De Valores, práticas e o Futuro ocidental a 29 de Novembro de 2016 às 13:49

----- Linhas vermelhas? (da Alemanha/UE? ao próximo presidente dos EUA)
(-por N.Serra, 19/11/2016, Ladrões de B.)

«A Alemanha e os EUA estão ligados por valores.
A democracia, a liberdade, o respeito pelo direito, a dignidade do homem independentemente da sua cor de pele, da sua religião, do seu sexo, da sua orientação sexual ou das suas convicções políticas.

É na base desses valores que eu proponho uma cooperação estreita ao futuro presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.»

Angela Merkel, naquela que foi, surpreendentemente, uma das reações mais frontais, claras e corajosas à vitória de Donald Trump.
Para ser consequente, como deve - e retirar todas as ilações que resultam da sua própria declaração - a chanceler terá contudo que começar por
assumir o impacto que as políticas de austeridade e os atropelos à soberania dos Estados tiveram no recrudescer da extrema-direita na Europa
(como sucedeu de forma particularmente clara e grave na Grécia)
e tomar posições concretas, e igualmente firmes, caso a administração norte-americana ponha em causa os tais valores de que depende, segundo Merkel, a futura cooperação com os EUA.


---Adelino Silva:
Convenhamos que vivemos um período bestial em que predomina a mentira de estados e estadistas que por sua vez impõem sistemas fracturantes aos trabalhadores produtores e aos povos europeus.

Madame Merkel tem mostrado quanto vale nesta globalizante frustração ...
Como se deve perceber ela não esta´ a retratar-se, ela esta´ a querer ser mais papista que o Papa.

--Jaime Santos disse...
Não deixa de ser irónico que nos tempos que correm seja a Alemanha o mais coerente defensor dos valores da Democracia (neo)Liberal,
em particular de uma solução global para o problema dos refugiados
(que contribuiu para criar ao retirar recursos à ACNUR, é certo, mas pelo menos sempre teve uma atitude bem mais prudente que a França, o RU e os EUA relativamente aos problemas líbio e sírio).

Quem conhece o País e a sua Lei Fundamental não estranhará. E a postura relativamente à Grécia ou à imposição de medidas de austeridade aos restantes Países da zona Euro nada tem que ver com o comportamento da Alemanha Nazi, e quem se põe a brincar com tais coisas ou não sabe do que fala e é ignorante ou sabe e é no mínimo irresponsável.

E, convenhamos, entre a rigidez estúpida e algo hipócrita dos alemães, e as soluções que andam na cabeça de muitos dos novos nacionalistas de todas as cores, e que já foram aliás experimentadas nos mais diversos sítios com os lindos resultados que se conhecem, eu prefiro de longe os chatos dos alemães...

---Anónimo :
Sim, sim, claro que a "cooperação" europeia com os EUA de Trump só se fará se o recém eleito POTUS se reger pelos altos princípios da impoluta chanceler alemã.
Que valimento terão esses elevados princípios (típica e exclusivamente europeus ou singularmente alemães?) da Senhora Merkel se tivermos em conta a recente história da política externa alemã -
o reconhecimento prematuro da independência eslovena,
o apoio flagrante (em dinheiro e em armas) aos "ustasha" croatas,
a participação em sucessivas aventuras da NATO (a Alemanha tem, neste preciso momento, tanques estacionados na fronteira ocidental da Federação Russa),
a destruição, pura e simples da Grécia,
o apoio à subida dos neonazis ucranianos "europeístas" ao poder por meio de um golpe de estado -
isso é coisa que não é chamada para a avaliação das sinceríssimas palavras do nosso querido Bismarck de saias.


Comentar:
De
 
Nome

Url

Email

Guardar Dados?

Ainda não tem um Blog no SAPO? Crie já um. É grátis.

Comentário

Máximo de 4300 caracteres