A Min. Finanças disse ontem que havia poucos ricos em Portugal, por isso TINHA de ser a CLASSE MÉDIA a PAGAR a crise. !! (com + 'cortes' e + impostos...)
Quem quer ser milionário ? (-por C.B.Oliveira, Crónicas do rochedo, 20/10/2014)
A notícia deixou-me boquiaberto e curioso. Pelo número, mas também pelo facto de serem milionários de criação. Provavelmente criados num viveiro, cuja localização o DE não divulga, para afastar a concorrência. E faz bem, para evitar tumultos. ... O DE esclarece que, para além dos 10777 milionários criados este ano (pessoas com uma riqueza superior a 1 milhão de dólares), Portugal criou mais 10395 em 2013. Quer isto dizer que, em apenas dois anos, este governo criou 30% do total de milionários portugueses. E pensar que há por aí uns energúmenos a dizer que este governo lançou o país na pobreza!
Sou jornalista e, como tal, curioso, por isso fui tentar perceber como foi possível, num país em crise, criar 21 mil milionários em dois anos. ( Em 2009 havia “apenas” 11 mil milionários, o que significa que em cinco anos o número de milionários aumentou quase sete vezes- são actualmente cerca de 75 mil.)
Tanto quanto pude apurar, desde a II Guerra Mundial que não se registava um tão elevado número de milionários feitos à pressa. Mas, nessa altura, havia uma explicação: o volfrâmio crescia como cogumelos debaixo do chão e alemães e ingleses disputavam-no a peso de ouro. Uma tonelada de volfrâmio valia 6000 libras no mercado aberto e muito mais no mercado negro. Nesses anos loucos a febre era tal, que se alguém encontrasse um calhau de volfrâmio na soleira da porta, logo começava a cavar os alicerces ou planeava mesmo, deitar a casa abaixo. Não é brincadeira, não! Por causa do volfrâmio, destruíram-se igrejas e mortos foram desalojados de cemitérios- relata a imprensa da época.
Nos anos 80 e 90 do século passado também nasceram bastantes milionários em Portugal, graças às verbas provenientes da UE. Nesses anos, muita gente transformou verbas do FSE (Fundo Social Europeu, destinadas à formação) em jeeps e carros de alta cilindrada, e verbas para agricultura (e turismo rural) fizeram florescer belas mansões com piscina, mas nada comparável ao enriquecimento proporcionado pelo volfrâmio.
As verbas europeias “secaram” e por estes anos de crise não foi descoberto- que se saiba (para além dos negócios de: droga, armas, fármacos, especulação imobiliária e financeira, alta corrupção, privatizações, monopólios/ concessões/PPP, rendas, ...)- nenhum produto capaz de rivalizar com o volfrâmio, pelo que a razão do enriquecimento de tanta gente, em tão pouco tempo, deve ter alguma explicação pouco perceptível ao comum dos mortais (como geralmente a origem e/ou os meios de enriquecimento são ilegais, os 'negócios' são feitos "debaixo da mesa", obscuros, discretos, secretos ... e passam para contas/empresa em 'offshore' e são bem protegidos por contratos 'especiais', acordos e jurisdições ou arbitragem forasteira).
Eu sei que agora há o Euromilhões, mas o número de milionários portugueses “criados” por essa via é tão ínfimo, que se perde na estatística. Sei, também, que a distribuição (hipermercados,...) é um negócio de milhões, mas apenas acessível a meia dúzia de portugueses. E quanto aos banqueiros, também não há por aí Salgados, Jardins Gonçalves e Pequepês a dar com um pau. Além disso, ser banqueiro é uma profissão de risco. Que o diga o Oliveira e Costa, coitado, que andou anos a trabalhar num banco e agora está na miséria!
Por outro lado, se o DE escreve “criação” de milionários, isso significa que eles são produzidos em série num qualquer lugar. Não sendo nos supermercados, nos bancos, nem na Santa Casa, há-de ser em algum local mais recatado, não visível a olho nu pelo comum dos mortais.
Disse-me alguém habitualmente bem informado sobre estas coisas, que os principais viveiros se encontram em S. Bento e em Bruxelas. Não acredito. Esses viveiros poderão ser responsáveis pela criação de algumas centenas de milionários, mas estamos a falar de milhares! 21 mil em apenas dois anos- relembro.
Eu não tenho nada contra os milionários mas, saber que eles não nascem nas maternidades por desígnio da Natureza, sendo criados em viveiros artificiais cuja localização desconheço, chateia-me, pá. Fico com a ideia que também eu podia ser milionário e só não sou, porque me estão a esconder informação!
Se vivemos em democracia todos devíamos ter direito a saber “como se cria um milionário”. E não me venham lá com essa treta de que é o trabalho que nos torna ricos e outras histórias da carochinha, como a globalização, porque já sou crescido e não acredito em contos de fadas.
Certo, certo, é que a crise multiplicou exponencialmente o número de milionários em Portugal, pelo que não percebo a razão de todos quererem acabar com ela. Afinal, os números não mentem: a crise é uma oportunidade! Ora, se assim é, o melhor é prolongá-la durante mais uns anos, para dar a possibilidade a todos os portugueses de se tornarem milionários. Pelas minhas contas, à media 10 mil por ano, em 2114 todos os portugueses se terão tornado milionários. Não vos parece uma boa notícia? É só esperarem mais um bocadinho, que a vossa vez vai chegar!
A única coisa que me preocupa é continuar sem saber onde se criam esses milionários. Vou ler o OE 2015 e reler os anteriores, porque tenho quase a certeza que vou lá encontrar algumas pistas preciosas.
O que tenho a certeza que vou encontrar, é a explicação para o aumento da pobreza, para a fome que afecta muitos milhares de portugueses e a razão de 1 em cada 4 crianças estar em perigo de pobreza extrema.
De .MUDAR ou FINAR -se. a 12 de Novembro de 2014 às 12:21
Para a maioria dos portugueses
(que não queiram esperar por milagres ... ou não sejam tão optimistas que pensem "safar-se" entre os "pingos de chuva"...) restam poucas OPÇÕES :
1 - Jogar no "euromilhões", na "raspadinha", ... ou esperar que um familiar seu seja bem colocado num "tacho" (ou partilhe a cama com um "barão dourado") e partilhe com ele algumas benesses...
2 - EMIGRAR ... tal como já o fizeram milhares nos últimos anos ... e o vêm fazendo milhões desde há muitas gerações (para a Índia, Brasil, Angola, Américas, França, UK, ... )...
3 - (sub-) viver miseravelmente, como (semi-)ESCRAVO, ou 'estóico-faquir' ... (adiando um pouco o inevitável e 'dando cabo' da saúde, da família, da comunidade, ...)
4 - "passar-se dos carretos" e, em vez de bater/... na mulher e família ou assaltar a lojita, dirigir o seu desespero para um CRIME mais 'NOTÓRIO', tendo por alvo alguns milionários, grandes empresários/administradores, governantes, ... ou seus bens/ empresas.
5 - aderir a um movimento ou célula radical para fazer uma REVOLUÇÃO político-social-cívica, a sério ... ou, pior, levar ao CAOS e Destruição (por via de armas, sabotagem internet/hacker, disseminação de vírus/bactérias/veneno...)
6 - continuar "ALIENADO" em jogos, TV, Net, alcool, droga, religião ... até cair pró lado ... e poucos ou ninguém se importar.
Entrevista a Thomas Piketty
“La reducción de la clase media es un riesgo para la democracia”
Nuño Rodrigo Palacios 20-11-2014 cincodias
Thomas Piketty recibe a la prensa en su despacho de la Escuela de Economía de París, en la zona universitaria del Sur de la ciudad. El economista de moda en el mundo ha escrito un libro superventas: lleva vendidos alrededor de un millón de ejemplares; la próxima semana sale la edición española, editada por Fondo de Cultura Económica. No solo eso: ha puesto en primera línea de la agenda pública el debate de la desigualdad, aportando datos y rigor académico. No está, en absoluto, incómodo con su papel de estrella, probablemente porque en Francia tenía un elevado perfil mediático antes del libro. Recibe al habitual rosario de periodistas en un despacho pequeño y atiborrado de libros. Traducciones inverosímiles del suyo (va por 30 idiomas) reposan desperdigados por el suelo.
¿Esperaba tanto éxito, y tanto impacto, de su libro?
Estoy muy contento, claro, con el éxito del libro, y con el hecho de que esté disponible en cada vez más lenguas, incluido el español. Me esforcé mucho para escribir un libro accesible y legible, para que una historia sobre doscientos años y veinte países pueda ser leerleída por culquiera. No es un libro técnico, intento contar la historia de la riqueza y la renta, donde influyen no solo las fuerzas económicas, también las políticas…
Las citas literarias también son importantes, porque al final son la representación colectiva de la desigualdad, de las de las políticas y las instituciones que están en marcha… Hay muchas formas de organizar el capitalismo, muchos futuros posibles, y eso es lo que intento contar. Hay cosas que son demasiado importantes para dejárselas a los economistas, y mucha gente “normal” quiere que se democratice el conocimiento económico. Eso es a lo que intenté contribuir. Estoy muy muy contento y sí, el éxito ha sido superior a lo esperado.
Dice al principio de su libro que no es determinista, que el futuro está por escribir, pero en cambio parece bastante seguro de que nos dirigimos a una desigualdad como la del siglo XIX…
No, no estoy seguro de ello.
Parece bastante convencido.
“Francia y Alemania han sido muy egoístas en relación a España”
Es un riesgo de que la desigualdad de la riqueza vuelva a los niveles previos a la Primera Guerra Mundial. Pero hay que recalcar que, aunque ahora el valor de la riqueza (inmobiliario, activos, negocios) está casi al nivel de la Belle Epoque, la desigualdad es mucho menos extrema. De hecho, que la riqueza privada sea ahora tan alta y que su peso en relación al PIB haya crecido más que la deuda es una buena noticia para Europa: muestra que los países europeos son ricos, aunque sus gobiernos son pobres [Interrupción de la entrevista por una llamada telefónica].
Todo lo que digo es que el patrimonio de los grupos con más riqueza parece crecer mucho más rápido que la media, y más que el tamaño de la economía. No solo en los países ricos, en todo el mundo. Y esto no puede continuar para siempre; tiene que parar. ¿Dónde tiene que parar? No lo sé, y el hecho de no saber hasta dónde puede llegar ya es un problema.
Es necesaria mayor transparencia en las rentas y la riqueza. Necesitamos instituciones democráticas fuertes para poder adaptarnos a lo que sea que veamos. Si las rentas altas dejan de crecer tres o cuatro veces más rápido que la media, estaré muy contento de decir que no necesitamos un sistema fiscal muy progresivo. Pero la mayor amenaza que tenemos es la opacidad financiera, la falta de transparencia sobre los activos financieros transfronterizos. En Francia, el ministro de presupuesto tenía una cuenta bancaria en Suiza [Jérôme Cahuzac, dimitió en diciembre pasado]… tenía que estar a cargo del sistema fiscal francés y ni siquiera pagaba impuestos por la cuenta en Suiza. Eso en un gobierno que es supuestamente socialista. Y solo después de que el Gobierno de EE UU haya tomado medidas contra el secreto bancario suizo, Europa ha empezado a plantear el intercambio de información bancaria. Antes de eso, Europa no hacía nada. Solo hablar.
Tuvimos filtraciones, como la de Falciani…
Evidentemente eso no es suficiente
Volviendo a la desigualdad, ¿qué pasa con la clase media,..
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Volviendo a la desigualdad, ¿qué pasa con la clase media, es clase media patrimonial que se creó entre los 50 y los 80 y que comprende al 40% de la población que está entre la mitad pobre y el 10% más rico?
“La competencia fiscal hace que se cobren más impuestos a la clase media”
En el libro intento mirar el largo plazo de las distribuciones de renta y riqueza entre grupos. Hay un riesgo de que la clase media se haga más pequeña. El ascenso de la clase media ha sido el cambio más importante en la distribución de la renta en las últimas décadas. Hace 100 años el 10% de las personas tenían el 90% de la riqueza, y el 40% del medio era casi tan pobre como el 50%. Ahora el 10% tiene mucha riqueza, pero el porcentaje es del 60% en Europa y del 70% en Estados Unidos, aproximadamente. Es mucho para solo el 10% de población, pero significa que la clase media tiene el 25-35% de la riqueza.
El problema es que a partir de 1990, la porción de la clase media ha dejado de crecer y bajado en muchos países. En EE UU la clase media pasó del 30% al 20%. No estamos en el cero, ni en el 5%, pero no estamos en la dirección correcta. Y es un riesgo que la parte de la clase media se reduzca. Es un riesgo para la economía y una amenaza para la democracia.
Hablando de España. Lo menciona en su libro varias veces, y sostiene que la austeridad es la peor de las soluciones para una crisis de deuda. ¿Por qué fue la elegida?
El problema es que Francia y Alemania ha sido muy egoístas en relación a España, Italia y otros países: en 2011 decidieron no compartir sus bajos tipos de interés. Ellos pagaban el 2% y otros países el 5-6%. Fue egoísta, y también corto de miras, porque ahora hay riesgos de recesión. En Alemania las perspectivas de crecimiento no van tan bien, y el Reino Unido crece el doble de rápido. En Alemania creen que la política de austeridad ha servido a sus intereses, pero en realidad no es así; ha sido mala para toda la eurozona.
El egoísmo nacional es la primera razón. Buscando un motivo más intelectual, hay que tener en cuenta el euro se creó como una moneda única sin un gobierno, sistema fiscal ni política económica común. Maastricht fue en 1992 y en ese momento se tenían en mente eran las preocupaciones de los años 70, la inflación, y lo que se quería era total independencia del banco central.
Con la crisis de 2008 se vio que los bancos centrales eran útiles para evitar la quiebra del sistema financiero y el pánico bancario. Pero no podemos pedirle todo al Banco Central; hay una moneda única pero 18 deudas públicas distintas, sistemas fiscales, y eso no puede funcionar. Si no nos movemos hacia una unión política y fiscal, veremos que la crisis de confianza continuará, porque los actores financieros no entienden esta estrategia de una moneda con 18 tipos. La gente seguirá preguntando qué país saldrá del euro…
Los mercados financieros conocen bien esta disfuncionalidad…
Perfectamente. El resto del mundo lo sabe. Vas a China y te preguntan qué estáis haciendo… Es como si la Fed de EE UU comprase deuda pero tuviese que elegir cada mañana entre la de Illinois o la de Alabama.
Qué opina de la política seguida en España a raíz de la crisis en términos de desigualdad. Hemos tenido devaluación interna, ajuste del gasto social (sanidad, educación…)
Es muy difícil, con la inflación en 0% y un crecimiento escaso, reducir la deuda pública… La historia sugiere que puede llevar décadas. La estrategia seguida creo que no funcionará. Además es difícil tener un sistema fiscal progresivo y más justicia fiscal mientras tengamos 18 sistemas fiscales distintos compitiendo en Europa, en términos de impuesto de sociedades. En estas condiciones será difícil para España o Italia aumentar la recaudación, especialmente entre los grandes grupos empresariales.
La consecuencia es que cada país acaba exigiendo más a la clase media, y eso no es bueno para la equidad, para la eficiencia o para una sociedad democrática; en algún punto la clase media sentirá que está pagando de más… Hay límites en el consentimiento fiscal. Tenemos que mostrar que la integración europea viene acompañada de más justicia fiscal. Hay mucho que se puede hacer a nivel nacional, pero es más importante que Francia, Italia o España hagan propuestas para hacer una Eur
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... Hay mucho que se puede hacer a nivel nacional, pero es más importante que Francia, Italia o España hagan propuestas para hacer una Europa más democrática. No es suficiente solo quejarse de Alemania o de la austeridad, para llegar a mejores políticas hay que poner propuestas encima de la mesa.
Ahora Francia, que debería hacer estas propuestas, está con su propio debate sobre déficit y reformas estructurales.
Francia no ha tenido la influencia positiva en Europa que se esperaba. Hollande se suponía que iba a negociar mejores políticas ante la crisis, pero no ha hecho ninguna propuesta concreta y Francia ha sido tan egoísta como Alemania. Entre 2011 y 2012, primero con Sarkozy y luego con Hollande, vio que tenía el tipo de interés casi al cero…. y no tuvo ningún problema en absoluto en seguir asó. Pero con esa estrategia, al final el desempeño del crecimiento ha sido malo. En Alemania tampoco ha sido bueno, pero no tan malo como en Francia. Y ahora es difícil, el Gobierno [francés] es demasiado débil. El momento para hacer propuestas era hace dos años. Quizá sea el turno de España o Italia… Aún hay tiempo, pero hemos asumido demasiado riesgo esperando siempre al último minuto para arreglar las cosas.
Vamos con las críticas a su libro, que tiene bastantes. Su propuesta de impuesto global al patrimonio ha sido calificado al tiempo de dañino e imposible, para usted es una “utopía útil”…
"Si no convencemos a las personas de que la globalización funcionar también para ellos tenemos un riesgo serio de tentaciones nacionalistas"
No tenemos que esperar a un gobierno global o un impuesto global para hacer progresos. Se puede hacer mucho a nivel nacional y a través de la cooperación internacional, tenemos que tener en mente más integración fiscal para los países europeos y más cooperación internacional en entre grandes regiones. Por ejemplo, tenemos un tratado de libre comercio negociándose entre EE UU y la UE, y sería una gran oportunidad para hacer progresos en justicia fiscal, tipos mínimos para las grandes corporaciones, intercambios de información automáticos… Estarán sobre la mesa economías que suponen la mitad del PIB mundial.
Es una oportunidad de mostrar a la opinión pública que con la liberalización del comercio viene más justicia social. Sería un error pensar que más competencia fiscal, menos impuestos para los grandes multinacionales y más desigualdad siempre son cosas positivas. A partir de un cierto nivel es negativo para el crecimiento. Y si no convencemos a las personas de que la globalización va a funcionar también para ellos entonces tenemos un riesgo serio de que la gente esté tentada por soluciones nacionalistas. Moverse hacia un sistema fiscal global progresivo no solo es posible sino absolutamente necesario, si queremos evitar estas reacciones nacionalistas.
Pide una tasa sobre la renta del 80% para evitar “comportamientos tóxicos” por parte de superejecutivos.
Bueno, soy pragmático y estoy dispuesto a negociar un 70% [risas]. No he encontrado evidencias de que sea útil pagar a los ejecutivos 10 millones de euros. Lo he intentado realmente, buscando mejores comportamientos, productividad, pero no he podido. En EE UU entre 1960 y 1980 el tipo máximo en el IRPF, para más de un millón de dólares, era el 82%. Aparentemente, eso no destruyó el capitalismo estadounidense, de hecho el crecimiento fue en esos años superior al de después de Reagan. Sería más fácil para Estados Unidos [aplicar subidas de impuestos] que en un país europeo individual, porque en Europa la posibilidad de trasladar las sedes de las compañías limita el margen de lo que un país puede hacer.
"Existe una tendencia a justificar cualquier nivel de desigualdad en base al mérito"
Habla de una falsa meritocracia.
Es un juego en el que el ganador se lo queda todo y después intenta pretender que eso es lo mejor para el interés de la sociedad. Lo llamo extremismo meritocrático, y es una tendencia a justificar cualquier nivel de desigualdad en base al mérito. Tenemos que someter este discurso al escrutinio público y examinar estas justificaciones.
Hay relación entre la desigualdad y la inestabilidad financiera
Sí, ...
De -Classe média, + desigualdades, - democr a 21 de Novembro de 2014 às 15:23
------- “La reducción de la clase media es un riesgo para la democracia”
- Thomas Piketty
( http://cincodias.com/cincodias/2014/11/19/economia/1416384754_082607.html#?id_externo_promo=15112013-home-lomasvisto-modulo-001-cds )
...
...
Hay relación entre la desigualdad y la inestabilidad financiera
Sí, en EE UU la desigualdad ha contribuido no solo al estancamiento de la renta mediana sino también al aumento de la deuda y a un sistema financiero inestable.
En España el crédito fácil estimuló a las familias a comprar vivienda, pero al final se han encontrado con demasiada deuda
Sí, a veces tras una caída en el precio inmobiliario la gente tiene patrimonio negativo, más deuda que activos. El sistema fiscal exacerba esta tendencia, porque los impuestos sobre la propiedad [se refiere al IBI] no tiene en cuenta la deuda ni los activos financieros, y la gente que tiene patrimonio negativo paga lo mismo que los que tienen millones de riqueza financiera. Ir hacia un impuesto global sobre la riqueza supone también mitigar el efecto de las crisis financieras.
Habla usted de la “obsesión infantil” de los economistas con las matemáticas. ¿Eso ha allanado también el camino a la inestabilidad? Hablo de las teorías de los mercados eficientes, de los sistemas de valoración del riesgo…
Sí, creo que en las grandes finanzas institucionales hay una fe ilimitada en los modelos matemáticos que ha contribuido a una excesiva desregulación financiera. Creo también que los economistas tienen una gran responsabilidad por intentar aparentar que tienen un componente científico del que la economía carece. La gente de fuera de la economía, especialmente en ciencias sociales, también tiene su responsabilidad, por permitir a los economistas quedarse el monopolio de estos asuntos. Es fácil decir que no sabes de economía, pero es una forma de declinar la responsabilidad en favor de otros. Yo intento contribuir con mi libro a la democratización del conocimiento económico, y que eso sea un paso para una mayor democracia en Europa, también en España.
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--"Existe una tendencia a justificar cualquier nivel de desigualdad en base al mérito"
--"Si no convencemos a las personas de que la globalización funcionar también para ellos tenemos un riesgo serio de tentaciones nacionalistas"
--“La competencia fiscal hace que se cobren más impuestos a la clase media”
--“Francia y Alemania han sido muy egoístas en relación a España” ( e com Portugal,... Grécia.)
Marx chamava-lhe um "figo"
Passou mais ou menos desapercebida a auditoria Tribunal de Contas (TC) à quantificação dos benefícios fiscais. É que foi divulgada no dia seguinte ao OE de 2015.
Nela, o TC reafirma tudo o que se escrevera, em finais de 2013, no parecer à Conta Geral de Estado de 2012, quanto aos benefícios fiscais em IRC, nomeadamente a novidade explosiva que encavacou Passos Coelho, Maria Luís Albuquerque e Paulo Núncio a ponto de, sem convicção, a negarem no Parlamento.
Ou seja, o Governo omitiu a concessão de 1,045 mil milhões de euros em benefícios fiscais às SGPS, sociedades de topo dos grupos económicos. Esse escamoteamento de informação – afirma o TC – fez-se ao arrepio da Constituição e da Lei de Enquadramento Orçamental e permitiu afirmar que tinha havido, sim, uma descida dos benefícios. Algo que surge na sequência do que o secretário de Estado Paulo Núncio despachou sobre dupla tributação em IRC, em finais de 2011: um grupo económico que tivesse pago nem que fosse euro a montante isentava milhões de euros em dividendos.
A questão é importante.
Primeiro, pela natureza da política económica seguida, tida como inelutável. Esses mil milhões de euros foram dados no mesmo ano em que, entre outras medidas:
1) foi lançado um vasto e pesado pacote de austeridade;
2) reviu-se o Código do Trabalho e os trabalhadores perderam anualmente para as empresas cerca de 3 mil milhões de euros – com o fim de 4 feriados e de 3 dias de férias, cortes para metade na retribuição ao trabalho extraordinário e fim do descanso compensatório por esse trabalho extraordinário;
3) Foi aprovada 3º versão do perdão fiscal a 3,4 mil milhões de euros saídos fraudulentamente do país. Uma amnistia de que beneficiou Ricargo Salgado;
4) modificou-se o regime de Residentes Não Habituais que concede por dez anos desde uma taxa fixa de 20% de IRS até mesmo a isenção total para profissionais que mudem a residência fiscal para Portugal. Inclui artistas, professores, médicos, mas também consultores fiscais, investidores, administradores;
5) manteve-se em 2012 um pagamento às parcerias público-privadas de 1067 milhões de euros quando, possivelmente, sairia mais barato, a longo prazo, nacionalizar as empresas beneficiárias dessas parcerias e indemnizar pela apropriação pública.
Mas o relatório revela ainda a elevada concentração dos benefícios: mais de metade de 69% dos benefícios fiscais quantificados foram dados aos dez maiores beneficiários. Algo que o TC aconselha a que seja revisto. A última reavaliação foi em 2005.
E em terceiro lugar, o relatório é a prova da opacidade das contas públicas. Além daqueles, benefícios fiscais ficaram por quantificar. Foi o caso do regime especial dos grupos de sociedades (em 2011 foram 583 milhões de euros) Entre 1997 e 2011, o valor da matéria colectável em IRC subiu 10 mil milhões de euros, mas o valor do IRC liquidado manteve-se sensivelmente. Por isso, o TC recomenda desde 2010 a revisão dos benefícios fiscais por dedução à matéria colectável. Até hoje...
Karl Marx não tinha computador nem facebook, mas chamaria um “figo” às contas públicas nacionais pela sua evidente natureza de classe. No fundo, trata-se só de apropriação de rendimento.
(-por João Ramos de Almeida, 20.10.14, Ladrões de B.)
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O TC limita-se a ver a aplicação dos princípios legais e quando faz uma AUDITORIA não levanta o rabo para ir ver "in loco" o que se passa.
pede apenas que tragam certos documentos, muitas vezes aleatoriamente, ou então só trazem o que querem, não têm gente capacitada para meter as mãos na massa (salvo seja).
Hoje a SOFISTICAÇÃO é muito grande e os bons TÉCNICOS do TC foram-se todos EMBORA, mas mesmo assim eram POUCOS.
Faltava-lhes rodagem e capacidade técnica, não estando com isto a dizer que não são capazes de interpretar as leis, por isso condenaram uma ministra que pediu para lhe organizarem o arquivo legislativo do seu ministério, por "urgente necessidade de serviço",
enquanto eu estive numa instituição que teve de fazer um CONCURSO internacional (por causa do elevado montante) para adjudicar todos os seguros, de toda a espécie, a uma só entidade
e , no CADERNO de ENCARGOS, puseram apenas uma CLÁUSULA onde dizia que quem concorressem ao dito concurso ficava automaticamente notificado da baixa dos seguros.
Só que se esqueceram de todos aqueles que não concorreram ( porque já sabiam (?) que ganharia aquele que oferecesse mais regalias extra concurso)
e então no ano seguinte fartaram-se de pagar seguros em duplicado
e foram os reles dos funcionários que tiveram de alertar e dar baixa a todos os outros
e pagaram com autorização do vereador do pelouro. Mas fica tudo sempre em família.
Anfitrite
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Por causa do volfrâmio também muita gente morreu muito cedo e muita mulher foi ultrajada porque eram revistadas à saída, até nas suas entranhas (tipo Papillon) não trouxessem algum bocadinho dentro de si.
Foram os dois únicos anos em que tivemos superavit nas contas públicas porque o botas, apoiavam uns e negociava com os outros às escondidas.
Vendia aos alemães e aos ingleses, mas o povo esse continuou como sempre cada vez mais pobre,
por isso é que tantos enriqueceram, até com a exportação de conservas de peixe.
Na altura enriqueceram explorando o que havia, agora roubam com a especulação financeira e com o dinheiro que não existe.
Quanto aos OE não é lá que vai tirar as suas dúvidas.
Este além de ser ILEGAL porque tem receitas consignadas, também não usa o princípio da especificação.
E quando a rubrica "Outras despesas" antigamente se limitava a uma verba residual, agora vai para lá quase tudo, sem especificarem a que se destina.
Outra grande verba vai para "Os consumos intermédios", onde eles põem todas as despesas, com o trabalho que antigamente era feito pelos funcionários,
agora é para DISFARÇAR os pagamentos em "OUTSOURCING" aos AMIGOS advogados, BANQUEIROS (intermediários nas grandes negociatas ), ECONOMISTAS ('comprados' nas Univ. e nas TVs), pelos ESTUDOS e PARECERES que pedem e que agora custam FORTUNAS (sempre adjudicados aos mesmos, sem concurso, ...).
Nas Receitas também há lá um 'SACO AZUL' que antigamente também era residual e para uma qualquer emergência,
agora está lá tudo, dinheiro paradinho que até pode ser uma parte para um aumento de juros, ou para darem um bónus nas eleições.
Se tivesse lá o Octávio Teixeira, nos anos anteriores, teria pedido uma explicação. mas agora tem sido apenas um discussão de varinas. Vamos lá a ver este ano.
Mas eles desviam sempre a conversa e não dizem nada.
Veja também este Decreto-lei 90/2011 de 25 de Julho, que foi quase a primeira coisa que esta quadrilha (quadriga, porque são quatro bestas que assinam, em vez de três), para poder VENDER tudo ao DESBARATO.
Também seria muito fácil explicar a razão da extrema POBREZA em que ficou tanta gente, pois milhares deles perderam até as suas casas e também os seus fiadores e continuarão a perder.
Não vale a pena falar do DESEMPREGO e dos que já PERDERAM direito ao SUBSÍDIO.
E, apesar de tudo isto a dívida já vai em 135% do PIB.
Eu fico doente quando começo a falar nisto e vejo ignorantes a brincar com coisas sérias.
Anfitrite
Santa Isenção
(-por David Crisóstomo, 365forte, http://365forte.blogs.sapo.pt/
Caro Senhor Deputado ...,
Líder do Grupo Parlamentar do ...,
1. A Associação República e Laicidade sugere que a bancada parlamentar do seu partido, no debate sobre o Orçamento do Estado para 2015, proponha que sejam revogadas as isenções de impostos patrimoniais (IMI, IMT) e a restituição de IVA de que beneficiam as comunidades religiosas.
2. O fim destes benefícios fiscais significaria um acréscimo na receita do Estado que poderia ultrapassar os 100 milhões de euros. É escandaloso que, após vários anos de sacrifícios dos contribuintes individuais e das famílias, as comunidades religiosas continuem totalmente isentas de Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) ou Imposto Municipal sobre as Transmissões onerosas de imóveis.
3. A Associação República e Laicidade chama-lhe ainda a atenção para o seguinte:
a) A isenção de impostos patrimoniais prevista na Concordata de 2004 para edifícios com finalidades estritamente religiosas (locais de culto e seminários) foi ABUSIVAmente alargada no nº4 da Circular 10/2005 do Director Geral dos Impostos às «residências dos eclesiásticos», entre outros imóveis;
b) O artigo 1º do Decreto-Lei 20/90 estabelece a DEVOLUÇÂO do imposto sobre o valor acrescentado ( IVA ) na aquisição ou importação de bens ou serviços exclusivamente destinados ao culto religioso.
A bem da República,
Ricardo Alves, João Vasco Gama, Miguel Duarte
Associação República e Laicidade
Lisboa, 11 de Novembro de 2014
Foi enviada uma carta para cada grupo parlamentar. Podem aqui ser lidas as cartas que seguiram para as bancadas do PS, PSD, CDS-PP, PCP, BE e PEV.
É surreal que em 4 anos de austeridade, de contenção de despesas a todo o custo, o governo nunca tenha sugerido uma alteração que fosse destes privilégios.
Nem o governo, nem a oposição, já agora.
Nem revogação das excepções elencadas, nem a renegociação da Concordata.
Ao contrário do que aconteceu em Espanha, por exemplo.
É de facto incrível.
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As entidades religiosas funcionam/vivem em «paraísos fiscais» ...
as grandes empresas e milionários idem ...
mas a classe média, e em especial os trabalhadores por conta de outrém, vivem num «INFERNO fiscal».
Basta !
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