De Judeu a 30 de Agosto de 2013 às 01:34
Brilhante texto. Logo os israelitas, povo conhecido por ser masoquista, entegrou á AL Quaeda o gás, para derrubar o atual presidente da Síria e vê-lo subtitído por um governo fundamentalista islâmico, que se têm revelado MUITO AMIGOS de Israel.
Haja paciência para cronistas tão inteligentes.
Ora aqui está uma grande diferença entre Portugal e Israel. Perceberam qual é?
De .Factores e Culpados atrás da cortina.. a 30 de Agosto de 2013 às 09:42
...talvez, talvez, ...
- quem está por detrás do crime ?
um governo, um vendedor de armas... uma multinacional... um milionário louco, bancos, facção/célula terrorista, ... as secretas do Irão ou do Paquistão ou fanáticos do Iraque, Afeganistão, Iémen, ... da Coreia do Norte, ...
é só escolher...
terroristas, militares, secretas, negociantes de armas, empresas químicas, petrolíferas, ... existem em demasia e o dinheiro + o fanatismo/loucura fazem o resto.
- quem ganha com isto ?
a verdade é que há muitos a ganhar imenso com estas guerras (directa e indirectamente, de imediato ou futuramente)... outros a serem manipulados ou a tirarem vantagens laterais, acordos forçados, vendas, roubos, ... obter bens e recursos, mercados, cobaias, escravos, seguidores/apoiantes, leitores, ...
- e quem perde ?
.poder geoestratégico militar, acesso a recursos, mercados, ...
.princípios e direitos Humanos, ideologias humanistas pacifistas/ cooperantes, associações/organizações comunidades nações Estados (por oposição a interesses privados, ...), lobbies locais e internacionais, regimes e facções ...
. para além e aquém das vítimas (...):
dezenas, milhares, milhões de PESSOAS mortas, feridas, diminuídas, traumatizadas, deslocadas, exiladas, perdidas, roubadas, exploradas, violadas, torturadas, escravizadas, ... fanatizadas, revoltadas, enlouquecidas, desHumanizadas...
O General Wesley Clark revela plano para a Síria em 2007
Pentágono, 2003, umas semanas após o 11 de Setembro.
“O plano é atacar e derrubar os governos de sete países em 5 anos. 1º o Iraque, 2º a Síria, 3º o Líbano, depois a Líbia, a Somália, o Sudão e o Irão.”
A revelação é de Wesley Clark, general norte-americano na reserva, comandante supremo da NATO de 1997 a 2000, não agora, como quem adivinha o número da sorte, depois de andar a roda.
Não, isto é revelado num discurso em 3 de Outubro de 2007 no Commonwealth Club of California, em S. Francisco. [Há outros vídeos disponíveis no Youtube, legendados em espanhol, francês, alemão, etc, incluindo alguns com o discurso integral.]
Surpreendente e premonitório.
Diz o general Wesley Clark: pouco depois do 11 de Setembro fui ao Pentágono para falar com o Secretário de Estado da Defesa, Rumsfeld e quando descia do gabinete um general com quem trabalhei chamou-me:
está com certeza a par dos planos para o Iraque – não estava - puxou de um relatório secreto e disse-me vamos atacar o Iraque. E sabe as razões? Perguntei-lhe. Não. Aqui em baixo não sabemos nada. Mas têm informações que ligam Sadam ao 11 de Setembro? Interroguei. Não. Nenhumas.
Seis semanas depois, noutra ida ao Pentágono, Clark interrogou o colega: então mantêm-se o plano de ataque ao Iraque? Sabe!?,
É muito pior - e referiu um papel Top Secret, do Secretário de Estado da Defesa - vamos no Médio Oriente atacar e derrubar os governos de 7 países em 5 anos. E enumerou-os. (Acima referidos)
Andei umas semanas sem conseguir encaixar isto afirma W.Clark.
E lembrei-me então de uma reunião nos anos 90 em que Paul Wolfowitz [ o ideólogo ULTRA-conservador autor da política externa de W. Bush, e da invasão do Iraque] me afirmara:
temos 5 ou 10 anos para tratar de todos estes regimes “devotados” à ex-União Soviética, Síria, Iraque, Irão...
Wesley Clark afirma, no discurso, que um grupo, tomou conta do país, fez um “golpe de estado político” e referia-se ao pessoal de W.Bush, ao seu “vice-presidente, Dick Cheney, o Secretário de Estado da Defesa, Donald Rumsfelf, ao vice Secretário de Estado da Defesa Wolfowitz e mais meia dúzia” .
Concluía é o petróleo e o gás. Os interesses do império.
E indignava-se com W.Bush: “Fez tudo o contrário do que prometera na campanha eleitoral.
O país foi informado deste plano? Houve debate público?”
Notas: Ataque ao Iraque 2004, ao Líbano, 2006 (Israel), à Líbia 2011 (EUA, FRança e RU) quanto à Síria os planos estão ou estavam para 2013.
Vídeo de 3minutos, legendado em Português: http://youtu.be/sCDRWEpz5d8.
O discurso do general Wesley Clark tem perto de uma hora.
(# posted by Raimundo Narciso, PuxaPalavra, 17/9/2013)
De .Egipto e a Irmand.Muçulmana fanática. a 2 de Setembro de 2013 às 17:21
e O q. está a acontecer no Egipto?
(e-mail em inglês)
... we are obviously sorry and very sad about all these killings, but still hope that things will go back to normal sooner rather than later. As friends of Egypt and of many Egyptians, you may like to know what is really happening, which is more than what meets the eye. To summarize:
1. Following President Mubarak resignation, a new president belonging to the Muslim Brotherhood (Mohamed Morsi) was elected by 51% of the vote (i.e. 49% of Egyptian did not vote for him).
He was democratically elected, but so was Hitler.
Most of the voters voted for him because the opposite candidate, although excellent, belonged unfortunately to the old Mubarak regime.
2. The Muslim Brotherhood is an Islamic movement which has the ultimate aim of re-establishing the caliphate i.e. to establish a pan-Muslim state extending from Andalucia in Spain to India, with a new caliph (The last caliph was the Ottoman Sultan and the caliphate was abolished in 1923 following the defeat of the Ottoman Empire in the First World War).
They are represented in more than 60 countries, working mainly underground, with headquarters in Munich (http://globalmbreport.org/?p=2983). They have a strong financial network based in Switzerland (http://en.wikipedia.org/wiki/Al_Taqwa_Bank).
They do not believe in modern political borders (including that of Egypt) and put the interests of their pan-Islamic plan before Egyptian interests. Their branch in Gaza is Hamas (short for Islamic Resistance Movement).
They believe in arm struggle to achieve their aims and are famous, since their establishment in 1927, for introducing political assassinations in Egypt of politicians (http://en.wikipedia.org/wiki/Mahmoud_an-Nukrashi_Pasha), (http://en.wikipedia.org/wiki/Ahmad_Mahir_Pasha)
and judges (http://english.ahram.org.eg/NewsContent/18/62/73627/Books/Review/Book-review-A-secret-history-of-Brotherhood-founde.aspx)
3. Once in charge, this new President Morsi started his time by blatantly issuing three unconstitutional edicts unheard of in any democracy:
(i) he issued an edict making all his decision uncontestable in courts!!!
(ii) he fired one of the highest judges, the director of public prosecution, and
(iii) he asked the Parliament, which has been abolished by the Supreme Constitutional Court, to continue working and issue laws which withdrew all the newly acquired rights of women, Christians and other minorities.
And so did Hitler. He also put Muslim Brotherhood incompetent people in charge of all important positions.
His followers barricaded the Supreme Constitutional Court preventing the highest judges of Egypt from convening to rule on the unconstitutionality of his new laws in time
.4. After one year in office, nobody could stand him anymore. He had alienated the moderates, the rightists, the leftists, the Christians, the Judiciary, the Army, the Media, the Police and even the Azhar Institution (the official Islamic Center for Sunni Muslims all over the World for the past 1000 years) that is everybody else except his Muslim fanatics.
A group of young activists collected 20 million signed petitions asking him for a new (premature) election (they did not ask him to leave), but because he knew he would lose the election, he refused repeatedly to hold these elections.
Many millions went to the streets asking him to accept and asking the Army to intervene.
5. Following two 20 million-strong rallies calling for early elections or resignation (30 June and 3 July 2013), the Minister of Defense obliged.
He approached him together with the leaders of all parties (including some Islamists), the Judges, the heads of the Azhar and the Coptic Church, but he refused.
The Army deposed him and immediately put in charge (as a temporary president) the Head of the Supreme Constitutional Court (as dictated by the Constitution) together with a detailed plan of drawing a (non-religious) constitution, electing the parliament and electing a new president within 6 months.
The Army did not take any privileges, they did not rule and, contrary to what the Western media claim, it is not a coup d’état.
The Army is not ruling. The interim president is the head of the Supre
De Política e fanatismo religioso: explosiv a 2 de Setembro de 2013 às 17:27
...(Egipto)...
The interim president is the head of the Supreme Constitutional Court as dictated by the Constitution.
6. Morsi and some of his colleagues were arrested but not on political charges.
They were arrested because it turned out that during the ousted of President Mubarak, it was not Mubarak who shot the demonstrators.
It was the Muslim Brotherhood and their Hamas colleagues who smuggled the weapons from Gaza through the famous tunnels.
So the arrest of Morsi is based on a high court ruling preceding his removal from office dating few months ago but nobody at the time dared to arrest the President.
7. The Muslim Brotherhood went mad. How could they lose their president so quickly after having worked for that moment for 80 years (they were established in 1927).
They barricaded themselves in two Cairo squares, took to the arms (light and heavy weapons) and incited people through loudspeakers to violence, cut off communications and paralyzed life in two large Cairo districts.
They kidnapped their opponents (anti-Morsi people) and tortured and killed them, as reported by Amnesty International (http://www.amnesty.org/en/for-media/press-releases/egypt-evidence-points-torture-carried-out-morsi-supporters-2013-08-02).
They were asked repeatedly to leave.
Peaceful negotiations were offered by the Americans, the EU, the British, the Africans and the Religious Institutions, which were all refused.
(Either we rule you by our fanatic Islamic vision or it will be hell for all).
8. Another rally of 20 million Egyptians asked the Army and Police to evict them (26 July 2013).
The Police went to evict them peacefully but they started shooting.
They killed 43 policemen, including 2 (police) generals and 2 (police) brigadiers. There was no more room for peace and they had to be evicted forcefully.
The police responded by returning force, as is the law in Egypt and all civilized countries, which have the duty to keep law and order for its citizens and use weapons if attacked by weapons.
Turning the other cheek cannot be the right policy in these cases. The ugly but inevitable event ended by this massacre we have all seen.
9. Following their eviction from the two squares, the Muslim Brotherhood fellows and followers decided to wreak havoc all over Egypt.
They set fire to many government buildings, churches, Christian-owned shops and businesses, police stations, the Alexandria Library (quickly extinguished) and other national buildings and looted museums.
They are blocking large roads to paralyze life opposing the will of the overwhelming majority of the Egyptian people.
10. What will happen next? Will they continue with their campaign of terror? Will they go underground and start a bombing campaign?
Will they form a new peaceful party as everybody is asking them to? Will they disappear from history? Most probably not.
And so we are waiting to see what these “religious movements” are going to show us next.
11. It is not always easy to understand Middle Eastern politics for people watching from the West.
Egypt tried to warn the world about Omar Abdel-Rahman (the blind cleric who was behind the first World Trade incident) but the USA said he was not fairly treated, gave him asylum and suffered dearly afterwards.
If your opponent is honest, you should be honest, but if you play honest with a dishonest opponent, then you are not honest but just naïve and you will suffer dearly afterwards.
12. In retrospect, wouldn’t it have been better for somebody to have stopped/got rid of Hitler and the Nazis earlier (as Rommel and his colleagues tried but failed)?
Or would this have been called a coup d’état and condemned by the international community?
And this was a short summary of a long story!!!
Thank you again, keep well and all the best. We hope to see you in Egypt soon after all this is over.
Written by an Egyptian who thinks that religion is a private matter and has nothing to do with politics.
Para pior já basta assim
(por Daniel Oliveira, Arrastão e Expresso online)
"A Síria é uma república monárquica.
Ao pai Hafez al-Assad sucedeu o filho, Bashar al-Assad. Os dois têm o carisma de uma anémona. Mas, mesmo assim, não hesitam em levar o culto da personalidade até ao enjoo. As fotografias de pai e filho são omnipresentes. Todos os cafés, lojas, restaurantes e bares, queiram ou não queiram - e duvido muito que algum queira -, são obrigados a ostentar as carinhas dos dois senhores. Nas fotos de propaganda do regime ao pai e ao filho junta-se o Espírito Santo.
O filho predileto de Hafez, Basil al-Assad, era o candidato ao trono, mas morreu prematuramente num acidente de viação. Ficou o filho Bashar, o mais ocidentalizado, que chegou a dar sinais de abertura nunca concretizados. Basil surge como herói, montado em cavalos. Ao que parece praticava hipismo e conseguiu um segundo prémio para a Síria. Sendo da dinastia Assad, isso chega para ser um novo Saladino. As imagens estilizadas do defunto estão estampadas nos carros.
A Síria é, como praticamente todos os regimes árabes, uma ditadura repressiva. Esta calhou ter estado do lado de lá do Muro - ou seja, do lado dos derrotados. Mas falar de socialismo aqui seria no mínimo exagerado.
A intervenção do Estado na economia é maior do que nos países vizinhos. A repressão política também.
A religiosa, pelo contrário, é mais baixa.
Trata-se de uma ditadura laica que da mesma forma que prende e mata os opositores políticos, mantém controlados os movimentos de qualquer tipo de fundamentalismo religioso
que nunca quereriam nada com a dinastia Assad. A ligação ao Irão é táctica, não religiosa, já que a esmagadora maioria da população é sunita (mesmo que o regime seja dominado pelos alauitas, pequeno ramo dos xiitas, sendo este um dos 2 grandes ramos dos muçulmanos, o outro é o dos sunitas)."
"Se em Damasco a diversidade religiosa se sente, em Alepo ela é muito presente. Alepo diz-se o mais antigo local habitado do Mundo e a sua história é feita de conquistas, reconquistas, ocupações e guerras. Mas também de convivência.
O hotel onde fiquei é no bairro arménio, maioritariamente cristão. Um bairro semelhante existe na cidade velha de Damasco. No domingo, fui assistir à missa dos maronitas. Podia ser em qualquer cidade europeia, mas eram árabes que ali estavam. Nos bairros cristãos de Damasco e Alepo os símbolos religiosos (crucifixos e imagens de Cristo) são tão visíveis como os símbolos islâmicos no resto da cidade.
Nos anos sessenta houve tensões com os cristãos (arménios, ortodoxos gregos, maronitas e católicos latinos) mas os problemas não são comuns e muito menos visíveis para um visitante.
Há ainda drusos, xiitas e alauitas, para além da maioria sunita.
Com mais uma guerra a decorrer no Líbano, impressiona-me que cheguem, aos milhares, a Alepo e Damasco, refugiados libaneses de todos os credos: maronitas, drusos, xiitas, sunitas. Como se o Líbano fosse a reprodução extremada do mosaico sírio e a Síria, apesar da ditadura e da repressão (ou até por causa delas), a sua versão pacifica."
Reutilizo aqui duas passagens do pequeno diário que escrevi quando, há sete anos, estive na Síria. Não eram notas políticas. Apenas apontamentos de duas das coisas que mais notei na vida quotidiana de um dos países que mais me impressionou, pela sua beleza, até hoje:
a ditadura, uma das mais repressivas do mundo árabe, e a inabitual convivência religiosa. A que poderia acrescentar a convivência étnica, que junta curdos, turcos, arménios e árabes.
Duas impressões que demonstram que as coisas são, por vezes, mais complicadas do que parecem. A pior das ditaduras pode ser, do ponto de vista religioso e étnico, um regime tolerante.
Juntem-se a estes dois dados o papel estratégico da Síria na região.
Todos os conflitos no Líbano são incompreensíveis sem perceber o que se passa no vizinho sírio.
E qualquer conflito no Líbano tem repercussões imediatas em Israel e no seu conflito com a Palestina.
Damasco tem um diferendo territorial com Telavive, dá apoio à resistência palestiniana e tem, no seu território, campos de refugiados palestinianos (bastante mais dignos, diga-se em abono da verdade, dos que existem no Líbano ou na Jordânia).
...
Para pior já basta assim
(por Daniel Oliveira, Arrastão e Expresso online)
...
...(Síria)...
Tem uma aliança tática com o Irão.
Tem muitos refugiados iraquianos e relações próximas com o outro lado da fronteira.
Tem uma minoria curda e está, mesmo que de forma ligeira, ligada aos conflitos do Curdistão com Bagdad e Ancara.
O regime é dominado por alauitas (que se consideram xiitas), quando a maioria da população é sunita.
Ou seja, a Síria é um dos elementos mais sensíveis na filigrana que é o Médio Oriente. Por ali passam, de forma intensa ou moderada, quase todos os conflitos da região: curdos contra turcos, iraquianos e sírios, palestinianos contra israelitas, iranianos contra o Ocidente, todos contra todos no Líbano, sunitas contra xiitas, muçulmanos contra cristãos.
A queda do regime de Assad pode parecer uma boa notícia. Mas também pode trazer muitos amargos de boca.
Entre os rebeldes estão muitos fundamentalistas islâmicos ('jihadistas', alQaeda, ...) que, numa sociedade habituada a viver numa razoável paz religiosa, poderiam abrir uma panela de pressão que nunca mais se fechará.
A convivência que encontrei em Alepo e Damasco será, estou seguro, uma impossibilidade com a chegada de alguns dos rebeldes ao poder.
Que Assad é um torcionário, não tenho qualquer dúvida. Que os que o lhe querem suceder não sejam ainda piores é coisa que não apostaria.
Ao que se junta destabilização que a mudança de regime pode trazer a todo o Médio Oriente. Mas nem é necessário que haja uma revolução na Síria.
Basta a intervenção ocidental naquele território, com o sempre INDESEJADO envolvimento americano e com a participação das duas principais potências ocidentais com interesses económicos e estratégicos na região - França e Reino Unido -, para que a instabilidade se espalhe por todo o Médio Oriente.
Não há, do ponto de vista da paz na região, qualquer bom argumento para uma intervenção militar externa.
Não há nenhum argumento político para substituir uma ditadura por aquilo que dificilmente virá a ser uma democracia (provavelmente será uma DITADURA pior !!!: política, religiosa, étnica e cultural).
Sobra, então, o argumento moral para esta intervenção. Um argumento difícil de sustentar. Poderia enumerar dezenas de guerras civis recentes e mais mortíferas do que a da Síria.
A questão são as armas químicas? Mas os mortos do Darfur ou do Ruanda são diferentes por ter sido usado armamento convencional? Centenas de milhares de vítimas valem menos se forem mortas à catanada?
E não sabemos que também os rebeldes sírios já usaram este tipo de armamento?
Não sei se os interesses económicos na região, para os quais a Síria tem uma posição geográfica estratégia, explicam esta vontade de intervir.
Apostaria mais em razões internas norte-americanas e francesas. A paz na região é que não é de certeza.
Resumindo: nenhum argumento estratégico, político e moral sério pode ser usado para esta intervenção. Qual é a minha alternativa?
A mais difícil de escrever, perante mais de cem mil mortos e dois milhões de refugiados:
terão mesmo de ser os sírios a resolver a encruzilhada em que se encontram.
A nós, resta-nos esperar que ali surja um poder democrático e laico. Depois desta guerra, não será provável. Mas quanto teve a Europa de penar para chegar às suas imperfeitas democracias?
Não terão os árabes o direito de encontrar o seu próprio caminho?
Não aprenderam os EUA que, quase sempre que se meteram no Médio Oriente, deixaram tudo ainda pior do que encontraram?
De .comentários e factores ocultos... a 5 de Setembro de 2013 às 11:35
------- Excelente análise. Concordo inteiramente.
Qualquer intervenção militar ocidental na Síria fará explodir o Líbano e Israel.
As lições da guerra do Iraque parecem ter sido esquecidas, ou nunca reconhecidas.
------ Carlos Marques
ADENDA: penso ter lido nas entrelinhas que existem duas razões para esta ataque:
colocar os russos em sentido, depois do caso Snowden,
e premiar a CNN pela mãozinha que a pivot deles deu ao Obama no debate decisivo com o Romney.
---- Ant.Cunha
Concordo com o Daniel nesta questão. Um intervenção externa e um forçar da queda deste regime irá transformar a Siria em mais um país fundamentalista, 10x PIOR que o existente.
Os Egípcios estão a ver-se doidos para correr com os fundamentalistas. Conheci este verão um grupo de
Tunisinos que trabalhavam em Portugal no verão e por incrível que pareça eles preferem ter o ex-ditador do que os fundamentalistas religiosos.
----- Manolo Heredia
Excelente enquadramento. Faltou a análise, que explica quem ganha e quem perde, e o quê, com a queda destes regimes (quem espera ganhar ou perder).
A questão Israel-nuclear, Irão-nuclear, Líbano e Palestina em 'lume-brando', base naval russa, oleodutos (russos, americanos, ingeses, franceses), negócio das armas.
Que são as verdadeiras causa de alguns países (empurrados pelos gr. lobbies das multinacionais petrolíferas, armas, militares, ... mais os seus apoiados grupos armados e movimentos político-religiosos) com interesses instalados quererem ir lá "molhar a sopa".
----- Apophis
Concordo. Para além disso afirmo que o fundamentalismo islâmico ou islamofascismo (principalmente de origem sunita) é o maior promotor da agenda norte-americana, ou o resultado dela.
Faz sentido que o regime sírio lhes retire poder, o que contribui para uma sociedade mais laica.
Os Estados Unidos combatem ao lado da Al-Qaeda no Iémen, mas a comunicação social não divulga isso porque pode estragar a narrativa. Se isso acontecer na Síria vai ser mais difícil de esconder.
Os próprios sírios até podem tentar resolver o problema, mas com a CIA a financiar os "rebeldes" isso torna-se mais complicado.
-----
O que é claro é o interesse do imperialismo (financeiro, petrolífero, militar, ... e os religiosos-fanáticos) pelo domínio daquela zona, nem que para isso tenham que destruir país atrás de país
No limiar de mais uma guerra imperialista a equidistância mata
(-por Renato Teixeira, 4/9/2013)
O Senado dos EUA já deu luz verde ao Nobel da Paz e Presidente dos EUA para atacar a Síria. O Congresso, muito provavelmente, seguir-lhe-á as pisadas. Sem arriscar ainda grandes elucubrações – porque não há guerrilheiros à espera dos meus escritos e porque tenho pouca pachorra para os inventar –
importa desmistificar o pretexto que tem vindo a ser usado para justificar mais uma cruzada das tropas americanas, que como disse Chomsky, só pode ser considerado um crime de guerra.
Enquanto os vídeos divulgados por Hollande, belicista do PSF, nada demonstra a não ser que alguém usou, de facto, material químico,
a Argélia 1 divulgou um vídeo que deixa claro que há sectores dos “rebeldes” que estão a usar armas químicas.
Em reforço desta tese a AP também recolheu testemunhos, na primeira pessoa, que confirmam a história e o mesmo se passa com os mails que foram interceptados e divulgados pelo Pastebin, que revelam toda a encenação (via Tugaleaks).
Podemos estar perante o facto de uns e outros andarem a usar bombas químicas mas os únicos que podem ser acusados com base em provas cabais não são os correlegionários de Assad – ver vídeo em anexo com compilação de evidências – que já contam no seu campo com a Rússia, o Irão e o Hezbollah.
Seria por isso importante que aqueles que à esquerda não hesitam em apontar o dedo ao regime em matéria de uso de armas químicas fossem capazes de citar mais do que as notícias da propaganda francesa, israelita ou norte-americana.
É que até podem ter razão, mas a citar quem citam não convencem rigorosamente ninguém.
A máquina de guerra está em marcha, uma vez mais a pretexto sem texto, com intenções nebulosas e mal explicadas.
Se é evidente que Assad não é flor que se cheire não é menos evidente que quem o combate deixa muito a desejar.
Mas sabemos que a guerra é a guerra, como dizia o Fausto, e quem ficar, nesse contexto, em cima do muro, acabará baleado pelos dois lados.
O derrube de Assad só será um bom sinal se ele for feito pelo povo sírio.
Se ele for garantido com drones, à bomba e com o músculo de uma intervenção imperialista, que irá causar uma devastação incalculável, não se abrirá nenhuma possibilidade emancipatória nem para o país nem para a região.
Assim foi no Iraque, no Afeganistão ou na Líbia. Assim será na Síria.
É uma via que só acrescenta terror ao terror. É voltar a fazer a guerra com os olhos muito longe da paz.
A química do mal
(-por luismiguelrainha, 5/9/2013)
Um país do Médio Oriente ataca civis dentro do que proclama serem as suas fronteiras, com uma substância muito peculiar.
Este produto químico não é, tecnicamente falando, “tóxico”, pois não se limita a envenenar quem o inspira;
incendeia-se em contacto com o ar, agarrando-se ao corpo e às roupas dos que são banhados pelas suas chuvas letais.
Depois, cada gota arde e arde, furando a carne até ao osso, produzindo cadáveres “caramelizados”, na pitoresca linguagem de alguns observadores.
O uso de fósforo branco (assim se chama a poção mágica) sobre civis é há muito proibido; em 1980, inúmeros países assinaram um “Protocolo sobre a proibição ou restrições no uso de armas incendiárias”.
Mas Israel (assim se chama a nação pirómana) não o subscreveu.
E, há menos de 5 anos, o Tsahal fez cair um dilúvio de chamas – adquirido aos bons amigos americanos, depois de testado em Fallujah – sobre a cidade de Gaza.
A nova Esparta não se conteve:
mesmo famílias que procuraram refúgio numa escola da ONU foram regadas do ar. E lá ficaram a arder.
Nunca ninguém mediu as cinzas com cuidado que bastasse para chegar a um número incontroverso de vítimas.
Então, não houve presidentes indignados a traçar linhas vermelhas, nem governos a gritar juras de vingança.
Nem tribunais capazes de condenar a atrocidade.
O abismo onde medram ditaduras como a da Síria devolve-nos o olhar com que pretendemos sondar a sua escuridão.
E, de quando em vez, até nos mostra um espelho nada lisonjeiro.
Sacado daqui.(jornal i , 4/9/2013)
Síria: gasodutos, petróleo, geoestratégia
Não tem sido fácil acabar com as dúvidas sobre quem lançou o ataque com armas químicas em Ghouta, nos arredores de Damasco e cometeu o massacre de 1.400 vítimas inocentes incluindo muitas crianças.
Se as armas químicas foram usadas pelo governo Sírio invade-se ou bombardeia-se a Síria mas se foram da autoria dos insurretos? Bombardeia-se ou invade-se os EUA, Israel, a Arábia Saudita e outros países sunitas do Golfo? Pois são estes países que armam e pagam os vários aos grupos terroristas que são as tropas no terreno dos insurretos, AlQaeda, talibãns e outros jihadistas.
Na guerra terrorista que assola Síria já morreram cerca de 100.000 pessoas e chegam a um milhão os deslocados. O anunciado ataque por parte dos EUA poderá levar à destruição do país que é um dos raros países árabes com um regime laico ainda que autoritário e brutal, muito longe dos padrões ocidentais.
Aos olhos dos líderes de alguns países democráticos, uma intervenção militar mesmo que o responsável não tenha sido o governo de Damasco e mesmo que provoque 100 ou 1000 vezes mais vítimas inocentes é uma oportunidade excelente para os seus interesses coloniais/imperialistas, desde que suficientemente salvaguardada a sua imagem de paladinos dos direitos humanos aos olhos dos eleitores e contribuintes. tarefa entregue aos media.
Para se saber ao certo se tinha havido ataque com gás sarin, se as fotos correspondiam àquele crime e se tinha sido Bashar al-Assad o autor daquele intolerável massacre fizeram-se inspeções, esperou-se pelo seu resultado? Não. Fizeram-se votações. A votação na Câmara dos Comuns, levou os parlamentares (alguns, não todos seguramente) a ponderar com o máximo cuidado como é que o seu voto seria visto pelos bancos e as empresas que habitualmente financiam a sua campanha eleitoral. Ponderaram também como iriam reagir os seus eleitores habituais, escaldados com o Iraque, o Afeganistão, o Egipto e a Líbia. Tudo bem ponderado a maioria decidiu que:
1. não se sabe ao certo se houve ataque com armas químicas;
2. no caso afirmativo não se sabe se foram utilizadas pelo governo da Síria ou pelos terroristas do Hezebolah, seu aliado, ou se pela Al Qaeda ou outro grupo terrorista no terreno, organizados e pagos pela democratíssima Arábia Saudita, por Israel e pelos países livres, ao lado daqueles democratas sírios que se rebelaram em prol da liberdade, que representam, se tanto, 10% dos sírios e que, se triunfarem, serão presos ou mortos pelos fundamentalistas islâmicos, sunitas, xiitas ou alauitas, da Al Qaeda, dos talibans, da Irmandade Muçulmana ou do Hezbolah,.
3. assim, tudo bem "averiguado" e ponderados os interesses geoestratégicos dos EUA, os interesses do Pentágono, das empresas de armamento e das empresas com interesses no projeto do gasoduto NABUCO que a Síria não deixa passar pelo seu território, que faça lá a América. Matem 1 ou 2 milhões de sírios, arrasem ou acabem com o país, façam o que entenderem, mas que Obama acolitado por Hollande, não os comprometam a eles deputados da Câmara dos Comuns.
Interrogada por sondagem a opinião pública, 60% dos norte- americanos acham que não houve gás, ou a ter havido não se sabe quem o usou e que o Bashar al-Assad e o Obama se lixem e não os metam noutro sarilho como a do Iraque ou do Afeganistão porque os lucros são para as grandes companhias e quem paga as despesas são eles.
Já no parlamento português, um deputado do PS, cujo nome não fixei, e que não tendo sido desmentido pelo Largo do Rato certamente veicula a opinião do seu partido, descobriu que houve armas químicas e que elas foram usadas por Damasco o que o revoltou superlativamente dado o seu apego aos direitos humanos, e o levou a exigir, ao lado dos mais fracos dos poderosos, de Obama, do conservador David Cameron e do socialista François Holland, o bombardeamento da Síria e o derrube do ogre alauita.
Para aqueles deputados, membros do governo ou simples quadros aparelhados políticos das Jotas ou dos partidos do “arco do poder”, ciosos da sua carreira política e que se decidiram a mercadejar “princípios” na bolsa de interesses da Casa Branca, do Pentágono, de Berlim, do Goldman Sasch, do Bundesbank, do BES ou de outros quaisquer poderes que garan
Síria: gasodutos, petróleo, geoestratégia
...
...
... ou de outros quaisquer poderes que garantam uma carreira política...
para esses políticos, a sua consciência, a sua sensibilidade aos valores da liberdade, dos direitos humanos, da democracia é tal que perceberam logo que as armas químicas tinham sido arremessadas pelo governo de Damasco que assim oferecia, estupidamente e à borla aos “cruzados” o pretexto que eles exigiam para invadirem o seu país.
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Notas:
1. Li mas já não sei
1 . Israel realizou novo ataque aéreo à Síria (2013-09-05) contra supostos mísseis que seguiriam para o Hezbollah libanês.
2. A correspondente na Síria, da agência norte-americana Associated Press, Dave Gavlak, diz que o morticínio do bairro Ghouta resultou de deficiente manipulação de armas químicas fornecidas pela Arábia Saudita a grupo rebelde em Damasco impreparado tecnicamente, segundo entrevistas no local incluindo ao pai de um dos jovens rebeldes morto. Ver também aqui.
3. Loureiro dos Santos: "Agora, presumo que os países estejam preparados para mostrar provas credíveis de que o regime de Assad foi o culpado, não é concebível que lancem um ataque sem provas de quem foi o autor», afirmou o militar.
Loureiro dos Santos frisou que ninguém fala num «terceiro actor» do conflito, os jihadistas – ligados à Al Qaeda e ao grupo Estado Islâmico do Iraque, seu afiliado – que se tiverem acesso a armas de destruição maciça (ADM) «não hesitarão em usá-las».
4. Síria:
Área: 185.000 Km2 (quase duas vezes Portugal).
População: 22.457.336 (2013). Árabes 90.3%, Kurdos, Armenios e outros 9.7%.
Regime: República, regime autoritário, laico, liberdade para a as diferentes religiões.
Parlamento: 250 deputados eleitos por 4 anos.
Partidos legalizados: 6, partidos kurdos não legalizados 16.
Voto aos 18 anos para homens e mulheres.
Idade média da população: 22,7 anos (Portugal 40,7) Mortalidade infantil por 1000 nascimentos: 14,63 (Portugal 4,54, EUA 5,9)
Religião: Sunitas 74%, outros islamitas incluindo alauitas, druzos: 16%, Cristãos vários: 10%, Judeus: pequenas comunidades em Damasco, Al Qamishli, e Aleppo.
PIB per capita: 5.100 dólares, em 2011 (Portugal 23.800 dólares, em 2012)
Serviço militar obrigatório para os homens 18 meses a partir dos 18 anos. As mulheres podem prestar serviço militar voluntário [Dados de The World Factbook - CIA]
# posted by Raimundo Narciso,PuxaPalavra, 8/9/2013
De Urubus-Vampiros globais a 16 de Janeiro de 2014 às 09:55
--- Sabia isto da Síria?
A família Assad pertence ao Islão tolerante da orientação Alawid. (muçulmanos alauítas)
As mulheres sírias têm os mesmos direitos que os homens ao estudo, à saúde e à educação.
Na Síria as mulheres não são obrigadas a usar burca. A Chária (lei religiosa Islâmica, anti-humana) é inconstitucional.
A Síria é o único país árabe com uma constituição laica e não tolera os movimentos extremistas islâmicos.
Cerca de 10% da população síria pertence a alguma das muitas confissões cristãs presentes desde sempre na vida política e social.
Noutros países árabes a população cristã não chega a 1% devido à hostilidade sofrida.
A Síria é o único país do Mediterrâneo que continua proprietário da sua empresa petrolífera, que não quis privatizar.
A Síria tem uma abertura à sociedade e cultura ocidentais como nenhum outro país árabe.
Ao longo da história houve cinco Papas de origem síria. A tolerância religiosa é única na zona.
Antes da guerra civil era o único país pacífico da zona, sem guerras nem conflitos internos.
A Síria é o único país árabe sem dívidas ao Fundo Monetário Internacional. FMI
A Síria foi o único país do mundo que admitiu refugiados iraquianos sem nenhuma descriminação social, política ou religiosa.
Bashar Al Assad tem um suporte popular extremamente elevado.
Sabia que a Síria possui uma reserva de petróleo de 2500 milhões de barris, cuja exploração está reservada a empresas estatais ?
Talvez agora consiga compreender melhor a razão de tanto intere$$e da guerra civil na Síria e de quem a patrocina ....
(sunitas árabes, judeus ortodoxos, vendedores de armas e equipamentos ..., empresas petrolíferas, alta finança internacional, fundações neoliberais e conservadoras, ... que desestabilizam o regime autocrático de Assad e apoiam milícias e partidos extremistas ... )
«se não o pode comprar e/ou vencer de frente, alia-se aos seus inimigos, mina-lhe a imagem/caracter e apoiantes, ... até o colocar de joelhos... e com um "contrato/ mandato legal" o roubar, torturar, mutilar e matar ou escravizar »
Palmas a Obama
(- João Vasco,13/9/2013) ,
...
Parecia impossível uma saída airosa deste conflito.
...E isto colocava-me na situação incómoda de perceber o quão grave seria não intervir, e ainda assim ser contra qualquer intervenção contrária ao Direito Internacional (devido à posição da Rússia, a única que estaria em causa).
Acrescente-se que, dadas as alianças da Síria (com o Irão, o apoio da Rússia), a possibilidade do conflito escalar era perfeitamente aterradora.
Por sorte, uma jornalista perguntou a Jonh Kerry (Secretário da Estado) se seria possível evitar o conflito. Kerry, de improviso, respondeu que caso o regime abdicasse de todas as suas armas químicas seria possível encontrar uma saída pacífica, acrescentando apressadamente que tal situação seria impossível.
A Rússia (que, imagino, em conversas bilaterais a que não temos acesso, deve ter dito o contrário) apressou-se a agarrar a oportunidade. Só tinha a ganhar: ou envergonhava os EUA e tornava a invasão menos legítima e mais difícil, ou mantinha o seu aliado no poder.
Moscovo disse que seria possível fazer isso mesmo: Assad entregaria todas as armas químicas, que antes nem admitia ter.
O regime de Assad, querendo sobreviver, acabou por aceder.
Face a isto, sabemos perfeitamente o que é que um presidente republicano faria: ignoraria a solução pacífica, falaria sobre força, patriotismo, excepcionalismo norte-americano, e lideraria uma intervenção militar de consequências catastróficas.
O complexo militar-industrial faria mais uns tantos dólares, e a indústria petrolífera também.
Mas entre tanta coisa em que Obama é igual ou pior do que Bush, temos de reconhecer e aplaudir aquilo em que ele é diferente: aparentemente um conflito sangrento e perigoso foi evitado.
O regime de Assad continuará a provocar vítimas, mas sabemos que não serão tantas quantas aquelas que uma invasão implicaria, fora todas as que resultassem de um escalar do conflito.
Ao considerar a proposta russa, e caso a aceite, Obama consegue fazer o que parecia impossível:
atingir os seus objectivos de manter as armas químicas como uma opção muito perigosa para qualquer regime, sem derramar sangue com uma guerra ilegal.
Que seja criticado por esta vitória (e nos termos em que é, como uma competição de garotos com os russos) parece-me perfeitamente patético.
Arábia Saudita recusa o Conselho de Segurança da ONU por os EUA não terem derrubado o regime Sírio
Surgiram recentemente novos dados sobre a Síria que ajudam a perceber melhor as motivações das
ameaças primeiro, de invasão e depois de ataque sem tropas no terreno,
por parte dos EUA, acolitados pelo sempre diligente e subordinado Reino Unido e ainda pela “aguerrida” França saudosa das perdidas grandezas coloniais e outras respeitáveis democracias da desunida UE .
Trata-se do caso, jamais visto, da recusa da Arábia Saudita em ocupar o lugar não permanente, no Conselho de Segurança para que fora eleita depois um ano de empenhadas diligências diplomáticas suas para conseguir o lugar e o favor dos EUA.
Saud al-Faisal e de forma mais expressiva o seu chefe dos serviços secretos sauditas, o príncipe Bandar bin Sultan, (há por ali dezenas ou centenas de príncipes, da mesma família/clã) estão muito zangados com o grande aliado americano e ameaçam, como Angola com Portugal, mas numa relação de poder inversa, limitar a parceria com o Tio SAM e em particular com a CIA,
tudo isto porque Washington não atacou a Síria e não derrubou o regime de Assad e apresenta-se mais dialogante relativamente ao regime do Irão.
A família Saud é a única família real que possui um reino com tudo o que tem dentro, como se de uma propriedade pessoal se tratasse a que deu o seu nome de família “Arábia Saudita”.
Este reino medieval (onde as mulheres estão proibidas de conduzir automóveis, mesmo que tenham carta e o façam no estrangeiro, porque isso as "impede de procriar"!!) pretende ser o líder incontestado do Islão ortodoxo sunita e trava uma luta mais aberta ou mais surda, mortífera, de terrorismo contra terrorismo, com os seus irmãos inimigos, os islamitas xiitas cuja fortaleza está no Irão.
Ora o regime alauita de Assad é parente ideológico dos xiitas e apoiado por Teerão.
Acontece que a Arábia Saudita apoia com dinheiro homens e armas os grupos terroristas salafistas integristas e grupos ligados à Al Qaeda que lutam na Síria.
E lutam tanto contra o regime de Assad como contra os já inexistentes no terreno, combatentes da “primavera árabe”.
O recuo de Obama tem a ver com o receio de derrubar um governo laico e ocidentalizado mas que não aceita a tutela norte-americana e colocar em Damasco um governo sunita terrorista próximo da Al Qaeda e dos talibãs.
Tudo gira em torno dos grandes interesses ligados ao petróleo, ao gás e à necessidade dos países do Golfo e da Arábia Saudita fazerem passar pela Síria os gasodutos que leve o gás do Golfo Pérsico para a Turquia e a Europa do Sul.
Ora o regime de Assad que garante a sociedade mais próxima do Ocidente nos hábitos, na modernidade e também vá lá nas liberdades quer manter-se dono das suas riquezas e do seu destino e tem para isso garantido o apoio do Irão, da Rússia e da China.
Conclusão, a incontível vontade do “Ocidente” em derrubar o regime de Assad não tem nem a mais longínqua motivação de defesa de direitos humanos, democracia ou liberdade dos sírios.
Fundamenta-se estritamente na “liberdade” que julgam pertencer-lhes de controlarem as riquezas locais e a geografia que tal permita.
# posted by Raimundo Narciso , PuxaPalavra, 29/10/2013
E ainda queríamos dar-lhes armas
«Estava a Europa a estudar se devia ir até à Síria resolver a coisa (não faltaram propostas: intervenção direta, dar armas aos rebeldes...), quando acordou para a espantosa notícia.
Podia poupar-se na viagem:
a guerra virá ter connosco.
Na segunda-feira, o jornal inglês Daily Telegraph deu voz a um desertor dos REBELDES que revelou uma das prioridades da Al-QAEDA na Síria:
formar os jovens europeus que chegam para combater o governo sírio e devolvê-los à Europa para praticar terrorismo.
Esta mão-de-obra emigrante europeia partiu inculta - só básicas teorias tolas - e regressará altamente qualificada: em explosivos.
Os serviços de inteligência, britânicos e franceses, confirmaram: a Síria é um campo de treinos para exportação.
O regresso à Grã-Bretanha desses recrutas da guerra santa é a principal preocupação do MI-5.
Na semana passada, dois garotos franceses de 15 anos partiram de Toulouse para a Síria, tenros para (ainda mais) LAVAGEM ao CÉREBRO.
Então, até já.
Talvez sejam poupados às ações mais perigosas, pois são mais úteis noutro sítio. Calcula-se que há na Síria 500 combatentes britânicos, 700 franceses e 300 belgas, quase sempre jovens.
Alguns pais estão naturalmente preocupados e gostariam de os ver regressar. Em maio passado, escrevi aqui que essa notícia talvez não fosse boa para todos.
Partiram de cabeça quente e vão voltar a ferver.
Titulei essa crónica assim:
"É mau terem partido. E péssimo voltarem". Repito.»
[DN] Ferreira Fernandes. (via OJumento, 23/1/2014)
(12 de Maio de 2014, Vital Moreira, CausaNossa)
---"Primavera árabe"
«Jihadistas da Síria proíbem manequins nas lojas e venda de roupas íntimas - ONG».
É esta a tal "primavera árabe"?
É neste "fascismo muçulmano" que dá a rebelião síria, com o apoio da UE e dos Estados Unidos?
Se é isto, então é preferível a autocracia laica de Assad...
O Estado Islâmico e o pavor
Quando os celerados cruzados invadiram o Iraque, para abater um ditador laico, nunca pensaram que a mentira, que lhes serviu de pretexto, traria consequências tão trágicas.
A inteligência de Bush, o maquiavelismo de Blair, a piedade de Aznar e o oportunismo de Barroso levaram a mais
trágica sementeira do ódio ao mais fértil terreno da vingança,
produzindo a crueldade e o pavor para cuja colheita se oferecem europeus e americanos, caucasianos e cristãos islamizados,
numa alucinante sedução assassina.
Depois da destruição do país e da desarticulação das forças que o aglutinavam,
persistir na ocupação era agravar o desastre e sair, era apressar a tragédia.
Derrubaram a ditadura laica, apoiada por sunitas, que oprimia os xiitas, para criar um estado teocrático
onde os xiitas não prescindiram de oprimir todos e, em particular, os sunitas,
até que se criaram os sunitas de laboratório,
apostados em criarem um sangrento califado.
A lei de Murphy cumpriu-se.
Tudo o que podia correr mal, correu efetivamente mal e da pior maneira, sem solução à vista.
O pavor, em doses obscenas, com metódica firmeza e insensibilidade de robots, tolhe as democracias e a neutraliza quem devia pará-los.
(-por C.Esperança , Ponte Europa, 31/8/2014)
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O Islão misericordioso e o terrorista
Corre por aí que há um Islão benevolente e outro terrorista.
O primeiro é o que se baba de gozo nas madraças e aparece compungido em público em cada ato de violência pia, a reiterar a benevolência do Corão, a execrar o terrorismo e a reclamar a paz.
O outro é o que ulula, crocita e uiva na rua islâmica por cada infiel decapitado ou adúltera lapidada.
O Islão, o benevolente, oprime as mulheres, evita a modernidade e recusa a democracia. Ignora direitos humanos que o coíbam de cumprir a vontade de Alá e do Profeta, exulta com lapidações, folga com chibatadas e excita-se com decapitações.
Não precisamos de olhar para o Islão terrorista, basta-nos o benévolo, aquele que há vários séculos impede, onde conquista o poder, que alguém despreze a religião ou tenha qualquer outra.
Os povos não são dementes, é o Islão que, à semelhança de outras religiões, contém em si o germe do crime.
O terrorismo é a aplicação dos preceitos do livro sagrado contra os infiéis e a crueldade o método prescrito.
Seria trágico que se abrisse a caça ao muçulmano numa explosão de xenofobia baseada em sentimentos religiosos rivais, o desejo perverso do Islão que põe o terror ao serviço do proselitismo.
O racismo é o sentimento piedoso do crente, a tolerância é a atitude de quem se libertou da religião.
É por isso que o combate não deve ser dirigido aos crentes mas contra o proselitismo troglodita dos seus próceres e o carácter retrógrado do Corão.
As armas nas mãos dos homens são um perigo, nas de Deus uma catástrofe.
O clero não deseja a felicidade humana, aspira apenas satisfazer a crueldade de Deus.
Não podemos condescender com quem despreza os direitos humanos.
Há um combate cultural a travar em defesa da liberdade que não pode deter-se nos véus, nas mesquitas e madraças.
O Corão não é apenas o baluarte inexpugnável dos preconceitos islâmicos, é a fonte que legitima toda a iniquidade.
No mundo islâmico, os mullahs procuram ocupar os devotos, nos intervalos das cinco rezas diárias, com o sofrimento dos infiéis.
É preciso travá-los.
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--- Jihad – O recrutamento de uma jovem de 14 anos, por telemóvel,
presa graças à rapidez com que a polícia de Ceuta a procurou,
revela a vulnerabilidade da Europa à intoxicação que adicionou à das mesquitas e madraças a das novas tecnologias. -
--- Faixa de Gaza – A pobreza e o desespero nutrem o ódio e a vingança.
A raiva levou ao poder o grupo terrorista Hamas.
Palestinos e israelitas não acharão a paz no terrorismo mútuo que praticam e na espiral de ódio recíproco que alimentam. -
--- Irão – O aliado improvável dos EUA mobilizou-se no combate ao Estado Islâmico (EI)
na defesa das minorias religiosas iraquianas ameaçadas de extermínio,
especialmente os yazidis, colocados na iminência de um genocídio incitado pelo sectarismo religioso. -
--- Estado Islâmico – O fermento democrático, levado ao Iraque por execráveis cruzados, resultou numa manifestação de terro
Hipocrisia (governos e jornalistas ocidentais, perante os Terroristas e Ditadores que apoiaram/apoiam).
Enquanto os extremistas iam destruindo a Síria eram tratados como democratas libertadores, durante meses tiveram o apoio do Ocidente para destruir e massacrar livremente na Síria. Mesmo quando estiveram nas imediações de Bagdad ninguém ficou muito preocupado. Mas quando um inglês cortou o pescoço a um jornalista americano os EUA e a Europa perceberam o monstro que ajudaram a criar.
Toda a gente sabia que a Síria estava sendo invadida por hordas de extremistas europeus mas a Europa e os EUA discutiam a possibilidade de ir em ajuda deles e a questão era saber se as potências ocidentais iriam ou não bombardear a Síria em apoio dos extremistas que, como já tinha sucedido no Afeganistão, eram tratados como libertadores.
A diplomacia dos EUA e da EU já destruiu a Líbia e a Síria, agora está encorajando uma guerra contra a Rússia na Ucrânia, distribuiu os arsenais da Líbia e do Iraque por grupos fundamentalistas que já fazem chegar o seu poder militar a países como a Nigéria e só por um triz não promoveram a destruição do Egipto.
Mas a fome, a morte e o terror que se espalhou por África não incomodou muito as potências Ocidentais, foi preciso uma única vítima e um único assassino para que o Ocidente mudasse de posição. Os milhões de refugiados sírios não pesaram nos sentimentos do Cameron ou do Obama, as crianças nigerianas raptadas já foram esquecidas, os líbios são ignorados, foi preciso um americano ser morto por um extremista inglês para que as boas almas americanas e inglesas acordassem.
De um dia para o outro o Cameron controla as saídas, o Durão Barroso, que como é sabido é um rapaz muito sensível ficou horrorizado, e o Obama explode de indignação. Esquecem-se do apoio que deram aos agora seus inimigos, esquecem-se do massacre que impuseram à Síria, nem repararam que foi um país aliado e membro da NATO que quase montou um serviço de transporte em executiva para transportar os jiahdistas britânicos e franceses a entrarem na Síria.
A diplomacia ocidental está lançando a confusão pelo mundo, promovendo conflitos em todo o lado, em nome da democracia atiram países inteiros nas mãos de extremistas. Depois da globalização comercial o mundo assiste a uma globalização do terrorismo e o fenómeno só não assume maiores dimensões porque os imbecis da diplomacia dos países ocidentais ainda não conseguem decidir o que se passa em países como a Rússia, a Índia, a China ou o Brasil.
A Europa arrisca-se a pagar com língua de palmo a estratégia cínica de imbecis como Durão Barroso, Cameron e François Hollande, mais tarde ou mais cedo vamos ter gente a querer criar os califados do Midi, de Londres, de Marselha ou de Córdova, é apenas uma questão de tempo.
Lamento muito mas começa a ser difícil verter lágrimas pelas vítimas americanas do cinismo diplomático do Ocidente, os meus olhos ficaram secos com as vítimas nigerianas, malianas, líbias, iraquianas e sírias, vítimas que foram ignoradas por uma boa parte dos nossos jornalistas quando se queriam apresentar os jiahdistas como libertadores, promotores da democracia e de novas primaveras.
http://jumento.blogspot.pt/2014/09/hipocrisia.html , 3/9/2014
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