De Sócrates ? e os outros ? a 27 de Novembro de 2014 às 15:46
SÓCRATES? E NÓS?

Já foi quase tudo dito sobre José Sócrates. Que me ocorre dizer sobre José Sócrates?
Em 6 de Maio de 2011, escrevi no Público sobre ele um dos meus escritos mais contundentes ("O grau zero da política"), uma peça que foi interpretada como favorecendo a ascensão de Pedro Passos Coelho ao poder (é claro que eu já temia que vinha aí algo de mau, mas pior teria sido manter José Sócrates, como o PS queria).
Eu, tal como João Miguel Tavares no Público de hoje, não sou juiz e não o vou julgar no plano jurídico. Sou apenas um cidadão que vê e comenta a vida pública. Já o julguei no plano político.
Quanto ao resto não sei, mas verifico que há numerosos casos duvidosos que ele não esclareceu.
Oxalá Sócrates estivesse inocente e se pudesse daqui por uns tempos diluir (apagar será impossível) a mancha na democracia portuguesa causada pelos numerosos casos controversos em que o nome do antigo primeiro-ministro esteve e está envolvido.
Mas, dados os notórios rabos de palha deixados, tudo indica que tal será difícil senão mesmo impossível.

O que há a fazer? Esperar que a justiça siga o seu curso, pedindo-lhe se possível mais rapidez do que a costumada.
E, como todo este caso, queiramos ou não, tem óbvias consequências políticas, tanto para o PS que esteve no governo como para o PSD e CDS que actualmente estão (um governo muito afectado, lembremos, por um presumível caso de corrupção ligado com os vistos gold, que levou à demissão de um ministro, para já não falar do resto),
esperar que os partidos, todos os partidos, façam a regeneração que conseguirem fazer e, nesse processo, se protejam - e, acima de tudo, nos protejam - do terrível vírus da corrupção.

A possibilidade de renovação, nos partidos e nos governos, é uma das grandes virtudes da democracia.
António Costa, que vai ser muito provavelmente o futuro primeiro-ministro, recebe sem ter feito nada por isso uma importante ajuda com o caso Sócrates.
Assim ele perceba que este caso deve ter consequências internas, de modo a aumentar a credibilidade do PS (Mário Soares lamentavelmente não percebeu).
O PSD e o CDS estão nos dias que correm descredibilizados.
E o PS, para que haja confiança no próximo governo e esperança na democracia, tem de aumentar o seu merecimento de crédito.
Pedro Passos Coelho subiu ao poder porque já ninguém acreditava em José Sócrates. Não foi tanto o mérito seu mas mais a falta de mérito do seu predecessor.
António Costa não deveria subir ao poder apenas porque já ninguém acredita em Passos Coelho.


(- Carlos Fiolhais , DeRerumNatura, 27/11/2014)


De Opinião sobre Sócrates e ... a 4 de Dezembro de 2014 às 09:21

Crónica sobre Sócrates
(por anónimo)
...
...
A minha opinião sobre Sócrates é muito simples...
Sócrates é doente... E como não consegue distinguir a verdade da mentira, tem um discurso coerente e credível, quer seja verdade o que diz, quer seja completamente falso...

Sócrates tem um ego gigantesco...
Acha-se um génio, e no seu desvario achou que o País lhe devia eterno reconhecimento...
Fez de Portugal o seu quintal...
E trouxe para a brincadeira os seus amigos...

Se hoje não duvido da honestidade de homens como ..., sempre achei que só num governo comandado por um lunático, se poderiam encontrar personagens como ...ou Maria de Lurdes Rodrigues...

Sócrates trouxe para a politica um modo agressivo e de falta de educação, que segundo os seus seguidores o definiam como o "Animal Feroz"...
Para mim, e já o referi anteriormente, José Sócrates é apenas um homem que não aceita o contraditório, e é extremamente mal educado...
Que faz do insulto a sua arma...

Que faz do medo o seu "modus operandi"...
Que não hesitou em quebrar a espinha ao ministério público através de magistrados cobardes, como Cândida Almeida, Pinto Monteiro ou Noronha do Nascimento, os quais pura e simplesmente evitaram que qualquer processo que envolvesse o primeiro ministro, chegasse sequer a inquérito...

Que criou na banca uma rede de influências, através das quais manteve uma divida pública artificial, assente na compra de títulos dessa mesma divida por parte da Banca e que levou à sua total descapitalização...

Que tentou silenciar a imprensa que lhe era incómoda, nomeadamente o Sol, o Correio da Manhã e a Sábado, chegando a tentar que a PT comprasse a TVI para afastar Manuela Moura Guedes e o marido...
A partir de determinada altura Sócrates confundiu tudo...
Achou-se um predestinado...
Os outros eram todos "bota baixistas"...
... ...


De "dias do lixo" frases de 2010, PS e PSD: a 9 de Dezembro de 2014 às 12:22
http://abrupto.blogspot.pt/ 4/12/2014, JPP (Pacheco Pereira):
O combate político de Sócrates não é o nosso
...
...
...os “dias do lixo”. No dia 16 de Outubro de 2010, governava Sócrates, escrevi no Público um conjunto de frases para os “tempos de hoje”. Peço desculpa de me citar, mas a gente também tem de ser avaliada pelo que disse, com data.

As frases eram dirigidas a Sócrates, a um Sócrates que tinha ganho as eleições e estava em plena loucura de esbanjamento, e a Passos Coelho, a um Passos que tinha então um discurso contra Manuela Ferreira Leite muito próximo do de Sócrates. Sócrates caminhava velozmente para o PEC IV e a bancarrota, Passos Coelho tinha posições pouco distintas de Sócrates, recusando a austeridade do PC IV, a última que se poderia ter tido sem troika, porque a achava “excessiva”. Passos Coelho prometia não aumentar impostos, nem despedir ninguém, nem cortar subsídios de Natal, nem tocar nas reformas, mas apenas atacar as “gorduras” do Estado.

Ambos estavam pior do que ceguinhos. Quando falo a seguir de austeridade, falo contra Sócrates e Passos Coelho. E quando elogio a determinação sobre o défice, a dívida, não falo do Passos Coelho de 2012-4, porque os problemas que ele defronta hoje foram em grande parte criados por ele próprio, pelo modo como teve de lidar com o descalabro orçamental gerado pelas despesas sociais resultado da “surpresa” do desemprego e pela depressão na economia. Como escrevi então, a boa política é a “a que escolhe as melhores medidas de austeridade e evita as más medidas de austeridade”. Não foi o que aconteceu, a “austeridade” foi conduzida por um programa ideológico, uma profunda ignorância do país e muita incompetência – por isso, os problemas que defrontamos hoje são fruto de Sócrates e Passos Coelho em conjunto.

Retirei uma ou outra frase, não porque não as pudesse incluir, mas para economia da citação, já de si bastante pouco económica. Serviam apenas para reforçar a frase anterior. Apesar de tudo isto hoje em 2014 parecerem trivialidades, regressem a esse ano de interregno, 2010, entre a vitória eleitoral de Sócrates e a sua demissão, e leiam o que se escrevia e dizia, do PS ao PSD, para comparar.

Aqui vão algumas das frases de 2010, escritas muito antes da troika:

“1. A crise económica, social e política não vai durar um ou dois anos, vai durar pelo menos uma década. Na melhor das hipóteses.

2. O político que disser que as coisas vão melhorar na volta da esquina está a mentir.(…)

7. Primeiro serão os salários, depois serão as reformas. (…)

8. Nenhum imposto que subiu descerá tão cedo, se descer.

9. Nenhum salário que foi cortado voltará a ser inteiro.

10. Os mais pobres serão as vítimas principais, como sempre.

11. A classe média é que conhecerá a maior queda de qualidade de vida.

12. Algumas pessoas enriquecerão com a crise.

13. A corrupção continuará florescente. (…)

14. A crise matará milhares de pequenas empresas. (…)

16. As escolas tornar-se-ão mais caóticas. O clima de crise social é propício à indisciplina grave.(…)

18. A Saúde ficará bastante mais cara para todos.

19. A TAP pode não sobreviver à crise, a RTP sobreviverá. (…)

24. No final da década os portugueses vão estar pobres e a caminho de ficarem ainda mais pobres. Se nessa altura a nossa situação da dívida e do défice estiver controlada, ganhamos a década. Se não, perdemos ainda mais.

25. O estado dos portugueses será de irritação política, na melhor das hipóteses. Na pior poderá haver violência. (…)

28. Liberais e estatistas todos cortarão no Estado. Só não cortarão nas mesmas coisas.

29. Os nossos direitos face ao Estado tornar-se-ão quase inexistentes. Face ao fisco quase nenhum direito sobreviverá.

30. A nossa privacidade desaparecerá. O Estado vai conhecer por onde andamos, o que compramos, o nosso dinheiro, as nossas prendas, tudo o que sirva para taxar. O Google conhecerá o resto.

31. O fisco será a face do Estado mais próxima dos cidadãos e a mais odiada. (…)

33. O desespero será um sentimento muito comum. Os ricos terão depressões, os pobres desespero.

34. Esta década conhecerá na prática o fim dos direitos adquiridos. (…)

38. ...


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