línguas do capão porque, apesar de entre animais não haver encornanços, este amor a três em que a figura central é o abutre tem, certamente, muitas cenas picantes.
Muitos dos animais da Quinta sentiram-se tratados como bestas.
Quem anda feliz são os papagaios.Todos os dias têm material aliciante para manchetes escabrosas nos jornais da Quinta. Fosse devido à diferença horária, ou a outra causa ainda não descortinada, o capão foi mais ou menos ignorado nas primeiras páginas dos jornais, mas será certamente notícia nos próximos dias.
Entretanto, alguns animais fiéis aguardam com ansiedade a missa de domingo, para ouvirem a homilia em que a raposa dê a sua versão dos factos. Sendo perceptível que as homilias dominicais da raposa se tornaram sucessivas tentativas de assalto ao galinheiro de Belém, fica-se na expectativa de saber se a raposa conseguirá ser suficientemente persuasiva para convencer o coelho,que já manifestou preferir a galinha Santana para guardar o galinheiro de Belém e,eventualmente,derrubar os roseirais que possam florir em S. Bento.
Entretanto, durante os próximos meses prosseguirá o desfile com um grupo de ratos apostados em marcar território.
No final, as conclusões serão as que os animais domésticos quiserem.
E os burros? Continuam a aquecer as palhinhas do presépio?- perguntará algum leitor mais perspicaz.
Os burros? Esses somos nós que, apesar de conhecermos de gingeira o final da história,continuamos a permitir que os porcos tomem conta disto tudo.
(-por Carlos Barbosa de Oliveira , Crónicas do rochedo, 10/12/2014)
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Diz-me com quem andas...
Já sabíamos que alguns dos maiores vigaristas deste país são amigos de Cavaco e foram por ele promovidos a membros do governo;
- pelo menos alguns desses amigos revelaram a sua gratidão, oferecendo a Cavaco umas acções, cujo valor disparou em tempo recorde;
- Ricardo Salgado tinha financiado a campanha eleitoral de Cavaco em 2011;
- outros banqueiros- nomeadamente ligados ao grupo BES/GES - tinham contribuído com generosos donativos para a campanha de Cavaco.
- José Guilherme- -ofereceu uma prenda de 14 milhões € a R. Salg., tb foi generoso com Cavaco ... a mulher, o filho e outra familiar. PR, amigo de alega.criminosos financeiros, ... dir-te-ei quem és!
De Opinião sobre Sócrates e ... a 4 de Dezembro de 2014 às 09:21
Crónica sobre Sócrates
(por anónimo)
...
...
A minha opinião sobre Sócrates é muito simples...
Sócrates é doente... E como não consegue distinguir a verdade da mentira, tem um discurso coerente e credível, quer seja verdade o que diz, quer seja completamente falso...
Sócrates tem um ego gigantesco...
Acha-se um génio, e no seu desvario achou que o País lhe devia eterno reconhecimento...
Fez de Portugal o seu quintal...
E trouxe para a brincadeira os seus amigos...
Se hoje não duvido da honestidade de homens como ..., sempre achei que só num governo comandado por um lunático, se poderiam encontrar personagens como ...ou Maria de Lurdes Rodrigues...
Sócrates trouxe para a politica um modo agressivo e de falta de educação, que segundo os seus seguidores o definiam como o "Animal Feroz"...
Para mim, e já o referi anteriormente, José Sócrates é apenas um homem que não aceita o contraditório, e é extremamente mal educado...
Que faz do insulto a sua arma...
Que faz do medo o seu "modus operandi"...
Que não hesitou em quebrar a espinha ao ministério público através de magistrados cobardes, como Cândida Almeida, Pinto Monteiro ou Noronha do Nascimento, os quais pura e simplesmente evitaram que qualquer processo que envolvesse o primeiro ministro, chegasse sequer a inquérito...
Que criou na banca uma rede de influências, através das quais manteve uma divida pública artificial, assente na compra de títulos dessa mesma divida por parte da Banca e que levou à sua total descapitalização...
Que tentou silenciar a imprensa que lhe era incómoda, nomeadamente o Sol, o Correio da Manhã e a Sábado, chegando a tentar que a PT comprasse a TVI para afastar Manuela Moura Guedes e o marido...
A partir de determinada altura Sócrates confundiu tudo...
Achou-se um predestinado...
Os outros eram todos "bota baixistas"...
... ...
http://abrupto.blogspot.pt/ 4/12/2014, JPP (Pacheco Pereira):
O combate político de Sócrates não é o nosso
...
...
...os “dias do lixo”. No dia 16 de Outubro de 2010, governava Sócrates, escrevi no Público um conjunto de frases para os “tempos de hoje”. Peço desculpa de me citar, mas a gente também tem de ser avaliada pelo que disse, com data.
As frases eram dirigidas a Sócrates, a um Sócrates que tinha ganho as eleições e estava em plena loucura de esbanjamento, e a Passos Coelho, a um Passos que tinha então um discurso contra Manuela Ferreira Leite muito próximo do de Sócrates. Sócrates caminhava velozmente para o PEC IV e a bancarrota, Passos Coelho tinha posições pouco distintas de Sócrates, recusando a austeridade do PC IV, a última que se poderia ter tido sem troika, porque a achava “excessiva”. Passos Coelho prometia não aumentar impostos, nem despedir ninguém, nem cortar subsídios de Natal, nem tocar nas reformas, mas apenas atacar as “gorduras” do Estado.
Ambos estavam pior do que ceguinhos. Quando falo a seguir de austeridade, falo contra Sócrates e Passos Coelho. E quando elogio a determinação sobre o défice, a dívida, não falo do Passos Coelho de 2012-4, porque os problemas que ele defronta hoje foram em grande parte criados por ele próprio, pelo modo como teve de lidar com o descalabro orçamental gerado pelas despesas sociais resultado da “surpresa” do desemprego e pela depressão na economia. Como escrevi então, a boa política é a “a que escolhe as melhores medidas de austeridade e evita as más medidas de austeridade”. Não foi o que aconteceu, a “austeridade” foi conduzida por um programa ideológico, uma profunda ignorância do país e muita incompetência – por isso, os problemas que defrontamos hoje são fruto de Sócrates e Passos Coelho em conjunto.
Retirei uma ou outra frase, não porque não as pudesse incluir, mas para economia da citação, já de si bastante pouco económica. Serviam apenas para reforçar a frase anterior. Apesar de tudo isto hoje em 2014 parecerem trivialidades, regressem a esse ano de interregno, 2010, entre a vitória eleitoral de Sócrates e a sua demissão, e leiam o que se escrevia e dizia, do PS ao PSD, para comparar.
Aqui vão algumas das frases de 2010, escritas muito antes da troika:
“1. A crise económica, social e política não vai durar um ou dois anos, vai durar pelo menos uma década. Na melhor das hipóteses.
2. O político que disser que as coisas vão melhorar na volta da esquina está a mentir.(…)
7. Primeiro serão os salários, depois serão as reformas. (…)
8. Nenhum imposto que subiu descerá tão cedo, se descer.
9. Nenhum salário que foi cortado voltará a ser inteiro.
10. Os mais pobres serão as vítimas principais, como sempre.
11. A classe média é que conhecerá a maior queda de qualidade de vida.
12. Algumas pessoas enriquecerão com a crise.
13. A corrupção continuará florescente. (…)
14. A crise matará milhares de pequenas empresas. (…)
16. As escolas tornar-se-ão mais caóticas. O clima de crise social é propício à indisciplina grave.(…)
18. A Saúde ficará bastante mais cara para todos.
19. A TAP pode não sobreviver à crise, a RTP sobreviverá. (…)
24. No final da década os portugueses vão estar pobres e a caminho de ficarem ainda mais pobres. Se nessa altura a nossa situação da dívida e do défice estiver controlada, ganhamos a década. Se não, perdemos ainda mais.
25. O estado dos portugueses será de irritação política, na melhor das hipóteses. Na pior poderá haver violência. (…)
28. Liberais e estatistas todos cortarão no Estado. Só não cortarão nas mesmas coisas.
29. Os nossos direitos face ao Estado tornar-se-ão quase inexistentes. Face ao fisco quase nenhum direito sobreviverá.
30. A nossa privacidade desaparecerá. O Estado vai conhecer por onde andamos, o que compramos, o nosso dinheiro, as nossas prendas, tudo o que sirva para taxar. O Google conhecerá o resto.
31. O fisco será a face do Estado mais próxima dos cidadãos e a mais odiada. (…)
33. O desespero será um sentimento muito comum. Os ricos terão depressões, os pobres desespero.
34. Esta década conhecerá na prática o fim dos direitos adquiridos. (…)
38. ...
...
...
38. A única política que se pode considerar patriótica não é a que se afasta da austeridade para dar “folga” aos portugueses, mas a que escolhe as melhores medidas de austeridade e evita as más medidas de austeridade.
39. A maioria das medidas de austeridade que qualquer governo vai aplicar nos próximos anos é escolhida e decidida no exterior, pela Alemanha, pela UE, pelas agências de rating, pelo FMI, e pelos credores.
40. Poucos políticos actuais sobreviverão à década, mas isso não significa renovação.
41. A maioria dos políticos das novas gerações será profissional da política. Os seus verdadeiros cursos são nos partidos e fora terão apenas cursos de plástico para colocar o dr. e o eng. antes do nome.
42. Os partidos serão substituídos pelos aparelhos partidários; fechados sobre si próprios, tornar-se-ão comunidades de poder e com poder.
43. Haverá cada vez mais familiares de políticos actuais nos lugares políticos.
44. A crise de lugares, empregos, salários, benesses tornará a competição dentro dos partidos cada vez mais dura, visto que os partidos serão uma das saídas rápidas para aceder a um lugar remunerado, para que menos qualificações se exigem. (…)
46. As eleições partidárias internas serão cada vez mais competitivas, duras e agressivas. Os lugares são poucos e a fome muita.
47. Os grandes interesses organizados terão na prática um direito de veto sobre as principais medidas políticas.
Este foi o mundo que Sócrates deixou e Passos Coelho continuou. A minha última frase era: "Comparado com o que aí vem nenhuma destas previsões é especialmente pessimista.” Não foram.
A realidade foi muito pior: desembocou num ex-primeiro-ministro preso, em altos quadros do Estado presos, na queda do mais poderoso grupo bancário português, adorado pelos aspirantes a singapurianos novos-ricos entre o Martini man e o “homem da Regisconta”,
que ainda nos governam, pela mistura de pseudo-aristocracia e altas esferas do dinheiro e do poder.
Em que é que isto tem a ver com a prisão de Sócrates? Tudo.
Se ele deseja um julgamento político, ele que nos deixou de herança Passos Coelho, como ele foi herança de Santana Lopes, de mim terá apenas a repetição do que disse no passado.
Para esse peditório político não dou. Este homem fez muito mal a Portugal.
Não o quero preso injustamente, nem o quero preso apenas porque fez muito mal ao seu país, até porque o fez com milhões de votos dos portugueses. Desejo-o livre pela sua pura inocência e não pelas suas atitudes de “animal feroz”, arrastando para o seu gigantesco ego um combate político que é suposto ter outros alvos e outros motivos.
Apesar das frases politicamente correctas do seu comunicado, pedindo ao PS para ficar à margem, ele não deseja outra coisa que não seja envolver tudo e todos no seu destino pessoal, mesmo que isso implique comprometer a oposição a soçobrar pouco a pouco numa teoria conspirativa.
Protestem, como eu protesto, contra tudo o que seja abuso do poder judicial, fugas orientadas de informação, humilhações escusadas, mas não dêem o passo que ele deseja que dêem. Por favor, projectem a recusa zangada do Governo para melhores causas do que o destino político do engenheiro Sócrates.
(url) 11:47 (JPP)
De Justiça facciosa, logo injusta a 5 de Dezembro de 2014 às 09:02
Justiça partidarizada? (...)
Quem é Carlos Alexandre?
É o juiz que ilibou o CDS no caso dos sobreiros!
É o juiz que ilibou Oliveira e Costa e os outros amigos de Cavaco no caso BPN e que não investigou nem levou a julgamento os responsáveis do mesmo.
Foi ainda o Juiz Carlos Alexandre, quem interrogou Salgado, notificando-o na sua casa, deixando-o depois sair sob caução, e que ainda não prendeu, nem vai prender, ninguém do BES.
Tudo o que investiga sai, como que por magia, no Sol, no Correio da Manhã e na TVI, todos com ligações a Felícia Cabrita, que consegue sempre a primazia das informações e a quem não investiga por indícios de fuga ao segredo de justiça.
Isto não é Jornalismo; é prostituição!
Juiz de coragem, como muitos lhe chamam?
Este "Juiz" com a detenção de José Sócrates, acabou de garantir a sua grande "reforma Vitalícia"!
(excerto de nova carta de J. Sócrates enviada aos jornalistas..., DN,4/12/2014, via Metro, 5/12/2014)
(Está PODRE este) SISTEMA POLÌTICO-PARTIDÀRIO:
:
" Digamo-lo sem rodeios :
o "sistema" vive da COBARDIA dos políticos, da CUMPLICIDADE de alguns jornalistas; do CINISMO, das faculdades e dos professores de Direito e do DESPREZO que as pessoas decentes têm por tudo isto".
O que me leva a borrifar para a carta de Sócrates não são as dezenas de verbos que ele usa para dar razão ao que escreve mas sim as centenas de vezes que as razões dele não foram consideradas durante os seis anos em que foi Primeiro-Ministro e nada fez para que essas razões deixassem de o ser.
O 44 de Évora tem razão. É inacreditável que a nossa justiça aja desta forma, mas só é hoje possível que o faça porque houve um PM que durante o tempo em que o foi (quatro dos quais com maioria absoluta) nunca fez o que quer que fosse para ser de forma diferente.
E, se adianta que seja verdade ser necessário sentir na pele o mal que acontece aos outros, não deixa de ser verdade que, quem é eleito para que os outros tenham os seus direitos protegidos, merece sentir na pele os efeitos das suas inconsequências.
É isto que distingue a pungência dos órfãos, da pungência dos eleitores que resulta da incapacidade dos lideres políticos que elegemos.
LNT [0.328/2014]
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José Sócrates enviou uma carta ao Diário de Notícias, criticando o "sistema de cobardia dos políticos".
Escreve Sócrates: "O sistema vive da cobardia dos políticos, da cumplicidade de alguns jornalistas, do cinismo dos professores de Direito e do desprezo que as pessoas decentes têm por tudo isto. De resto, basta-lhes dizer: "Deixem a justiça funcionar".
Na carta manuscrita a tinta vermelha, por diversas vezes rasurada e com três páginas, Sócrates comenta:
"Prende-se principalmente para despersonalizar. Não, já não és um cidadão face às instituições, és um "recluso" que enfrenta as "autoridades":
a tua palavra já não vale o mesmo que a nossa. Mais do que tudo - prende-se para calar".
E acrescenta:
"E - suprema perfídia - invoca-se, para assim proceder, as regras do Direito, a legitimidade da democracia. "As instituições estão a funcionar."
No dia em que a carta chegou ao DN, o Supremo Tribunal de Justiça recusou o pedido de Habeas Corpus, revelando no acórdão que o o ex-primeiro ministro também está indiciado por corrupção ativa, sendo suspeito de ter oferecido vantagens financeiras a determinadas pessoas já depois de ter exercido o cargo de primeiro-ministro.
O acórdão do Supremo remete para documentos relevantes, entre os quais o mandado de detenção contra Sócrates e o despacho do juiz de instrução sobre medidas de coação.
Nos dois documentos é referido que o ex-primeiro-ministro está indiciado pelos crimes de fraude fiscal qualificada, branqueamento de capitais, corrupção passiva para ato ilícito, corrupção passiva para ato lícito e corrupção ativa.
-----Ler mais: http://expresso.sapo.pt/nova-carta-de-socrates-o-sistema-vive-da-cobardia-dos-politicos=f901133#ixzz3L10FnYTk
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mas quem é que no poder (politico) consegue fazer alguma coisa para melhorar o judicial, se isso implicar alguma perda de direitos dos seus agentes ?
Socrates quando foi eleito anunciou a redução das férias judiciais, com o fito de reduzir os tempos e o numero dos processos pendentes.
Passos Coelho quando foi eleito destacou as especifidades dos agentes judiciais como justificação para não estarem sujeitos aos mesmos sacrificios que o resto da administração publica.
não preciso de recordar o que aconteceu a um e a outro, pois não ?
ainda se lembra da tecnoforma ? em que desaparecerem documentos ?
Poucos se lembram ...
( http://aspirinab.com/julio/socrates-e-o-catedratico/ júlio, 4/12/2014 )
...
...
Acredito mais na inocência de Sócrates do que na idoneidade moral e na isenção política dos magistrados e polícias que o investigaram e prenderam.
Alguém em Portugal terá hoje dúvidas de que polícias e magistrados pouco idóneos e politicamente motivados podem querer tramar alguém como o ex-primeiro-ministro?
Eu não tenho nenhumas dúvidas disso, recordado que estou das calúnias que foram lançadas sobre Sócrates (e outros) em sucessivas histórias anteriores,
através de fugas insidiosas de informação e outros passes clandestinos ‒ uma longa campanha negra que preparou e “legitimou” a prisão de Sócrates.
Por isso, e porque é um direito que a todos assiste, acho natural e legítimo que Sócrates se defenda, proteste, se indigne e se debata na praça pública,
que é o lugar onde desde sempre tem sido atacado, e dos modos mais soezes
A escumalha fascizante que há muito o quer amordaçar ‒ e que há muito mais o quer ver preso e condenado ‒ vai ter que pacientar.
Sócrates tem o direito de falar e espero que continue a fazê-lo, porque isso provará que ainda vivemos em liberdade.
Ricardo Araújo Pereira, na Visão de hoje:
«Quando o assunto é José Sócrates, quase ninguém prescinde de uma declaração de interesses afectivos. (...)
Guardo a minha afeição para um conjunto de coisas realmente importantes, ao qual não pertencem actuais ou antigos primeiros-ministros. Eu gosto, por exemplo, de arroz doce. Mas não se pense que simpatizo especialmente com gelatina. No entanto, se uma taça de gelatina ou um prato de arroz doce forem acusados de corrupção, branqueamento de capitais e burla agravada, espero que tenham um julgamento justo. Não virei para a rua gritar que o arroz doce é inocente e que a gelatina nunca me enganou.»
Na íntegra AQUI.
http://entreasbrumasdamemoria.blogspot.pt/2014/12/socrates-e-os-afectos.html
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