Sábado, 21 de Novembro de 2015

(Francisco Galope, 13.11.2015 , Visão)

     Saldos em Portugal, (nas privatizações e concessões) um documentário que vai estrear, em 7 dezembro, no canal público alemão WDR questiona a história de sucesso do programa de ajustamento da troika. Esse, diz-se, terá beneficiado mais as multinacionais alemãs do que a generalidade da população portuguesa.

      Da autoria do jornalista português António Cascais, que reside há 45 anos na Alemanha, o filme contraria a ideia difundida na opinião pública germânica de que a intervenção da troika em Portugal foi um sucesso – um caso apresentado como a prova final de que, apesar do desastre grego, afinal, a austeridade prescrita pela chanceler Angela Merkel e pelo ministro das Finanças Wolfgang Schäuble funcionou.

      Durante a intervenção da troika, um período em que o vice-primeiro-ministro português, Paulo Portas, afirmava que o País estava a viver sob “protetorado”, o Instituto da Economia Alemã (IDW, um think tank próximo das estruturas patronais germânicas), considerou que um programa de ajustamento bem sucedido em Portugal, teria uma «incalculável força simbólica para a estratégia de ajuda da zona euro».

    No, seu documentário, António Cascais olha para o país onde nasceu pouco antes de emigrar com os pais para a Alemanha, com os olhos de um alemão. Não contesta que o resgate de Portugal nesta crise financeira tenha sido uma história de sucesso. «Contudo, não o foi para os trabalhadores, reformados, crianças e jovens portugueses, ao invés das empresas e multinacionais estrangeiras, entre elas as alemãs», cometa o jornalista.

    Este é mais um trabalho seu envolvendo as relações luso-germânicas. E promete agitar as águas, tal como o seu filme de 2014 para o qual investigou os contornos opacos do negócio à volta de dois submarinos vendidos por um consórcio alemão ao Estado português, para o filme Corrupção – A Alma do Negócio? E cuja versão portuguesa pode ser vista no final deste texto.

   No seu mais recente trabalho, Cascais mostra Portugal como o «bom aluno» que fez os trabalhos de casa – o ir além da troika no seu programa de privatizações, a redução radical da despesa do Estado, a flexibilização da legislação laboral, os cortes nas pensões, salários e na saúde e aumento dos impostos.

     Elogiado pelo sucesso da saída do resgate, em 2014, Portugal é exibido como aluno exemplar – uma espécie de contraponto à Grécia. Mas o documentário questiona se esse coro de elogios corresponderá à realidade e procura dar resposta a muitas interrogações.   Como é que as empresas alemãs se tornaram as principais empregadoras no País? Terão elas encontrado em Portugal melhores condições do que na Alemanha? E o que tem isso a ver com as políticas da troika? Não se deveria mudar a medicação, quando o remédio prescrito pelo Governo alemão e pela troika aos países em crise tem efeitos secundários nefastos – mesmo num aluno exemplar como Portugal?

      O documentário sobre o negócio dos submarinos em português (2014):

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     A  investida  chinesa      (Visão, 27.08.2015)

São, na sua maioria, grandes conglomerados empresariais. Gerem ativos superiores ao valor das 20 maiores empresas portuguesas. A China State Grid tem 1,8 milhões de trabalhadores, mais de um terço da população ativa portuguesa. Mas, afinal, porque demonstram estes colossos mundiais tanto interesse em investir num mercado tão pequeno como o português?

"...Tem sol, o ar é limpo e há grandes oportunidades de negócio." Quem o diz é Zheng Yonggang, magnata chinês ... Com avião próprio estacionado na base de Figo Maduro, ...

A empresa de Yonggang investiu mais de 20 milhões de euros em imobiliário num espaço de um ano, mas quer diversificar a área de negócios e tem mil milhões de euros disponíveis para isso. 



Publicado por Xa2 às 07:55 | link do post | comentar

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