11 comentários:
De Privatizar= Dar património a 'amigos' a 22 de Setembro de 2015 às 16:45
CP-Carga: Privatizações durante a campanha eleitoral

21/09/2015 por j. manuel cordeiro , http://aventar.eu/


Caramba, não há uma ponta de decoro. Nem ninguém que meta a trupe na linha – literalmente, já agora.

CP-Carga-Governo-Vai-Negociar-com-4-Proponentes


Comissão de Trabalhadores diz que CP Carga foi doada e não vendida

Documento entregue no Tribunal de Contas denuncia transferência de activos. Assinatura de contrato foi feita à porta fechada.

Durante seis anos a CP Carga pagou (ou deveria ter pago) 18 milhões de euros anuais à CP pela utilização de locomotivas que eram propriedade desta. Mas pouco antes da privatização, estes activos – avaliados em 88 milhões de euros – foram transferidos para a CP Carga, pouco antes de ser vendida à MSC. Desta forma, enquanto empresa pública a CP Carga pagava uma renda à CP; enquanto privada fica isenta desse pagamento e ainda recebe as locomotivas. (…)

O documento diz ser falso que a MSC tenha pago 53 milhões pela transportadora ferroviária de mercadorias, porque o Estado só encaixa 2 milhões de euros, sendo os restantes 51 milhões destinados a capitalizar a própria empresa. Ora, diz a Comissão de Trabalhadores, a CP possuía em 31/12/2014 quase seis milhões de euros em depósitos à ordem, uma carteira de dívida de clientes a 90 dias de 11,1 milhões de euros e activos em material circulante no valor de 60,9 milhões.

O documento refere ainda que em 2014 a CP Carga recebeu 28 milhões de euros da Refer pela transferência dos terminais de mercadorias para a empresa gestora de infra-estruturas. [PÚBLICO, Carlos Cipriano, 21/09/2015 ]

Afinal, se a malta da PAF anda tão confiante na vitória, qual é a pressa? Muita coisa não bate certo.


De Orçamento e não programa eleitoral a 22 de Setembro de 2015 às 16:52
Os sonsos

22/09/2015 por José Xavier Ezequiel

(http://aventar.eu/2015/09/22/os-sonsos/#more-1235452 )

Os dirigentes do PAF (PSD/CDS) ‘indignaram-se’ no último fim-de-semana com o facto de António Costa (PS) ter anunciado que, caso perca as eleições, não viabilizará o próximo orçamento de estado.

Segundo Passos Coelho, é inaceitável que um partido que pede estabilidade não aceite viabilizar o ‘seu’ orçamento, caso ganhe.
Acrescenta Paulo Portas que, ainda por cima, se recusa a viabilizar um orçamento que não conhece.

Vamos lá por partes, como dizia o meu falecido primo Delfim, quando começava a ficar com um copito a mais. O PAF apresentou-se a este acto eleitoral sem programa.
Ao contrário do que aconteceu há quatro anos, o PAF já nem sequer faz promessas. Limita-se a dar ‘garantias’.
A mais importante de todas é a de que prosseguirá, caso ganhe as eleições, a mesma linha de governação.

Se assim é, e não há razões para acreditar que estejam outra vez a mentir, já todos conhecemos as linhas gerais do próximo orçamento, caso o PAF ganhe as eleições.
Ora, se o PS votou contra os últimos orçamentos, porque diabo iria agora viabilizar o próximo que, mais vírgula menos vírgula, será mais do mesmo?

Façamos a pergunta ao contrário:
se Pedro & Passos perderem as eleições podem desde já assegurar, em nome da estabilidade, evidentemente, que viabilizarão o orçamento de um governo PS?

Bom, a pergunta é perfeitamente ociosa. Mas apenas porque o assunto é, absolutamente, de lana caprina.
Se António Costa perder as eleições, manda a tradição que se demita no dia seguinte.
Alguém imagina um PS sem liderança a forçar a queda do governo e, consequentemente, novas eleições legislativas?
No meio das eleições presidenciais, ainda por cima?
Aliás, falta-me saber se, constitucionalmente, um PR em fim de mandato pode convocar eleições.
Caso não seja possível teríamos um governo de gestão até que o novo PR as possa convocar. Em todo o caso, seria um verdadeiro suicídio político.
E um partido do ‘arco da governação’, como o PS, sabe-o melhor que ninguém.
Nas eleições que se seguiriam, o voto ‘flutuante’ do centro fugiria todo, irremediavelmente, para o centro-direita.
Em nome da estabilidade, claro, coisa que a maioria do centro preza mais que quase tudo.

O mesmo raciocínio vale para Passos Coelho e para o PSD. Que, além do mais, não poderá hipotecar a forte possibilidade de ver um militante seu ganhar as presidenciais.
Como se constatou nestes últimos dez anos, ter um amigo na presidência dá muito jeito, mesmo quando na oposição.

Resumindo e concluindo, ganhe quem ganhar, perca quem perder, o próximo orçamento será viabilizado.
Os outros logo se vê, mas o primeiro está garantido. Ainda que seja apenas o CDS a ter que fazer o frete.

Por isso, proclamar num comício que não se viabilizará o próximo orçamento, em nome da luta partidária, tem o mesmo valor que pedir, em nome da estabilidade governativa, uma maioria absoluta.
Ou seja, é apenas retórica eleitoral. Vale o que vale.
E essa validade expira no dia 4 de Outubro. O que não vale a pena, a Passos & Portas, é fazerem-se de sonsos.


Comentar post