Sábado, 10 de Maio de 2014
Contra a Escravatura, a Violação e o Rapto das Crianças !
Não ao Casamento com Crianças ! Não ao Rapto ! Não ao Tráfico !
A história é (vagamente) conhecida: membros de um grupo islâmico ultraradical raptaram as alunas de uma escola enquanto dormiam, levaram-nas para a selva e terão começado já a vendê-las por 12 dólares como escravas, para casamentos forçados, nas fronteiras com o Chade e com os Camarões. Tudo para que não continuem a receber educação «ocidental».
Um excerto do vídeo de 56 minutos em que Boko Haram, líder do grupo raptor, se explica:
As
famílias desesperam, o governo nigeriano titubeia, a
ONU pressiona hoje, lembrando que «
escravizar e abusar sexualmente de pessoas pode constituir
crime contra a humanidade» e pede ao presidente do país « agilidade na solução do caso».
Mas a verdade é que o mundo em geral (e os meios de comunicação em particular) prestou muito mais atenção à queda de um avião da Malásia e ao naufrágio de um barco na Coreia do Sul, situações em que, infelizmente, pouco ou nada havia a fazer para além de recuperar cadáveres e identificar culpados, do que a este caso em que 200 pessoas estão vivas e deviam poder ser resgatadas, tão urgentemente quanto possível.
Mas o sobressalto não parece ser tão grande assim. Tivesse isto acontecido nos Estados Unidos ou num país europeu e outros galos cantariam. Esta é a triste realidade dos factos
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“RELATÓRIO GLOBAL SOBRE O TRÁFICO DE SERES HUMANOS 2014” – MULHERES PARA EXPLORAÇÃO SEXUAL, HOMENS PARA EXPLORAÇÃO LABORAL por clara castilho
By claracastilho / 5 de Dezembro de 2014, http://aviagemdosargonautas.net/ .
No dia 24 de Novembro 2014 foi apresentado o «Relatório Global sobre o Tráfico de Seres Humanos 2014», das Nações Unidas.
Ficamos a saber que cerca de metade das vítimas deste tipo de tráfico é do sexo feminino. Mais grave, 20% são raparigas de idade inferior a 18 anos, com uma taxa para o sexo feminino de 69%. E são-no, maioritariamente, para fins de exploração sexual e com um aumento significativo de meninas. Quanto aos 31% que incidem sobre o sexo masculino, o tráfico é feito maioritariamente para fins de exploração laboral.
Yury Fedotov afirma: “Infelizmente, o Relatório mostra que não há nenhum lugar no mundo onde as crianças, as mulheres e os homens estejam a salvo do tráfico”.
Voltando aos dados, em cada três vítimas conhecidas de tráfico de pessoas, uma é criança – um aumento de 5% em comparação com o período 2007-2010.
Dando a volta ao mundo, vemos que nenhum país está imune – hápelo menos 152 países de origem e 124 países de destino afectados pelo tráfico de pessoas, e mais de 510 fluxos de tráfico ao redor do planeta. O tráfico ocorre principalmente dentro das fronteiras nacionais ou dentro de uma mesma região, sendo que o tráfico transcontinental afecta principalmente os países ricos. Em algumas regiões – como a África e o Oriente Médio – o tráfico de crianças é uma grande preocupação, já que elas representam 62% das vítimas.
O tráfico para trabalhos forçados – incluindo os sectores industrial e de construção, trabalho doméstico e produção têxtil – também aumentou continuamente nos últimos cinco anos. Cerca de 35% das vítimas de tráfico detectadas para trabalhos forçados são mulheres.
A maioria dos fluxos são interregionais, e mais de 6 entre 10 vítimas cruzaram, pelo menos, uma fronteira nacional. A grande maioria dos traficantes condenados – 72% – é masculina e são cidadãos do país em que operam.
Mas vamos a factos: que acontece a quem trafica?
O relatório destaca que a impunidade continua sendo um problema sério: 40% dos países apontou apenas algumas ou nenhuma condenação, e ao longo dos últimos 10 anos, não houve um aumento perceptível na resposta da justiça global a este crime, deixando uma parcela significativa da população vulnerável.
O Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC) implementa medidas que reflectem as três convenções internacionais de controle de drogas e as convenções contra o crime organizado transnacional e contra a corrupção. O trabalho do UNODC está baseado em três grandes áreas: saúde, justiça e segurança pública.
O UNODC possui escritórios de campo, nacionais e regionais, que cobrem mais de 150 países. Trabalhando directamente com governos e organizações não-governamentais, as equipes de campo desenvolvem e implementam programas de controle de drogas e de prevenção à criminalidade, sempre adaptados às necessidades locais dos países atendidos.
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