22 comentários:
De PaFiosos neoLiberais e tachistas. a 13 de Outubro de 2015 às 12:14
Que se lixe o TINA mais as eleições

(TINA= "there is no alternative"; "Não há alternativa" - o refrão/propaganda da direita para desmobilizar os descontentes com o centrão de interesses)

( Novíssimo 'programa' do PàF, para obter apoio ou abstenção do PS ):

«Virar de página na política de austeridade e na estratégia de empobrecimento»;
«defesa do Estado Social e dos serviços públicos»;
«relançamento do investimento em ciência, na inovação, na educação, na formação e na cultura»;
«um novo modelo de desenvolvimento e uma nova estratégia de consolidação das contas públicas, assente no crescimento e no emprego»;
«uma política reforçada de convergência e coesão»;
«restituição de feriados»;
«política de rendimentos»;
«IVA na restauração»;
«combate à precariedade»;
retirada do «cheque educação e das escolas independentes».

Estas são algumas das medidas e domínios em que a coligação de direita parece estar disposta a ceder, em nome da obtenção de um acordo de governabilidade com o Partido Socialista.

É como diz o João Galamba:
«PSD e CDS acusavam PS de ter um programa irresponsável e demagógico, que dava tudo a todos (...).
A desorientação (...) é tanta que parecem ter mudado radicalmente de opinião e até já admitem governar com esse programa».

Acabou-se pois o TINA.
Afinal HÁ ALTERNATIVAS e as medidas do programa eleitoral socialista tornaram-se, num ápice, «compatíveis» com a estratégia política da direita.
Tudo a bem da pátria, claro está.
O ajustamento e os sacrifícios, nos últimos quatro anos, foi só por brincadeira.

(-por Nuno Serra, 13.10.15, Ladrões de B.)
---------
Dias:
As “medidas e domínios em que a coligação de direita está a disposta a ceder”, estão completamente fora da sua órbita e da TINA.
Para quem não tinha qualquer programa, a não ser prosseguir com a austeridade, isto só mostra desespero.
Há duas razões:
primeira, a coligação quer manter o poder a todo o custo,
segunda, quer impedir por todos os meios que se desfaça o mito bafiento do “arco da governação”, que lhe tem servido durante décadas.

Das “boas intenções” deste governo colaboracionista e perito na duplicidade, estamos todos fartos.
Esta cambalhota monumental só convence quem quer.

Agora digo eu:
mais importante que a reposição dos feriados, a devolução da sobretaxa, ou outra medida qualquer, o que é mesmo imperioso é correr com este governo.


De Recusar «Arco da governação». a 13 de Outubro de 2015 às 16:49
Recusar a teoria do arco da governação.

Na "Moção Política sobre as Grandes Opções de Governo", apresentada por António Costa em Agosto 2014 para as Primárias do PS que tiveram lugar em Setembro, lê-se o seguinte, a concluir o capítulo intitulado "A responsabilidade do PS":

O tão abusado conceito de "arco da governação" não pode servir para justificar a exclusão sistemática de certos partidos da responsabilidade de governar.
É na sua pluralidade que o Parlamento representa o país e não há qualquer razão para o PS ignorar as aspirações dos eleitores representados pelos partidos à sua esquerda.
Os apelos ao consenso e ao compromisso não podem ser instrumentalizados, como já foram, para tentar proteger as políticas do atual governo para lá de futuras eleições.
O país não precisa de consensos artificiais e opacos para que tudo fique na mesma.
O que o país precisa é de compromissos transparentes e assumidos, onde as diferenças são o ponto de partida para convergências sólidas e relevantes, em torno de uma estratégia que vá para além de uma legislatura.

Há um problema de governabilidade à esquerda, com raízes históricas e ideológicas profundas, que tem dado uma inaceitável vantagem estratégica à direita.
A gravidade do momento presente obriga a enfrentar esse problema.
Que uma parte significativa do eleitorado há décadas não se envolva em nenhuma solução de governo, representa um empobrecimento da democracia.
Só por si, a contestação e a oposição não resolvem os problemas dos portugueses.
A esquerda que no Parlamento se senta à esquerda do PS não pode voltar a enganar-se de adversário, porque no passado cometeu erros de avaliação que foram determinantes para eleger o atual governo PSD/CDS.

A necessidade da alternativa não permite deixar os portugueses na incerteza da governabilidade.
Por isso, o PS assume a responsabilidade de construir uma nova maioria para um novo ciclo.

Depois, o XX Congresso Nacional, na Moção Política então aprovada, reafirma a recusa da teoria do arco da governação:

É na sua pluralidade que o Parlamento representa o país.
Nenhum conceito que vise limitar o alcance da representação democrática, como o conceito de "arco da governação", pode servir para excluir sistematicamente certos partidos das soluções de governo.
Ao mesmo tempo, o facto de sectores significativos do eleitorado não se envolverem na partilha de responsabilidades de governar, representa um empobrecimento da democracia.
O momento do país exige da representação democrática, na pluralidade dos seus atores, uma capacidade para compromissos alargados, transparentes e assumidos – até para estimular e acompanhar o indispensável compromisso social.


De Política minada por PaF e UEuro. a 13 de Outubro de 2015 às 17:02
Um terreno minado por todos os lados

Ao surgir como actor incontornável de qualquer solução governativa, o PS parece ter sabido transformar uma derrota eleitoral numa vitória política. No entanto, quem julga que os socialistas estão numa posição negocial confortável, desengane-se.

Nas negociações com a direita, dá a entender que o PS conseguiu quase tudo. As direcções do PSD e do CDS mostram-se disponíveis para acolher as principais bandeiras eleitorais dos socialistas: redução do IVA da restauração, maior celeridade na reposição dos salários da função pública e na eliminação da sobretaxa do IRS, recusa do plafonamento da segurança social e defesa da diversificação das fontes de financiamento, recusa do cheque-ensino, reposição dos feriados civis, entre outras. Depois de ter acusado o PS de ter um programa irresponsável e demagógico, os partidos da direita acabam por reconhecer que existem mesmo alternativas à sua própria governação.

Também nas negociações à esquerda o PS parece ter conseguido o impossível. PCP e BE passaram grande parte da campanha eleitoral a distanciar-se do PS, enfatizando as semelhanças entre o programa socialista e as orientações fundamentais da direita. Agora parecem estar dispostos a pôr de lado a oposição de sempre às regras orçamentais europeias e a exigência de reestruturação da dívida, em nome de uma solução que retire a direita do poder.

No entanto, há muito por esclarecer.

Apesar da sua aparente conversão às alternativas, PSD e CDS lá vão dizendo que aceitam tudo para continuar no governo, desde que não seja posto em causa o limite de 3% do PIB para o défice orçamental . Os jornais e os comentadores acreditam que há aqui espaço para aproximar posições, uma vez que até agora o objectivo do governo era atingir um défice de 1,8% em 2016. Acontece que o FMI prevê que o défice seja de 2,8% (e não de 1,8%), isto num cenário relativamente optimista para a economia mundial. A ser assim, a margem de negociação fica reduzida, na melhor das hipóteses, a 0,2%.

E se os cenários menos optimistas dos que os do FMI (aqueles que prevêem uma desaceleração acentuada do crescimento económico global em 2016) se concretizarem? Nesse caso, as finanças públicas irão degradar-se ainda mais e o cumprimento das metas vai exigir novas medidas de austeridade. E o que fará o PS se estiver na oposição? Se aceitar essas medidas, será acusado de compactuar com a austeridade (o que disse que não faria); se não as aceitar e forçar a queda do governo, será acusado de querer desrespeitar as regras europeias (o que também disse que não queria).

Os riscos das soluções à esquerda não são menores. Mesmo que PCP e BE reduzam ao mínimo as suas condições para viabilização de um governo do PS, caso a situação económica se degrade essas condições vão contribuir para colocar as metas orçamentais em risco. Nesse caso, o PS terá de optar entre regressar à austeridade ou desrespeitar os “compromissos europeus”. E se esta última for a opção do PS, que farão PCP e BE: deixar-se-ão co-responsabilizar pela adopção de políticas austeritárias (destruindo o espaço político que ocuparam nos últimos anos) ou retirarão o tapete ao PS (sendo responsabilizados pela instabilidade política)?

Ou seja, na perspectiva do PS, o sucesso de qualquer das possíveis soluções negociais depende crucialmente da evolução da economia nos próximos anos (o mesmo se aplica ao PCP e ao BE na solução de governo do PS). Alguns observadores atentos afirmam que estamos já a caminho de uma recessão económica mundial. A quebra recente das exportações alemãs é um mau prenúncio para o que se passará na Europa. Num contexto destes, a política mais acertada consistiria em adiar o esforço de consolidação orçamental até que o crescimento económico regresse de forma robusta. Mas nada indica que as lideranças europeias estejam disponíveis para mandar às malvas as regras orçamentas absurdas que insistem em aprovar e fazer cumprir. E não é nada claro que o PS esteja disponível para o fazer à revelia das lideranças europeias, tendo em conta o que tem vindo a afirmar.

O PS e os partidos à sua esquerda marcaram muitos pontos na última semana, mas ainda é muito cedo para fazer a festa. A viabilização de uma alternativa duradoura à governação de direita ainda vai exig


De Terreno minado pelos neoLiberais. a 13 de Outubro de 2015 às 17:07
Um terreno minado por todos os lados

( http://ladroesdebicicletas.blogspot.pt/2015/10/um-terreno-minado-por-todos-os-lados.html )

...
...
...A viabilização de uma alternativa duradoura à governação de direita ainda vai exigir muito destes partidos, mais do que os passos corajosos que já foram capazes de dar.

(- por Ricardo Paes Mamede, 13.10.15, Ladrões de B.)

-----João disse...
Há uma coisa de que não tenho dúvidas, mesmo com as muitas aspas e sem infantilizar o discurso:
entre a minha casa governada por mim ou governada pelo meu vizinho, prefiro ser eu a governá-la.
As dificuldades serão idênticas e os problemas não desaparecerão, mas
no momento de fazer escolhas difíceis (entre opções, ou seja, entre alternativas e não conjuntivas),
será a minha ponderação de interesses e não a do meu vizinho que estrão presentes e determinarão o sentido decisório.

Do mesmo modo e não por acaso, do outro lado da barricada,
a direita apressa-se a encostar-se e a utilizar todas as armas - e que são imensas, desde a comunicação social toda, comentadores da treta, ameaças, chantagem, bolsas que descem e sobem ao ritmo da puta que os pariu
(e não me censurem o comentário porque aqui e como diria o Miguel Esteves Cardoso, só o vernáculo era possível) -
para serem eles e não os outros, a determinarem o sentido do que houver de ser decidido.

O momento é histórico e exige coragem, mas é uma coragem que abre portas de esperança e isso sabemo-lo sem qualquer dúvida.
Oxalá, ninguém falte à chamada.


De DesGoverno sem contas quer cheque branco a 14 de Outubro de 2015 às 09:32


Mito urbano. A direita que sabe fazer contas:

«[...] ausência de fornecimento por parte do governo e da coligação (PàF PSD/CDS ) de informação indispensável ao suporte financeiro das medidas que apresentaram
e que é indispensável para podermos avaliar da consistência e da credibilidade do exercício que nos é apresentado.» -- António Costa à saída da reunião com a coligação PàF.

[A partir do minuto 02:49; http://videos.sapo.pt/bCwolRdQjFJslEjyZZAz ]


De Pânico da Direita PaFiosa neoLiberal. a 13 de Outubro de 2015 às 17:12
O pânico da direita

(13/10/2015 por j. manuel cordeiro, Aventar)


Explica-se de forma muito simples.
Medo de perder o poder e o que ele traz, nomeadamente, o enxameamento da administração pública.
Em 2011, Passos Coelho garantiu que não ia enxamear a Administração Pública de quadros do PSD. Viu-se.

Mas o giro, giro é ver a malta da direita argumentar com falta de legitimidade por uma eventual coligação de esquerda não ter ido a votos.
Passo até por cima de a eleição ter sido para deputados, e não para primeiro-ministro, para perguntar apenas isto:
em 2011, o PSD e o CDS concorreram coligados ou fizeram a coligação à posteriori? Ai o alzheimer.

Por acaso até acho que o Costa se vai meter em sarilhos e, se não se mete a pau, o PSD daqui a um ano, se os juros dispararem, faz-se de vítima e, já se sabe, o povo gosta de quem chora e dá-lhe mana.

Mas que diverte ver o sofrimento da PAF, que já contava com o ovo no cu da galinha, diverte.


De DesGoverno de gestão PàF... a 14 de Outubro de 2015 às 10:13
GOVERNO DE GESTÃO POR TEMPO INDETERMINADO

UMA MANOBRA QUE A DIREITA PODE USAR
... ...
...
Como pode o PR indigitar Passos sem os resultados eleitorais estarem apurados e sem ouvir os partidos? Não pode. Vai ter de esperar.

Dentro daquilo que parece ser o cenário provável, o PR da República depois de ouvidos os partidos ficará a saber duas coisas:
a primeira é que o Governo de Passos será rejeitado;
a segunda, que os partidos que rejeitaram o programa de governo do PAF concluíram entre si um acordo para viabilizar um governo presidido por António Costa.

Neste contexto Cavaco não teria margem político-constitucional para indigitar Passos; poderia fazê-lo, mas estaria a violar grosseiramente os mais elementares princípios de boa-fé e de cooperação institucional que está obrigado a respeitar.
Não são deveres de cortesia, nem simples praxes constitucionais - são deveres jurídicos.

Cavaco tem, porém, uma saída – uma saída deselegante, é certo – na qual ele se pode estribar para indigitar Passos.
A saída consistiria na incerteza que paira sobre o voto do grupo parlamentar do Partido Socialista (ou, pior, uma eventual cisão de c. 6 deputados pró direita PaFiosa).
Se Costa lhe não garantir a unanimidade de voto e a presença dos deputados, é muito provável que Cavaco se agarre a esta probabilidade para indigitar Passos.

Qual o interesse do Governo de gestão?
A direita tem todas as vantagens em lá continuar.
Primeiro porque tem tempo mais do que suficiente para tirar todos os esqueletos do armário;
depois, porque continua a governar, limitadamente é certo, mas a governar e a capitalizar politicamente com toda essa matilha de comentadores que tem ao seu serviço;
finalmente, porque Cavaco pode enrolar esta questão, deixando-a para o seu sucessor,
o qual poderá, a partir de Abril, dissolver o parlamento.

Este é um esquema que a direita pode montar e que a esquerda não pode descartar como hipótese improvável.
Por ser um esquema de extrema gravidade, pelo desrespeito que representa pela vontade parlamentar,
convém desde já que os partidos de esquerda e todos nós, pelos meios ao nosso alcance, comecemos por denunciar esta manobra junto da opinião pública e insistamos
na ideia de que Cavaco tem obrigação de indigitar imediatamente António Costa,
depois de rejeitado Passos e ouvidos os partidos com assento parlamentar.

(-por JM Correia Pinto , Politeia, 14/10/2015)


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