13 comentários:
De UE: ilegalizou a (social-) Democracia ! a 16 de Junho de 2015 às 15:04
O fim das ilusões


«Só podemos suspeitar que há motivações políticas por trás do facto de insistirem em mais cortes nas pensões, apesar de cinco anos de pilhagem. (...)
Estamos a tratar da dignidade das nossas pessoas bem como das aspirações de todos os europeus.
Não podemos ignorar esta responsabilidade.
Esta não é uma questão de teimosia ideológica - tem que ver com democracia.» - Alexis Tsipras

«Quando, entre cortar nas reformas dos cidadãos ou nas despesas militares de um dos países que mais gastam no seu exército,
alguém prefere manter os gastos militares, estamos conversados sobre a natureza do programa que se quer continuar a impor à Grécia.
É o verdadeiro teste do algodão, o tal que não engana, como dizia um célebre anúncio televisivo.
(...) Para quem ainda tenha dúvidas sobre a política de capitulação que está a ser prosseguida pela troika, as palavras do presidente do Eurogrupo falam por si. "Não é correto pensar que podemos encontrar-nos a meio caminho".» -- Mariana Mortágua, O teste do algodão

«Tsipras, eleito com um mandato para manter a Grécia no euro, provou que
qualquer tentativa de conseguir uma alternativa de esquerda para um país
está condenada ao fracasso ou à saída da zona euro.
A derrota de Tsipras é a derrota de qualquer tentativa de corte com a austeridade.
Dentro da Europa não há matizes:
infelizmente existe uma agenda única, a dos “compromissos europeus”, que podem ser mais ou menos bem desenvolvidos conforme as personagens envolvidas.
Acabaram agora as ilusões:
não há política sem austeridade na zona euro.
A Europa ilegalizou a social-democracia quando aprovou o famoso "défice zero" do Tratado Orçamental, como na altura vários economistas notaram.» -- Ana Sá Lopes, Grécia. Perdemos todos (e a democracia também)

(-por Nuno Serra , 16.6.2015 , http://ladroesdebicicletas.blogspot.pt/2015/06/o-fim-das-ilusoes.html )


De Esquerda encurralada pela Finança NeoLib a 16 de Junho de 2015 às 15:24
A Grécia encurralada pelos países ricos

grecia obs

«É na Grécia que se esconde o verdadeiro adversário do status quo:
é preciso castigar uma figura anti-sistema como Tsipras
e demonstrar que a esquerda radical não pode dirigir um país europeu.»

Este texto de Roberto Savio tem o mérito de situar a questão da Grécia, em termos muito simples, num contexto global que tendemos a esquecer, tantos são os episódios, mais ou menos burlescos, com que somos bombardeados todos os dias.

50 anos de Guerra Fria e o facto de a chanceler Angela Merkel ter crescido na Alemanha Oriental podem talvez explicar a influência política que os Estados Unidos exercem sobre a Europa.
Depois de uma reunião bilateral entre Merkel e o presidente dos EUA, Barack Obama, durante a cimeira do grupo dos sete países mais ricos do mundo (G7), na cidade alemã de Elmau, em 7 e 8 do corrente mês, soube-se que se tinha chegado a uma solução de compromisso:
a chanceler alemã aceitou que a União Europeia (UE) continuasse a aplicar sanções à Rússia, o que levou outros países a segui-la; em contrapartida, Obama mudou a posição de Washington em relação à ajuda financeira a prestar à Grécia.
Esta atitude tinha sido inequivocamente expressa aos líderes europeus, poucos dias antes, pelo secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Jack Lew, que defendeu a necessidade de resolver o problema grego para evitar um impacto global inadmissível –
posição que acelerou imediatamente as negociações, ficando a esperança de que tudo seria resolvido antes da cimeira do G-7.

Mas a Grécia não aceitou o plano que lhe foi apresentado pelo presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, porque o mesmo reflectia posições semelhantes às do Fundo Monetário Internacional (FMI), que incluía mais cortes no orçamento e mais austeridade.
Na cimeira, Obama endureceu a posição dos EUA em relação à Grécia, afirmando inclusive que «Atenas tem de executar as reformas necessárias».

O braço de ferro entre a Grécia e os seus parceiros europeus já dura há 5 anos.

A crise grega teve origem nos gastos excessivos dos governos anteriores ao actual, de Alexis Tsipras, concretizados, nomeadamente, num aumento em grande escala do emprego na função pública e num sistema de pensões extremamente caro.

Em 2009, o PASOK venceu as eleições e descobriu-se então que os números que Atenas tinha enviado para Bruxelas eram falsos:
o deficit anual real era várias vezes superior ao declarado, em quase 12,5% do produto interno bruto (PIB). Foi a confirmação daquilo que a UE desde há muito suspeitava, apesar de nada ter feito.

Sem entrar em detalhes sobre as angustiantes negociações que se seguiram, entre a Grécia e a União Europeia, chega-se às eleições de Janeiro deste ano, ganhas pelo partido progressista de Tsipras, o Syriza. O seu programa era claro:
parar o plano de austeridade da troika – FMI, UE e BCE –,
imposto em nome dos países europeus liderados pela Alemanha, Países Baixos, Áustria e Finlândia.

A Grécia está de rastos. Oficialmente, o desemprego passou de 11,9% em 2010 para os actuais 25,5%.
Mas sabe-se que, na realidade, se situa à volta de 30% e que, entre os jovens, se aproxima de 60%.
O PIB caiu 25%, os cidadãos gregos perderam cerca de 30% por cento das suas receitas e
a despesa pública diminuiu tanto que até os hospitais têm grandes dificuldades de funcionamento.

No entanto, a exigência da troika é simples:
cortar e continuar a cortar até à eliminação do deficit.
As pensões, por exemplo, já sofreram dois cortes e pede-se mais uma redução.
Esta renderia apenas cerca de 100 milhões de euros e causaria enormes prejuízos aos pensionistas que vivem com 685 euros por mês, ou até menos.

Quando Juncker assumiu a presidência da Comissão Europeia, o órgão executivo da UE, anunciou um grande Plano Marshall para a Europa. Mas ficou pela proclamação:
o projecto desapareceu totalmente de cena.

A austeridade é o fosso que divide as opções dos EUA e da UE.
Os Estados Unidos escolheram o caminho do investimento para o crescimento - apesar da pressão do Partido Republicano a favor da austeridade – e a economia está de novo a crescer.
Pelo contrário, a UE é dirigida pela Alemanha e os alemães estão convencidos de que aquilo que fizeram no seu país é válido para todos.

Há um consenso...


De Grécia de Esquerda vs NeoLib e pró-Fasci a 16 de Junho de 2015 às 15:31

A Grécia encurralada pelos países ricos
...
...
Há um consenso generalizado de que a crise na Grécia, que representa apenas 2% do PIB da UE, podia ter sido resolvida quando começou,
com um empréstimo que iria de 50.000 a 60.000 milhões de euros (56.600 a 67.800 milhões de dólares).

Mas desde que Tsipras se tornou primeiro-ministro e, com o apoio popular, começou a recusar em bloco o plano de credores, a Grécia converteu-se em tema de grande importância.
Agora fala-se de um «Grexit», ou saída da Grécia do euro e da UE, que teria um
efeito de cascata e significaria o fim do sonho comum de uma Europa baseada na solidariedade e no sentido de comunidade.

No G-7, Obama insistiu no investimento e no estímulo à procura como uma forma de sair da crise.
Merkel afirmou, uma vez mais, que a Europa não precisa de estímulos financiados por endividamento,
mas de incentivos que resultem da reforma de economias ineficientes.

Este espectáculo recorda-me uma frase do prestigiado jornalista do Sri Lanka TarzieVittachi: «Tudo é sempre sobre outra coisa».

É interessante sublinhar que uma das razões dadas para se ser tão duro com o Syriza
é que os cidadãos de Espanha, Portugal e Irlanda, os primeiros que engoliram a pílula amarga da austeridade,
ficariam indignados se se optasse por um caminho diferente para a Grécia.
Acontece que estes três países têm governos conservadores... (neoliberais e sabujos de Merkel e da alta finança)

Todo o sistema político europeu estremeceu quando o Syriza venceu as eleições, e de novo há alguns dias com a vitória de Podemos
(o partido de esquerda, que se opõe à austeridade) nas eleições locais em Espanha.

Por alguma razão, o governo extremamente autoritário e conservador (pró-FASCISTA) húngaro de ViktorOrbán, a recente vitória da muito conservador Andrzej Duda como presidente da Polónia, assim como a ascensão, em Itália, de Matteo Salvini, da antieuropeia e xenófoba Liga Norte, não criam pânico.

Isso acontece porque é na Grécia que se esconde o verdadeiro adversário do «status quo»:
é preciso castigar uma figura anti-sistema como Tsipras e demonstrar que a esquerda radical não pode dirigir um país europeu.

Mas será que alguém realmente acredita que as massas de cidadãos em Madrid, Lisboa ou Dublin encheriam as ruas para protestar,
se a Europa desse um salto mortal de solidariedade e de idealismo e decidisse reduzir as exigências draconianas que faz à Grécia?

-------Texto original aqui.
http://entreasbrumasdamemoria.blogspot.pt/
[Publicado originalmente no Observatório da Grécia]


De Ditadura neoLiber e Escravos/ alienados a 16 de Junho de 2015 às 15:42

Consumocracia, a Democracia de Consumo

16/06/2015
Paulo Pereira

A ditadura perfeita terá as aparências da democracia,
uma prisão sem muros na qual os prisioneiros não sonharão com a fuga.
Um sistema de escravatura onde,
graças ao consumo e ao divertimento,
os escravos terão amor à sua escravidão.

Aldous Huxley
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Não é de um «Grexit» que a Europa precisa mas de um «Schäubxit» »

------ Escatota Biribó, 16/06/2015 :


A mim o que me preocupa, ou o que me pesa, é pensar no que poderão os escravos que têm consciência disso, fazer para alertar os outros escravos, ou ainda contrariar o rumo dos acontecimentos.
O que me coloca as seguintes questões:
Querem os escravos tomar consciência da sua condição?
Terão os escravos capacidade para ter consciência da sua situação?
Ou será o mesmo que esperar de uma galinha de aviário que faça greve de fome, na pretensão de se tornar uma galinha do campo.

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Não é de um «Grexit» que a Europa precisa mas de um «Schäubxit»

(16/06/2015 por Sarah Adamopoulos )

Em 1990, a RDA (que precisava de ser “salva”, para ser integrada na Alemanha) exibia os mesmos sintomas que a Grécia em 2015 relativamente à UE.
Foi então criado, pelo mesmo Schäuble, actual coveiro da Europa,
um imposto de solidariedade, para financiar a unificação alemã.

Artigo (em francês) do jornalista alemão Kai Littmann.
http://eurojournalist.eu/grece-wolfgang-schaeuble-le-fossoyeur-de-leurope/


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