Um em cada três professores à beira de esgotamento (-Lusa, via i 13/5/2015)
Um terço dos professores portugueses sofre de elevados níveis de stress e 37% têm problemas de voz, alertou a Federação Nacional de Educação, que vai lançar uma campanha e exigir que o stress seja considerado doença profissional.
Duas investigadoras da Unidade de Investigação em Psicologia e Saúde, do Instituto Superior de Psicologia Aplicada (ISPA), inquiriram 800 docentes portugueses e descobriram que 30% tinham níveis elevados de "burnout" (estado de esgotamento físico e mental provocado pela vida profissional).
Os resultados da investigação, que ainda não terminou, foram agora divulgados pela Federação Nacional de Educação (FNE), que sublinhou a “relação directa entre o elevado nível de burnout e os baixos níveis de satisfação no trabalho”.
As investigadoras do ISPA perceberam que a idade, o tipo de contrato, a experiência profissional e o tipo de ensino têm influência nos níveis de stress: os professores mais velhos têm níveis de burnout superiores assim como os que dão aulas no secundário (e 3º ciclo, e em vários níveis/anos/escolas).
“Os professores do ensino secundário apresentam valores mais elevados de stress, exaustão emocional e maior falta de reconhecimento profissional”, recorda a FNE, sublinhando que as mulheres também são mais afectadas.
No mesmo sentido, os docentes responsáveis por alunos com necessidades educativas especiais também sofrem mais de ansiedade, burnout e preocupações profissionais.
Turmas muitos grandes e com muitos alunos e estudantes mal comportados são duas das causas que provocam stress nos docentes, que se queixam dos baixos salários, das condições de trabalho precárias, da grande exigência de tarefas burocráticas, pressão de tempo para o desempenho das tarefas e as exigências na relação com alunos e pais.
Um outro estudo realizado pelo Sindicato de Professores da Zona Norte (SPZN) revelou uma elevada prevalência de problemas de voz.
Trinta e sete por cento dos professores têm uma perturbação vocal profissional, sendo que a grande maioria dos docentes (85%) nunca teve qualquer treino vocal durante o seu percurso profissional, segundo o rastreio de voz feito a 325 professores, educadores e formadores, realizado durante a Campanha Defende a Tua Voz, pelo SPZN.
A FNE lança esta semana uma campanha de saúde para alertar os profissionais da educação para o impacto do stress, dos problemas da voz e das lesões músculo-esqueléticas, com sessões de esclarecimento e debate que começam na sexta-feira, em Ponta Delgada, e vão prolongar-se nos próximos meses em várias cidades do país.
A Federação planeia ainda intervir junto do Governo, no sentido de verem criados mecanismos de protecção destes trabalhadores. Segundo a assessora da FNE, no final das sessões a federação pretende pressionar o governo para que o stress passe a ser considerado uma doença profissional.
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A canalha e a sociedade que criámos ou (não) queremos.
Na semana passada as televisões, os jornais e as "redes" foram tomadas de assalto por uma gravação com um ano. A coisa passava-se numa rua da Figueira da Foz. Umas raparigas entretinham-se a bater num rapaz, nitidamente mais enfezado do que elas, inerme a socos e a bofetadas. ... ...para a tradicional brigada de psicólogos e de "assistentes sociais" (e comentadores) aparecer, a título póstumo, para carpir o evento e para as "autoridades" procederem a "identificações", um ano passado (!).
Isto só tem importância para quem persiste em ignorar no que se transformaram as escolas (públicas) ... Varrida a disciplina (e as condições externas e internas para existir um bom ambiente de estudo e ensino,) para não incomodar excessivamente pais e filhos, "estruturados" e (famílias) "desestruturados", escola e rua tendem a confundir-se. E no meio da miudagem que ainda quer aprender algo, (e não pode porque mais de metade do tempo é utilizado para 'amainar' a turma) ou que a tal é, como lhe compete, obrigada pelas suas circunstâncias de tempo e de modo, vai proliferando a má/ falta de educação. (de futuros e actuais cidadãos)
Entretanto, ... o final simbólico da primeira liga da bola trouxe milhares de pessoas para as ruas. Antes disso, porém, em Guimarães alguma "massa associativa" festejou de outra forma. Armazéns, bares, sanitários e cadeiras do estádio local foram selvaticamente arrombados, assaltados e destruídos (seria pior se a sua frustração tivesse alvo na família !!). (Havendo também excessos/ abusos securitários ou "actuação desproporcionada" de alguns agentes). Em Lisboa, as festividades terminaram com mais de cem feridos e mais destruição depois de, no meio daqueles que estavam simplesmente felizes, ter emergido a canalha. ... ... O que nos foi mostrado da Figueira, de Guimarães e de Lisboa foi intolerância, estupidez, infantilismo e fanatismo (, falta de civismo e de educação à mistura com muita frustração e comportamentos de massa). ... e outra oportunidade para os mídia captarem audiências (e 'telefonemas a pagar'), os políticos e comentadores se pavonearem, o desgoverno anunciar mais medidas da treta, ... e continuar tudo na mesma, i.e. deixar a maioria desta sociedade, e a educação, a cidadania, a dignidade, a liberdade igualdade fraternidade e justiça , ... irem para o esgoto !). (JN , adaptado)
Abusos de Autoridade, securitarismo, cultura organizacional não democrática, falta de civismo, ... brutalidade, mentira, ocultação, impunidade, arbitrariedade, ...
-------- (polícia) filipe silva não é uma excepção, não
(f., 19.05.15, Jugular)
é a regra. como a atitude geral dos colegas presentes e da corporação e sindicatos face à evidência demonstra.
(e como outros vídeos da noite de domingo -- viram aquele polícia que no marquês se aproxima a correr de um homem de camisola do benfica que caminha descontraidamente e, pelas costas, lhe desfere um PONTAPÉ que o desequilibra e de seguida uma CACETADA ?
--, para os quais não há uma palavra da direcção da PSP, da IGAI, seja de quem for com responsabilidade de tutela, a anunciar inquéritos ou averiguações, ilustram).
perante a BRUTALIDADE sem justificação e a MENTIRA oficializada no auto do caso de guimarães, ambas públicas e sem negação possível, a única preocupação da psp -- e da tutela -- é limitar danos, OCULTANDO-se atrás de procedimentos administrativos e tentando que o tempo traga o ESQUECIMENTO e permita a IMPUNIDADE (como sempre, aliás).
o simples facto de perante o que sucedeu instaurar só UM procedimento DISCIPLINAR -- e os outros agentes que colaboraram na brutalização e/ou assistiram impávidos não cometeram também faltas disciplinares/ CRIMES ? sério?
-- demonstra a intenção de mais uma vez fazer crer que os problemas de desrespeito pela lei e missão da polícia são de 'elementos' e não a CULTURA da instituição.
e no mesmo sentido, para não variar, vai o discurso geral dos comentadores e dos políticos.
chegou-se mesmo ao ridículo de incensar um polícia que agarra a criança aterrorizada como se de um acto de heroísmo se tratasse, e não da coisa mais normal do mundo:
é um agente das forças de segurança, fez o que seria de esperar de qualquer pessoa -- repito, qualquer pessoa -- e está tudo a falar daquilo de uma forma que só pode querer dizer que da polícia, ou daquele corpo da polícia, não se espera que aja como pessoa normal, como PESSOA simplesmente.
não, meus queridos. não.
deixem-se de meter a cabeça na areia, deixem-se disso que nos trouxe onde estamos, que é ao facto de hoje, 2015, a polícia portuguesa ter, continuar a ter, um GRAVE PROBLEMA de brutalidade e impunidade.
nunca perdeu os tiques autoritários e militaristas do pré-25/4. nunca se democratizou.
41 anos disto, 41. e ainda há -- aliás é o que mais há, e mesmo neste momento de momentânea indignação nacional (viva o futebol por uma vez), quem defenda que exigir que os polícias cumpram a lei e a constituição é 'diminuir-lhes a autoridade'.
enquanto assim for, todos -- todos, todos, mesmo todos, como descobriram se calhar no domingo os que
acham que se for na cova da moura ou com ciganos, brasileiros, putas, manifestantes, anarquistas e quejandos está bem e só se perdem as que caem no chão,
estamos sujeitos à pura ARBITRARIEDADE no uso de uma FORÇA que investimos e armámos para nos DEFENDER.
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Portugal deveria seguir o exemplo do reino unido e ter 1 "police complaints comission", que não dependa da tutela para investigar e aprovar relatórios, e acompanhar as medidas a tomar... processos disciplinares.... revisão de regras, instruções, comportamentos, chefias, orgânica...
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também a Ministra da Admin.Interna não foi capaz de pedir desculpa ao país, enquanto responsável máxima por aquele polícia.
De Ah, sociedade !!: 1964 e 2015... a 28 de Maio de 2015 às 17:50
As diferenças de como lidar em várias situações em 1964 e 2015!
É mais ou menos assim !
--- Situação: O fim das férias.
Ano 1964:
Depois de passar 15 dias com a família atrelada numa caravana puxada por um Fiat 600 pela costa de Portugal, ou passar esses 15 dias na praia do Castelo do Queijo, terminam as férias. No dia seguinte vai-se trabalhar.
Ano 2015:
Depois de voltar da República Dominicana de uma viagem com tudo pago, terminam as férias. As pessoas sofrem de distúrbios de sono, depressão, seborreia e caganeira.
---: Chega o dia de mudança de horário de Verão para Inverno.
Ano 1964:
Não se passa nada.
Ano 2015:
As pessoas sofrem de distúrbios de sono, depressão e caganeira.
---: O Pedro está a pensar ir até ao monte depois das aulas, assim que entra no colégio mostra uma navalha ao João, com a qual espera poder fazer uma fisga.
Ano 1964:
O director da escola vê, pergunta-lhe onde se vendem, mostra-lhe a sua, que é mais antiga, mas que também é boa.
Ano 2015:
A escola é encerrada, chamam a Polícia Judiciária e levam o Pedro para um reformatório. A SIC e a TVI apresentam os telejornais desde a porta da escola.
---: O Carlos e o Quim trocam uns socos no fim das aulas.
Ano 1964:
Os companheiros animam a luta, o Carlos ganha. Dão as mãos e acabam por ir juntos jogar matrecos.
Ano 2015:
A escola é encerrada. A SIC proclama o mês anti-violência escolar, O Jornal de Notícias faz uma capa inteira dedicada ao tema, e a TVI insiste em colocar uma equipe de reportagem à porta da escola a apresentar o telejornal, mesmo debaixo de chuva.
---: O Jaime não pára quieto nas aulas, interrompe e incomoda os colegas.
Ano 1964:
Mandam o Jaime ir falar com o Director, e este dá-lhe uma bronca de todo o tamanho. O Jaime volta à aula, senta-se em silêncio e não interrompe mais.
Ano 2015:
O director manda o Jaime para o psicólogo, administram-lhe umas valentes doses de Ritalin. O Jaime parece um Zombie. A escola recebe um apoio financeiro por terem um aluno problemático.
---: O Luis parte o vidro dum carro do bairro dele. O pai caça um cinto e espeta-lhe umas chicotadas com este.
Ano 1964:
O Luis tem mais cuidado da próxima vez. Cresce normalmente, vai à universidade e converte-se num homem de negócios bem sucedido.
Ano 2015:
Prendem o pai do Luís por maus-tratos a menores. Sem a figura paterna, o Luís junta-se a um gang de rua. Os psicólogos convencem a sua irmã que o pai abusava dela e metem-no na cadeia para sempre. A mãe do Luís começa a namorar com o psicólogo. O programa da Fátima Lopes mantém durante meses o caso em estudo, bem como o Você na TV do Manuel Luís Goucha.
---: O Zézinho cai enquanto praticava atletismo, arranha um joelho. A sua professora Maria encontra-o sentado na berma da pista a chorar. Maria abraça-o para o consolar.
Ano 1964:
Passado pouco tempo, o Zézinho sente-se melhor e continua a correr.
Ano 2015:
A Maria é acusada de perversão de menores e vai para o desemprego. Confronta-se com 3 anos de prisão. O Zézinho passa 5 anos de terapia em terapia. Os seus pais processam a escola por negligência e a Maria por trauma emocional, ganhando ambos os processos. Maria, no desemprego e cheia de dívidas suicida-se atirando-se de um prédio. Ao aterrar, cai em cima de um carro, mas antes ainda parte com o corpo uma varanda. O dono do carro e do apartamento processam os familiares da Maria por destruição de propriedade e ganham. A SIC e a TVI produzem um filme baseado neste caso.
---: Um menino branco e um menino negro andam à batatada por um ter chamado 'chocolate' ao outro.
Ano 1964:
Depois de uns socos esquivos, levantam-se e cada um para sua casa. Amanhã são colegas.
Ano 2015:
A TVI envia os seus melhores correspondentes. A SIC prepara uma grande reportagem dessas com investigadores que passaram dias no colégio a averiguar factos. Emitem-se programas documentários sobre jovens problemáticos e ódio racial. A juventude Skinhead finge revolucionar-se a respeito disto. O governo oferece um apartamento à família do miúdo negro.
---: Fazias uma asneira na sala de aula.
Ano 1964:
O professor espetava duas valentes lostras bem merecidas. Ao chegar a casa o teu pai dava-te mais duas porque 'alguma deves ter feito'
Ano 2015:
Prof e pais pedem-te desculpa e compram-te Playstation3.
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