2 comentários:
De Política d'ouro vs 'cheta' cidadãos 2ª a 11 de Fevereiro de 2014 às 10:07
--'gold': Vistos, tribunais, impostos, burocracia, ... para estrangeiros e elite rica...
--'cheta' para o povo (cidadãos de 2ª e 3ª): os direitos são cortados, negados, atrasados/adiados, reduzidos, ... e as Pessoas são pisadas, espremidas e expulsas !!

Já sabíamos que 'eles' não viviam no mesmo país (da dificil realidade) que nós, aliás actuam como se estivessemos noutro mundo !!

Agora, está tudo 'legalizado', sub-vivemos na:
« República Apartheid da europa far West » !!

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Golden Age

(-por carlos carujo, em 09.02.14, http://linhasdaira.blogs.sapo.pt/ )


O PS propõe juntar às políticas de visto gold para investidores ou craques internacionais das ciências os tribunais gold para «investidores» estrangeiros. A ideia é oferecer resolução mais rápida de conflitos através de um «tribunal com uma competência especializada para apreciar os conflitos emergentes das relações contratuais onde está envolvido investimento estrangeiro».

Ao que se pode ler aqui e do ponto de vista de um leigo absoluto nestas matérias, a proposta não é nada clara. Fica a ideia de uma trapalhada ad hoc «dependendo das verbas envolvidas, algo que seria definido consoante o contexto económico, por exemplo anualmente.» E fica a incerteza do âmbito de aplicação: os conflitos com outras empresas são claramente nomeados mas estaremos também a falar em conflitos com o Estado português ou com os trabalhadores? Como se garantem direitos processuais de defesa que impliquem tempo se o determinante é a pressa de resolução? É uma via verde ou implica mesmo o que parece: tribunais especiais que só julgam este tipo de casos? É recíproco ou unilateral, ou seja, se um/a trabalhador/a for despedido/a ilegalmente de uma destas empresas será também resolvido em prazo dourado ou limita-se a ser no que diz respeito aos interesses do «investidor»?

A via verde na justiça cria não só um regime de um país, dois sistemas mas, sobretudo, institui a desigualdade no direito ao acesso à justiça. E isto é, do ponto de vista democrático,inaceitável.

Com esta proposta, o PS entra imponderadamente na insana corrida louca ao ouro, cede à mitificação do investimento estrangeiro e dos/as investigadores/as estrangeiros e contribui para as simétricas respostas nacionalistas a troco da promessa de milhões em investimento e de empregos. Só que é preciso sublinhar que a política dourada é a que vende facilidades a alguns mantendo ou reforçando as dificuldades de todos. Os vistos dourados são a outra cara de Lampedusa, de uma Europa cúmplice das mortes de milhares de pessoas. Os vistos para craques cientistas são a outra cara da política de destruição da ciência indígena,da precariedade e do êxodo forçados de investigadores/as. Os tribunais dourados serão a outra cara de uma justiça injusta lenta e absolutamente desigual.

A idade do ouro neoliberal é a institucionalização da desigualdade em nome dos negócios. Começa como um visto, uma bolsa ou tribunal. Onde acabará?


Tags: neoliberalismo ps


De Crime e Prostituição... a 28 de Fevereiro de 2014 às 10:19
Onde o Código Penal não deve ser chamado

(-por Vital Moreira,27/2/2014 , http://causa-nossa.blogspot.pt/ )


Esta semana no Parlamento Europeu votei contra uma recomendação de criminalizar os clientes de PROSTITUIÇÃO.

Seja qual for o juízo que fizermos sobre a prostituição em si mesma, tenho por certo que a criminalização dos clientes de um serviço sexual voluntário entre adultos não seria uma solução adequada, por mais positiva que se julgue ser a chamada "solução nórdica" (o que está longe de ser consensual).
Sempre defendi que a criminalização é uma solução de último recurso e que há áreas em que ela pode ser um problema, mais do que uma solução. Esta é uma delas.
No caso, a criminalização só contribuiria para clandestinizar a prostituição e para tornar ainda mais vulneráveis as prostitutas (e já agora os prostitutos...) à sua exploração por "gangs" organizados e pelos proxenetas.

Tudo o que importa ser penalizado nesta matéria já é crime:
tráfico de mulheres, prostituição forçada, exploração económica da prostituição.

Deixemos de lado o Código Penal lá onde ele não é chamado.


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