De http://ograndezoo.blogspot.pt/ a 28 de Agosto de 2014 às 18:40
As raposas do nosso descontentamento
A deriva neoliberal tem como uma das componentes, como uma das suas expressões paradigmáticas, o predomínio do capital financeiro, a proeminência estrutural da banca.
Hoje, torna-se cada vez mais claro que a chamada crise das dívidas soberanas, que conduziu à troikização de Portugal, da Irlanda e da Grécia, pôs a Espanha e Chipre sob tutela e a Itália sob ameaça, desviou as atenções da culpa da banca no desencadear da crise em 2008, tendo protegido as bancas francesa e alemã duma exposição excessiva às dívidas desses países.
Também se torna claro que a banca internacional tem conseguido evitar um acréscimo efectivo de regulação, susceptível de prevenir e evitar a eclosão de novas crises originadas em operações fraudulentas ou especulativas.
Em Portugal, a somar-se a casos anteriores bem conhecidos e de graves consequências para a economia nacional, eclodiu agora o caso Espírito Santo.
Não menosprezo a necessidade de respostas rápidas que travem qualquer evolução excessivamente dramática para o país. Mas parece-me no mínimo ingénuo ou imprudente circunscrever o problema a essa dimensão imediatista. Se o chefe dos chefes da banca portuguesa viu a sua credibilidade derreter-se como manteiga, tudo o que não seja um salto qualitativo no controle da actividade bancária, deixando claro que o Estado não hesitará em assumir o controle efectivo e definitivo dos bancos prevaricadores, se for caso disso, não passará de uma carícia suave ao problema que enfrentamos.
A despeito de muitas promessas e avisos as raposas banqueiras têm vindo a devastar a capoeira da nossa economia. Vamos confiar nas promessas de algumas raposas recicladas, continuando a deixá-las à solta entre nós, para que nos vão delapidando patrimónios e confiscando direitos ?
-Por Rui Namorado, 12/7/2014
Sal dos Banqueiros, Labirintos do Capital
1. O chefe do grupo de banqueiros que tornou ostensiva uma pressão conjunta sobre o ministro Teixeira dos Santos, através de uma audiência a que deram publicidade, para que fossem abertas as portas à troika, foi detido.
A grande alavanca que contribuiu para empurrar Teixeira dos Santos para uma dramática traição a Sócrates foi detida.
O diamante dos banqueiros portugueses, símbolo de um clã carregado das máximas virtudes da alta finança, era afinal uma simples peça de um vidro brilhante, mas vulgar.
O citado banqueiro detido pode até nem ser um criminoso, mas é o causador assumido de um desastre importante na economia portuguesa. Veremos se o é, mas estamos certos do mal que já causou. Por especial perversidade? Não me parece; mais me inclino para uma irresistível tentação de percorrer sem prudência a passadeira de facilidades que o Estado, tolhido pela hegemonia do capital financeiro e empurrado pelas instâncias internacionais, lhe estendeu. Não há que absolve-lo das culpas que tiver, mas não se pode reduzir todo este grande escândalo aos desvarios de um homem, de uma família, ou de algumas famílias. É o sistema que tornou tudo isto possível e quase natural que tem que ser posto em causa. É o capitalismo que está em causa.
2.Por isso, há dois tipos de consequências que podem desde já tirar-se. Primeiro, a narrativa da crise, que nos assolou e continua a estrangular, que imputava aos povos do sul e aos seus governos a responsabilidade principal pela sua eclosão, particularmente no caso português, é uma tentativa de ocultação das causas principais do que nos está a acontecer. Na sua raiz mais funda está o sôfrego desvario especulativo das instituições que corporizam o capitalismo financeiro, às quais, ao longo do processo de reequilíbrio tentado pelos poderes públicos, foram concedidas mais benesses do que aplicados castigos. A esta luz, os que culpam em primeira linha o governo de Sócrates como causa principal da crise, mais não são do que encobridores mais ou menos inocentes dos verdadeiros causadores, hoje cada vez mais evidentes.
Em segundo lugar, é como deitar areia em saco roto limitar as medidas políticas a um ajuste de contas pessoal com alguns banqueiros. É indispensável que , para além desse pequeno passo, seja visado o capitalismo em si próprio, contendo de imediato as expressões estruturantes da deriva neoliberal, em Portugal, na Europa e no mundo.
3. Sabemos que as sociedades modernas vivem através de mecanismos complexos que têm que ser tidos em conta, quando se pretende agir sobre eles para os modificar. Sabemos que, por vezes, o caminho mais direto para a recuperação do capitalismo é a brusquidão imprudente com que se procura combatê-lo.
Precisamos por isso de mudar sem destruir, mas se não mudarmos seremos conduzidos a uma implosão certa no futuro. O capitalismo não é eterno. Falta saber se a sua agonia será a agonia dos povos que o protagonizam, ou se estes conseguem pilotar a sua extinção vivendo uma metamorfose feliz; e assim se salvando como criaturas humanas.
Por isso, é preciso mudar-se de sistema e não apenas dentro do sistema. Por isso, o processo reformista que tarda (e que nada tem a ver com a contra-reforma neoliberal que temos vindo a sofrer) não é um empreendimento concebido para salvar o capitalismo, é um processo que pretendemos que nos conduza a um pós-capitalismo que incorpore os valores históricos do socialismo. Um processo que torne a metamorfose necessária, por que almejamos, tão pouco árdua quanto possível. Este é o desígnio histórico essencial dos socialistas que pode facilmente ser partilhado por todas as esquerdas. É um desígnio de longo prazo que implica um protagonismo firme, não só das instituições públicas, mas também das instâncias sociais, culturais e económicas da sociedade. Transformar o Estado para transformar os cidadãos, transformar os cidadãos para mais facilmente se poder transformar o Estado.
Olhemos para o imediato, sem esquecer o longo prazo; valorizemos o que é conjuntural, sem esquecer o que é estrutural. O futuro é longo, mas não pode ser adiado.
-por Rui Namorado , 24/7/2014
As Sombras do Capital
[«No capitalismo, os bens pertencem a quem não os produziu.» «Capitalista: "sou gerador de emprego e de renda".. ]
A vida em sociedade no nosso planeta está posta em risco pela deriva neoliberal do capitalismo. Mas este risco estratégico, de médio prazo, traduzir-se-á inevitavelmente numa sucessão de episódios dramáticos, um pouco por todo o mundo, nos próximos anos, nas próximas décadas. Milhões de seres humanos sofrem e continuarão a sofrer como protagonistas desse apodrecimento civilizacional. As desigualdades permanecerão gritantes e imorais como chagas vivas de uma sociedade doente. Diferenciada mente, cada conjunto geopolítico, cada país, sofrerão a sua própria versão dessa desgraça; ou ocuparão o pelotão da frente num desejável processo histórico de saída pilotada do capitalismo. Processo longo e complexo, dependente de uma vontade colectiva firme e inteligente, corajosa e serena, suficientemente robusta para se manter durante um prolongado período de transição. Processo árduo, mas que é a única alternativa a um apodrecimento civilizacional que pode levar a um lento murchar da humanidade ou interromper-se dramaticamente numa guerra final. Isto é o essencial, a referência estratégica irremovível, sem a qual as medidas políticas, mesmo que em si próprias aparentemente lógicas e justificadas, correm sempre um risco acrescido de verem os seus efeitos dissipados num vazio de horizontes.
Portugal tem o seu lugar neste xadrez universal, em grande parte através da Europa. A sua inserção natural e objectiva no mundo não o dispensa de trilhar o seu próprio caminho, embora naturalmente, insisto, em conjugação e interacção com todos os outros povos, com particular relevo para os que com ele partilham a Europa. Ter o seu caminho, significa também que tem que reagir por si próprio e à sua maneira ás conjunturas dramáticas que lhe digam respeito.
Mal refeitos de uma fase aguda da agressão internacional do capital financeiro ao nosso país, de que o actual governo foi um dócil instrumento, estamos agora confrontados com um terramoto bancário, que, replicando abalos anteriores semelhantes, tem a particularidade simbólica de ter eclodido num dos grupos liderantes do capitalismo português e a complexidade de ser internacional. É impensável que os crimes que levaram ao naufrágio do Grupo Espírito Santo fiquem impunes. Seria intolerável que os recursos públicos fossem desviados para taparem um buraco aberto pelos desmandos do grande capital. Mas será imperdoável também que não sejam desde já tomadas medidas reguladoras estruturais que instituam um sistema susceptível de impedir objectivamente que se repitam os comportamentos que levaram ao colapso ocorrido.
E ao lado das medidas reguladoras deve desde já ser lançado um grande debate nacional sobre a banca, que possa ser um dos pontos de confronto programático nas próximas eleições legislativas. Deve estar em cima da mesa a conjugação entre capital estrangeiro e capital nacional, entre bancos públicos, privados e da economia social. Deve ser claro como pressuposto o facto de que a legitimidade da actividade bancária não é um direito absoluto de qualquer capitalista oriundo de qualquer país, estando necessariamente subordinada aos interesses do povo português e à legalidade democrática. Se lesar esses interesses e essa legalidade, desaparece. O facto de não se optar pela nacionalização completa da banca não significa que se não deva reforçar a importância da banca pública no contexto português. Tem que se pôr fim a uma inércia prolongada no que concerne ás entidade bancárias radicadas na economia social. Em Portugal, neste sector merecem especial destaque o Grupo das Caixas de Crédito Agrícola e o Montepio. Quanto a esta matéria, há um preceito do Código Cooperativo adormecido desde 1980; é tempo de acordá-lo. Discutamos à luz do interesse público e não sob a pata dos dogmas neoliberais em voga.
Tenhamos pois uma noção clara do que está em jogo neste caso. Seja dada uma resposta imediata, mas prepare-se uma renovação estrutural do sistema bancário, que possa realmente estar ao serviço do interesse nacional, do povo português, ao serviço da economia e não subordinado ao sôfrego devorismo do capital financeiro.
-por Rui Namorado, 31/7/2014
De Bangsters e (des)regulador (sem vontade. a 28 de Agosto de 2014 às 19:09
O que há de mais grave...
(-por Vital Moreira , CausaNossa, 6/8/2014)
... nas declarações de Carlos Costa no domingo à noite sobre o BES não é a confissão de que o BdP não se apercebeu a tempo do buraco sem fundo do BES mas sim o facto de ele ter declarado explicitamente que no actual mundo financeiro - caracterizado pelas ramificações dos bancos com grupos financeiros mais vastos e com "jurisdições" opacas fora do alcance do regulador nacional -- não é possível evitar situações destas. O que quer dizer que
outras podem vir a ocorrer no futuro!
Todavia, independentemente de saber se o BdP poderia ter feito melhor neste caso, não é difícil imaginar antídotos para as situações referidas, nomeadamente
obrigar a separar os bancos de retalho dos tais grupos financeiros e
obrigar todas as instituições financeiras a revelarem todas as suas operações em outras jurisdições, sob pena de pesadas sanções.
Assim houvesse vontade política para isso!
O SENHOR QUE SE SEGUE
(à 'frente' do "Novo Banco BES", CEO de banco vs Accionistas: 4 mil milhões do Estado + 1 mil milhões dos outros bancos ...)
Eduardo Stock da Cunha, 51 anos, director no Lloyds em Londres, é o senhor que se segue à frente do Novo Banco.
Substitui Vítor Bento, que provavelmente regressará ao Conselho de Estado, onde o seu lugar permanece vago, e à docência na Faculdade de Economia da Universidade Nova de Lisboa.
Seria estranho que voltasse à SIBS, embora o site oficial da empresa continue a ter o seu nome inscrito como presidente do Conselho de Administração.
Em sua defesa, muita gente (até Sócrates) diz que ele tinha as mãos e os pés atados, porque quem de facto manda no Novo Banco é o Fundo de Resolução.
Mas o CEO de uma empresa é alguém mandatado para executar a política dos accionistas. É para isso que servem as assembleias-gerais.
Não pode ser um “iluminado” a brincar aos Rothschild.
Sucede que os accionistas do Novo Banco são dois:
o Estado, que meteu mais de quatro mil milhões de euros no Novo Banco; e o Fundo de Resolução, o sindicato de bancos que lá meteu perto de mil milhões.
Bento não podia fugir à realidade: a ministra das Finanças tutela em nome do Estado, o governador do Banco de Portugal monitoriza do Fundo.
Não compreender isto é surpreendente.
Bento demitiu-se porque não quer chatices, e está no seu direito.
Um homem que em 2011 não aceitou ser ministro das Finanças de um governo suportado por uma maioria parlamentar, não tem 'guts' para gerir o imbróglio Novo Banco vs BES.
O resto é conversa fiada.
Se não acontecer nada de extraordinário, Eduardo Stock da Cunha tomará posse esta semana como CEO do Novo Banco.
Tem contactos e larga experiência na finança internacional, e obrigação de saber ao que vem:
vender o Novo Banco, de preferência até ao Natal.
Traz com ele três homens de confiança: Jorge Freire Cardoso, administrador executivo da Caixa Geral de Depósitos; Vítor Fernandes, que fez parte da equipa de Carlos Santos Ferreira no Millenium BCP; e José João Guilherme, que liderou o BIM, em Maputo, e era agora gestor de empresas não-financeiras.
Vêm todos com “acordos de cedência” (ou seja: licenças sem vencimento) dos lugares de origem. A ver vamos.
Etiquetas: Equívocos, Novo Banco
posted by Eduardo Pitta ,
http://daliteratura.blogspot.pt/2014/09/o-senhor-que-se-segue.html
Da falta de punição dos maus banqueiros
(e obrigá-los a pagar ´danos, com os seus bens e empresas offshore)
Muita gente atribui a crise financeira de 2008 à desregulação. Partindo deste pressuposto, passaram a defender uma regulação mais apertada do sistema financeiro. Além do pressuposto poder estar errado – por exemplo, Niall Ferguson, ao contrário, acha que o problema foi o excesso de complexidade da regulação -, a emenda pode ser pior do que o soneto.
A questão não é saber se os mercados financeiros devem ou não ser regulados. Mercados financeiros não regulados (ou desregulados) é coisa que não existe. Por exemplo, sem normas para impor o pagamento de dívidas e punir fraudes financeiras não há pura e simplesmente sector financeiro. A questão que deve ser colocada é: qual é o tipo de regulação financeira mais eficaz? Os reguladores pós-crise parecem entender “regulação mais eficaz” como sinónimo de mais normas restritivas. É um erro grave. Pelo que a história nos ensina, favorecer a complexidade em detrimento da simplicidade dá sempre mau resultado – por exemplo, uma moldura reguladora extremamente restritiva como a existente até aos anos 1980 não impediu a grave crise financeira dos anos 1970.
Hayek explicou há muito por que motivo os planeadores do velho sistema soviético estavam condenados ao fracasso ao tentar dirigir uma economia moderna em toda a sua complexidade. Pode-se dizer o mesmo em relação às actuais esperanças dos reguladores pós-crise em transformar o sector financeiro num sistema imune à crise. Trata-se de uma missão impossível. O sistema financeiro é um dos sistemas mais complexos alguma vez criados pelo homem. São múltiplas as interdependências das partes, organizadas de forma assimétrica dentro de uma rede. E esta rede opera no limiar do caos. A combinação de concentrações, inovações financeiras e aceleração tecnológica é propensa a rupturas explosivas. Da regulação espera-se que reduza o impacto dessas explosões impossíveis de prever. Todavia, muitas vezes a regulação tem efeitos contrários. Ao apertar os nós da rede, pode tornar as rupturas ainda mais explosivas e catastróficas.
Em vez de sonharmos com precogs, capazes de antecipar o crime e a tragédia, o mais realista e eficaz é exigir a punição expedita dos maus banqueiros. Haverá sempre gente gananciosa e corrupta no sistema financeiro, afinal de contas é lá que está o dinheiro. Não há nada mais dissuasor de práticas fraudulentas do que o encarceramento exemplar dos maus banqueiros. Não é isso que se tem visto, nem em Portugal (onde a quadrilha do BPN continua à solta), nem sequer na Inglaterra ou nos EUA, onde o número de gente metida na cadeia é pateticamente reduzido.
Não há nada pior e mais devastador para um sistema financeiro do que o sentimento de impunidade, resultante da falta de punição. A aplicação enérgica da lei, por um lado, e a criminalização de certas condutas (inexistente em muitos casos por lacunas do direito criminal), por outro, fariam muito mais para evitar (ou atenuar) uma crise financeira do que uma regulação mais pormenorizada do sistema, como parecem crer os reguladores pós-crise.
( por José Carlos Alexandre , http://destrezadasduvidas.blogspot.pt/ , 15/9/2014)
De ES: Activos/ bens em offshores a 19 de Setembro de 2014 às 09:34
ACTIVOS DA FAMÍLIA ESPIRITO SANTO
Herdade da Comporta
(onde, candidamente, iam brincar aos pobrezinhos) com uma área de 12,5 mil hectares (área cultivada de arroz, 1 100 hectares e produz também: vinho, milho, batata-doce e curgetes). A parte florestal tem uma área de 7 100 hectares de pinheiros e carvalhos. Existe um projecto imobiliário e turístico.
Industria hoteleira
Possui 14 unidades hoteleiras (Tivoli, Hotels & Resorts), todos de 4 e 5 estrelas. No Brasil 2 unidades ( S.Paulo e Praia do Forte em S.Salvador da Baía). Em Portugal 12 unidades (6 no Algarve, 3 em Lisboa, 2 em Sintra e um em Coimbra). Tem uma oferta total de 3000 quartos.
Operador Turístico
Tem mais de 50 balcões espalhados pelo País. A actividade alarga-se até Angola, Itália e Espanha. Opera com as marcas Top Atlântico, Carlson Wagonlit e BCD Travel. Detém a operadora online Netviagens.
Portucale
Proprietários da herdade Vargem Fresca (Ribatejo) com cerca de 510 hectares, alberga dois campos de golfe, Ribagolfe I e II. A Portucale esteve envolvida num escândalo em conjunto com o governo Santana Lopes/Durão Barroso/Paulo Portas, acerca de um abate ilegal de sobreiros, autorizado às pressas e após terem perdido as eleições para o PS. Conta-se, que na altura o CDS teria recebido um milhão de euros e justificado ter sido oferecido por diversos donativos de militantes, entre eles, o muito glosado MANUEL LEITE DO REGO.
Esta Propriedade foi destacada da Companhia das Lezírias (do Estado), com o argumento/justificação de que iriam ali plantar novas espécies arbóreas!!! Éra bom, conveniente, que alguém fizesse uma investigação sobre a forma como esta propriedade foi transacionada. Como foi retirada ao Estado, a que preço!
Espirito Santo Saúde
O grupo tem cerca de 18 unidades clínicas, 1200 camas e cerca de 9000 funcionários. Os três principais hospitais são o da Luz, em Lisboa, o da Arrábida, em Vila Nova de Gaia e o Beatriz Ângelo, em Loures.
Fazendas no Brasil
O Grupo Espírito Santo tem duas grandes fazendas no interior do Brasil. Uma no Estado de S. Paulo com 12 mil hectares, mais propriamente em Botucatu, chamada Fazenda Morrinhos. Produz, laranjas, limões, eucalipto e cana de açúcar.
A outra, é a Fazenda Pantanal de Cima, no estado de Tocatins, com uma área de 20 000 hectares, 3 mil dos quais asseguram produção de arroz no verão e de soja no inverno.
Herdade no Paraguai
É a maior herdade do Grupo, Estende-se por cerca de 135 mil hectares, no Paraguai. Este terreno tem uma dimensão equivalente à do quinto maior concelho do País (Uma área onde caberiam 16 Lisboas) Alberga mais de 53 mil cabeças de gado e possui 75 mil hectares de pastagens, 12 mil hectares de floresta e 5 mil de cultivo agrícola, nomeadamente de soja e algodão.
Atlantic Meals - Agroalimetar
Produz arroz, milho e alimento para crianças, como as farinhas sem glúten. Tem três unidades industriais em Portugal (Coruche, Biscainho e Alcácer do Sal) e uma outra em Sevilha. Opera com as marcas Ceifeira, Sorraia, Atlantic e Atlantic Le Chef. A Atlantic Meals é fornecedora das indústrias cervejeira e agroalimentar. Tem uma capacidade de secagem de arroz e milho de 50 mil ton. ano.
Espirito Santo Property Brasil
É a empresa imobiliária do grupo no Brasil associada à OA (Oscar Americano), com vários projectos residenciais, de comércio, parques logísticos, escritórios e loteamento. As actividades principais são em S.Paulo, onde desenvolve projectos imobiliários emblemáticos, como o complexo Villa Lobos, com área comercial e residencial, ou a Alameda dos Pinheiros. Tem expandido a actividade a outros estados brasileiros, como é o caso da Santa Catarina, Paraná, Rio de Janeiro e Baía. Já concretizou empreendimentos fora do Brasil, como é o caso do edifício Plaza Miami, no centro desta cidade norte americana, um prédio com uma área total de 120 mil metros quadrados com área residencial, escritórios e hotel.
Espirito Santo Property (Portugal)
É um dos maiores promotores imobiliários de Portugal. Vocacionado para o segmento alto, a empresa foi criada com o nome Espart, designação que acabou por ser alterada em Nov
De Activos/ bens 'a salvo' em paraísos fisc a 19 de Setembro de 2014 às 09:37
ACTIVOS DA FAMÍLIA ESPIRITO SANTO
Espirito Santo Property (Portugal)
É um dos maiores promotores imobiliários de Portugal. Vocacionado para o segmento alto, a empresa foi criada com o nome Espart, designação que acabou por ser alterada em Novembro do ano transacto. Um dos primeiros grandes trabalhos foi o desenvolvimento da Quinta do Patiño, no Estoril (onde está o Dias Loureiro e o Rendeiro), transformando um antigo palácio e respectivos jardins numa das áreas mais exclusivas de Portugal. Conta além disso, no seu portfólio, com edifícios em Lisboa, com o nº. 15 da Rua Castilho e o 238 da Avª. da Liberdade, o Ivens 31, no Chiado e o Parque dos Príncipes, em Telheiras. E tem as residências do Palácio Estoril, a Quinta do Peru, em Azeitão, as Casas de São Francisco, em Santiago de Cacém, o Oeiras Golf & Residence, o Doro Atlantic Garden, em Gaia e as Quintas D'Al-Gariya, em Portimão, entre outros edifícios.
Companhia de Seguros Tranquilidade
Valor de activos sob gestão 800 (oitocentos) milhões de Euros.
Banco Espirito Santo
A GALINHA DOS OVOS DE OURO.
Não consta neste rol, as "poupanças estratégicas" eventualmente acantonadas em offshore´s (do BES/Angola, não se sabe onde param, cerca 5,7 mil milhões de $USA).
Sabe-se é que:
O BES/Portugal, emprestou 3 mil milhões de Euros. ao BES/Angola, os quais, dizem, estão perdidos.
O BES emprestou ao Grupo Espirito Santo 1 200 milhões de €. Com insolvência deste grupo, a liquidação desta verba é um sonho.
A Caixa Geral de Depósitos, desembolsou 300 milhões de €, recebendo como garantia as acções do grupo, nesta altura do campeonato valem um grandíssimo ZERO. A C.G.D. (empresa pública), empresta 300 milhões de €? E quem será o responsável? Logicamente a ministra das finanças. Estão todos calados que nem ratos...
No cômputo geral, a exposição de empresas portuguesas no Espírito Santos Financial Group (maior accionista do BES), é de cerca 5 000 milhões de € (cinco mil milhões de euros).
Ao ser aceite o pedido de protecção de credores e/ou em alternativa ser declarada a insolvência deste grupo, lá vem mais um "tsunami" financeiro (Quando o mar bate na rocha quem se lixa, quem é?, quem é?: Obviamente o mexilhão).
No meu mail de cinco do corrente, aconselhava a quem tivesse muita fé, a pôr uma velinha aos pés da N.S.deFátima e que rezassem muito e com toda a veemência, a fim de não ser outra vez o "mexilhão" a pagar estes desmandos. Hoje, não peço que ponham uma velinha mas sim uma palete delas e não rezem, acampem na igreja e se possível, peçam acompanhamento pelo Duarte Lima.
A desgraça deste país é o sistema bancário e tudo o que rodeia. Não foi esta oligarquia, com o conforto do sr. governador do Banco de Portugal e do residente de Belém os incentivadores da chamada do FMI? com que objectivo? O objectivo era a salvação das suas casas bancárias, as maiores causadores da dívida soberana, hoje sobejamente sabido, ser ela mais privada do que pública em detrimento do povo português, vilmente sacrificado, para satisfação da ambição destes malandros.
Enoja, ver, ler e ouvir os mais diversos gurus do regime, tentar minimizar os desmandos desta "troupe". No entanto, o excremento é tanto, que a carpete da "sopeira", já não tem capacidade para acolher tanto lixo e este, já incontrolavelmente, é exposto à saciedade.
Onde estarão as críticas do Marcelo Rebelo de Sousa (cardeal Richelieu) e de Sousa Tavares? O primeiro tem como companheira, há longuíssimos anos, Rita Berta Cabral, administradora não executiva do BES e um dos três membros da Comissão de Vencimentos do BES, entre 2008/2012. Assíduo acompanhante de Ricardo Salgado nas férias no Mediterrâneo. Os netos do segundo (Sousa Tavares), são os mesmos netos do sr. Ricardo Salgado.
Em súmula, que tem o sr. Cavaco Silva e o Governo a comentar sobre estas turbulências? Terão o moral suficiente para tomar decisões adequadas e criticar o seu aliado mais forte no derrube do governo anterior? Já começa a ser trágico (para o povo português) o constante envolvimento destas entidades com esta pirataria bancária. E o que é constrange mais, desde o mais brilhante quadro até ao mais humilde servente? O saber-se que esta gente vai usufruir de chorudas pensões de reforma e passam incólumes perante esta (in)justiç
De Fujões, burlões, ladrões, e associados a 19 de Setembro de 2014 às 09:50
ACTIVOS DA FAMÍLIA ESPIRITO SANTO
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Por fim, descobriu-se um novo super-homem, Vítor Bento. Este sr. foi convidado para presidir à administração do BES (antes tinha sido convidado para ministro das finanças. Declinou (sempre é melhor banqueiro que ministro) e assim avançou outro super-homem Vítor Gaspar (...afinal havia outro..."vítoraf" ... como diz uma famosa canção), o que me leva a acreditar que o Vítor (Gaspar), não era tão super como os "gurus do regime" nos quiseram vender e este (Bento) será?
Desconfio e muito. Para já, o sr. Vítor Bento (protegido do Catroga) não tem qualquer experiência bancária. Teremos que acreditar na sua perspicácia e inteligência e apesar de lhe conceder o benefício da dúvida nestes requisitos, não acredito nele. E porquê? Quando este individuo afirma e reafirma que a actual situação económica/financeira tem por culpado primário o POVO PORTUGUÊS, por ter VIVIDO ACIMA DAS SUAS POSSIBILIDADES, vai agora presidir a uma entidade, testemunho vivo, contrário à sua pseudo-teoria.
Por fim, constata-se o aumento da dívida em 40%, desde a chegada da troika. A intervenção do Estado em 3 bancos (BCP, BANIF e BPI) BPN E BPP são casos de polícia e agora o estrondo do BES a somar às chorudas reformas dos ex-presidentes banqueiros, autores, no mínimo, de gestão danosa, com direito a prisão. E os "gurus do regime" não comentam nada? Ou será que comem todos na mesma gamela doirada?
O povo no alto da sua sabedoria: "ROUBAS UM PÃO ÉS UM LADRÃO, ROUBAS UM MILHÃO ÉS UM BARÃO"
Grupo Espírito Santo: "too big to fail" ou "too holy to jail?"
Por Ana Gomes
Eu proponho voltarmos a 6 de Abril de 2011 e revisitarmos o filme do Primeiro Ministro José Sócrates, qual animal feroz encostado as tábuas, forçado a pedir o resgate financeiro. Há um matador principal nesse filme da banca a tourear o poder político, a democracia, o Estado: Ricardo Salgado, CEO do BES e do Grupo que o detém e controla, o GES - Grupo Espírito Santo. O mesmo banqueiro que, em Maio de 2011, elogiava a vinda da Troika como oportunidade para reformar Portugal, mas recusava a necessidade de o seu Banco recorrer ao financiamento que a Troika destinava à salvação da banca portuguesa.
A maioria dos comentaristas que se arvoram em especialistas económicos passou o tempo, desde então, a ajudar a propalar a mentira de que a banca portuguesa - ao contrário da de outros países - não tinha problemas, estava saudável (BPN e BPP eram apenas casos de polícia ou quando muito falha da regulação, BCP era vítima de guerra intestina: enfim, excepções que confirmavam a regra!). Mas revelações recentes sobre o maior dos grupos bancários portugueses, o Grupo Espírito Santo, confirmam que fraude e criminalidade financeira não eram excepção: eram - e são - regra do sistema, da economia de casino em que continuamos a viver.
Essas revelações confirmam também o que toda a gente sabia - que o banqueiro Salgado não queria financiamento do resgate para não ter que abrir as contas do Banco e do Grupo que o controla à supervisão pelo Estado - esse Estado na mão de governantes tão atreitos a recorrer ao GES/BES para contratos ruinosos contra o próprio Estado, das PPPs aos swaps, das herdades sem sobreiros a submarinos e outros contratos de defesa corruptos, à subconcessao dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo. À conta de tudo isso e de mecenato eficiente para capturar políticos - por exemplo, a sabática em Washington paga ao Dr. Durão Barroso - Ricardo Salgado grangeou na banca o cognome do DDT, o Dono De Tudo isto, e conseguiu paralisar tentativas de investigação judicial - sobre os casos dos Submarinos, Furacão e Monte Branco, etc.. e até recorrer sistematicamente a amnistias fiscais oferecidas pelos governos para regularizar capitais que esquecera ter parqueado na Suíça, continuando tranquilamente CEO do BES, sem que Banco de Portugal e CMVM pestanejassem sequer...
Mas a mudança de regras dos rácios bancários e da respectiva supervisão - determinados por pressão e co-decisão do Parlamento Europeu - obrigaram o Banco de Portugal a ter mesmo de ir preventivamente analisar as contas do BES/GES. A contragosto, claro, e com muito jeitinho - basta ver que, para o efeito, o Banco de Portugal, apesar de enxameado de crânios pa
De E ficamos quietos, mansos ?! NÃO !! a 19 de Setembro de 2014 às 09:54
ACTIVOS DA FAMÍLIA ESPIRITO SANTO
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... analisar as contas do BES/GES. A contragosto, claro, e com muito jeitinho - basta ver que, para o efeito, o Banco de Portugal, apesar de enxameado de crânios pagos a peso de ouro, foi contratar (cabe saber quanto mais pagamos nós, contribuintes) uma consultora de auditoria, a KPMG - por acaso, uma empresa farta de ser condenada e multada nos EUA, no Reino Unido e noutros países por violações dos deveres de auditoria e outros crimes financeiros e, por acaso, uma empresa contratada pelo próprio BES desde 2004 para lhe fazer auditoria...
Mas a borrasca era tão grossa, que nem mesmo a KPMG podia dar-se ao luxo de encobrir: primeiro vieram notícias da fraude monstruosa do GES/BES/ESCOM no BESA de Angola, o "BPN tropical", que o Governo angolano cobre e encobre porque os mais de 6 mil milhões de dólares desaparecidos estão certamente a rechear contas offshore de altos figurões e o povo angolano, esse, está habituado a pagar, calar e a ...não comer... Aí, Ricardo Salgado accionou a narrativa de que "o BES está de boa saúde e recomenda-se", no GES é que houve um descontrolo: um buracão de mais de mil e duzentos milhões, mas a culpa é... não, não é do mordomo: é do contabilista!
Só que, como revelou o "Expresso" há dias, o contabilista explicou que as contas eram manipuladas pelo menos desde 2008, precisamente para evitar controles pela CMVM e pelo Banco de Portugal, com conhecimento e por ordens do banqueiro Salgado e de outros administradores do GES/BES. E a fraude, falsificação de documentos e outros crimes financeiros envolvidos já estão a ser investigados no Luxemburgo, onde a estrutura tipo boneca russa do GES sedia a "holding" e algumas das sociedades para melhor driblar o fisco em Portugal.
Eu compreendo o esforço de tantos, incluindo os comentadores sabichões em economia, em tentar isolar e salvar deste lamaçal o BES, o maior e um dos mais antigos bancos privados portugueses, que emprega muita gente e que obviamente ninguém quer ver falir, nem nacionalizar. Mas a verdade é que o GES está para o BES, como a SLN para o BPN: o banco foi - e é - instrumento da actividade criminosa do Grupo. E se o BES será, à nossa escala, "too big to fail" (demasiado grande para falir), ninguém, chame-se Salgado ou Espírito Santo, pode ser "too holy to jail" ( demasiado santo para ir preso).
Isto significa que nem os empregados do BES, nem as D. Inércias, nem os Cristianos Ronaldos se safam se o Banco de Portugal, a CMVM, a PGR e o Governo continuarem a meter a cabeça na areia, não agindo contra o banqueiro Ricardo Salgado e seus acólitos, continuando a garantir impunidade à grande criminalidade financeira - e não só - à solta no Grupo Espírito Santo.
"O que mais me preocupa:
- Não é o grito dos violentos, nem dos corruptos, nem dos desonestos,
nem dos sem carácter, nem dos sem ética.
O que mais me preocupa:
- É o silêncio dos bons!
Martin Luther King"
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