Esquerda canhestra orgulhosamente só
(Aventar, 04/10/2015 por Sarah Adamopoulos, )
A confirmarem-se os resultados das primeiras projecções, saberemos várias coisas.
1ª – que a massa abstencionista votou no PàF (ver post sobre 'abstenção' e 'voto' que é distribuído pelos grandes partidos, pelo método de Hondt), compreendam isto de uma vez por todas.
Gente desinformada, vítima do desinvestimento na Educação e na Cultura que o PSD/CDS e o PS têm levado por diante,
que se abstém por não perceber que o sistema não confere a esse não-voto de protesto o significado que gostariam que tivesse.
Gente doente, também.
2ª – que a divisão da esquerda é um desgosto para a esquerda. A ausência de estratégia roça a náusea:
os compromissos que não querem fazer, de que não são capazes, revelam a sua doença
– doença histórica, de gente de pensamento anacrónico, que faz tábua rasa da realidade que não foi capaz de impedir e a que agora oferece um tempo extra, em nome, também, da manutenção dos seus pequenos poderes locais.
3ª – que as fantasias dessa esquerda são indignas da esquerda:
as dos que prosseguem sonhando com um apoio popular maciço, com a sublevação revolucionária, sonhos de que não abrem mão, enquanto o povo definha e o neoliberalismo decadente sobrevive mais uns anos.
4ª – que permanece por experimentar um compromisso inteligente e estratégico entre todas as forças à esquerda.
5ª – que está por realizar um diálogo de compromisso com os pequenos partidos, indistintamente considerados.
Negociar acção legislativa com os pensionistas e reformados, negociar acção legislativa com os ecologistas (Verdes, PAN, ...), conversar tudo isso, fazer compromissos.
Aprendam a ceder, a dar e a receber. O diálogo democrático é isso.
Apenas o Livre parece ter percebido isso.