Quarta-feira, 12 de Novembro de 2014

A  Min. Finanças disse ontem que havia poucos ricos em Portugal, por isso TINHA de ser a CLASSE MÉDIA a PAGAR a crise.  !!  (com + 'cortes' e + impostos...)

Quem quer ser milionário ?    (-por C.B.Oliveira, Crónicas do rochedo, 20/10/2014)

 



“Portugal cria 10 mil novos milionários por ano”   (Diário Económico) 
A notícia deixou-me boquiaberto e curioso. Pelo número, mas também pelo facto de serem milionários de criação. Provavelmente criados num viveiro, cuja localização o DE não divulga, para afastar a concorrência. E faz bem, para evitar tumultos. ...
    O DE esclarece que, para além dos 10777 milionários criados este ano (pessoas com uma riqueza superior a 1 milhão de dólares), Portugal criou mais 10395 em 2013. Quer isto dizer que, em apenas dois anos, este governo criou 30% do total de milionários portugueses. E pensar que há por aí uns energúmenos a dizer que este governo lançou o país na pobreza!
    Sou jornalista e, como tal, curioso, por isso fui tentar perceber como foi possível, num país em crise, criar 21 mil milionários em dois anos. ( Em 2009 havia “apenas” 11 mil milionários, o que significa que em cinco anos o número de milionários aumentou quase sete vezes- são actualmente cerca de 75 mil.)
    Tanto quanto pude apurar, desde a II Guerra Mundial que não se registava um tão elevado número de milionários feitos à pressa. Mas, nessa altura, havia uma explicação: o volfrâmio crescia como cogumelos debaixo do chão e alemães e ingleses disputavam-no a peso de ouro. Uma tonelada de volfrâmio valia 6000 libras no mercado aberto e muito mais no mercado negro. Nesses anos loucos a febre era tal, que se alguém encontrasse um calhau de volfrâmio na soleira da porta, logo começava a cavar os alicerces ou planeava mesmo, deitar a casa abaixo.   Não é brincadeira, não! Por causa do volfrâmio, destruíram-se igrejas e mortos foram desalojados de cemitérios- relata a imprensa da época.
      Nos anos 80 e 90 do século passado também nasceram bastantes milionários em Portugal, graças às verbas provenientes da UE. Nesses anos, muita gente transformou verbas do FSE (Fundo Social Europeu, destinadas à formação) em jeeps e carros de alta cilindrada, e verbas para agricultura (e turismo rural) fizeram florescer belas mansões com piscina, mas nada comparável ao enriquecimento proporcionado pelo volfrâmio.
    As verbas europeias “secaram” e por estes anos de crise não foi descoberto- que se saiba (para além dos negócios de: droga, armas, fármacos, especulação imobiliária e financeira, alta corrupção, privatizações, monopólios/ concessões/PPP, rendas, ...)- nenhum produto capaz de rivalizar com o volfrâmio, pelo que a razão do enriquecimento de tanta gente, em tão pouco tempo, deve ter alguma explicação pouco perceptível ao comum dos mortais (como geralmente a origem e/ou os meios de enriquecimento são ilegais, os 'negócios' são feitos "debaixo da mesa", obscuros, discretos, secretos ... e passam para contas/empresa em 'offshore' e são bem protegidos por contratos 'especiais', acordos e jurisdições ou arbitragem forasteira).
     Eu sei que agora há o Euromilhões, mas o número de milionários portugueses “criados” por essa via é tão ínfimo, que se perde na estatística. Sei, também, que a distribuição (hipermercados,...) é um negócio de milhões, mas apenas acessível a meia dúzia de portugueses. E quanto aos banqueiros, também não há por aí Salgados, Jardins Gonçalves e Pequepês a dar com um pau. Além disso, ser banqueiro é uma profissão de risco. Que o diga o Oliveira e Costa, coitado, que andou anos a trabalhar num banco e agora está na miséria!
     Por outro lado, se o DE escreve “criação” de milionários, isso significa que eles são produzidos em série num qualquer lugar. Não sendo nos supermercados, nos bancos, nem na Santa Casa, há-de ser em algum local mais recatado, não visível a olho nu pelo comum dos mortais.
     Disse-me alguém habitualmente bem informado sobre estas coisas, que os principais viveiros se encontram em S. Bento e em Bruxelas. Não acredito. Esses viveiros poderão ser responsáveis pela criação de algumas centenas de milionários, mas estamos a falar de milhares! 21 mil em apenas dois anos- relembro.
    Eu não tenho nada contra os milionários mas, saber que eles não nascem nas maternidades por desígnio da Natureza, sendo criados em viveiros artificiais cuja localização desconheço, chateia-me, pá. Fico com a ideia que também eu podia ser milionário e só não sou, porque me estão a esconder informação!
   Se vivemos em democracia todos devíamos ter direito a saber “como se cria um milionário”. E não me venham lá com essa treta de que é o trabalho que nos torna ricos e outras histórias da carochinha, como a globalização, porque já sou crescido e não acredito em contos de fadas.
     Certo, certo, é que a crise multiplicou exponencialmente o número de milionários em Portugal, pelo que não percebo a razão de todos quererem acabar com ela. Afinal, os números não mentem: a crise é uma oportunidade! Ora, se assim é, o melhor é prolongá-la durante mais uns anos, para dar a possibilidade a todos os portugueses de se tornarem milionários. Pelas minhas contas, à media 10 mil por ano, em 2114 todos os portugueses se terão tornado milionários. Não vos parece uma boa notícia? É só esperarem mais um bocadinho, que a vossa vez vai chegar!
     A única coisa que me preocupa é continuar sem saber onde se criam esses milionários. Vou ler o OE 2015 e reler os anteriores, porque tenho quase a certeza que vou lá encontrar algumas pistas preciosas.
    O que tenho a certeza que vou encontrar, é a explicação para o aumento da pobreza, para a fome que afecta muitos milhares de portugueses e a razão de 1 em cada 4 crianças estar em perigo de pobreza extrema


Publicado por Xa2 às 07:40 | link do post | comentar

8 comentários:
De Democratas: alargar a classe média. a 21 de Novembro de 2014 às 15:16
...
... Hay mucho que se puede hacer a nivel nacional, pero es más importante que Francia, Italia o España hagan propuestas para hacer una Europa más democrática. No es suficiente solo quejarse de Alemania o de la austeridad, para llegar a mejores políticas hay que poner propuestas encima de la mesa.

Ahora Francia, que debería hacer estas propuestas, está con su propio debate sobre déficit y reformas estructurales.

Francia no ha tenido la influencia positiva en Europa que se esperaba. Hollande se suponía que iba a negociar mejores políticas ante la crisis, pero no ha hecho ninguna propuesta concreta y Francia ha sido tan egoísta como Alemania. Entre 2011 y 2012, primero con Sarkozy y luego con Hollande, vio que tenía el tipo de interés casi al cero…. y no tuvo ningún problema en absoluto en seguir asó. Pero con esa estrategia, al final el desempeño del crecimiento ha sido malo. En Alemania tampoco ha sido bueno, pero no tan malo como en Francia. Y ahora es difícil, el Gobierno [francés] es demasiado débil. El momento para hacer propuestas era hace dos años. Quizá sea el turno de España o Italia… Aún hay tiempo, pero hemos asumido demasiado riesgo esperando siempre al último minuto para arreglar las cosas.

Vamos con las críticas a su libro, que tiene bastantes. Su propuesta de impuesto global al patrimonio ha sido calificado al tiempo de dañino e imposible, para usted es una “utopía útil”…

"Si no convencemos a las personas de que la globalización funcionar también para ellos tenemos un riesgo serio de tentaciones nacionalistas"

No tenemos que esperar a un gobierno global o un impuesto global para hacer progresos. Se puede hacer mucho a nivel nacional y a través de la cooperación internacional, tenemos que tener en mente más integración fiscal para los países europeos y más cooperación internacional en entre grandes regiones. Por ejemplo, tenemos un tratado de libre comercio negociándose entre EE UU y la UE, y sería una gran oportunidad para hacer progresos en justicia fiscal, tipos mínimos para las grandes corporaciones, intercambios de información automáticos… Estarán sobre la mesa economías que suponen la mitad del PIB mundial.

Es una oportunidad de mostrar a la opinión pública que con la liberalización del comercio viene más justicia social. Sería un error pensar que más competencia fiscal, menos impuestos para los grandes multinacionales y más desigualdad siempre son cosas positivas. A partir de un cierto nivel es negativo para el crecimiento. Y si no convencemos a las personas de que la globalización va a funcionar también para ellos entonces tenemos un riesgo serio de que la gente esté tentada por soluciones nacionalistas. Moverse hacia un sistema fiscal global progresivo no solo es posible sino absolutamente necesario, si queremos evitar estas reacciones nacionalistas.

Pide una tasa sobre la renta del 80% para evitar “comportamientos tóxicos” por parte de superejecutivos.

Bueno, soy pragmático y estoy dispuesto a negociar un 70% [risas]. No he encontrado evidencias de que sea útil pagar a los ejecutivos 10 millones de euros. Lo he intentado realmente, buscando mejores comportamientos, productividad, pero no he podido. En EE UU entre 1960 y 1980 el tipo máximo en el IRPF, para más de un millón de dólares, era el 82%. Aparentemente, eso no destruyó el capitalismo estadounidense, de hecho el crecimiento fue en esos años superior al de después de Reagan. Sería más fácil para Estados Unidos [aplicar subidas de impuestos] que en un país europeo individual, porque en Europa la posibilidad de trasladar las sedes de las compañías limita el margen de lo que un país puede hacer.

"Existe una tendencia a justificar cualquier nivel de desigualdad en base al mérito"

Habla de una falsa meritocracia.

Es un juego en el que el ganador se lo queda todo y después intenta pretender que eso es lo mejor para el interés de la sociedad. Lo llamo extremismo meritocrático, y es una tendencia a justificar cualquier nivel de desigualdad en base al mérito. Tenemos que someter este discurso al escrutinio público y examinar estas justificaciones.

Hay relación entre la desigualdad y la inestabilidad financiera

Sí, ...


De -Classe média, + desigualdades, - democr a 21 de Novembro de 2014 às 15:23

------- “La reducción de la clase media es un riesgo para la democracia”
- Thomas Piketty
( http://cincodias.com/cincodias/2014/11/19/economia/1416384754_082607.html#?id_externo_promo=15112013-home-lomasvisto-modulo-001-cds )

...
...
Hay relación entre la desigualdad y la inestabilidad financiera

Sí, en EE UU la desigualdad ha contribuido no solo al estancamiento de la renta mediana sino también al aumento de la deuda y a un sistema financiero inestable.

En España el crédito fácil estimuló a las familias a comprar vivienda, pero al final se han encontrado con demasiada deuda

Sí, a veces tras una caída en el precio inmobiliario la gente tiene patrimonio negativo, más deuda que activos. El sistema fiscal exacerba esta tendencia, porque los impuestos sobre la propiedad [se refiere al IBI] no tiene en cuenta la deuda ni los activos financieros, y la gente que tiene patrimonio negativo paga lo mismo que los que tienen millones de riqueza financiera. Ir hacia un impuesto global sobre la riqueza supone también mitigar el efecto de las crisis financieras.

Habla usted de la “obsesión infantil” de los economistas con las matemáticas. ¿Eso ha allanado también el camino a la inestabilidad? Hablo de las teorías de los mercados eficientes, de los sistemas de valoración del riesgo…

Sí, creo que en las grandes finanzas institucionales hay una fe ilimitada en los modelos matemáticos que ha contribuido a una excesiva desregulación financiera. Creo también que los economistas tienen una gran responsabilidad por intentar aparentar que tienen un componente científico del que la economía carece. La gente de fuera de la economía, especialmente en ciencias sociales, también tiene su responsabilidad, por permitir a los economistas quedarse el monopolio de estos asuntos. Es fácil decir que no sabes de economía, pero es una forma de declinar la responsabilidad en favor de otros. Yo intento contribuir con mi libro a la democratización del conocimiento económico, y que eso sea un paso para una mayor democracia en Europa, también en España.

------------- xxxxx----------

--"Existe una tendencia a justificar cualquier nivel de desigualdad en base al mérito"

--"Si no convencemos a las personas de que la globalización funcionar también para ellos tenemos un riesgo serio de tentaciones nacionalistas"

--“La competencia fiscal hace que se cobren más impuestos a la clase media”

--“Francia y Alemania han sido muy egoístas en relación a España” ( e com Portugal,... Grécia.)


Comentar post

MARCADORES

administração pública

alternativas

ambiente

análise

austeridade

autarquias

banca

bancocracia

bancos

bangsters

capitalismo

cavaco silva

cidadania

classe média

comunicação social

corrupção

crime

crise

crise?

cultura

democracia

desemprego

desgoverno

desigualdade

direita

direitos

direitos humanos

ditadura

dívida

economia

educação

eleições

empresas

esquerda

estado

estado social

estado-capturado

euro

europa

exploração

fascismo

finança

fisco

globalização

governo

grécia

humor

impostos

interesses obscuros

internacional

jornalismo

justiça

legislação

legislativas

liberdade

lisboa

lobbies

manifestação

manipulação

medo

mercados

mfl

mídia

multinacionais

neoliberal

offshores

oligarquia

orçamento

parlamento

partido socialista

partidos

pobreza

poder

política

politica

políticos

portugal

precariedade

presidente da república

privados

privatização

privatizações

propaganda

ps

psd

público

saúde

segurança

sindicalismo

soberania

sociedade

sócrates

solidariedade

trabalhadores

trabalho

transnacionais

transparência

troika

união europeia

valores

todas as tags

ARQUIVO

Janeiro 2022

Novembro 2019

Junho 2017

Março 2017

Fevereiro 2017

Janeiro 2017

Dezembro 2016

Novembro 2016

Outubro 2016

Setembro 2016

Agosto 2016

Julho 2016

Junho 2016

Maio 2016

Abril 2016

Março 2016

Fevereiro 2016

Janeiro 2016

Dezembro 2015

Novembro 2015

Outubro 2015

Setembro 2015

Agosto 2015

Julho 2015

Junho 2015

Maio 2015

Abril 2015

Março 2015

Fevereiro 2015

Janeiro 2015

Dezembro 2014

Novembro 2014

Outubro 2014

Setembro 2014

Agosto 2014

Julho 2014

Junho 2014

Maio 2014

Abril 2014

Março 2014

Fevereiro 2014

Janeiro 2014

Dezembro 2013

Novembro 2013

Outubro 2013

Setembro 2013

Agosto 2013

Julho 2013

Junho 2013

Maio 2013

Abril 2013

Março 2013

Fevereiro 2013

Janeiro 2013

Dezembro 2012

Novembro 2012

Outubro 2012

Setembro 2012

Agosto 2012

Julho 2012

Junho 2012

Maio 2012

Abril 2012

Março 2012

Fevereiro 2012

Janeiro 2012

Dezembro 2011

Novembro 2011

Outubro 2011

Setembro 2011

Agosto 2011

Julho 2011

Junho 2011

Maio 2011

Abril 2011

Março 2011

Fevereiro 2011

Janeiro 2011

Dezembro 2010

Novembro 2010

Outubro 2010

Setembro 2010

Agosto 2010

Julho 2010

Junho 2010

Maio 2010

Abril 2010

Março 2010

Fevereiro 2010

Janeiro 2010

Dezembro 2009

Novembro 2009

Outubro 2009

Setembro 2009

Agosto 2009

Julho 2009

Junho 2009

Maio 2009

RSS