A isto chama-se consciência e sentido de responsabilidade, para com os portugueses e para com o futuro de Portugal
--------- Paremos de cavar! (-por D.Moreira, 365forte, 11/3/2014)
Ainda não li o "Manifesto dos 70 Notáveis", a publicar no Público de 12/3/2014, mas vendo as reacções dos neoliberais mais fanáticos da nossa praça, a que se juntou o discurso de Passos na inauguração da nova sede da PJ, é notório que o Manifesto acertou em cheio.
Pelos vistos o que ele diz é simples: a nossa dívida pública não é sustentável, e tem de ser reestruturada.
Se tivermos em atenção que o nosso stock de dívida não tem parado de crescer, mesmo com toda a austeridade imposta, que o superávit orçamental ainda é uma miragem, e que a nossa taxa de juro média continuará sempre acima da nossa taxa de crescimento real, a pergunta que se impõe é como alguém pode pensar que a nossa dívida é sustentável.
Ou a dívida é reestruturada, ou simplesmente alguém terá que nos financiar o seu pagamento, a taxas inferiores ao mercado. E mesmo a austeridade imposta, como contrapartida desse financiamento, não consegue tornar a dívida sustentável, pelo contrário só agravando as nossas possibilidades de crescimento económico.
Estamos dentro de um buraco, cada vez mais fundo. E continuamos a cavar.
---------- Entre a reestruturação e a bancarrota (-por Sérgio Lavos)
Sobre a premência da reestruturação da dívida portuguesa - de resto, defendida desde 2011 pelo BE e pelo PCP, é preciso não esquecer -, e a sua insustentabilidade, deixo aqui estes dois artigos*, um publicado em Fevereiro passado no New York Times: “Portugal’s debt is just not sustainable,”... “In fact, it is even more unsustainable than Greece.” E o outro um comentário ao relatório apresentado pelo analista do hedgefund que apostou na bancarrota de Portugal: "Portugal alone is enough to sink the Eurozone given ECB leverage. ...
--------- Vivó luxo (-por LNT [0.090/2014] )
“Não percebo para que serve uma sede da judiciária tão "IN" se os grandes ladrões andam "OUT" por prescrição e outros amiguismos da mesma laia”. Lido no meu FB há instantes
As obras de fachada sempre foram do agrado de quem pouco faz.
Que o diga Cavaco que só não fez mais dois quarteirões de Centro Cultural de Belém porque lhe faltou o tempo.
A notícia de hoje é a nova sede da judite que irá albergar polícias sem dinheiro para pagarem a renda de casa e os estudos dos filhos e mais
meia dúzia de pequenos delinquentes, porque os grandes andam por aí a pavonear-se e a assobiar para o lado. A notícia de há dois dias foi a de que
mais uma prescrição deixou o nosso dinheiro no bolso de quem se fez pagar com luxo e mordomia e ainda contribui para que os juros, que não se querem negociar, vão parar ao bolso de outros como ele.
(19 de Março de 2014, por AG )
Manifesto é arma negocial mas PM não sabe, nem quer, usá-la
"Preocupa-me que o Primeiro Ministro hoje vá a Berlim e em vez de ir escudado nos pesados sacrifícios e absurdas injustiças infligidas aos portugueses com tão desastrosos resultados, e ir armado do Manifesto,
se apresente de novo de baraço ao pescoço a estender a mão à compaixão da suserana Merkel.
Não é apenas por incompetência e por incapacidade diplomática para negociar na Europa e com a Europa, por Portugal.
É por manifesta submissão aos interesses que estão a destruir Portugal e a Europa.
É contra esses interesses que o Manifesto conseguiu demonstrar haver consenso em Portugal".
Extracto da minha crónica de ontem no "Conselho superior" da ANTENA 1, que pode ler-se na íntegra na ABA DA CAUSA http://aba-da-causa.blogspot.com/2014/03/o-manifesto-dos-74-e-as-reaccoes-que.html
O manifesto
«Em 1974, o país encontrava-se exangue por 13 anos de guerra,
resumindo-se as perspectivas de um jovem a combater no Ultramar, com risco de vida, ou fugir e nunca mais regressar.
Até que houve um general que escreveu um livro, no geral um chorrilho de disparates, mas que dizia duas coisas óbvias:
a situação era insustentável e não se conseguiria ganhar a guerra.
O livro causou escândalo nacional, houve uma reunião de chefes militares em apoio ao governo, e os dois generais envolvidos na sua publicação foram exonerados.
Só que, depois de o óbvio ter sido dito, toda a gente percebeu que o regime estava a prazo e, de facto, não durou mais de dois meses.
Hoje, o país também se encontra exangue com uma dívida que não conseguirá pagar, mesmo depois de sacrifícios impensáveis.
Os velhos vêem desaparecer todos os dias os seus magros rendimentos e os jovens abandonam o país.
O Presidente já anunciou que só com níveis de crescimento nunca antes verificados conseguiremos ver a dívida reduzida para valores aceitáveis em 2035.
Não admira, por isso, que tenha surgido um manifesto que, com ou sem disparates, disse também o óbvio:
esta dívida é insustentável e a sua reestruturação é inevitável.
O manifesto causou escândalo numa série de apaniguados do governo e o Presidente viu-se obrigado a exonerar dois consultores, mas o óbvio também ficou dito.
Se a única solução dos nossos governantes é continuar nesta política até 2035, podem começar já a arrumar as secretárias.»
( [i] Luís Menezes Leitão. , via OJumento 19/3/2014)
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