Há 48 anos «comemorámos» assim, hoje festejamos, amanhã não sabemos
Francisco Fanhais cantou pela primeira vez a
Cantata da Paz, com letra de Sophia Mello Breyner, numa vigília contra a guerra colonial. Ler
AQUI.
(-J.Lopes, 31/12/2016, Entre as brumas)
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É só para relembrar Que já estamos em 2017 mas...
. continuam a chegar refugiados (e migrantes) à Europa;
. continuam os atentados terroristas;
. aumenta a tensão entre a Arábia Saudita e o Irão;
. a Coreia do Norte, governada por um doido, é uma potência nuclear;
. o crash financeiro na China poderá desencadear uma nova crise financeira à escala global;
. o terrorista Daesh/ISIS/EI continua vivo e não será desmantelado apenas com bombas, porque muitos dos seus fanáticos militantes vivem na Europa;
. a Europa continua mergulhada numa profunda crise (política, económica e € );
. a crise não se resolve com austeridade, mas com solidariedade;
. a solidariedade é impossível, enquanto cada país pensar apenas por si e não com um espírito europeu;
. Se não houver espírito europeu, a crise instalada contribuirá para aumentar as desigualdades (entre os 1% muito ricos e os pobres, cada vez mais);
. o aumento das desigualdades aumenta o descontentamento das populações;
. as populações descontentes deixam-se facilmente seduzir pelo canto da sereia da extrema direita;
. a extrema direita está a crescer em todo o espaço europeu, fomentando a xenofobia (horror/ animosidade/ ataque aos estrangeiros, aos imigrantes);
. a xenofobia conduz à violência (e um ciclo 'venenoso'...);
. a violência faz aumentar a ameaça de desintegração europeia;
. apesar de tudo isto, os portugueses voltam a endividar-se como se não houvesse amanhã;
. os bancos continuam a conceder crédito ao consumo sem grandes objecções, porque sabem que os contribuintes cá estão para pagar o crédito mal parado.
Publiquei este texto aqui em Janeiro de 2016 mas um ano depois mantém-se actual. Há um ano apenas incluí mais esta frase:"o espaço europeu ameaça desintegrar-se se, ainda este ano, os ingleses votarem a favor da saída da UE".. Concretizado o Brexit, este ano novos desafios (eleições) se colocam na Holanda, Itália França e Alemanha, que poderão precipitar a inevitável desintegração europeia. Salvo se, por milagre, aparecer por aí um qualquer líder europeu que ponha esta gente toda a reflectir sobre os erros que cometeu durante o percurso que colocou a UE em estado comatoso. (---por C.B. de Oliveira , Crónicas do rochedo)
------- Ver, em comentários neste 'post', interessantes sonhos-desejos e pesadelos-realidade... que mostram a interdependência político-económica mundial (com os potentados dos EUA, Rússia, China e U.E.- esta periclitante), a estreita margem para governar Portugal (ou outro 'pequeno' país) sem fazer asneira grave ... e também a necessidade de solidariedade/ fazer alianças com outros países/governos/movimentos para ter 'voz' activa/influenciar e melhorar a situação na U.E. e no mundo. --- Bons sonhos ... e leves ressacas. (- Zé T., 3/1/2017)
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Luzes e sombras (-por V.Moreira, 2/1/2017, CausaNossa) Ao iniciar um novo ano, Portugal compara favoravelmente com muitos outros países em matéria de estabilidade política, paz social, ausência de movimentos xenófobos ou populistas, imunidade ao terrorismo internacional.
E mesmo na frente económica e social o País registou, embora menos do que o previsto e necessário, alguma retoma económica, recuperação do emprego e consolidação orçamental.
Há, todavia, que anotar também as principais vulnerabilidades, nomeadamente a enorme quebra do investimento público, o aumento da despesa pública permanente, o baixo nível da poupança nacional e o excesso de consumo, o aumento da dívida pública e do respetivo custo.
Os dois fatores que muito contribuíram para o relativo desafogo económico e financeiro corrente - petróleo barato e dinheiro barato - não vão durar sempre. E a "política de devolução de rendimentos" tem limites orçamentais, tanto maiores quanto menor for o crescimento económico e quanto maior for a pressão da dívida pública...
------- Bushy – Sarkozy – Hollandy, a mesma luta (-por j.simões, derTerrorist, 3.1.2017) Hollande foi ao Iraque dizer às
tropas que estão ali porque são pagas para ali estarem,
ou noutro sítio qualquer desde que lhes paguem, que afinal estão ali para prevenir o terrorismo em França, mais ou menos a mesma razão invocada por Sarkozy para
bombardear a Líbia de Kadafi, criar um mar de
mortos no Mediterrâneo a todos os dias da semana e a todos os meses do ano,
desestabilizar toda uma região e inventar terrorismo onde ele não existia. O mesmo argumento usado por W.
Bush para bombardear e invadir o Iraque, com as tropas americanas que são pagas para isso e
com o trabalho sujo, que nem as tropas americanas que são pagas para fazer o que lhes mandam fazer
aceitam fazer, entregue aos mercenários fora-da-lei da Blackwater, acrescentando ao argumento o piedoso
neoliberal devaneio do "efeito dominó" de espalhar a 'democracia' a toda à volta depois da queda do ditador Saddam, na realidade e na prática mais um mar de mortos no Mediterrâneo, um mar de mortos em terra, no Iraque,
com bombas e ataques suicidas a todos os dias da semana e a todos os meses do ano, e a invenção do ISIS, que em franciu se diz Daesh, e que é a razão para os franceses estarem onde estão, segundo Hollande. [Depois Paulo Portas foi o primeiro governante ocidental a aterrar em Tripoli, a capital da nova Líbia democrática para negociar um manancial de contratos para as empresas e as exportações portuguesas, o El Dorado no norte de África depois da conquista de Ceuta por D. João I, mas isso são outros quinhentos.] (mas outros
USA/UK/Fra/Alem/... já lá tinham estado e
continuam a 'negociar'/ saquear os recursos do país, sem se importar com a tragédia que criaram e/ou aumentaram...)
De .Extrema-direita e Terroristas... a 3 de Janeiro de 2017 às 15:16
Extrema-direita e terroristas são aliados
(-por Daniel Oliveira, Expresso, 20.12.2016 )
Há um acordo tácito, nem escrito nem negociado, entre o terrorismo e a extrema-direita europeia:
cada atentado permite à extrema-direita crescer, cada crescimento da extrema-direita permite aos islamistas captarem novos elementos.
Os seus interesses são de tal forma confluentes que as agendas coincidem no tempo, tendo os terroristas a amabilidade de organizar os atentados de acordo com as agendas eleitorais de cada país.
É por isso absurdo falar de injustiça no atentado de Berlim, tendo em conta a política de Merkel em relação aos refugiados.
É exatamente contra posições como as de Merkel que estes atentados se fazem.
Para derrubar os moderados e dar força à extrema-direita, que entra no jogo do ódio e da intolerância que alimenta os fanáticos religiosos.
Quem, logo depois dos atentados, os usa para colocar no debate a sua agenda de medo é um aliado objetivo dos terroristas.
Até porque é essa tentativa de ganho político que dá ânimo para novos ataques
Não foi preciso esperar nem umas horas para que nas caixas de comentários dos jornais de todo o mundo se fizesse a associação entre o camião na feira de Natal de Berlim e a entrada de muitos refugiados no País.
Merkel e a sua disponibilidade para receber refugiados eram a responsáveis por isto.
E será isto que a extrema-direita alemã dirá nos próximos tempos, aproveitando este ato de terrorismo para subir um pouco mais nas votações.
As primeiras manifestações do Pegida, em que participaram militantes do AfD, já deram esse sinal claro.
Não é novo.
A extrema-direita americana aproveitou o ataque de Orlando para, instalado o medo, ganhar votos. E essa foi mais uma contribuição para a vitória de Donald Trump nas eleições.
E em França, a Frente Nacional soube cavalgar cada atentado para alimentar a sua agenda islamofóbica.
(-por R. Alves, 30/12/201, Esquerda Republicana):
------- 2016: o início de um novo ciclo?
Talvez daqui a dez anos olhemos para trás com a certeza de que foi em 2016 que o consenso do pós-guerra fria acabou.
De 1989 até agora, parecia inevitável que a globalização era uma força irresistível e que a UE seria alargada e aprofundada, que cada vez mais Estados seriam democracias, que os EUA eram a única «superpotência», que o preconceito contra imigrantes e minorias recuaria sempre.
E no entanto, 2016 foi o ano em que o consenso que durava há um quarto de século foi abalado.
O Reino Unido - um país nada menor - votou para sair da UE (estagnada), e os EUA pelo isolacionismo;
a Turquia regrediu de democracia periclitante para semi-ditadura repressiva;
os EUA foram superados pela Rússia na Síria e nas suas próprias eleições;
a xenofobia ou até o racismo banalizaram-se nas campanhas políticas.
2017 chegará como um ano em que talvez tenhamos que aprender novos verbos, como «desglobalizar» ou «desdemocratizar».
Em que o mundo pode ficar dominado por um eixo Trump-Putin, que entalará uma Europa desorientada e em crise permanente.
E em que mais Estados europeus podem eleger maiorias eurofóbicas ou apenas euro-regressivas.
Os poucos sinais de esperança vêm de periferias:
o primeiro governo apoiado por toda a esquerda em Portugal (passe o luso-centrismo)
e a vitória do ecologista Van der Bellen na Áustria.
Uma União Europeia que ajudou a terminar com a Guerra Fria porque prometia democracia e prosperidade tem que cumprir as suas promessas.
E, ao mesmo tempo, a esquerda que era anti-imperialista tem que entender que a Rússia é o novo Império.
Mas desconfio que Trump lhes vai explicar.
(-C.Esperança, 31/12/2016, PonteEuropa)
------- UE / Modávia: A Leste nada de novo….
2016 foi um ano negro para a UE.
Passando ao lado da crise dos refugiados que é uma catástrofe importada da situação que se vive no Médio Oriente e no Norte de África (onde o Ocidente não consegue sacudir as culpas no cartório), sobressai o Brexit como o grande abalo na coesão europeia.
As pretensões de extensão da UE, nomeadamente a adesão de novos países a Leste, política que foi iniciada durante o mandato de Durão Barroso como presidente da Comissão Europeia, estão a revelar-se absolutamente desastrosas.
O que está de acordo com a distorcida e vesga visão política do atual diretor (presidente) do banco Goldman Sachs.
Num claro assédio à Rússia, na realidade, o pivot dessa área geográfica (Leste europeu) a Comissão Europeia apostou na ‘desrussificação’ do regime ucraniano, apoiando os protestos contra o ex-presidente Yanukóvytch.
A sua destituição teve várias consequências a primeira das quais a anexação da Crimeia e a perda de controlo do Leste do País, mas a médio prazo a aproximação no novo poder instalado em Kiev à União Europeia, passados os primeiros fogachos, revela-se bastante problemática.
Pelo meio as sanções da UE contra Moscovo (ainda em vigor) revelaram-se com consequências políticas e económicas importantes e difíceis de reverter e cujo saldo - em relação à Europa - não é fácil de apurar.
Ao problema da Ucrânia junta-se agora o da Moldávia.
Em 2014 o Governo de Quichinau assinou um Tratado de Associação com a UE.
Segundo o método habitual, isto é, sem uma consulta popular.
O novo presidente da Moldávia, Igor Dodón, o primeiro eleito por voto popular direto (depois da dissolução da URSS), quer reverter a estratégia adotada desde há 3 anos ( link ).
Para além desta situação política externa a Moldávia está confrontada com problemas internos, nomeadamente na região do Dniester, onde existem movimentos cívicos favoráveis à integração (total ou parcial) na Roménia (a língua e cultura é semelhante).
Dodón faz, liminarmente, um balanço negativo da adesão à UE, nomeadamente, em termos de trocas comerciais.
Reafirma que o parceiro comercial por excelência da Moldávia é a Rússia.
Pretende realizar um referendo para definir a situação que é muito instável nomeadamente na região da Transnístria (russificada e auto-proclamada república 'independente') muito ligada a Moscovo (agora mais perto, através da Crimeia reunida à Rússia).
Na verdade, após uma queda nas exportações da ordem dos 50%, decorrente da associação à UE, por força das restrições impostas por Moscovo em resposta às sanções de Bruxelas, a crise económica está a instalar-se sub-repticiamente (num dos países mais pobres da Europa).
Quando a baixa de exportações tiver reflexos orçamentais nítidos, Igor Dodón, um socialista oriundo das hostes comunistas, conhece bem a receita europeia para estas situações: Austeridade.
Não vai, portanto, para a UE, ocorrer nada de novo (nem de bom) na frente Leste.
E se acontecer o previsível será o pródigo regresso da Moldávia aos braços de Moscovo.
Mas só será assim se os ‘unionistas’ (favoráveis a uma integração com a Roménia) não desencadearem um conflito interno… Daí a uma situação semelhante à Ucrânia vai um pequeno passo.
Resumindo:
Esta é a herança de Barroso que sempre se mostrou muito ‘apressado’ (interessado) em alargar a UE para Leste.
O cerco montado a Putin começa a desfazer-se em concomitância com o desabar das políticas emanadas de Bruxelas.
(-C. Esperança, 3/1/2017, PonteEuropa)
------- Uma breve pincelada sobre o projeto Trump…
Um sem número de disputas comerciais terminou em conflitos armados. Para os portugueses o exemplo histórico mais claro desta trágica evolução foi o napoleónico ‘Bloqueio Continental’, no início do século XIX, que trouxe a Portugal a Guerra Peninsular.
Quando se olha para o ‘grande projeto’ de Trump para tornar a América mais poderosa e verificamos que a estratégia passa por uma guerra comercial com a China a primeira pergunta é:
quais as consequências de tal atitude?
Com certeza que é um caminho com grandes riscos. Um bloqueio dos Estados Unidos à economia chinesa terá sempre vários efeitos colaterais. E algo pode correr mal.
A outra pergunta é:
Como compatibilizar a ‘pátria da democracia liberal’ com medidas protecionistas que suportem o tal ‘bloqueio’?
Na verdade, o populismo surge como o sucessor do liberalismo precipitado pelo fim do bloco soviético.
E o populismo cresce de braço dado com o ressurgimento dos nacionalismos mais ignóbeis.
A economia norte-americana e a chinesa são a 2 maiores do Mundo. O embate será fortíssimo e os estilhaços poderão (deverão) atingir ambas as partes.
Quando, há 15 anos, os EUA abriram as portas da OMC à China reconheceram implicitamente a este último país o estatuto de ‘economia de mercado’.
No fundo, os EUA com esta medida queriam alargar o mercado de consumidores mas o feitiço virou-se contra o feiticeiro.
Hoje, terminado o período inicial de adesão à OMC voltam a por em causa esse estatuto.
A China deseja impor os seus produtos no mercado global mas os EUA desejam refrear esses ímpetos à custa de medidas protecionistas.
Parece um problema técnico mas, na verdade, trata-se de uma questão eminente política.
O pretexto é a imposição de cláusulas anti-dumping que sejam capazes de proteger economia americana do seu direto concorrente.
O problema é a UE que tendo uma capacidade política limitada para confrontar-se com a China e tendo como lema a livre circulação de pessoas e bens será a primeira a sofrer as consequências.
São muitos a acusar que a economia chinesa é oculta e sub-repticiamente subsidiada e por isso tem elevada competitividade nos preços e tal situação facilita a exportação.
A fragilidade europeia e a desconformidade das legislações laborais entre a prática chinesa de salários de miséria (excedente de mão de obra qualificada ou não)
e o direito de trabalho europeu (mesmo nas conceções neoliberais) poderiam a breve trecho
acabar com milhões de postos de trabalho na UE atingindo particularmente os países do Sul (Espanha, França, Portugal, e outros).
Conclusão:
Trump está apostado em travar uma ‘guerra comercial’ com a China mas adivinha-se como consequência uma espiral recessiva
já que não é prudente ignorar que a China perante as medidas protecionistas americana não contraponha respostas idênticas,
agravadas pela especulação de fundos soberanos americanos que acumulou durante décadas.
Dessa espiral recessiva, vinda a reboque de uma queda da produção mundial e o enfraquecimento das trocas comerciais só poderá vir para os cidadãos do Mundo (incluindo os americanos) pobreza.
A cavalo da pobreza virá a fome.
E chegamos aqui, fechando o ciclo das imprudências populistas, a uma das causas mais frequentes da maioria das revoluções e guerras.
Tão simples como isto!
C.Esperança:
1.º de Dez. – O regresso do feriado da Restauração da independência de Portugal ...
A. Cristas – A líder do CDS regozijou-se publicamente pelo regresso do feriado do 1.º Dez., ato de profunda hipocrisia de quem votou a suspensão e se absteve quando PS, BE, PCP, PEV e PA o repuseram. Dissimulada, como P.Portas.
Carlos do Carmo – A comenda de Grande-Oficial da Ordem do Mérito, com que o PR agraciou o notável fadista, reparou uma injustiça e mostrou que a direita civilizada tem sentido de Estado e enjeita o sectarismo político.
Áustria – A derrota da extrema-direita deixou aliviados os que temiam o efeito Trump e pensam que a democracia é bastante forte para barrar o caminho aos populistas, mas os demónios extremistas não foram erradicados e podem ganhar as próximas legislativas.
Itália – A humilhante derrota do PM no referendo inventado para alterar a Constituição deixou o país mergulhado na incerteza e a Europa com mais um problema.
Brasil – A promiscuidade entre o STJ e o Senado atingiu o auge ao aceitar que R.Calheiros permaneça presidente do Senado, de que fora afastado, mas saindo da linha sucessória da Presidência da Rep., contrariando a Constituição.
Egito – A explosão de uma bomba fez dezenas de mortos e feridos junto à catedral da Igreja Copta, no Cairo. O sectarismo contra a maior comunidade cristã (cerca de 10% da população) foi mais um ato intolerável do terrorismo islâmico.
ONU – A chegada de A.Guterres ao cume da Organização que procura o concerto das nações, para que o conserto do mundo ainda seja possível, encheu os portugueses de júbilo e o mundo de esperança, graças ao seu humanismo, competência e determinação.
Pena de morte – A crueldade e os erros judiciários deviam fazer da abolição o desígnio civilizacional a nível global, mas há risco de retrocesso em vários países, mesmo depois de um condenado do estado do Alabama (EUA) ter estado 13 minutos em agonia.
PR – Um presidente não é bom ou mau por ser hipercinético, mas ser um político culto, inteligente e com sentido de Estado, eleva o amor-próprio dos portugueses que a direita mais reacionária gostaria de ver acabrunhar com o aparecimento do diabo.
Síria – O Ocidente falhou. Dividiu os jihadistas em rebeldes [seus] e terroristas [outros] e demonizou o regime de Assad. Terminou por armar a Al-qaeda, empurrar milhões de refugiados para a Europa e cimentar uma temerária aliança entre Assad, Rússia e Irão.
D.Trump – Ao declarar que “EUA devem expandir o seu arsenal nuclear até que o mundo ganhe bom senso”, parece ignorar que o existente permite destruir várias vezes o Planeta, e o mundo assusta-se com o botão nuclear nas mãos de um empreiteiro.
Turquia – O assassínio do embaixador russo, perpetrado por um militar graduado da segurança pessoal do Pres. Erdogan, levanta dúvidas sobre a origem e finalidade da bárbara execução, após o entendimento dos dois países rivais acerca da Síria.
Filipinas – A Comissão dos Direitos Humanos anunciou a investigação das declarações de R.Duterte, que assumiu ter assassinado alegados traficantes de droga quando era presidente da Câmara. O PR é o delinquente eleito a apelar a execuções sumárias.
Allepo – As tropas do diabolizado ditador sírio libertaram a cidade mártir com a ajuda russa. Alegra-me que tornassem possível aos cristãos celebrarem a missa de Natal, pela primeira vez em 4 anos, após a vitória dos maus contra o Estado Islâmico.
Alexandrov Ensemble – O avião obsoleto, que transportava o grupo musical oficial do exército russo, com destino à Síria, caiu no Mar Negro. Calaram-se os instrumentos e as vozes do coro emblemático que, desde 1928, era uma referência mundial.
Terrorismo – Depois de Paris, Londres, Madrid ou Nice, Berlim e Zurique, com o assassínio extra do embaixador russo, em Ancara, no país onde o PR abandonou a defesa da Europa e se tornou uma das suas maiores ameaças.
Israel – Apesar da resolução aprovada pelo CS da ONU, contra a construção de mais colonatos nos territórios ocupados, Israel garantiu que a construção vai continuar. Não basta erradicar o antissemitismo, é urgente combater o sionismo.
Boko Haram – O ramo leal ao Estado Islâmico, que ansiava criar o califado na Nigéria, depois de gerar 15 mil mortos e 2 milhões de deslocados, está em desagregação...
...
Sonhar é fácil
(-F.S.Costa, 2/1/2017)
A tradição manda que invistamos esperança no ano novo. Mas ...será necessária uma boa dose de otimismo para ..., com um mínimo de realismo, colocar todas ... confiança no número 2017. ...
Vamos imaginar que a presidência de D.Trump traz um surto de estímulo à economia americana sem, em paralelo, provocar uma guerra comercial internacional, com recuos protecionistas e a indução de sérias tensões políticas com a China.
Nesse cenário, seria simpático poder vir a concluir que Israel não se sentirá com as “costas quentes” para aventuras regionais estimuladas pelos EUA e que, afinal, são destituídas de fundamento as preocupações quanto a uma eventual regressão no laborioso entendimento obtido entre os países ocidentais e o Irão, no tocante à questão nuclear.
Imaginemos também que, entre Moscovo e Washington, se estabelece um “gentlemen’s agreement” que coloque fim às ameaças, reais ou potenciais, à soberania dos Estados membros da NATO sitiados mais a Leste, talvez ligado a um acordo operacional, ou um simples “modus vivendi”, que permita uma qualquer estabilização na situação síria, capaz de neutralizar o Estado Islâmico e as suas decorrências em termos de refugiados e disseminação das metástases terroristas. E que a Turquia se retrai de ser um “troublemaker” + na região, num acordo tático com a Rússia.
Confiemos ainda em que as bravatas de Trump sobre o reforço da capacidade nuclear EUA e as ameaças à estabilidade do Tratado de Não-Proliferação não passaram disso mesmo. E, de igual modo, firmemos esperanças em que as proclamações contra o Acordo do Clima acabarão por se atenuar e que os EUA assumem uma atitude responsável em matéria de política energética.
Na Europa, talvez os efeitos da política anti-deflacionista do BCE possam, finalmente, ultrapassar os resultados meramente estabilizadores que têm obtido, apontando para efeitos concretos no crescimento e na criação de postos de trabalho, atenuando assim as tensões sociais e diminuindo a propensão para a exploração populista do mal-estar que atravessa certos setores.
Quem sabe se, nas eleições presidenciais francesas, a surpresa não será um resultado menos espetacular do que o previsto para Marine Le Pen, com a eleição de um presidente moderado. E que interessante seria se, na Alemanha, o resultado das eleições legislativas apontasse para uma rejeição das linhas radicais, arrastadas por um paralelo insucesso na Holanda e pela reversão, nas eleições italianas, da tendência para que o recente referendo apontava.
A isso se somaria, nesse cenário ideal, um recuo sensível no tropismo autoritário que ameaça a Hungria e a Polónia. Como cereja em cima deste bolo de harmonia tendencial, as negociações do Brexit apontariam, afinal, para inesperados pontos de compromisso com as instituições de Bruxelas, com efeitos sensíveis numa sustentada acalmia dos mercados.
E Portugal, neste cenário positivo? António Costa e Marcelo Rebelo de Sousa continuariam a representar um “duo dinâmico”, com o presidente e o primeiro-ministro a conseguirem desenhar, sem tensões, um equilíbrio inter-institucional sereno e sem surpresas. Marcelo, forte da sua popularidade, talvez venha a conseguir estimular uma propensão para acordos de regime em matéria de Justiça e de estabilidade fiscal, aproveitando uma eventual fragilidade dos parceiros da ala mais à esquerda da “geringonça”, forçadamente serenos pelo temor da possibilidade dos socialistas poderem obter, por si sós, uma maioria absoluta, em caso de eleições – a acreditar nas sondagens que já apontam nesse sentido. A direita, para quem as autárquicas podem não correr tão bem como tinham previsto, não estaria assim livre de entrar no questionamento de liderança do seu principal partido. E Costa, cuja habilidade é um dom inestimável, poderia resistir aos cantos de sereia de quantos, ao seu lado, anseiam por um teste eleitoral legitimador.
Uma estabilidade induzida por um surto de nova confiança americana, com impactos de acalmia no processo institucional europeu, desaparecidas as núvens francesas, alemãs e italianas, com o referidos estímulos do BCE a funcionarem, criaria um ambiente propício desdramatização da situação financeira portuguesa... apesar do insuportável peso da dívida não desapareça...
--(J. Freitas, 2/1/2017):
O mundo presta-se mal aos sonhos, infelizmente.
° Um camião acelerou contra a multidão em Berlim e um terrorista atira contra o embaixador russo na Turquia, e outro entra no dancing e mata 39 civis.
° Um ataque cirúrgico da NATO em Mossul, mata mais civis.
° Um Palestino foi assassinado. Um israelita foi ferido por um palestino.
°-O território russo aproxima-se perigosamente das bases da NATO.
° O futuro presidente da Republica Francesa já foi escolhido por um antigo membro do KGB.
° Os nazis austríacos gostariam de saber onde Marine Le Pen aprendeu a dançar tão bem as valsas de Viena em passo cadenciado baloiçando os braços.
° Ignorantes das técnicas de piratagem informática, os Americanos não foram capazes de ripostar aos Russos, e contentaram-se de expulsar alguns.
° O Dalaï Lama prepara-se a fazer uma declaração lamentando a sua inacção para o prisioneiro Mandela e a sua intervenção rápida para Pinochet, outrora retido alguns dias em Londres, para tomar o chá com a rainha.
°- Raul Castro está de acordo para fornecer uma lista nominativa dos prisioneiros em Cuba, se a ONG obtém a da Arábia Saudita onde a metade da população (isto é 14 milhões) está encadeada com interdição de sair sozinha para a rua, de recusar o casamento aos 10 anos, de divorciar, de agitar o “derrière” dançando, de deixar aperceber um string ao baixar-se, de chamar não importa quem “mio amor”, de mostrar o seu rosto, de fumar, de beber um cocktail na esplanada com as amigas, de conduzir o seu carro, de duvidar da existência de Deus, e tudo isso sob o pretexto que uma mulher livre, o Diabo habita-a!
E pois que o Senhor Embaixador conhece muito bem a França:
°O candidato Manuel Valls deplora o acidente estúpido de que foi vítima o ex-primeiro ministro Manuel Valls, ferido 6 vezes por uma arma de calibre 49-3 que manipulava imprudentemente.
° O desemprego vai baixar graças à lei favorecendo os despedimentos.
° Para sair da prisão, um esfomeado ladrão de queijo postula candidamente à presidência do FMI.
° Os cidadãos honestos Balkany repousam-se no seu Ryad de Marrakech.
° O candidato moderado François Fillon (talvez aquele que o Senhor vê no Eliseu) não é a favor nem contra os reembolsos da SS, antes pelo contrário.
° Os 500 ultra ricos do planeta enriqueceram ainda mais, enquanto que os assistidos fraudam o RSA.( RSI ?)
° Uma nova lei interdirá os abortos espontâneos das caixas dos supermercados.
° Graças aos progressos da cirurgia ambulatória um paciente em cada dois volta a casa depois duma operação, em vez de engarrafar os corredores do hospital numa maca.
° Os candidatos à primária do PSF juram que não decorarão com a Légion d’Honneur nenhum príncipe saudita, mesmo se Sarkozy e Hollande o fizeram.
° Os mesmos juram que não lhes venderão a Torre Eifel. (Os portugueses devem tomar as precauções necessárias, para proteger a Ponte Vasco da Gama. Os Chineses gostam muito….)
° Se Marine Le Pen “passa” em 2017, todos os figurinos das creches de Natal um pouco bronzeados, com aspectos de SDF ou migrantes, serão substituídos.
° Quanto ao presidente da Republica Portuguesa não acha que alguém deveria colar-lhe uma etiqueta em cada mão, com um D na mão direita e um E na mão esquerda?
---(J. Freitas, 2/1/2017):
Senhor Embaixador (F. S. da Costa), no meu comentário precedente, quis começar o Ano com uma nota ligeira, porque o céu me aparece bem sombrio…
Permita que deixe a minha opinião, um pouco mais séria, da situação que descreve muito bem no seu texto.
Claro, fez-se a Europa para exorcizar um novo conflito entre Europeus. Mas esta Europa nunca esteve tão dividida, e o Brexit é a expressão mais manifesta.
Os extremismos pululam. Áustria, Polónia, Ucrânia, Itália, França, Alemanha, nos fazem pensar a uma época que conhecemos bem.
A esta Europa vem juntar-se agora todos estes sangues (crentes de todas as religiões, migrantes, nacionais, cores de pele e incrédulos) que criam novos problemas.
Se ao menos soubéssemos que Europa queremos, Senhor Embaixador !
Desde a implosão da URSS o sistema que domina o mundo é o capitalismo de mercado (desregulado, neoliberal). Quem pode dizer o contrário?
O mercado dominante instituiu a chamada “mundialização” (/ 'globalização') que os espertos comparam ao sistema de “Bretton Woods” (do padrão ouro) de 1945, obra dos Americanos.
E quais são as diferenças fundamentais?
Redução do perímetro do Estado (privatizações, liberalizações), da qual saiu a maldição Reagan-Thatcher, reduzir a política pública e favorecer o “Mercado”.
Tudo pelo mercado, nada contra o mercado!
E as consequências foram:
Bolsas em folia, crises, explosão do desemprego e precariedades sociais no mundo, explosão das desigualdades no mundo (ditadura dos 1%, os mais ricos)
Retorno das guerras periféricas.
A mundialização, de facto, só procura contornar a as leis das Nações (os Estados e a sua soberania), resultado da História dos Povos para se impor como único regulador da taxa de lucro.
A minha firma pertenceu, numa certa época, a um grande grupo industrial francês, cujo patrão, Serge Tchuruk ( Ex-Alcatel) já falava das “empresas sem fábricas” .
Depois assistimos à emergência da “empresa sem capital” e “sem assalariados”.
Hoje falamos muito de “ Uberização” que corresponde à optimização da Mundialização.
Uma plataforma numérica que permite de contornar o imposto, fundamento da Republica desde 1789, mas também as regras sociais mais elementares.
Tenho a certeza que as reacções serão terríveis no futuro, e que veremos ressurgir as armas da luta de classes, como a cessão da actividade,
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