----- Sanções (12/7/2016, FSCosta, 2ou3coisas)
"Perdi a mão" há muito do dia-a-dia de Bruxelas, mas a minha leitura (de quem só lê sinais e não tem a menor informação privilegiada) leva-me a concluir,
depois do "eurogrupo" (ministros das Finanças dos países do euro) de ontem,
que o "Ecofin" (ministros das Finanças de toda a UE) irá propor sanções
(o facto de ser anunciado que será "por unanimidade", exceto o próprio país em causa, significa que Portugal votará a favor de sanções à Espanha e vice-versa) que caberá depois à Comissão decidir no detalhe.
Porque Portugal e Espanha não são masoquistas, quer-me parecer que o "deal" passa por aprovar o princípio das sanções e ter a garantia (já negociada com a Comissão) de que essas sanções serão iguais "a zero".
Fica salva a "honra do convento" e, na prática, as sanções são teóricas e sem incidência orçamental.
Os países mais radicais ganham a aplicação do princípio e os "faltosos" a não punição efetiva.
Uma hipótese que sempre me pareceu implausível, no atual contexto (Brexit) seria uma "linha dura" no Ecofin reclamar sanções efetivas,
obrigando à "recolha" de votos para conseguir uma minoria de bloqueio.
Nem os tempos estão para isso, nem o "mood" da Comissão dava garantias de que esta pudesse
"obedecer" substantivamente a um conselho de ministros "severo" (mesmo com "instruções" de Berlim).
Aliás, as conclusões do colégio de comissários de há dias já apontavam no sentido da
Comissão não querer o "odioso" de propor as sanções:
o Ecofin que as decida politicamente e a Comissão lá estará para as definir (previamente deixando claro que serão igual "a zero").
A Comissão passará, por esta vez, a "bom da fita".
É este um bom acordo?
É melhor do que multas e cortes nos fundos estruturais.
Uma dúvida, no que nacionalmente nos toca, é se, no acordo, haverá ou não alguns "strings attached", com uma espécie de condicionamento a montante do orçamento para 2017.
E saber se haverá, por via desta decisão de "censura", efeitos reputacionais que, no nosso caso, possam vir a afetar a leitura das agências de notação.
Uma coisa é clara:
ao votar a imposição de sanções (ainda que teóricas) a Espanha, Portugal dá um passo no sentido de aceitar formalizar a aplicação, pela primeira vez, desta disposição do Tratado Orçamental.
Era inevitável? Talvez.
Verdade seja que a posição do FMI, a montante da reunião do "eurogrupo", não ajudou a "fugir" a este condicionamento.
A ser assim que as coisas se passam, elas não estarão muito fáceis para nós, a partir daqui.
Mas qual era a opção, de facto?
...
--- Crescimento da Irlanda em 2015 revisto para... 26,3% (DN).
Porquê ?
A democracia na Irlanda , vai sempre "enjaulando" os corruptores da democracia, não vão em falsos profetas como nós.
--- Francisco Seixas da Costa:
Talvez o Anónimo devesse informar-se melhor.
O crescimento real da Irlanda ronda (uns apreciáveis) 5,5%.
O resto é efeito estatístico da mudança de empresas para terem sede fiscal no país, que não criaram um único posto de trabalho e são uma dor de cabeça para o ministro das Finanças,
porque é na base do efeito escritural desses 26,3% (efeito grande numa pequena economia) que a contribuição para a UE passa a ser medida...
------
Tudo bem, portanto
(por josé simões, em 12.07.16,http://derterrorist.blogs.sapo.pt/)
Os meus amigos ingleses, por acaso e só por acaso ingleses porque filhos de portugueses casados com netos de espanhóis, uns, ingleses, outros, porque netos de italianos, italianos de barba rija, que vir de Monte Cassino em 1945, a pé por uma Europa destruída pela II Guerra Mundial, até Newcastle, mesmo lá no norte, onde nunca há verão e o frio parte os ossos, não é propriamente fazer o Interrail ou ir de low cost visitar a muralha do Adriano,
esses meus amigos ingleses votam pelo Brexit,
não com medo das hordas de emigrantes que iriam assolar a costa da ilha, não por simpatia pelo Farage, antes pelo contrário,
não pela chulice ao Estado social bife e ao NHS, não pelos subsídios para nada fazer e as reformas para a vida,
mas por causa da 'DICTATORship' de União Europeia e pelos não eleitos de Bruxelas (Comissão, Eurogrupo, Ecofin,...),
'before it's too late'.
Duas semanas depois do Brexit ficamos a saber que 54% dos eleitores HOLANDESES desejam um REFERENDO sobre a permanência do país na UE e que 48% votariam para SAIR,
exactamente no mesmo dia em que o Ecofin confirma as sanções para Portugal e Espanha
pelo fracasso na implementação das políticas definidas pela tal 'dictatorship' de Bruxelas.
E já é demasiado tarde..
Tudo bem portanto.
A Classe Média
Muita gente tem escrito sobre a classe média. Há sempre lugar para mais um. Pretendo uma coisa bem simples: que se quantifique do que se está a falar.
A confusão é tamanha nos políticos, na comunicação social e em estudos.
In Jornal Económico Online (O) - Jornal Económico Online - 03-10-2016
URL: http://www.jornaleconomico.sapo.pt/noticias/a-classe-media-73433
Comentar post